“Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se caráter, e nosso caráter torna-se nosso DESTINO.” Autor Desconhecido
Certamente, você leitor que já esteve em alguma sala de aula (seja de colégio, cursinho), já ouviu a expressão do professor em que não se pode escrever dissertação argumentativa em primeira pessoa, pois não somos ninguém tão importante para expressar nossos pensamentos e ideias tão aparente, pausa para ironia.
Sim, os professores de redação possuem essa liberdade metodológica para fazer com que seus alunos entendam que, ainda não possuem reconhecimento teórico para afirmar algo, isto é, a ciência requer pesquisa, comprovação sistemática e não só empírica. A fundamentação teórica do seu texto também funciona da mesma forma! Não se pode afirmar com “eu acho”, “eu vi na rua da minha casa isso acontecer”, ou “ já aconteceu na minha família”. É preciso fundamentar a sua ideia/tese numa base forte e comprovada pela ciência.
Fazer citação em seus textos, sejam científicas ou jornalísticos, comprova que: você possui leitura sobre o assunto, há o reconhecimento de toda a discussão, portanto a ideia central será exposta com relevância e firmeza e também, um texto bem fundamentado terá frutos com discussão ricas e possivelmente, uma mudança de opinião do leitor.
As citações são feitas no espaço do desenvolvimento do texto. Cuidado: ao fazer a citação, é preciso deixar explícito a referência do autor, de quem de fato escreveu o que está sendo citado. Em artigos científicos, monografias, dissertações e teses existe uma série de normas descritas pela Associação Brasileira de Normas Técninas (ABNT). Para textos redigidos por alunos em vestibulares e concursos a regra é esta:
a) Se for frase de algum escritor, é preciso expor o nome do escritor que a redigiu/criou;
b) Se for trecho de algum livro, título de algum capítulo ou parágrafo, é preciso expor o nome do livro e do autor;
c) Se for uma frase de autor desconhecido, é preciso expor “Autor desconhecido” como o exemplo da epígrafe deste ensaio;
d) Se a for a ideia central do trabalho de algum teórico, algum filósofo ou sociólogo, por exemplo, é preciso expor o título da tese e o nome do autor, por exemplo: O Mundo das Ideias, Platão; A Luta de classes é o motor da História, Karl Marx; Pensamento Multifocal, Augusto Cury;
Portanto, leia muito e faça anotações diariamente daquilo que você enxerga como um assunto importante e válido para ser lembrado.
“A verdade é sempre o argumento mais forte”
Sófocles (496 a 405 aC)
Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador.
Paul Valéry
Estamos desenvolvendo uma série de ensaios críticos e bem argumentativos para te ajudar na elaboração de uma boa redação. Já passamos pela introdução, você pode ler aqui mesmo no site do Beco todas as explicações e exemplos ilustrando como iniciar seu texto e, neste texto que vos escrevo, reservei um assunto bem interessante: árvore de ideias!
A árvore de ideias é um mecanismo de organização de seus pensamentos no segundo e terceiro passo/ parágrafo da sua redação.
Ou seja, os dois parágrafos de seu texto destinado a argumentação e exemplificação de sua tese/posicionamento ideológico – também chamado de DESENVOLVIMENTO, deve conter dados, pesquisas, frases de pensadores reconhecidos para dar sustento ao seu posicionamento expresso na Conclusão.
Portanto, o que é então a árvore de ideias propriamente dita? A árvore de ideias é uma sequência de tópicos que pode ser realizada após a leitura dos textos coletânea ou após a leitura da proposta temática. A leitura dos textos exemplificadores oferecidos pela banca avaliativa não é obrigatória, você como escritor da redação deve escolher se consegue organizar seu tempo de prova em leitura e processo de escrita.
Os tópicos listados diz respeito ao assuntos que você poderá levar em consideração na sua argumentação, isto é:
Exemplo I
Proposta temática: O livre porte de armas no Brasil, deve ser permitido?
– Segurança
-Integridade da Família
– Defesa pessoal
– Massacre de Realengo, abril de 2011
– Massacre de Las Vegas, outubro de 2017
– Citação filosófica: “Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas.” (Barão de Montesquieu)
– Citação filosófica 2: “As armas não conhecem limites. ” (Sêneca)
Exemplo II
Proposta Temática: A importância do Movimento Feminista na Luta pelos Direitos das mulheres
– Ser mulher
– Ideologia do Sexo frágil
– Independência tardia da Mulher
– Direito ao voto
– Cultura da imagem: a mulher como aperitivo sexual
– Cultura da imagem: mulher não nasceu para assuntos políticos, somente “donas de casa”
– Citação Filosófica: É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta. (Simone de Beauvoir)
A partir do momento em que você lista os assuntos relevantes a proposta temática, é possível avaliar e reavaliar os argumentos necessários para estruturação da sua conclusão. É necessário usar ideias, dados de pesquisa, citações filosóficas que afirmam e condizem com a sua conclusão.
Treine bem em casa a seleção de ideias e o mais indicado: LEIA MUITO! Não conseguirá ter bons argumentos na sua redação se não tiver em mente uma bagagem de conhecimentos para selecionar no ato da escrita.
O Enem está chegando! Em 2017, o exame será nos dias 05 e 12 de novembro!
Você estudou pra caramba para a prova, ralou demais mesmo, e está confiante de que este é um dos dias mais importantes da sua vida.
Sabemos disso e não vamos deixar você colocar tudo a perder. Seja por ter esquecido a caneta ou por chegar ao local de prova errado, faltando 5 minutos para os portões fecharem.
Por isso, o pessoal da Revista QB preparou uma checklist do Enem com tudo que você precisa checar antes de sair para fazer a prova!
Checklist do Enem
Na imagem abaixo, você pode ver todos os itens que listamos.
E, para facilitar ainda mais, tem uma versão para impressão. Assim, você pode marcar o que já foi feito, rabiscar e anotar suas informações. Basta clicar no link acima da imagem e, depois que o arquivo abrir, no botão da impressora!
Confira o que falta fazer, dê uma olhadinha na lista antes de sair e veja se já fez tudo, beleza? Os links de apoio estão logo depois da imagem.
Mãos na massa caneta tinta preta de plástico transparente! Ânimo, que o Enem é só mais uma etapa e em breve você estará dentro da faculdade! =D
Gostou? Se ainda tiver alguma dúvida, confira o Edital do Enem 2017 neste link.
O Checklist do Enem é útil pra você? Compartilhe com seus amigos que também vão fazer o Enem 2017!
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Texto originalmente postado na Revista Quero Bolsa, no dia 01/11. Arte por Amanda Inasaki.
Olá, leitores do Beco! No nosso espaço hoje, reservei um ensaio explicativo bem interessante para continuarmos a discussão a respeito da “arte da escrita”.
Já foi falado sobre os vários tipos de textos – assunto anterior: tipologia textual – e ilustrado os mais comuns, aqueles mesmos encontrados no ensino médio, nas avaliações de concursos/vestibulares e os famosos “textão de facebook” (vulgo artigo de opinião, com ironia e risos destaco esta ultima parte com aspas).
Para relembrar…
Para te ajudar a entender a logística que une e diferencia esses dois tipos textuais, é necessário entender primeiramente que, os dois textos são considerados importantes e covalentes em uma linha imaginária paralela, não há hierarquização onde um se manifesta com uma importância rotulada por ser “culto” e o outro marginalizado por ser “popular”. Reafirmo, não.
O primeiro parâmetro que diferencia estas duas modalidades textuais é o viés que cada tipo de texto é escrito. A Dissertação Argumentativa, por ser um texto puramente científico, se manifesta pela impessoalidade e mantem o caráter filosófico e questionador assim como o Artigo de Opinião é caracterizado pelo sarcasmo, linguagem irônica e a marca de pessoalidade, isto é, a presença das primeiras pessoas (tanto no singular, quanto no plural).
Entretanto, a construção de ambos os textos são iguais:
– Introdução
– Desenvolvimento I
– Desenvolvimento II
– Conclusão
No processo da escrita, é comum que, todo indivíduo que se submete a posição sujeito escritor em algum momento, seja prova ou qualquer outro tipo de avaliação, expor num papel uma linguagem “rebuscada”, “culta” (ou pelo menos tentar).
Então, como fazer uma introdução de um texto, seja ele dissertativo argumentativo ou artigo de opinião? A resposta é bem simples e palpável. Vá direto ao objeto de estudo. Posso descrever aqui neste ensaio, no mínimo dez maneiras de se introduzir um texto, mas vou me atentar ao caminho mais claro:
Pergunta: Como introduzir um texto?
Resposta: Conceitue a palavra chave da proposta temática.
A melhor maneira de se introduzir um texto é a abordagem de conceito.
Por exemplo:
Tema: “Os impactos da violência no trânsito brasileiro”
Palavra-chave da proposta temática: Violência
Contexto para argumentação: Trânsito brasileiro
Tema: “Os desafios do bullying nas escolas brasileiras”
Palavra-chave da proposta temática: Bullying
Contexto para argumentação: escolas brasileiras
Em ambos os exemplos, é possível perceber que existe uma palavra que é a chave da proposta temática do texto, e você precisa encontra-la. Portanto, se você não entender o tema que esta sendo exigido, será um pouco mais complicado redigir a sua redação de forma mais coesa e coerente.
Antes de falar dos impactos da violência do trânsito no Brasil, conceitue a palavra violência, o que é violência? Antes de falar dos desafios do bullying nas escolas, o que os alunos que são excluídos ou também, o que os alunos são capazes de fazer para fugir da dor da exclusão social, por que não conceituar para o leitor que irá ler a sua redação na introdução, o que você conhece, o que você sabe de bullying? Qual o conceito de bullying?
A dissertação argumentativa ou artigo de opinião fica mais fácil de se escrever quando se sai do real marco zera – o conceito da palavra-chave da proposta temática do texto.
Lembre-se, ao iniciar um texto, tente encontrar a palavra chave e conceitue, sua argumentação fluirá com mais facilidade após essa estratégia.
Uma das provas mais temidas dos vestibulandos está chegando! E para te ajudar nessa missão de fazer tudo dar certo, o Beco contou com a ajuda do professor Mário Bolpoto, de Língua Portuguesa – especializado em ministrar aulas de redação nas escolas – para dar aquelas dicas de ouro que todo mundo estava esperando. (ou precisando?)
Se você pensa que é impossível tirar 1000 na redação, se enganou! Confira as dicas, estude bastante e boa sorte! Olha só:
Dicas infalíveis para mandar bem na redação do Enem
1. LEITURA: Separe um bom tempo no início da prova para fazer uma leitura atenta do tema e dos textos motivadores. Lembre-se que a redação, em 2017, estará junto com as provas de Linguagens e de Ciências Humanas, ou seja, você vai ler muito durante esse primeiro domingo de prova. É bom fazer uma leitura atenta para não precisar ler muitas vezes os textos motivadores. Depois, tente aproveitar leituras da prova para novas reflexões sobre o tema, se houver algo que ajude, é claro.
É bom fazer uma leitura atenta para não precisar ler muitas vezes os textos motivadores.
2. ORGANIZAÇÃO: Para uma boa redação, é importantíssimo ter um bom projeto de texto. Um bom trabalho precisa de organização. Antes de passar seu texto a limpo, faça esquemas com palavras-chaves e uma linha de raciocínio. Seu texto precisa de clareza e isso só é possível com muita organização.
Um bom trabalho precisa de organização.
3. TEMPO:Separe 30 minutos para elaborar seu projeto de texto e mais 30 minutos para passá-lo a limpo. São momentos de cansaço e desatenção que nos fazem cometer erros bobos de ortografia, acentuação, pontuação, etc.
Separe 30 minutos para elaborar seu projeto de texto e mais 30 minutos para passá-lo a limpo.
4. REPERTÓRIO: Ao longo de tantos anos de escola e de leituras, vídeos, filmes, leituras de jornal, jogos e conversas, você já fez várias relações entre fatos, notícias e algumas reflexões filosóficas. Faça o mesmo na sua redação. É muito relevante que seu texto consiga dialogar com a coletânea e com suas leituras anteriores. Vale ressaltar que não é interessante copiar nada dos textos motivadores.
É muito relevante que seu texto consiga dialogar com a coletânea e com suas leituras anteriores.
5. AUTORIA: Se você se preparou ou não para a prova, todo mundo tem o hábito de escrever e de se comunicar. Procure sempre fazer de forma natural, autoral e do seu jeito. Seja fiel ao que você faz e à sua discursividade. Tentar forçar o uso de palavras que você não está acostumado a usar pode mais atrapalhar do que ajudar, principalmente se você não conhece perfeitamente o uso daquelas palavras que você pretende colocar em seu texto.
Procure sempre fazer de forma natural, autoral e do seu jeito.
E aí, gostaram? Agora é só colocar todas as dicas em ação e fazer a melhor redação da sua vida!Não se esqueçam que esse ano o Enem acontece nos dias 05 e 12 de novembro, dois domingos.
Hey Leitores do Beco! Espero que esteja tudo bem com vocês! Estamos percorrendo por uma série de ensaios cujo objetivo seja auxiliá-los na realização de uma boa escrita.
Os textos mais comuns que são encontrados em toda área acadêmica são:
Dissertação Argumentativa
Artigo de Opinião
Antes de iniciarmos a análise da primeira parte da estrutura textual – Introdução, é preciso entender o objetivo de cada construção textual, ou seja, para que cada texto é usado? Qual veículo de comunicação é ele utilizado?
Dissertação argumentativa é uma produção textual puramente científica e teórica, portanto, todos os assuntos retratados por essa construção de ideias devem ser fundamentados em fatos históricos, pensamentos de teóricos e dados mediante pesquisas e gráficos. A principal característica que diferencia a tipologia textual dissertação do artigo de opinião, é a pessoa inscrita dentro do texto.
No Artigo de Opinião, a pessoa que é inscrita dentro do texto é a primeiro, isto é, pode se utilizar a primeira pessoa do singular/plural em todos os verbos que compõem o texto; já a dissertação não, esta é escrita e descrita pelos verbos em terceira pessoa o que garante a impessoalidade e a confidencialidade da criticidade e da ciência, isto é, o texto científico não foi regido por “achismo” ou senso comum, mas por uma base ideológico que se apresenta ao leitor por meio de provas.
Como o artigo de opinião é um tipo de texto comum em jornais e revistas [meio de veiculação de maior reconhecimento pelas massas sociais], o texto é escrito e descrito pelas primeiras pessoas tanto no singular quanto no plural. Entretanto, se for um texto exigido por uma banca de avaliação universitária por meio de vestibular ou concurso público, o seu texto em primeira pessoa deve ser escrito em primeira pessoa, mas fundamentado por gráficos, pesquisas provando um posicionamento pessoal, nada de senso comum.
Para ilustrar essa diferença entre tais textos, aqui vai um exemplo:
Exemplo 01 – Enem 2016
Acadêmica: Marcela Sousa Araújo, 21 anos
Título do texto: No meio do caminho tinha uma pedra
No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados diariamente por opressores intolerantes.
O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua Constituição Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando como base a legislação e acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e a dissseminação de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas. Assim, o que deveria caracterizar os diversos “Brasis” dentro da mesma nação é motivo de preocupação.
Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada mês são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15% envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela Secretaria dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores torna-se, portanto, maior.
Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como norte a máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia.
O Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir, efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá incluir matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder, deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças. Somente assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante.
Exemplo 02 – Artigo de Opinião
Autor: Desconhecido
Tema: Racismo
Ainda que grande parte da população brasileira seja descendente de negros, o problema do racismo está longe de ser resolvido.
No período colonial, Portugal trazia os negros da África para trabalharem no país em condição de escravos. Desde então, o racismo esteve incutido na mente de muitos brasileiros.
Embora a Lei Áurea tenha libertado os negros do trabalho escravo em 1888, a população negra apresenta os maiores problemas ainda hoje no país. Por exemplo, as condições de vida, o trabalho, a moradia, dentre outros.
Se observarmos as favelas do país ou mesmo as penitenciárias, o número de negros é sem dúvida maior. A grande questão é: até quando o racismo persistirá no nosso país?; pois mesmo séculos depois, ainda é possível nos deparamos com um racismo velado no Brasil.
A implementação de políticas públicas poderá resolver nosso problema, mas ainda temos muitos caminhos a percorrer. Infelizmente, creio que não estarei vivo para contemplar essa conquista.