A partir de hoje (31/01) estão abertas as vendas dos ingressos para o musical A Pequena Sereia, que acontecerá no Teatro Santander, São Paulo, a partir do dia 30 de março. O valor dos ingressos varia entre R$ 75,00 e R$ 280,00 e podem ser adquiridos através do site da Ingresso Rápido ou nas bilheterias do teatro.
Como foi anunciado ao público no ano passado, inclusive no próprio instagram da atriz, Fabi Bang protagonizará Ariel na montagem do musical. A expectativa está alta, já que ela deu vida à versão brasileira da bruxa Glinda em Wicked, fazendo muito sucesso entre os fãs do musical. A produção da Disney de A Pequena Sereia conta a história da Ariel, uma jovem sereia que sonha com sair do fundo do mar e conhecer o mundo dos humanos.
As apresentações ocorrerão até o dia 29 de julho todas as quintas e sextas (às 21hrs), aos sábados (às 16hrs e 20hrs) e aos domingos (às 15hrs e 19hrs). Antes de adquirir ingressos, fique atento aos dias, pois os preços variam conforme a data escolhida, os preços para ingressos de sessões nas quintas-feiras, por exemplo, são mais baratos do que os ingressos para sessões aos sábados.
O musical estreou na Broadway em 2008 e, desde então, teve três indicações ao Tony Awards, a maior premiação no universo dos musicais. A produção brasileira promete fazer jus à montagem de Nova York, mas contendo “toques de brasilidade”, assim como colocou Stephanie Mayorkis, co-produtora do espetáculo.
“Tenho certeza que entregaremos uma bela produção à plateia brasileira, fiel às intenções originais do musical. Nossos tradutores fizeram um trabalho adorável e toda a magia da Disney estará presente no palco desta superprodução”- Lynne Kurdziel-Formato (coreógrafa e diretora)
Além de Fabi Bang (Ariel), a montagem do musical conta com grandes nomes como Tiago Abravanel (Sebastião), Adrezza Massei (Úrsula), que também participou de Les Miserables, Lucas Cândido (Linguado), Rodrigo Nigrini (Príncipe Eric) e muitos outros. Confira sete dos 33 atores que participarão da produção e corra para adquirir os ingressos dessa nova superprodução de A Pequena Sereia.
A Bela e a Fera (em francês La Belle et la Bête) teve sua primeira versão publicada por Gabrielle-Suzanne Barbot, Dama de Villeneuve, na La Jeune Ameriquaine et les Contes Marins, em 1740. A versão mais conhecida foi um resumo da obra de Madame Villeneuve, publicado em 1756 por Madame Jeanne-Marie LePrince de Beaumont, no Magasin des enfants, ou dialogues entre une sage gouvernante et plusieurs de ses élèves. A primeira versão inglesa surgiu em 1757. Desde então, variantes do conto foram surgindo pela Europa. Um exemplo é a versão lírica francesa “Zémire et Azor“, escrita por Marmontel e composta por Grétry, em 1771.
Na versão de Beaumont, o conto A Bela e a Fera relata a história da filha mais nova de um rico mercador que tinha três filhas, porém, enquanto as filhas mais velhas gostavam de ostentar luxo, festas e lindos vestidos, a mais nova, que todos chamavam de Bela, era humilde, gentil, generosa, gostava de leitura e tratava bem as pessoas.
O mercador perdeu toda a sua fortuna, com exceção de uma pequena casa distante da cidade. Bela aceitou a situação com dignidade, mas suas irmãs não se conformavam em perder a fortuna e os admiradores, e descontavam suas frustrações em Bela, que, humildemente, não reclamava e ajudava seu pai como podia.
Um dia, o mercador recebeu notícias de bons negócios na cidade e resolveu partir. As filhas mais velhas, esperançosas em enriquecer novamente, encomendaram-lhe vestidos e futilidades, mas Bela, preocupada com o pai, pediu apenas que ele lhe trouxesse uma rosa.
Quando o mercador voltava para casa, foi surpreendido por uma tempestade e se abrigou em um castelo que avistou no caminho. O castelo era mágico e o mercador pôde se alimentar e dormir confortavelmente, pois tudo o que precisava lhe era servido como por encanto.
Ao partir, pela manhã, avistou um jardim de rosas e, lembrando do pedido de Bela, colheu uma delas para levar consigo. Foi surpreendido, porém, pelo dono, uma Fera pavorosa, que lhe impôs uma condição para viver: deveria trazer uma de suas filhas para oferecer em seu lugar.
Assim que o mercador chegou em casa e contou a história para suas filhas, Bela resolveu se oferecer para a Fera, imaginando que seria devorada. Ao invés de devorá-la, a Fera foi se mostrando, aos poucos, como um ser sensível e amável, fazendo todas as suas vontades e tratando-a como uma princesa. Apesar de achá-lo feio e pouco inteligente, Bela se apegou ao monstro que, sensibilizado, a pedia constantemente em casamento, pedido que Bela gentilmente recusava.
Um dia, Bela quis visitar sua família, pedido que a Fera, muito a contragosto, concedeu com a promessa de que Bela retornaria em uma semana. O monstro combinou com Bela que, para voltar, bastaria colocar seu anel sobre a mesa, e magicamente retornaria.
Bela visitou alegremente sua família, mas as irmãs, ao vê-la feliz, rica e bem vestida, sentiram inveja, e a envolveram para que sua visita fosse se prolongando, na intenção de que a Fera ficasse aborrecida com sua irmã e a devorasse. Bela foi prorrogando sua volta até ter um sonho em que via a Fera morrendo. Arrependida, colocou o anel sobre a mesa e voltou imediatamente, mas encontrou a Fera caída no jardim, pois ela não se alimentara mais, temendo que Bela não retornasse.
Bela compreendeu que amava a Fera, que não podia mais viver sem ela, e confessou ao monstro sua resolução de aceitar o pedido de casamento. Mal pronunciou essas palavras, viu a Fera se transformar em um lindo príncipe, pois seu amor colocara fim ao encanto que o condenara a viver sob a forma de uma fera até que uma donzela aceitasse se casar com ele. O príncipe casou com Bela e foram felizes para sempre.
A versão de Villeneuve inclui alguns elementos omitidos por Beaumont. Segundo essa versão, a Fera foi um príncipe que ainda jovem perdeu o pai, e sua mãe partiu para uma guerra em defesa do reino. A rainha deixou-o aos cuidados de uma fada malvada, que tentou seduzi-lo enquanto ele crescia; quando ele recusou, ela o transformou em fera. A história revela também que Bela não é realmente uma filha do mercador, mas a descendente de um rei. A mesma fada que tentou seduzir o príncipe tentou matar Bela para casar com seu pai, e Bela tomou o lugar da filha morta do mercador para se proteger. Beaumont diminuiu o número de personagens e simplificou o conto.
La Belle et La Bête de 1946, dirigido por Jean Cocteau
Adaptado, filmado e encenado inúmeras vezes, o conto apresenta diversas versões diferentes do original que se adaptam a diferentes culturas e momentos sociais. Como um filme francês feito em 1946 que segue o conto de Beaumont, dando a Bela duas irmãs, mas também um irmão que fica cuidando delas enquanto o pai está desaparecido. Nessa versão, viram como necessário que tivesse algum homem na casa para proteger as moças, inclusive das investidas de casamento, o que reflete a visão da época. Já uma versão feita na União Soviética em 1952 foi baseada em uma versão de Sergei Aksakov chamada A flor vermelha (The scarlett flower), em referência à rosa que Bela pede para seu pai. Essa versão já se mantém mais fiel à história de Beaumont, mas o nome de Bela é mudado para Nastenka, um diminutivo de Anastásia.
A Bela e a Fera de 1987, dirigido por Eugene Marner
Em 1987, temos a primeira versão como musical com uma Bela loira e o tradicional vestido amarelo, e, em 1991, o conto é consagrado em uma animação da Disney, sendo a primeira animação a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme. Nessa versão que aboliu as duas irmãs de Bela e também o irmão misterioso que apareceu em 1946, também não se viu necessário entrar em maiores detalhes sobre o motivo de Bela e seu pai viverem em um vilarejo pacato no interior da França. Bela é apresentada como uma moça forte e inteligente que adora ler e não se encaixa na visão retrógrada da época. Ela vai sozinha ao encontro de seu pai quando esse desaparece e se oferece por vontade própria para ficar no lugar dele. Vemos Bela como uma personagem feminina forte, corajosa e independente, que, ao contrário das outras princesas, salva seu príncipe e conquista o seu felizes para sempre. É nessa versão de 1991 que é baseado o live action estrelado por Emma Watson e que chega aos cinemas amanhã (16). CONFIRA NOSSA CRÍTICA AQUI!
A Bela e a Fera de 2017, estrelado por Emma Watson e com direção de Bill Condon
De abril de 1994 a julho de 2007, A Bela e a Fera ficou em cartaz na Broadway por um total de 5461 performances, sendo o oitavo musical por mais tempo em cartaz na história da Broadway. Produzido pela Walt Disney Theatrical, essa montagem foi inspirada na animação de 1991 e veio a se tornar a primeira da Disney nos palcos da Broadway (Nova Iorque – EUA), após a ideia de apresentar uma peça de 25 minutos sobre a história no Walt Disney World. Pelo sucesso do musical em Nova Iorque, foram montadas adaptações para inúmeras filiais da Broadway pelo mundo, como em São Paulo, no antigo teatro Abril (hoje, Teatro Reunalt), em 2002-2003 e novamente em 2009.
A Bela e a Fera exibido no antigo Teatro Abril em 2009
A Bela e a Fera é mais uma prova de como os contos de fadas são atemporais. Eles se adaptam às épocas e lugares e instigam a imaginação humana. Que menina nunca sonhou em ser uma princesa? Ou que menino nunca quis ser um bravo cavaleiro defendendo seu reino em batalhas épicas? As histórias de amor impossíveis e o triunfo do bem sobre o mal nunca vão deixar de encantar e nos trazer essa esperança de que tudo sempre dá certo no fim e de que todos têm direito ao seu felizes para sempre.
Damien Chazelle é um cara corajoso. Depois do brilhante Whiplash: Em Busca de Um Sonho (2014), o jovem diretor arrisca e investe num gênero decadente – o musical. Aliás, é nessa ousadia que reside parte da magia de La La Land: Cantando Estações, um musical que homenageia o cinema e os musicais da Era de Ouro em Hollywood.
Logo nos primeiros minutos o clima de nostalgia toma conta. A complexa e belíssima sequência de abertura, em meio ao caos do trânsito de Los Angeles, insere o espectador num mundo de música e cores vibrantes. É no meio do congestionamento, da fria vida urbana, que os sonhos resistem, enquanto os sonhadores lutam bravamente para torná-los realidade.
Em meio aos sonhadores conhecemos Mia (Emma Stone), uma aspirante a atriz que trabalha num café dentro de um grande estúdio de cinema. Apesar de talentosa, Mia não consegue ser aprovada em nenhuma das inúmeras audições que participa. Nos encontros e desencontros do destino, ela conhece Sebastian (Ryan Gosling), um pianista apaixonado por jazz, que sonha em abrir um bar para resgatar a antiga glória do gênero musical que tanto ama. Juntos, eles precisam encontrar o equilíbrio entre amor, realidade e sonho, numa jornada de crescimento e amadurecimento.
Emma Stone e Ryan Gosling cantam, dançam e emocionam. A química perfeita entre eles resulta num dos casais mais marcantes do cinema. Além disso, Gosling também aprendeu a tocar piano para compor seu personagem. Mas Emma Stone consegue se destacar ainda mais, esbanjando emoção e carisma toda vez que a sua personagem está em cena. O filme só confirma os dois atores entre os melhores dessa nova safra de estrelas que vêm surgindo nos últimos anos.
Fundamentado no clichê “homem encontra mulher”, o filme pode até parecer ingênuo e simples. Mas Chazelle pode ser tudo, menos ingênuo. Visionário e calculista, o roteirista e diretor faz uso de todos os elementos técnicos para contar sua história. Direção de arte, fotografia e figurinos remetem diretamente às décadas de 1950/60. Não fosse por um toque de celular aqui e acolá, o espectador facilmente acreditaria estar vendo uma produção de época.
A trilha sonora casa perfeitamente com o filme, o que é fundamental num musical. As músicas instrumentais pontuam bem as emoções retratadas, sem apelar pra melancolia. As canções não são cansativas e nem estão ali simplesmente por alegoria. Pelo contrário, são contagiantes e fazem parte da narrativa.
Repleto de referências sutis aos clássicos do cinema, em falas, cenários e ações, o musical não é simplesmente uma homenagem. É também o retrato do jovem artista que corre atrás do reconhecimento por seu trabalho. Um caminho de muitas dificuldades e desilusões, que na maioria dos casos acaba em frustração, com a morte do sonho. Aliás, essa é a principal reflexão levantada pelo filme. O que somos capazes de fazer para alcançar os nossos sonhos?
Um presente fino em meio a tanta pirotecnia das produções mais recentes do cinema, La La Land: Cantando Estações chega como um refresco. E também como uma aula de história. A reinvenção de um gênero, outrora muito bem-sucedido, e hoje desprezado pela indústria cinematográfica.