Um site norte-americano especializado em empregos, CareerCast, divulga anualmente um ranking de avaliação de melhores e piores profissões do mercado dos EUA.
Critérios de avaliação: Para avaliar as profissões, os especialistas do site se baseiam nos seguintes critérios: ambiente de trabalho, demanda física, estresse, perspectiva de contratação e renda.
Ranking das 10 piores profissões em 2017
Repórter de Jornal
Salário médio/mês: US$ 3.151,00
Locutor de Rádio
Salário médio/mês: US$ 3.239,00
Lenhador
Salário médio/mês: US$ 3.132,00
Militar Alistado
Salário médio/mês: US$ 2.328,00
Controlador de Pragas
Salário médio/mês: US$ 2.753,00
DJ
Salário médio/mês:US$ 2.569,00
Vendedores e Publicitários
Salário médio/mês: US$ 4.198,00
Lembrando que, para realização do estudo, outros quatro indicadores foram usados para justificar o ranking, além do salário médio de cada profissão.
O que você achou dos salários médios das 10 piores profissões dos EUA? Estão melhores que muitos salários aqui no Brasil, não é mesmo?
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Um romance sobre arriscar tudo pelo amor — e sobre encontrar seu coração entre a verdade e a mentira. Da autora das séries Slammed e Hopeless.
Auburn Reed perdeu tudo que era importante para ela. Na luta para reconstruir a vida destruída, ela se mantém focada em seus objetivos e não pode cometer nenhum erro. Mas ao entrar num estúdio de arte em Dallas à procura de emprego, Auburn não esperava encontrar o enigmático Owen Gentry, que lhe desperta uma intensa atração. Pela primeira vez, Auburn se vê correndo riscos e deixa o coração falar mais alto, até descobrir que Owen está encobrindo um enorme segredo. A importância do passado do artista ameaça acabar com tudo que Auburn mais ama, e a única maneira de reconstituir sua vida é mantendo Owen afastado.
Me considero bem suspeita quando o assunto é Colleen Hoover, desde o primeiro livro que li dela, Métrica, soube que ela se tornaria minha autora favorita.
Sei dos problemas que as histórias dela têm: o fato de sempre representar casais brancos privilegiados, as protagonistas sempre serem mocinhas frágeis e os homens sempre machos alfas que protegem suas damas de todas as formas. Acrescento também uma coisa que me irritou nos últimos livros que li: por que o cara já conhece a menina em 90% das vezes e a menina não lembra? Mas, ao mesmo tempo, ela tem representado alguns personagens fora dos padrões em livros como Novembro, 9 e Talvez um dia, o que me agradou bastante.
Independente desses problemas, o que mais me encanta na autora, além da escrita e construção de personagem incríveis (afinal ela tem um padrão de personagens bem formado, mas ainda assim todos eles ficam gravados de forma muito clara na minha cabeça e eu não confundo suas personalidades e o que aconteceu com eles), é o fato de que a história nunca se trata só daquele romance clichê da sinopse. Tem romance clichê? Tem sim, tem muito, mas ela também trata de assuntos sérios, como abuso infantil, mães adolescentes, mortes de pessoas queridas, e várias outras questões que te fazem sentir a dor dos personagens e sofrer com cada decisão.
Agora, falando diretamente sobre Confesse, esse se tornou um dos melhores livros da autora, na minha opinião. Por não ser a primeira história dela que leio, já sabia que haveria uma camada mais profunda e tentei descobrir qual era desde o início. A cada momento que eu achava que tinha finalmente desvendado o plot twist, CoHo pisava na minha cara mostrando várias outras coisas que eu não havia percebido.
A premissa da história é encantadora por si só: um dos protagonistas, Owen, é um pintor e sua arte se baseia em nada mais nada menos do que confissões anônimas deixadas por pessoas em seu ateliê, como se não bastasse, as confissões são reais de leitores da Colleen Hoover, tem como amar mais essa mulher? Fiquei encantada com essa ideia e, como ela não brinca em serviço, no final ainda podemos ver alguns dos quadros que foram pintados por um artista especialmente para o livro. Do outro lado, temos Auburn, uma menina que perdeu o seu primeiro e único namorado, Adam, aos 15 anos, quando ele morre, e agora ela se muda para Dallas pra tentar reconstruir sua vida, mesmo que já tenha passado muitos anos desde todos os acontecimentos que marcaram sua vida para sempre.
Nem preciso falar que os dois vão se envolver de alguma forma, mas vários empecilhos vão aparecer. Porém, a questão com Colleen Hoover é que ela pega os clichês e as situações que a gente já espera e faz com que elas sejam incríveis mesmo assim. Por mais que você espere que algo aconteça, você nunca espera que seja o que ela faz. Ela usa questões muito reais e de fácil identificação, não há acontecimentos super mirabolantes, na maior parte das vezes, e, particularmente, em Confesse também não. É algo que pode acontecer com qualquer um e isso torna o sofrimento muito palpável.
A história ainda conta com uma mini série gravada pelo site Go90 que, infelizmente, não disponibiliza os episódios para o Brasil, mas, com um pouco de paciência (leia-se muita), dá pra assistir tudo no YouTube. Eu, particularmente, não gostei muito da série. Achei as atuações muito fracas e a história se tornou muito banal, partes muito importantes e profundas foram simplesmente deixadas de lado, mas, ainda assim, acho que vale a pena conferir.
PS.: Vocês já ouviram o CD “Maybe Someday” do Griffin Peterson? É a trilha sonora de Talvez um dia, e um dos CDs que eu mais amo no mundo todo.
Hey Leitores do Beco! Espero que esteja tudo bem com vocês! Estamos percorrendo por uma série de ensaios cujo objetivo seja auxiliá-los na realização de uma boa escrita.
Os textos mais comuns que são encontrados em toda área acadêmica são:
Dissertação Argumentativa
Artigo de Opinião
Antes de iniciarmos a análise da primeira parte da estrutura textual – Introdução, é preciso entender o objetivo de cada construção textual, ou seja, para que cada texto é usado? Qual veículo de comunicação é ele utilizado?
Dissertação argumentativa é uma produção textual puramente científica e teórica, portanto, todos os assuntos retratados por essa construção de ideias devem ser fundamentados em fatos históricos, pensamentos de teóricos e dados mediante pesquisas e gráficos. A principal característica que diferencia a tipologia textual dissertação do artigo de opinião, é a pessoa inscrita dentro do texto.
No Artigo de Opinião, a pessoa que é inscrita dentro do texto é a primeiro, isto é, pode se utilizar a primeira pessoa do singular/plural em todos os verbos que compõem o texto; já a dissertação não, esta é escrita e descrita pelos verbos em terceira pessoa o que garante a impessoalidade e a confidencialidade da criticidade e da ciência, isto é, o texto científico não foi regido por “achismo” ou senso comum, mas por uma base ideológico que se apresenta ao leitor por meio de provas.
Como o artigo de opinião é um tipo de texto comum em jornais e revistas [meio de veiculação de maior reconhecimento pelas massas sociais], o texto é escrito e descrito pelas primeiras pessoas tanto no singular quanto no plural. Entretanto, se for um texto exigido por uma banca de avaliação universitária por meio de vestibular ou concurso público, o seu texto em primeira pessoa deve ser escrito em primeira pessoa, mas fundamentado por gráficos, pesquisas provando um posicionamento pessoal, nada de senso comum.
Para ilustrar essa diferença entre tais textos, aqui vai um exemplo:
Exemplo 01 – Enem 2016
Acadêmica: Marcela Sousa Araújo, 21 anos
Título do texto: No meio do caminho tinha uma pedra
No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados diariamente por opressores intolerantes.
O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua Constituição Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando como base a legislação e acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e a dissseminação de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas. Assim, o que deveria caracterizar os diversos “Brasis” dentro da mesma nação é motivo de preocupação.
Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada mês são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15% envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela Secretaria dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores torna-se, portanto, maior.
Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como norte a máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia.
O Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir, efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá incluir matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder, deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças. Somente assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante.
Exemplo 02 – Artigo de Opinião
Autor: Desconhecido
Tema: Racismo
Ainda que grande parte da população brasileira seja descendente de negros, o problema do racismo está longe de ser resolvido.
No período colonial, Portugal trazia os negros da África para trabalharem no país em condição de escravos. Desde então, o racismo esteve incutido na mente de muitos brasileiros.
Embora a Lei Áurea tenha libertado os negros do trabalho escravo em 1888, a população negra apresenta os maiores problemas ainda hoje no país. Por exemplo, as condições de vida, o trabalho, a moradia, dentre outros.
Se observarmos as favelas do país ou mesmo as penitenciárias, o número de negros é sem dúvida maior. A grande questão é: até quando o racismo persistirá no nosso país?; pois mesmo séculos depois, ainda é possível nos deparamos com um racismo velado no Brasil.
A implementação de políticas públicas poderá resolver nosso problema, mas ainda temos muitos caminhos a percorrer. Infelizmente, creio que não estarei vivo para contemplar essa conquista.
Os filmes da Sessão da Tarde dessa semana garantem uma coisa: você vai rir muito! Teremos comédias para todos os gostos: romântica, dramática, clássica e com muita aventura e fantasia. Com essa mistura de sempre, fique a vontade para conferir as sinopses dos filmes que serão exibidos nessa semana de 02/10 – 06/10.
02/10 – Maluca Paixão (2009)
Mary Horowitz (Sandra Bullock) é uma mulher excêntrica que trabalha criando palavras cruzadas. Ela está convencida que Steve (Bradley Cooper), um cinegrafista da CNN, é o grande amor de sua vida. Por isso passa a persegui-lo ao redor do país, na esperança de convencê-lo que foram feitos um para o outro.
03/10 – De Repente Grávida (2006)
Morando há algum tempo em Nova York, a canadense Frannie (Joanne Kelly) mantém um relcionamento com Calvin (Lucas Bryant), um músico. Quando ele viaja em turnê com sua banda de jazz, ela descobre estar grávida. Receosa de contar a novidade ao namorado, ela decide ir até a casa dos pais no Canadá. Ao contar a verdade por telefone, mas sem saber a reação do namorado devido a interferência na ligação, ela decide voltar aos EUA. Barrada na imigração, ela vai precisar ficar 12 meses na casa dos pais.
04/10 – Corina, uma Babá Perfeita (1994)
1959. Manny Singer (Ray Liotta), um compositor de jingles de uma agência de propaganda, fica viúvo e tendo de cuidar de Molly (Tina Majorino), sua filha de sete anos. Manny precisa desesperadamente de uma babá, com isso entrevista vários candidatos e rejeita todos até encontrar Corina Washington (Whoopi Goldberg), que se formou recentemente mas não consegue arrumar nenhum trabalho por ser negra. A primeira grande tarefa de Corina é se comunicar com Molly, que decidiu parar de falar. Gradativamente Corina ganha a confiança da menina e logo ela está falando novamente. Corina fica para o jantar em várias ocasiões e Manny se surpreende com os comentários dela sobre música e literatura. Paralelamente Corina conversa com Molly, que se considera culpada pela morte da mãe. Molly secretamente deseja que Corina se case com seu pai e fique morando na casa o tempo todo, apesar da irmã de Corina, a mãe de Manny e uma vizinha curiosa desaprovarem um romance inter-racial.
05/10 – Pare o casamento! (2014)
Recém-viúva, Wendy (Lisa Whelchel) é um das maiores organizadoras de casamento da cidade. Mas os opostos se atraem quando Marco (Antonio Cupo), um irritante advogado especializado em divórcios, abre um escritório bem ao lado de seu local de trabalho. Apesar das grandes diferenças, os dois vão ter que unir forças quando o filho dele anuncia estar noivo de sua filha.
06/10 – O Fada do Dente (2009)
Derek Thompson (Dwayne Johnson) é um jogador de hóquei frustrado que só faz sucesso por causa de suas violentas faltas que, invariavelmente, arrancam um dente do adversário. Daí vem o apelido, dado pelo fãs, de Fada dos Dentes. Ele, porém, não acredita em lendas e quase conta para a pequena Tess (Destiny Whittlock), filha de sua namorada (Ashley Judd), que esse negócio de fada trocar dente por moeda é uma grande mentira. Como punição por ser um “destruidor de sonhos”, Derek é transformado em uma fada do dente.
Não se esqueça, a Sessão da Tarde é exibida de segunda a sexta-feira às 15h05.
O autor de Sagarana (1946), João Guimarães Rosa (1908-1967), foi um dos maiores escritores da literatura brasileira. Não só escritor, mas sim prosador, isto é, um contador de histórias. Quando leio seus contos, imagino alguém me convidando a prestar muita atenção porque lá vem uma história que une fantasia e realidade e que, mesmo que mítica, não posso deixar de crer nela.
Guimarães Rosa era assim. Sua linguagem única, a ambientação sertaneja e suas histórias cativam gerações. Em 1967, três dias após a morte de Guimarães, Carlos Drummond de Andrade escreveu:
Guimarães Rosa
João era fabulista
fabuloso
fábula?
Sertão místico disparando
no exílio da linguagem comum?
“Projetava na gravatinha
a quinta face das coisas
inenarrável narrada?
Um estranho chamado João
para disfarçar, para farçar
o que não ousamos compreender?”
No poema Um chamado João, Drummond colocou a essência do autor. Classificado cronologicamente como um autor da 3ª geração modernista, para mim Rosa é a união perfeita das duas gerações anteriores do movimento. Isso porque ele une a invenção na linguagem com as preocupações regionais da 2ª geração (representada por autores como Graciliano Ramos e Jorge Amado).
Em 1930, Guimarães foi médico na cidade de Itaguara, interior de Minas Gerais. Lá, teve contado com a ambientação que trará para suas obras: as cores do interior, sua natureza, povo, lendas, modos de vida e linguagem. Numa entrevista, o autor reconheceu que trouxe para a literatura suas experiências profissionais:
Sim, fui médico, rebelde, soldado. […] Como médico, conheci o valor místico do sofrimento; como rebelde, o valor da consciência; como soldado, o valor da proximidade da morte. […] Também configuram meu mundo a diplomacia, o trato com cavalos, vacas, religiões e idiomas.
NOVAS MANEIRAS DE SENTIR E DE PENSAR
Ilustração de Poty Lazzarotto
Com relação aos idiomas, Guimarães se mostrava um mestre: ele conhecia mais de 24 línguas. Só quem conhece tanto sobre um idioma, pode se propor a desconstruí-lo como o autor fez. Sua linguagem única é reconhecível à primeira vista. Repleta de figuras de linguagem como neologismos, aliterações, assonâncias, metáforas, hipérbatos – é uma prosa pra ser declamada, possui ritmo, cadência – configura-se, assim, como uma prosa poética.
A opção por este tipo de expressão não era ao acaso. Ela tinha a função de desestabilizar o leitor, retirá-lo da apatia, do lugar-comum, da prosa fácil de entretenimento. A obra de Guimarães é para ser desvendada e admirada em toda sua beleza.
Mas, o mais importante sempre, é fugirmos das formas estáticas, […] inertes, estereotipadas, lugares comuns etc. […] Não procuro uma linguagem transparente. Ao contrário, o leitor tem de ser chocado, despertado de sua inércia mental, da preguiça e dos hábitos. Tem de tomar consciência viva do estrito, a todo momento. Tem quase de aprender novas maneiras de sentir e de pensar. […] Não a clareza – mas a poesia, a obscuridade do mistério, que é o mundo. E é nos detalhes , aparentemente, sem importância, que estes efeitos se obtêm. A maneira de dizer tem de funcionar, a mais, por si. O ritmo, a rima, as aliterações ou assonâncias, a música subjacente ao sentido – valem para maior expressividade.
Esta linguagem não está presente apenas em Sagarana, mas também em suas outras obras como Corpo de Baile (1956) e sua obra mais conhecida Grande Sertão: veredas (1956).
GRAÇAS A DEUS, TUDO É MISTÉRIO
A obra aqui analisada reúne 9 histórias nas quais estão presentes os temas básicos de Guimarães: a aventura, a morte, os animais personificados, as reflexões filosóficas e existenciais, bem x mal, religião, mitos/lendas/ditos do sertão.
O nome é composto pela junção de dois radicais: saga (narrativa ou história lendária) + rana (do tupi: espécie de). As histórias presentes no livro são contos ou novelas (há quem defenda as duas nomenclaturas, porém, o próprio autor as chamava de novelas):
Já pressentira que o livro, não podendo ser de poemas, teria de ser de novelas. E – sendo meu – uma série de Histórias adultas da Carochinha.
É totalmente significativo o fato de Rosa chamar as narrativas como Histórias adultas da carochinha, já que nelas encontramos vários elementos da cultura popular (ditados, cantigas, lendas, fábulas) + o mito + uma linguagem que se assemelha à fala mineira. Tudo isso organizado pela poesia da sua escrita.
As histórias unem o mundo interior das personagens e coloca a natureza como uma extensão desse mundo. Ainda que o texto seja chamado de regional por alguns (por ser ambientado em Minas), a obra configura o que chamamos de regionalismo universalizante, já que traz reflexões sobre a existência humana que é comum a todxs. Como o próprio Guimarães escreveu em Grande Sertão:
O sertão é o mundo.
CADA UM TEM A SUA HORA E A SUA VEZ: VOCÊ HÁ DE TER A SUA
Ilustração de Poty Lazzarotto
Tentarei fazer aqui uma divisão temática dos contos e, logo em seguida, vamos analisar mais profundamente a última história da coletânea: A hora e a vez de Augusto Matraga.
Personificação das personagens animais: O burrinho pedrês e Conversa de bois;
Epifania e crescimento das personagens: O burrinho pedrês, A hora e a vez de Augusto Matraga, Corpo fechado, São Marcos e Duelo;
Representação dos tipos que compõem o interior: Minha gente e A volta do marido pródigo;
Natureza personificada: Sarapalha e São Marcos.
A primeira (O burrinho) e a última (A hora e a vez) histórias do livro formam em si um clico, já que ambas apresentam a jornada do herói rumo ao (re)conhecimento de si mesmo.
Augusto Matraga conta a história de Augusto Esteves:
Matraga não é Matraga, não é nada. Matraga é Esteves. Augusto Esteves, filho do Coronel Afonsão Esteves, da Pindaíbas e do Saco-da-Embira. Ou Nhô Augusto – o homem – nessa noitinha de novena, num leilão de atrás da igreja, no arraial da Virgem nossa Senhora das Dores do Córrego do Murici.
No primeiro momento, Matraga é o mal personificado. Egoísta e tirano, sua vida irá mudar repentinamente quando a mulher (levando a filha) irá embora com outro homem, seus capangas o deixam para trabalhar para o coronel da fazenda ao lado e, por fim, é espancado pelos homens deste mesmo coronel. O narrador onisciente se intromete na narrativa para fazer um comentário a respeito de Nhô Augusto:
Assim, quase qualquer um capiau outro, sem ser Augusto Estêves, naqueles dois contratempos teria percebido a chegada do azar, da unhaca, e passaria umas rodadas sem jogar fazendo umas férias na vida […] Mas Nhô Augusto era couro ainda por curtir, e para quem não sai, em tempo, de cima da linha, até apito de trem é mau agouro. Demais, quando um tem que pagar o gasto, desembesta até ao fim. E, desse jeito, achou que não era hora para ponderados pensamentos.
“Nhô Augusto era couro ainda por curtir”, ou seja, ele terá que passar por todo processo de redenção para encontrar seu caminho neste mundo. Após este contratempo, ele irá ser resgatado por um casal de velhos que cuidará de suas feridas. Quando recuperado, eles partem para um lugar longe onde Nhô-Augusto não pode ser reconhecido.
Neste segundo momento, a personagem tenta se redimir a todo custo. Trabalha o dia todo, não fuma, não bebe, não faz sexo, apenas existe para ajudar ao próximo. Até que aparece um dia o cangaceiro Seu Joãozinho Bem-Bem provoca em Augusto os desejos já adormecidos. Não querendo voltar à sua vida anterior e não conseguindo mais suportar sua vida atual, Matraga parte como um messias, montado em um burrinho, deixando o animal escolher seus caminhos.
Como se estivesse predestinado a este terceiro momento, Matraga encontra novamente Seu Joãozinho e morre em duelo com este, salvando, assim, uma família que estava prestes a ser morta pelo cangaceiro.
A lâmina de Nhô Augusto talhara de baixo para cima, do púbis à boca-do-estômago, e um mundo de cobras sangrentas saltou para o ar livre, enquanto seu Joãozinho Bem-Bem caía ajoelhado, recolhendo os seus recheios nas mãos.
A novela trabalha constantemente a luta entre o bem x o mal. Seja uma luta exterior ou dentro do próprio Augusto. Interessante também notar como a hora e a vez desta personagem não se dá pelo recolhimento e pela pacificidade, mas sim, quando Matraga se entrega aos seus instintos. A redenção de Matraga é feita pela violência.
Espero que tenha se interessado pelo autor e pela sua obra. Termino aqui com mais um trechinho do poema de Drummond que acredito mostrar o encatamento que Guimarães Rosa produz em seus leitores:
Ficamos sem saber o que era João
e se João existiu
de se pegar.
Beyoncé adora pegar os fãs de surpresa e disso todos já sabem. Dessa vez foi lançado sem aviso prévio o remix do hit Mi Gente de J. Balvin e Willy William com participação de Bey. Após o lançamento nas plataformas digitais foi divulgado também um clipe da música, que traz personalidades e fãs dançando ao som da música. No vídeo, podemos identificar a cantora Anitta e a pseudo-celebridade Hugo Gloss, assista:
Em seu instagram, Beyoncé deixou claro que irá doar todas suas participações no lucro da música para os necessitados pós-desastres naturais no México e Caribe.
Mi Gente Remix. Mi Gente Beyoncé. Beyoncé Anitta. Beyoncé Mi Gente. Anitta Beyoncé. Beyoncé Anitta.
Karin Hils, Aline Wirley, Lissah Martins, Luciana Andrade e Fantine Thó, a formação originalíssima da banda Rouge, se reuniu na na noite desta terça-feira (26) para o primeiro ensaio para o show de reestreia da banda nos palcos, após mais de dez anos sem nenhuma novidade. E não pararam por ai, hoje a banda já divulgou um vídeo nas redes sociais do 2º dia de ensaio.
Os shows da banda irão acontecer no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, nos dias 13 e 14 de outubro, e já contam com ingressos esgotados para o segundo dia de apresentação. Os fãs podem esperar pelos clássicos sucessos da banda, como “Ragatanga”, “Brilha la luna” e podem esperar também no repertório por “C’est La Vie” e “Beijo Molhado”.
Uma curiosidade é que as cinco se reuniram no mesmo estúdio onde ensaiaram para o disco “Mil e Uma Noites, lançado em 2005. A banda Rouge ganhou notoriedade nacional em 2002, após serem formadas no extinto programa “Popstars” do SBT.
Acalma o coração que dessa vez não é trollagem! Acabou de ser divulgado o line-up oficial do Lollapalooza 2018, que será realizado nos dias 23, 24 e 25 de março no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. Os ingressos custam 1500 reais para os três dias, e assim que as vendas forem liberadas, 700 reais por dia.
Segundo a organização, além dos nomes que já sabíamos, como Lana del Rey e Imagine Dragons, teremos nomes como Cheat Codes, Pearl Jam e Red Hot Chili Peppers. Olha só a programação completa:
Lollapalooza Line-up
Os dias de cada show ainda não foram divulgados, mas devem ser em breve. A última edição do evento teve dois dias de duração, e atraiu mais de 190 mil pessoas. A expectativa é atrair um público imensamente maior esse ano, com um dia extra de shows.
O festival chegou ao Brasil em 2012 e acontece em uma área de 600 mil metros quadrados, em quatro palcos simultâneos. Quem vamos? o/
Você pode conferir e comprar os ingressos diretamente por aqui.
Pegadinha? Marketing? Realização de um sonho? São várias as hipóteses que estão sendo levantadas após a polêmica publicação do cantor Luan Santana no Instagram, onde ele informa que irá iniciar uma nova jornada no seu estilo de música favorito, o Heavy Metal.
Nessa publicação, o cantor conta que se inspirou nos “shows do fds” (provável referência aos shows do Rock in Rio) para revelar aos fãs esse seu novo projeto em uma área totalmente diferente que trabalha hoje. Luan que completa 10 anos de carreira no sertanejo, ficou famoso por ser um dos percussores de uma geração de sertanejo universitário que mudou totalmente o cenário musical do país e inspirou outros grandes nomes do meio.
A notícia não foi bem recebida pela maioria dos fãs e dividiu opiniões. Uma parte acredita que é a publicação é uma trollagem do cantor e a outra ainda está digerindo essa possível mudança. Já imaginou Luan Santana cantando no dia de shows de Rock no RIR?
Filme original da Netflix, cujo roteiro foi escrito por Martin Noxon (escritora e produtora executiva da série “Buffy The Vampire Slayer” e “Greys Anatomy” no ano de 2007), na versão brasileira, “O Mínimo para Viver”, tem como principal temática a experiência de vidas de alguns jovens com anorexia e o conflito existencial correspondente a uma batalha constante contra o arqui-inimigo: calorias.
Lilly Collins, Ellen no filme, é a personagem protagonista, portanto sua história se desenvolve em primeiro plano no longa-metragem. A garota de vinte anos possui dificuldades de relacionamentos com sua família nada convencional, pais separados, a mãe diagnosticada com depressão pós parto no início e em um futuro não tão distante desenvolveu crises psicóticas e ao melhorar, se descobre homossexual. O pai se casa novamente, apesar de sempre estar ausente, sua madrasta sempre tenta contribuir para a sua melhora. A sua meio irmã se transforma em um oásis de conforto em meio a um deserto de fome e fobias alimentícias.
Ellen almeja chegar a um peso que permite encostar o dedo polegar ao dedo médio, envolvendo o braço. A personagem se mede todos dias após uma série de abdominais em cima da cama. Deprimente.
O filme é real e traz uma reflexão profunda. O assunto anorexia, e também bulimia, é retratado de forma verossímil e detalhista. Os indivíduos encontrados nessa situação, são capazes de calcular as calorias de cada alimento, se tornam reféns e prisioneiros da fome, só para alcançarem o desejo surreal de um corpo perfeito, a magreza tão desejada e a medida perfeita.
O padrão de beleza imposto pela mídia, pela moda, pela sociedade. A falsa esperança de possuir a cintura perfeita e a barriga negativa semelhante as medidas encontradas nos corpos dos modelos fotográficos, figuras possivelmente criadas em mesas de cirurgia ou remodeladas em programas e aplicativos de edição de fotos.
Pessoas que se submetem a fome, negligenciam ao alimento necessário para subsistência do organismo na tentativa de alcançar o corpo que não é dele, o corpo que não é dela.
“To the bone” também retrata os estágios da anorexia, primeiro a escolha de não comer, saber o valor calórico de todos os alimentos, substituir refeições por líquidos, subir e descer escadas várias vezes e praticar abdominais em cima da cama como exercício físico para queima das calorias do líquido ingerido e também o uso de laxantes para quem possui dificuldades de vomitar (bulimia).
Nenhum alimento é seduzível o suficiente para ser comido, o alvo da magreza é alcançado com garra e com tanta força, que o próprio corpo definha em falta de gordura, ausência de vitaminas e nutrientes, ao ponto do próprio organismo se alimentar dos tecidos dos órgãos.
A crítica do filme é entregue ao telespectador. Não é preciso refletir para encontrar o subtendido, confabular um final ou inferir a problemática. Apesar das críticas apontarem para o lado negativo da obra da Netflix, vejo no horizonte da produção cinematográfica uma discussão bem fundamentada, real. Não considero uma influência para depressão, anorexia ou bulimia, mas um folhetim com muita informação. É possível saber do início, da crise e do medo, dos motivos, dos pensamentos e também do final, a morte em câmera lenta.
O final é surpreendente, assista, sei que vai gostar. Não traz um final que ilude quem assiste e que tudo vai acabar bem, mas um final lógico. Assista e me diz o que achou, que tal? Um assunto sério e presente na sociedade. Parabéns a Netflix pela produção.