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Não se apega, não, Isabela Freitas - Sol em Escorpião
Colunas, Livros

TAG: 5 livros para aproveitar o sol em escorpião

Se você entende de signos já deve saber e esperar os efeitos que o sol em escorpião traz para a nossa vida. Se não entende, vou te explicar por cima. Desde o último dia 23, todos os signos ficam acometidos por um clima de introspecção, cautela e muita atenção com relação aos sentimentos mais profundos. Além é claro, daquela efervescência de hormônios que escorpião, o signo mais sexual do zodíaco traz para a vida de todo mundo.

Para comemorar essa época, que chega ao fim em alguns dias, separamos cinco livros para você aproveitar o sol em escorpião com toda a sua energia:

Submisso, Daniel Zimmer

Submisso conta a história de David, rapaz casado com Lázaro há quase dez anos que adora ser submisso ao seu marido. Sempre adorou servi-lo e isso é uma coisa que funciona entre os dois. Lázaro é intenso e tem um apetite incontrolável, fato que enlouquece David ainda mais. Com uma escrita leve, permeada com trechos vulgares, o autor consegue escrever aquele romance erótico que dá gosto de ler. É verossímil na medida certa e bem escrito, sem erros de português e de concordância que poderiam atrapalhar o clima que a história cria. Leia nossa resenha completa aqui.

O Amante do Tritão, R. B. Mutty

O Amante do Tritão conta a história de Gabe (meu xará), que se muda para uma nova cidade para morar com o irmão, depois de ter sido expulso de casa por assumir sua sexualidade. Ele nunca tinha visto o mar, e nessa cidade nova, todos eram surfistas, donos de lojas de surf e coisas do gênero. Ele precisa fazer amigos, mas ninguém o interessa, apenas Dylan, um misterioso rapaz de 18 anos, como ele. Forte, musculoso e com olhos marcantes que deixam os nervos de Gabe a flor da pele. No entanto, Dylan não é normal, e Gabe não sabia o que se passava com ele até começarem a se envolver. E todo esse envolvimento termina em sexo. Gabe perde sua virgindade com Dylan, mas ele não imagina (e nem nós) o que acontece a seguir… Ele começa a se sentir estranho enjoado, com dores aqui e ali e o diagnóstico vem: Gabe está grávido de Dylan, que é um tritão. Sim, o masculino de sereia. Leia nossa resenha completa aqui.

Um milhão de finais felizes, Vitor Martins

Um Milhão de Finais Felizes é o segundo romance do autor e ilustrador Vitor Martins. Publicado (nem tão) recentemente pela Globo Alt, a história dessa vez vai um pouquinho além no quesito idade dos protagonistas, se diferenciando um pouco do já resenhado por aqui, Quinze Dias. Aqui, os protagonistas já dividem o seu tempo com estudos, trabalhos, problemas familiares e a tentativa de conseguir manter uma vida social no meio de tudo. Já começo dizendo que ambos os livros não possuem relação, mas passa a impressão de que a melhor ordem de leitura é Quinze Dias > Um Milhão de Finais Felizes, pois, no primeiro você se encanta e no segundo você fica meio: “eita, essa é minha vida”. Leia nossa resenha completa aqui.

Para todos os garotos que já amei, Jenny Han

Para todos os garotos que já amei conta a história de Lara Jean, uma jovem de 16 anos, que teve que amadurecer rapidamente após a morte de sua mãe. Junto com suas duas irmãs, elas assumem um pacto de fazer a vida do seu pai mais fácil, tomarem conta da rotina da casa e serem boas meninas. Lara Jean faz seu papel de filha do meio muito bem, mas não se sente destemida como sua irmã mais velha Margot ou determinada como sua irmã pequena Kitty. Lara Jean se sente “apenas” a filha do meio. Leia nossa resenha completa aqui.

Não se apega, não, Isabela Freitas

Isabela Freitas, em seu primeiro livro, Não se apega, não, narra os percalços vividos por sua personagem para encarar a vida e não se apegar ao que não presta, ainda assim, preservando seu lado romântico. Confesso que tinha preconceito com “Não se apega, não”. Achava que era mais um livro de autoajuda do que qualquer outra coisa. Até agora, muito tempo depois de ter terminado a leitura, ainda não sei classificar o livro. Não é autoajuda, nem um romance, nem ficção, semibaseado na realidade… E olha, rotular pra quê? Acho que é justamente o fato de o livro ser uma mistura que o torna especial. Leia nossa resenha completa aqui.

O Amante do Tritão
Livros, Resenhas

Resenha: O Amante do Tritão, R. B. Mutty (+18)

O Amante do Tritão caiu nas minhas mãos por acaso. Passei por uma época na faculdade em que eu estava fascinado por tritões e eu descobri o livro, comprei na mesma hora e comecei a ler na van do caminho de volta. Achei que teria uma leitura garantida pelo resto da semana, mas li em duas viagens e uma aula de jornalismo contemporâneo.

Que eu amo romances eróticos, que permeiam aqueles da banca vocês já estão cansados de saber. E eu encontrei essa pitada que eu amo em O Amante do Tritão, com aquela mistura de ser LGBTQ+, que ganha meu coração logo de cara. Já faz algum tempo que eu li e depois parei de acompanhar a saga, mas sei que existem alguns prequels e sequels, os quais ainda não tive coragem porque jamais superei esse livro.

O Amante do Tritão conta a história de Gabe (meu xará), que se muda para uma nova cidade para morar com o irmão, depois de ter sido expulso de casa por assumir sua sexualidade. Ele nunca tinha visto o mar, e nessa cidade nova, todos eram surfistas, donos de lojas de surf e coisas do gênero. Ele precisa fazer amigos, mas ninguém o interessa, apenas Dylan, um misterioso rapaz de 18 anos, como ele. Forte, musculoso e com olhos marcantes que deixam os nervos de Gabe a flor da pele.

No entanto, Dylan não é normal, e Gabe não sabia o que se passava com ele até começarem a se envolver. E todo esse envolvimento termina em sexo. Gabe perde sua virgindade com Dylan, mas ele não imagina (e nem nós) o que acontece a seguir… Ele começa a se sentir estranho enjoado, com dores aqui e ali e o diagnóstico vem: Gabe está grávido de Dylan, que é um tritão. Sim, o masculino de sereia.

Toda a narrativa do livro segue então, na vida amorosa de Gabe e Dylan, que agora estão formando a sua família metade humana e metade sereia/tritão. Acompanhamos o romance dos dois crescer, o cuidado que Dylan tem com Gabe grávido, o desenvolvimento do bebê no ventre do garoto e MUITOS momentos sexuais que são escritos em detalhe e com perfeição. Uma pequena observação, é que em algumas cenas de sexo, eu não senti tanta verossimilhança, mas esse aspecto não quebrou o clima e a continuidade da história.

Não quero dar muitos spoilers além dessas bombas que a história nos traz, mas O Amante do Tritão é incrível. Não foi meu primeiro livro de MPREG (Masculine Pregnancy, ou gravidez masculina, em português), mas com certeza foi o que mais me fez sofrer, chorar e sentir como se eu fosse o próprio protagonista. A autora R. B. Mutty tem uma escrita fluída que te carrega para dentro da história e do seu universo de forma leve, e você se sente como o protagonista. Algo muito parecido com o que senti lendo Crepúsculo, que nenhum outro livro havia me causado até então.

Tire seus preconceitos e dê uma chance para O Amante do Tritão, eu tenho certeza que você não vai se arrepender. E ah, antes que eu me esqueça: a autora criou todo um contexto no parto, se você está procurando semelhanças com gravidez no mundo real e devo dizer que SIM, eu terminei o livro pensando que poderia facilmente acontecer perto de mim, ou até mesmo, comigo.

eu, a vó e a boi
– Turandot (Arlete Salles) e Yolanda (Vera Holtz) vestidas iguais de baianas
Atualizações, Filmes, Novidades

Eu, a Vó e a Boi, série baseada em thread do Twitter, estreia dia 29

Uma história de inimizade de mais de 60 anos. Uma guerra declarada entre duas vizinhas capazes de tudo para prejudicar a vida uma da outra. De um lado, Turandot (Arlete Salles); do outro, Yolanda (Vera Holtz), a “Boi” – apelido dado pela primeira, ao concluir que “vaca” está fora de moda. Ninguém sabe quando tudo começou, mas já aposentadas, viúvas e, portanto, dispondo de tempo livre o suficiente nas mãos, nenhuma delas tem a menor intenção de propor um tratado de paz. Em meio a esse embate, o neto em comum, Roblou (Daniel Rangel), tenta sobreviver ao ambiente hostil onde foi criado e se agarra à única oportunidade que encontra em seu caminho: Demimur (Valentina Bulc), menina cheia de sonhos com quem descobre as alegrias e as dores do amor. É pelo seu ponto de vista, um tanto fragilizado, que o público acompanha as constantes desavenças entre as duas senhoras.

O storyline de ‘Eu, a Vó e a Boi’, apesar de nada convencional, tem como pano de fundo a vida real. Em 2017, Eduardo Hanzo decidiu compartilhar com seus seguidores no Twitter a bélica – e muitas vezes cômica – relação de inimizade entre sua avó e a vizinha dela. A história viralizou e chamou a atenção de Gloria Perez, que, assim como um grande número de internautas, achou que a postagem divertida na rede social renderia um roteiro de televisão.

Nas mãos de Miguel Falabella, a narrativa deu origem a uma série de humor ácido, com personagens alucinados e, ao mesmo tempo, absolutamente comuns. “Embora seja uma série de humor, com tipos muito inusitados, ela também coloca o dedo na ferida. Hoje temos um país sentido, dividido. O discurso é sempre da truculência. E isso é o que a avó e a Boi fazem nessa história. Elas não argumentam, elas agem uma contra a outra. São situações engraçadas, mas por trás desse humor as coisas são ditas”, revela o autor.

A trama se passa na Tudor Afogado, uma rua cinza e monocromática, inspirada no subúrbio do Rio de Janeiro. Separadas por uma vala que praticamente materializa a aura de ódio e rancor entre as vizinhas, vivem frente a frente as famílias das duas. Por ali, ninguém escapa ileso dos boicotes diários praticados pelas matriarcas. Quando Norma (Danielle Winits) e Montgomery (Marco Luque), filhos das rivais, se apaixonam perdidamente, tudo parece sentenciado ao caos eterno. Nem mesmo o nascimento dos netos Roblou e Matdilou (Matheus Braga) abre uma trégua entre as duas senhoras.

Ao longo de 12 episódios, os personagens surgem em cena com reações e atitudes que beiram o absurdo. “São todos alucinados, com relações alucinadas. Na série não há uma cronologia muito rígida. São fatias de emoção. Os personagens reagem aos estímulos das situações propostas. É como se fosse a toca do coelho da Alice, em que a gente mergulha e vai viver um universo paralelo”, explica o diretor artístico Paulo Silvestrini.

‘Eu, a Vó e a Boi’ é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo. Criada e escrita por Miguel Falabella, com Flávio Marinho e Ana Quintana, a partir de uma ideia original de Eduardo Hanzo, a obra tem direção artística de Paulo Silvestrini e direção de Mariana Richard.

A casa da vó

Turandot, já aposentada e viúva, tem na vida uma única motivação: atrapalhar tanto quanto for possível cada um dos dias de sua arqui-inimiga Yolanda, que – ela jura – roubou todos os seus namorados da juventude. Em sua casa, onde mora com as duas filhas, Celeste (Giovana Zotti) e Norma (Danielle Winits), e com o neto Roblou, ela é a dona da primeira e da última palavra. E ai daqueles que ousarem contrariá-la: para estes, a fama de grande atiradora é zelada constantemente.

Sua mais recente determinação é vencer a eleição e tomar da Boi o posto de presidente da associação de moradores. O motivo da candidatura, segundo ela, é conseguir dar andamento às obras de cobertura da vala com esgoto a céu aberto que divide ao meio a rua Tudor Afogado. Mas todos sabem que este é só pretexto para tirar tudo o que pode de sua rival. “A Turandot é uma mulher que, infelizmente, escolheu como sentimentos condutores da vida dela o ódio e o rancor. Ela não é uma mãe feliz, não é uma mulher feliz, não foi uma amante feliz. Como intérprete, é uma alegria porque esse é um grande personagem” conta a atriz Arlete Salles.

Celeste é quem mais sofre com as loucuras da mãe. Há 25 anos, a ascensorista é noiva de Cabello (Edgar Bustamante), o dono da Cabello Lanches. Mas, no que depender do comerciante, os sonhos de casamento não têm data para serem concretizados. Não bastasse toda a frustração, ela ainda é lembrada diariamente pela própria mãe de que sua vida e seus planos, há muito, estão falidos.

Norma também não teve sucesso na vida amorosa. Escolheu casar-se justamente com o filho da inimiga de Turandot, Montgomery (Marco Luque), com quem teve dois filhos – Roblou e Matdilou. Sempre foi perdidamente apaixonada por ele, enfrentando até mesmo toda a torcida contra o relacionamento. Quando os meninos ainda eram crianças, foi abandonada pelo marido e, dez anos depois, ainda vive sob o efeito dos remédios que toma para esquecer que um dia foi feliz ao lado do amado. Seu refúgio é a boate Mona de Ekê, onde trabalha como recepcionista e, em meio a muita purpurina, lantejoulas e conversas animadas com a amiga Sapore (Adriano Tunes), esquece dos problemas.

A casa da Boi

Do outro lado da vala, exatamente na casa em frente, vive Yolanda. A atual presidente da associação de moradores da Turdor Afogado divide teto com o filho Marlon (Magno Bandarz) e o neto Matdilou, e não poupa um minuto sequer do tempo que se dedica a planejar artimanhas contra a rival. Defende os seus como uma leoa, independente do que façam.

Isto inclui o filho mais velho, Montgomery. Dez anos depois de abandonar esposa e filhos e sumir no mundo, ele volta para casa – e para debaixo das asas da mãe. A alegria da Boi ultrapassa o retorno de sua cria: a volta de Montgomery desestabiliza Norma e, consequentemente, a harmonia da casa de Turandot. Era tudo com o que poderia sonhar. “A Yolanda é a matriarca de uma família direta, sem rodeios e sem julgamentos. Eu gosto dessas personagens que não têm passado nem futuro, vivem o tempo presente, são o que são. A Boi não está nem aí. Ela não gosta da Turandot e você não sabe bem o porquê. Ela não gosta, simplesmente”, explica a atriz Vera Holtz.

Também na casa, Marlon e Matdilou são praticamente cúmplices. Um imita o que o outro faz. Marlon adora se exibir nas redes sociais como o bonitão que é, enquanto o sobrinho Matdilou se revela um ótimo filmaker com o canal “A vida interessante das pessoas”. Preocupados em se dar bem financeiramente, eles encontram um caminho em comum: o relacionamento com Sugar Mammas. No namoro de contrato, tudo é acordado entre eles e as senhoras mais velhas com as quais cada um se relaciona – Belize (Eliana Rocha) e Mary Tyler (Stella Miranda), respectivamente.

O elo ferido entre duas família

Roblou é o narrador e testemunha ocular das desavenças entre Turandot e Yolanda. O drama enfrentado pelo protagonista de apenas 18 anos é semelhante ao de muitos brasileiros: impactado e ferido pelo ambiente de ódio em que cresceu, ele faz parte dos 75% de jovens que não têm qualquer esperança no Brasil. Onde não há esperança, o que sobra?

O amor. É nele que Roblou encontra sua válvula de escape e, talvez, a única saída para colocar sua vida nos eixos. Quando Demimur volta a morar com o tio, Cabello (Edgar Bustamante) – o dono da lanchonete da vizinhança –, um sentimento arrebatador inflama seu coração, bem no dia de seu aniversário de 18 anos. A menina com quem brincava na infância agora é uma jovem bailarina, linda e encantadora. Chega como um presente. Juntos, eles vivem as emoções de uma paixão intensa, capaz de transportá-los para um universo paralelo.

A felicidade dos pombinhos só tem um grande percalço: a tão almejada carreira internacional de Demimur. Prestes a embarcar para uma competição de dança esportiva de salão na Europa, ela precisa se dividir entre a intensa rotina de treinos, conduzida pelo rigoroso professor Rosalvo Lebrão (Cleto Bacic), e os momentos ao lado de Roblou.

O protagonista de ‘Eu, a vó e a Boi’ também é o responsável pelo diálogo com um importante interlocutor: o público. Roblou quebra a quarta parede, olha para a câmera e fala diretamente com quem o assiste sobre tudo o que vê nos arredores da Tudor Afogado. “Ele é o narrador da história e, além disso, é o protagonista, está em todas as cenas. São muitos textos falados para a câmera, muita narração em off. O Roblou tem uma troca com os personagens e com o público ao mesmo tempo. Para mim, esse é o lado mais desafiador desse personagem”, revela o ator Daniel Rangel.

A vizinhança da Tudor Afogado

Ponto de encontro oficial dos moradores, a Cabello Lanches é um recorrente palco para as tensões entre Turandot e Yolanda. Quando não estão se estranhando de suas casas, frente a frente, é ali que as senhoras acabam tecendo grandes embates. Cabello, o eterno noivo de Celeste, é o proprietário do estabelecimento – o que põe a todos em posição de alerta com os lanches servidos no local, que têm a fama de serem servidos com uma amostra dos fios capilares do dono. O único funcionário é Dimundo (Alexandre Barbalho), que sempre tem na ponta da língua um comentário inoportuno sobre a vida dos clientes.

Em frente à lanchonete fica o brechó de Orlando (Otávio Augusto). Mesmo entulhado de itens de colecionador, nunca se teve notícia da venda de qualquer objeto. Isso levanta a suspeita de todos, inclusive da detetive Ardósia Rocha (Alessandra Maestrini), mais conhecida como Seu Rocha, que está sempre atenta à movimentação do local. E o antiquário não é o único motivo das visitas da policial à região. Perdidamente apaixonada por Norma, a detetive está sempre a postos para qualquer chamado por ali – inclusive vindo da amada, com quem também mantém uma bonita relação de amizade.

A volta de Montgomery para a casa da mãe também estaciona na Tudor Afogado um trailer. É nele que o filho da Boi vende as empanadas feitas por sua nova esposa, a venezuelana Milagros (Paula Cohen). A chegada dos dois preocupa não só o comércio local como também a família de Turandot, já que trata-se do mesmo trailer comprado por Montgomery com o dinheiro da sogra. E o mesmo veículo com o qual abandonou Norma, dez anos antes.

O palco de um universo fabular

Para que a história e as atitudes dos personagens de ‘Eu, a vó e a Boi’ fossem o maior destaque da série, foi preparada uma cidade cenográfica com ares de palco. Construída especialmente para o projeto, ela tem 2.325 metros quadrados inteiramente monocromáticos. Todas as casas e estabelecimentos montados no local são cinzas do lado de fora.

“A série tem um universo não-realista, com relações extremadas entre os personagens e, por isso, eu queria que tivesse algo de teatral no tom. A cidade cenográfica monocromática cria esse ambiente. Uma vez que o ambiente é cenográfico, como um palco de teatro, você se distancia da realidade imediatamente. Ela é feita para que tudo seja verdade ali porque, em outro lugar, não seria”, explica o diretor Paulo Silvestrini.

Bem no meio da cidade cresce uma vala que divide a rua Tudor Afogado. Na série, ela personifica a tensão entre Turandot e Yolanda, e é tão presente e atuante na trama como qualquer outro personagem. “Para nós, esse foi o item mais difícil de entender e projetar. Parece que é um buraco simples, mas não é. Ele é todo estruturado por dentro porque alguns personagens caem na vala e são filmados dentro dela”, detalha a cenógrafa Marcia Inoue.

O universo não-realista de ‘Eu, a Vó e a Boi’ é composto por exageros divertidos e momentos que beiram o surreal. A monocromia do exterior das casas contrasta com o colorido de seus interiores, que seguem a mesma paleta de cores de cada um de seus habitantes, diferenciando o “campo de guerra” do lugar de paz e liberdade dos personagens. E essas foram as características que a Produção de Arte adotou como linguagem principal. Todos os objetos foram garimpados um por um, e são uma mistura de itens de antiquários e brechós com artigos kitsch e de lojas modernas, resguardando o cuidado de não transformarem os ambientes em cenários de época. “Os cenários são como pequenos relicários, remetendo a muita vivência e lembranças, e com misturas e cores contrastando com o cinza e o vazio da cidade cenográfica, onde habitam os personagens. Assim representamos o complexo universo interior de cada um, cheios de segredos e mistérios, alegrias e tristezas, e, ao mesmo tempo, blindados por máscaras sociais”, revela a produtora de arte Carolina Pierazzo.

Carolina também detalha os elementos que diferenciam as casas – e o temperamento – das famílias de Turandot e Yolanda: “Turandot tem o vermelho como cor principal. É a cor da paixão, da intensidade, dos afetos, representante das duas filhas românticas e sonhadoras. As linhas da arquitetura da casa e do mobiliário são curvas como as linhas femininas. É uma casa viva, que tem sempre comida no fogão e um café fresco servido na mesa. Já na casa de Yolanda as linhas são retas. É um ambiente mais sóbrio, menos organizado. A paleta em tons de azul contrasta com o tom amadeirado dos mais de 40 porta-retratos antigos de família que preenchem uma parede inteira da sala, quase se transformando em um papel de parede texturizado. O acúmulo, ali, é memória”.

O trabalho das equipes de Arte e Cenografia foi complementado pelo de outras duas áreas: Efeitos Especiais e Efeitos Visuais. Os primeiros planejaram diferentes efeitos físicos para a cidade, como esguichos de água nos bueiros, sacadas móveis capazes de serem derrubadas em cena e a simulação de curto-circuitos em postes. E também um grande desafio: uma reprodução em maquete da rua Tudor Afogado e sua vala, com sete metros de comprimento, feita para facilitar alguns takes de câmera. “A série baseia-se muito na complexidade dos personagens e da relação entre eles. E isso, no desenrolar da história, cria situações em que a cidade literalmente colapsa. E nós preparamos toda a base desse colapso”, conta Renato Lopes, responsável pela área.

Já o time de Efeitos Visuais, comandado por Léo Faria, reproduziu graficamente, em 3D, todo o exterior das casas e estabelecimentos da cidade cenográfica. O trabalho ajudou a criar o efeito de gamificação que permite oferecer ao público pontos de vista diferentes dos tradicionais. Como se um joystick movimentasse as câmeras por todos os ângulos possíveis, transportando o público para dentro da cena. “Pensamos muito em tudo que poderíamos propor em termos de diferentes movimentos de câmera ao Paulo Silvestrini, que nos fez essa encomenda. Para as passagens de tempo, por exemplo, optamos por um enquadramento virtual estático, como uma foto”, revela Faria.

A explosão de cores de um universo monocromático

Dando vida a um universo cinza, os personagens. Os figurinos assinados por Cao Albuquerque têm, para cada um, uma cor diferente. Juntos na rua Tudor Afogado, eles são uma explosão multicolorida. Para Turandot e Yolanda as referências foram as divas dos anos 1950 e as grandes rivais do cinema clássico, como Bette Davis e Joan Crawford. “Elas se parecem no visual, mas passeiam por cores distintas. Uma nunca tem a cor da outra. Enquanto Turandot tem um bloco de cor vinho, Yolanda traz o azul marinho”, descreve o figurinista. Já o protagonista Roblou tem uma pegada mais nerd no visual, refletindo sua afinidade com os muitos livros que têm dentre os seus pertences. Suas roupas flertam com o estilo do personagem Harry Potter, sempre em tons azul-esverdeados.

Assim como o trio protagonista, cada um dos demais personagens tem sua cor predominante. A licença poética para fugir desse padrão é Norma. Por trabalhar em uma boate, único lugar da série onde todos se sentem à vontade para serem, livremente, o que quiserem, a personagem abusa de diferentes cores e adereços com um figurino que acompanha seu humor, seja dentro ou fora da Mona de Ekê. “Ela é Beyoncé, Cher, Tina Turner. Um mix de referências dos clipes musicais dos anos 1980 e 1990”, pontua Cao.

São mais de 35 perucas dentre os itens de caracterização. Grande parte delas pertencente a Norma. “Ela foi o nosso parque de diversões. Sempre que tivemos a oportunidade, mudamos a cor e o corte dos cabelos de Norma. Ela é uma mulher livre e isso transparece no seu visual”, conta Dayse Teixeira. A caracterizadora ainda aponta a grande surpresa da equipe: o personagem Cabello. Na trama, ele é dono de uma vasta cabeleira com fios na altura dos ombros. Mas não é peruca e, sim, o próprio cabelo de seu intérprete, Edgard Bustamante. Em determinado momento da história, Cabello têm os fios cortados por Celeste. “Pensamos que teríamos que simular a careca do personagem. Mas, quando soube do corte de cabelo, o Edgar topou na hora. O cabelo real dele é cortado em cena”, revela Dayse.

Canal: 5 livros para ler antes do fim do ano
Colunas, Livros

Canal: 5 livros para ler antes do fim do ano

O ano está acabando e claro, que a vida de leitor é sempre muito agitada. Por isso, separamos 5 livros que você precisa ler com a gente antes do ano acabar. Em ritmo de Natal, quem é vivo sempre aparece e por isso, reativamos o nosso canal no Youtube (clica aqui e já se inscreve), e teremos vídeos novos todas as semanas se tudo correr conforme o planejado.

O vídeo dessa semana é uma lista de livros que quero ler antes do ano acabar e claro, quero te indicar e desafiar para ler junto comigo. Bora?

Os livros mostrados no vídeo são:

  • Caminho Longo, Vinícius Fernandes

Quando recebi o primeiro texto sobre “Caminho Longo”, algo já despertou em mim aquele comichão pra ler, ainda mais que sou apaixonado por romances e dramas, com a qualificação de que era LGBT. Me ganhou pela temática. Recebi o livro do autor um pouco tempo depois e comecei a ler no dia em que terminei meu TCC, querendo esfriar a cabeça e passar um tempo livre. Eu tinha uma hora de leitura antes da faculdade e pensei, bom, vou começar o livro e depois termino. Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram.

Caminho Longo conta a história de Bruno, um garoto gay que ainda está se descobrindo como tal. Ele sabe que é diferente dos outros de sua idade e sabe que há uma remota possibilidade de gostar de garotos. A trama tem um prólogo que me deixou ansioso e um desenvolvimento rápido, que mostra Bruno criança e logo depois, já no ensino médio, quando conhece Luiz, sua primeira paixão avassaladora. Leia nossa resenha completa aqui.

  • Conectadas, Clara Alves
  • Carnarvon, Marco A. D. Souza
  • Blackout, Jennifer LaBrecque
  • Um novo coração, Sylvia Day
  • Sessão da meia-noite com Rayne e Delilah, Jeff Zentner

Bora pro desafio com a gente?

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TAG: 5 melhores personagens femininas da literatura

A TAG de hoje é sobre as 5 melhores personagens femininas da literatura. Claro que é muito difícil listar somente 5, já que, cada vez mais, as mulheres vêm lutando pelo seu protagonismo, o que não é diferente nos livros. Porém, podemos dizer que essas 5 personagens iniciam uma lista infinita de mulheres fortes, independentes e aquém aos padrões ditados pela sociedade.

1 – Aurélia Camargo (Senhora, de José de Alencar)

Aurélia é a protagonista de Senhora, um livro de José de Alencar, publicado em 1874. Na trama, Aurélia era filha de uma costureira pobre e se apaixona por Fernando Seixas, um homem ambicioso que a despreza por querer se casar com uma mulher rica. Com a morte da mãe e uma herança inesperada do avô, Aurélia ascende de classe social e atrai novamente a atenção de Fernando. Com isso, ela propõe um acordo em forma de vingança: um casamento arranjado em troca do dinheiro que ele tanto queria. Assim, ela deixa bem claro o tempo todo que o está comprando, porém, o sentimento não some e Aurélia sofre bastante com sua própria vingança antes do final feliz.

O que coloca Aurélia em primeiro lugar é a sua personalidade forte e o papel que ela desempenha na história. Ao observarmos o contexto, a sociedade carioca do século XIX, não acha-se muito comum uma moça jovem e sozinha agir assim com tanta incisão e firmeza, administrando seus próprios negócios e até comprando seu próprio marido. Aurélia pode ser claramente vista como uma mulher feminista que, apesar de sofrer as consequências de seu próprio plano de vingança, age como tal para se posicionar como dona de si e contra a hipocrisia da sociedade da época.

2 – Capitu (Dom Casmurro, de Machado de Assis)

Capitu é a coadjuvante do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Narrada por Bentinho, a história tem como enredo principal seu romance com Capitu que acaba em um casamento cheio de desconfiança com uma possível traição entre Capitu e seu melhor amigo. Afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho? Ninguém nunca saberá e, talvez, nem o próprio Machado de Assis sabia. Porém, o relevante para esse post é o espírito livre e independente de Capitu que não se deixou abalar pela insegurança de Bentinho, mantendo sua personalidade forte e não cedendo às pressões de uma sociedade machista que a rotulava como “dada” demais para uma moça de família.

3 – Elizabeth Bennett (Orgulho e Preconceito, de Jane Austen)

Chamada de Lizzie pelas irmãs e pela melhor amiga, Elizabeth Bennett não se intimida diante da possibilidade de não receber herança do pai por ser mulher e não encara o casamento como a única coisa que ela deva almejar na vida. Orgulho e Preconceito é um romance de Jane Austen e se passa na antiga Inglaterra, quando as filhas não tinham direito à herança, ou seja, a maior preocupação dos pais era casá-las antes de sua morte, senão, ficavam na rua ou à mercê dos cuidados de outros parentes. A família Bennett tem 5 moças solteiras, então, o desespero exala a cada página.

Ao longo da história, vemos os esforços da mãe em arranjar bons casamentos para as filhas, porém, uma delas, Lizzie, não aceita muito bem essa história. Voluntariosa, inteligente, curiosa e leitora voraz, Lizzie não se importa com a postura, etiqueta, bailes e sua posição na sociedade. Ela também não se importa se terá direito a herança ou não, não tendo medo do trabalho e em ter que se cuidar sozinha. A única coisa com que Elizabeth Bennett se importa é se manter dona de si mesma, não aceitando de forma alguma se vender para qualquer um em troca de dinheiro e posição social. Quem leu o livro sabe que ela conhece o Mr. Darcy e que, depois de muitas brigas e desentendimentos, ele se mostra digno de se casar com ela e é aceito, porém, sempre é deixado bem claro que ele nunca seria seu dono e nunca a diria o que fazer.

4 – Gabriela da Silva (Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado)

Gabriela da Silva é uma sertaneja que migra do agreste baiano para Ilhéus em 1925 em busca de trabalho e uma vida melhor. É levada pelo árabe Nacib até seu bar e assume a cozinha como cozinheira, já que sabe usar bem os temperos baianos. Logo, chama a atenção de todos os homens da região por ter a cor da canela, o cheiro do cravo e uma beleza e sensualidade sem igual. O próprio Nacib não resiste e, após um tempo mantendo relações com Gabriela, resolve casar com ela, porém, a moça não cede às obrigações e costumes da época para uma mulher casada, já que sempre foi fiel aos seus desejos e vontades.

Após Gabriela ser flagrada na cama com outro, Nacib anula o casamento, mas a mantém como cozinheira e amante como antes, se conformando com a situação e aceitando o espírito livre de Gabriela, que é quem personifica as transformações de uma sociedade patriarcal, arcaica e autoritária em pleno nordeste brasileiro.

5 – Luna Lovegood (Harry Potter e o cálice de fogo, de J.K. Rowling)

Luna Lovegood é uma personagem da saga britânica Harry Potter que inicia sua jornada no quarto volume da série. Filha de Xenofílio Lovegood, autor da revista O Pasquim, e órfã de mãe, Luna está nesta lista por uma característica muito peculiar: ela não se importa com o que pensam sobre ela. Apesar de ser uma característica simples e parecer até “bonitinho” em uma história escrita originalmente para crianças, Luna nos traz uma lição que vai muito além disso.

Em algumas partes da história, vemos Luna sofrer bullying por agir diferente dos outros alunos. Ouvimos as risadas, vemos o revirar de olhos, o desconforto de alguns ao redor… Luna acredita em seres místicos que, apesar da trama fantasiosa, não existem no mundo mágico de Harry Potter, como uma criança que acredita no Papai Noel ou na Fada do Dente. Luna se veste como acha melhor e mais confortável, apesar de usar certos acessórios que não vemos as outras meninas de sua idade usarem. Luna dança conforme sente a música, mesmo que isso signifique dançar diferente de todo mundo ao redor. Enfim, Luna Lovegood é feliz e satisfeita em ser quem é, não se importando nunca e nem um pouco com o que pensam sobre ela.

A mensagem que isso passa para as meninas que assistem a saga é maravilhoso, afinal, o que mais temos na nossa sociedade é a pressão em seguir o padrão e a eterna frustração de nunca alcançar esse padrão. Seja pelo corpo perfeito, a personalidade perfeita, a inteligência perfeita… Se, assim como a Luna, nos importássemos mais com quem somos e o que gostamos, e menos com o que pensam que devemos ser, seríamos muito mais felizes.

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Cinco motivos para publicar seu livro

O cineasta brasileiro Glauber Rocha, expoente do cinema novo no Brasil, defendia que uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, era o inicio para se fazer um filme. Mas nem tudo funciona assim. É fato que todo mundo tem uma história para contar, seja sobre sua família, sua experiência profissional, uma ficção, um sonho ou qualquer assunto que desperte interesse e que possa acrescentar algo na vida de outra pessoa. Mas daí a transformar essa história em um livro, já é outro departamento. No campo das letras, não se pode ajustar a máxima de Glauber – uma ideia na cabeça e um computador nem sempre é o inicio para se ter um livro publicado.

“Lançar um livro é uma das melhores formas de eternizarmos aquilo que sentimos e nossa visão de mundo sobre determinado assunto. É também uma oportunidade muito especial de dividirmos nossas vivências, aprendizados e habilidades com os outros”, defende o book advisor Eduardo Villela que, desde 2004, ajuda autores a terem seus projetos publicados. De acordo com Villela, seguir alguns passos, como planejamento, organização, dedicação e contar com conhecimentos naquilo que se quer escrever são fundamentais para publicar uma obra.

Deixar um Legado

Os livros nunca morrem, estão sempre presentes em prateleiras de bibliotecas, livrarias e também no ambiente virtual como e-books. De acordo com Villela, quem possui uma obra publicada deixa uma herança para as próximas gerações. “Um livro nunca expira, pode passar de geração para geração e não deixa a sabedoria, as memórias e os aprendizados de seu escritor morrerem”, conta.

Compartilhar experiências

“O livro é um meio muito eficaz para você transmitir seus conhecimentos e experiências a um grande número de pessoas”, a frase de Villela demonstra que escrever também é uma maneira de compartilhar uma expertise de determinado assunto com seu público-alvo.

Um exemplo disso é o livro “O Guia do Viajante do Caminho de Santiago – Uma Vida Em 30 Dias”, escrito pelo Daniel Agrela, viajante profissional e jornalista, a obra é um guia brasileiro que compartilha a experiência do autor no famoso caminho europeu e traz orientações valiosas para que os leitores aproveitem muito a viagem.

Alavancar os negócios

Publicar um livro para um autor pode ser um impulsionador de carreira. Eduardo Villela conta que já lançou mais de 200 livros de autores que já eram palestrantes, consultores, profissionais liberais e autônomos. Após terem suas obras lançadas, eles viram, depois de um ano, aumentar em, pelo menos, 50%, ou mesmo viram dobrar a procura por suas aulas, workshops e consultorias. “Se o livro tem conteúdo, seu texto está bem redigido e gostoso de ler e o autor o escreveu tendo em mente as necessidades do público-alvo no tema, ele terá muito boas chances de ser bem aceito pelos leitores”, esclarece o book advisor.

Conferir credibilidade e tornar seu autor uma referência

O livro dá força para o profissional que pretende ser referência em uma área. Villela defende que lançar um livro confere credibilidade e contribui muito para o seu autor se consolidar como especialista em determinado assunto, mas para isso a obra deve ser muito bem construída e de fato agregar valor aos seus leitores . “Todos nós temos conhecimentos, habilidades e experiências valiosos que podem mudar a vida de alguém. Ao escrever um livro, você torna possível que outras pessoas aprendam com você”, ressalta o especialista.

Siga uma metodologia

Ainda de acordo com ele, é possível, viável e existe uma metodologia certa para escrever um bom livro. “Escrever um livro não é uma atividade para ser realizada sozinho, não exige nenhum talento nato, mas demanda conhecer bem e ter experiência de determinado assunto e do público. É preciso contar com a orientação especializada de um book advisor, que possa acompanhar o autor em cada uma das etapas da escrita e publicação de seu livro ”, revela.
Cultura, Livros, Talks

ENTREVISTA COM LÚCIA TULCHINSKI, AUTORA DO “MONSTRONÁRIO – MONSTROS E ASSOMBRAÇÕES DO BRASIL DE A A Z”

A Estrela Cultural, editora que surgiu no mercado editorial em 2018, vem lançando uma série de obras nacionais voltadas para o público infantil. Agora, a editora apresenta seu mais novo lançamento, a obra Monstronário – Monstros e assombrações do Brasil de A a Z, escrita pela jornalista Lúcia Tulchinski, com ilustração de Alexandre Carvalho.

Nesse final de semana, fomos até a Livraria da Vila, no Pátio Batel Curitiba, onde acompanhamos o lançamento do livro e tivemos a oportunidade de conversar um pouco com a autora. Continue lendo para conferir:

Beco Literário: Muito bom participar do lançamento da sua obra, Lúcia. Para começar, nos fale um pouco sobre você.

Bom, sou nascida em Campo Grande, mas criada em Curitiba. Eu me formei em Jornalismo, pela Universidade Federal do Paraná, e sempre tive um gosto pelos livros. Já trabalhei em TV e em alguns outros veículos, mas fui para São Paulo em busca de outros caminhos e foi lá que descobri essa minha veia literária. Desde então tenho trabalhado em obras voltadas ao público infantil, já tendo publicado nove livros pela Editora Scipione. São todas histórias lúdicas, com contos, fábulas e adaptações – como As Viagens de Gulliver e o Mágico de OZ.

BL: E o que pode nos falar sobre seu novo lançamento?

É um guia com 37 monstros do folclore brasileiro. Eles estão em ordem, de A-Z, e estão todos ilustrados pelo Alexandre Carvalho. A ideia é ser algo bastante lúdico mesmo e mais puxado para o humor, voltado para as crianças – nada como um dicionário oficial ou coisa do tipo. O intuito é proporcionar esse contato com o folclore nacional de uma forma lúdica.

BL: Como uma autora do público infantil, como você encara o desafio da literatura em competir com tantas outras formas de entretenimento? Hoje é mais difícil fazer as crianças se interessarem pela leitura, sendo tão bombardeadas com conteúdo na tv, na internet, no cinema etc?

Eu sou otimista. Acho que tem muitas coisas legais acontecendo, como os diversos clubes de leitura que estão crescendo pelo país! Acho que tem muitos pais que incentivam a leitura dos filhos, que trazem para ter autógrafos, que compram livros. São pais conscientes do poder da leitura. Além da escola, que está sempre inserindo a leitura – e que também possuem projetos muitos lúdicos voltados para a leitura.

Autora Lucia com seu novo livro

BL: Então, você confia que ainda tem espaço para trabalhar com os livros entre as crianças?

Tem muitas editoras fazendo isso, a própria Estrela está há dois anos no mercado e já está cheia de títulos. Tem tantos eventos literários, sempre lotados, feiras, piqueniques literários, caravanas do livro, até mesmo a própria Bienal. Em todo lugar têm pessoas trabalhando com literatura de uma forma lúdica, alegre e descontraída.

BL: Nós do Beco sabemos como é importante incentivar a leitura no país. Seu livro também tem o desafio de incentivar a cultura folclórica brasileira, como você entende esse papel do autor nacional?

É um papel importante de quem trabalha com o livro, temos que ensinar a celebrar essa miscigenação – essa composição de culturas que formam o Brasil. Somos frutos de diversas influencias e precisamos celebrar isso de uma forma alegre, saudável, lúdica e criativa. Sou muito fã disso.

Sobre a obra:

Monstronário – Monstros e assombrações do Brasil de A a Z apresenta seres como Bicho-Papão, Tutu Marambá, Pisadeira, Quibungo e Lobisomem. Nas 37 páginas da obra, eles desfilam seus adoráveis trejeitos assustadores de forma lúdica e divertida. Definitivamente, Monstronário possui um repertório único, no qual o fantástico convive com o popular, traduzindo de maneira dinâmica, para os pequenos, nossa imensa riqueza cultural.

Nas páginas desse guia, personagens do folclore brasileiro desfilam seus adoráveis trejeitos assustadores de forma bem-humorada. Um repertório único, no qual o fantástico convive com o popular, traduzindo nessa imensa riqueza cultural. Dizem que eles vivem apenas na imaginação daqueles que adoram contar causos, mas quem pode garantir?

Ficha técnica:

Título: Monstronário – Monstros e assombrações do Brasil de A a Z

Indicação: A partir de 6 anos

Autoria: Lúcia Tulchinski

Ilustração: Alexandre Carvalho

Temas transversais: Folclore

ISBN: 978-85-45559-67-2

Páginas: 84

Preço: 49,90

Para conhecer mais da autora, você pode visitar seus perfis no Facebook e no Instagram. Ou, se quiser adquirir o livro, pode procurar em livrarias e lojas como a Amazon.

tarô
Atualizações

Tarô: Veja os conselhos para o seu signo em novembro

O tarô é um oráculo muito utilizado para previsões e aconselhamentos ao redor do mundo há muitos anos. Sem relação com nenhuma religião, é bastante procurado pelas pessoas mas poucas levam sua leitura com seriedade e fugindo da charlatanice. É possível estudar o tarô e seus arquétipos de maneira séria para acessar a mente do consulente e poder aconselhar nas mais variadas áreas da vida.

Todas as semanas publico em meu Instagram (@gabucamacho), uma jogo com cartas para meus seguidores escolherem e terem um aconselhamento para a semana em alguma área da vida. Buscando ampliar esses conhecimentos, buscarei postar todos os meses os conselhos mais completos para os signos do zodíaco por aqui também. Vamos lá?

Conselhos do tarô para os signos de fogo

Áries, Leão e Sagitário – Três de Paus, Rei de Paus, A Justiça

Há um bom início de uma atividade promissora na sua vida, mas tome cuidado com alguns desfalques e traições. Você já fez muito, mas ainda há muito mais por vir, pela frente. Você precisa parar e se planejar para poder continuar na direção certa. Pode ter o apoio de um homem honesto e determinado na sua vida, mas quem precisa realizar as coisas é você. É um bom momento para aproveitar ajudas e criar algo. Busque o equilíbrio em tudo na sua vida, só assim você obterá bons resultados. Mas não se torne frio ou muito severo.

Conselhos do tarô para os signos de terra

Touro, Virgem e Capricórnio – Rei de Espadas, Carro, Sol

É um jogo bem voltado para as questões do intelecto e pode ter a representação de alguém ativo e ambicioso na vida, que pode ser você ou alguém próximo que pode te auxiliar nas questões do intelecto. Se for uma pessoa de fora, ela tem uma mente aguçada e não confia em qualquer um, mas pode te ajudar bastante nas suas tarefas e em bons conselhos. Tenha mais vontade nos seus empreendimentos, coloque metas e cuidado com a falta de controle. Peça conselhos, direcione sua vida para a vitória, porque ela é certa com o Sol no seu jogo, que fala de esforços compartilhados e realização. Não se torne muito vaidoso ou exibicionista.

Conselhos do tarô para os signos de ar

Gêmeos, Libra, Aquário – Nove de Ouros, Três de Espadas e Rainha de Copas

Jogo bem diversificado que começa pelo ramo material. Um sonho seu pode estar próximo de se realizar, tendo em vista essa maré de muita sorte financeira. Tome cuidado com o oportunismo, e tenha certeza que você está remando em direção as suas metas. Nada vem de mão beijada na vida, nem com toda sorte do mundo. É um momento de emoções tempestuosas, pode ocorrer um abalo na família com a volta de antigas cicatrizes e erros repetidos do passado. Cuidado com esses erros. Pode haver uma separação na sua vida, por distância ou outros motivos. Aproveite as ajudas que estão próximas de você mas saiba dosar. Confie, desconfiando.

Conselhos do tarô para os signos de água

Câncer, Escorpião e Peixes

Como é o mês de escorpião, fiz um jogo mais completo para homenagear os signos de água e toda a sua inconstância. É um jogo diversificado, mas me espantaria se não fosse. É um momento de pausa e expectativa, em que você se sente ameaçado sem que haja uma razão aparente. Pode ser o inferno astral de uns, mas não é hora de parar ou desistir, apenas recarregar as forças. Tenha determinação, porque todos os seus esforços e paciência serão bem recompensados. É um bom momento para notícias boas de situação financeira, desde que você continue planejando seu futuro. É uma boa hora para compra e venda de aplicações. Tome cuidado com o medo que não te deixa seguir em frente, veja as questões com clareza porque você está estagnado apenas por medo, que já vem de algum tempo na sua vida.

Lembrando que as previsões do tarô são genéricas e podem mudar a todo momento. Elas só mostram um caminho dos milhares de outros que você pode seguir, quem escreve seu futuro e sua vida, acima de tudo, é você mesmo. Para uma consulta mais específica, de acordo com a sua vida, entre em contato conosco!

Quarto de Despejo
Livros, Resenhas

Análise: Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus

Quarto de Despejo é o primeiro livro de Carolina Maria de Jesus, até então desconhecida. Publicado na década de 1960, o livro é um diário que aborda o cotidiano de uma mulher negra, mãe, pobre, solteira e favelada. O livro é uma arma, tanto para expor ao mundo suas vivências na favela do Canindé, quanto quando era insultada e esbravejava que colocaria isso em seu livro. Quarto de Despejo é uma obra de resistência.

Os relatos, divididos em capítulos datados de 1955 a 1960, com aspectos da rotina de Carolina escritos de forma bem fiel. No meio dos fatos, ela escreve devaneios de como é difícil a vida de uma mãe que cria seus filhos na linha da miséria. Três filhos sob sua inteira responsabilidade, fazem com que a mulher se desdobre entre catadora de papelão, metal e como lavadeira. Ela não dá conta e muitas vezes sua frustração transparece nas páginas, mas há algo maior que a move: sua fé.

Ela tem total repúdio pela situação em que vive, e ao mesmo tempo é apedrejada pelos seus vizinhos ao menor sinal de sucesso de sua publicação. Isso causa estranheza, porque mesmo inconformada e em uma situação precária, consegue tirar olhares de inveja de pessoas próximas. Nisso, ela também encontra explicação na fé, quando cita em certas passagens do livro que precisa se benzer porque está com mau olhado.

Quarto de Despejo é um desabafo vomitado em páginas que nos deixam imersos em uma realidade que muitas vezes não conhecemos. Algo que é importante destacar, mais uma vez, é sua luta que desdobra todos os dias para prover o sustento de sua família. É ela pelos seus filhos, e muitas vezes, ela não tem para dar a eles. Ela cita que sabe a cor da fome: amarela. E essa cor ela tentava fugir ao máximo.

É uma obra sofrida que poderia ser facilmente ficcional, mas infelizmente não é. É dura, difícil e honesta. Seu linguajar também demonstra essa dureza e frieza. Há alguns erros gramaticais que contribuem para comprovarmos a veracidade da história. Carolina é autodidata.

Quarto de Despejo foi descoberto pelo jornalista Audálio Dantas, para quem Carolina mostrou seus cadernos durante uma reportagem que ele fazia no Canindé. Os trechos foram publicados em uma reportagem da Folha e depois publicado e organizado pelo próprio Audálio, que fez poucas alterações mantendo seu diário na íntegra.

A escritora faleceu em 1977, após sucesso de vendas dos livros, deixando três filhos.

Vale Influenciadores
Atualizações, Cultura

Vale Influenciadores Remember: É amanhã!

O Vale Influenciadores Remember, terceira edição do principal evento de influenciadores digitais do Vale do Paraíba acontece amanhã (09), das 9h30 às 12h30 na Biblioteca Pública Cassiano Ricardo (R. Quinze de Novembro, 99 – Centro), em São José dos Campos.

O evento é organizado pelo Beco Literário em parceria com o Estante LZ e agora conta com o apoio integral da Biblioteca Pública, além do patrocínio do Grupo Maxi Água, da Prazer, Gabrik, da Pet Memorial, do Mercado Candelária, da Luluzinha Festas e Luluzinha Casa na Praia, da Lux Sala de Estudos, da Faro Editorial e da Galeria na Rua.

Apresentado tradicionalmente pelo Gabu Camacho, fundador do Beco Literário e pela Letícia Zucco, idealizadora do Estante LZ, os convidados especiais desse ano são Léo Alves, Higor Magela, Luana Helena, Ma Morais e Gabi Ferreira, todos influenciadores digitais dos variados nichos.

Começando pontualmente às 9h30, o Vale será dividido em dois momentos principais: a mesa redonda e o café com networking, segundo o cronograma abaixo:

Programação do Vale Influenciadores Remember

9h30: Apresentação do evento e início da mesa redonda
9h50: Fechamento da entrada para o evento – não haverá a possibilidade de entrar após esse horário
10h20: Pausa para sorteio e patrocinadores
10h30: Abertura de microfone para a platéia
11h: Pausa para sorteio e patrocinadores
11h10: Abertura de microfone para a platéia
11h30: Pausa para sorteio e patrocinadores
11h40: Início do café com networking e espaço para fotos
12h30: Fim do evento.

Para participar, é necessário se cadastrar clicando aqui, e levar 1 kg de ração para cães ou gatos, para ajudar as ONGs parceiras do evento. Haverá transmissão ao vivo nas páginas do Facebook e cobertura em tempo real no Instagram.

Lembrando que o cadastro é obrigatório e não garante lugar. Para garantir o seu, se programe para chegar mais cedo no local.