Tags

cultura

Fábricas de Cultura homenageiam Rita Lee com programação gratuita em todo o mês de junho
Divulgação
Cultura, Séries

Fábricas de Cultura homenageiam Rita Lee com programação gratuita em todo o mês de junho

Muitas Fábricas de Cultura, durante o mês de junho, homenageiam a musicista Rita Lee, ícone da música brasileira que faleceu em maio de 2023, através de diversas ações gratuitas presenciais e on-line. Na programação especial, terá: “Trilha de curta duração: Cante e toque Rita Lee”; atividades literárias cujas referências serão as seguintes obras: “Amiga ursa, uma história triste, mas com final feliz” e “Dr. Alex e vovó Ritinha: Uma aventura no espaço” e “Rita Lee: uma autobiografia”; Tributo à Rita Lee com as bandas “Mesa do Rock”, “João e Giselle” e “Sayuri e Bruno Furquim”; Show musical “Rita Lee Cover”; Teatro musical “A moça das flores”; Seminário cultural com “Sérgio Carlini”, guitarrista da Banda Tutti Frutti; Exibição do documentário: “Um Broto Legal”; Grafites em telas inspiradas nas canções de grandes sucessos da artista e a ação “Pintando ilustrações de Rita Lee” para as crianças. E ainda, terá oficina de moda, o Podcast Podtudo! Podtudo? e o vídeo “Bordando Rita Lee”.

“Temos a missão de formação e difusão e também de memória e pertencimento, apesar de não ser um ambiente de museu. É importante levar para os nossos jovens a importância e memória de Rita Lee. A princípio era para ser um dia, mas as ideias começam a aflorar. E, nas conversas, decidiu-se fazer um mês inteiro de ações, nas Fábricas”, explica Marilia Marton, Secretária da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

Na Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes terá a “Trilha de curta duração: Cante e Toque Rita Lee”, de 05 de Junho a 07 de junho, das 14h às 17h. As matrículas serão feitas pelo Link. Os participantes conhecerão a história de Rita Lee na música e o percurso artístico, e a partir da imersão na história musical estimulará o desenvolvimento da percepção auditiva, além de técnicas em variados instrumentos, com o acompanhamento do canto e o estudo de solos.

Na Fábrica de Cultura Sapopemba terá leitura mediada do livro “Dr. Alex e a vovó Ritinha”, em 10 de junho, às 11h. Na obra, a rainha do rock se transforma em fada e trata de um tema delicado para as crianças: a morte. De uma maneira leve, lúdica, colorida e criativa a autora traz reflexões profundas para pensar nessa experiência inevitável para qualquer ser vivo. A equipe da Bibliotech convida o público para a leitura do livro que foi escrito no início da pandemia da Covid-19, e é derivado da série “Dr. Alex”, escrito por Rita, entre os anos 1980 e 1990 e relançada, recentemente, com texto atualizado, com novas ilustrações, de Guilherme Francini e novo projeto gráfico.

Em 15 de junho, na Fábrica de Cultura Sapopemba, às 15h, acontecerá a atividade de criação inspirada no livro “Amiga ursa, uma história triste, mas com final feliz”, de Rita Lee, o qual traz a história da ursa Rowena que veio parar no Brasil vítima de tráfico de animais. Durante anos, ela foi maltratada em circos e zoológicos até ser resgatada e ir para o Rancho dos Gnomos, onde vive o tão aguardado final feliz. De maneira leve e divertida, aborda-se temas como geografia, biologia, a importância da preservação do meio ambiente e, é claro, o respeito aos animais. Durante a leitura, o público será convidado a criar desenhos, textos e a responder às perguntas que o próprio livro traz sobre meio ambiente, flora e fauna.

Na Fábrica de Cultura São Bernardo do Campo, terá um tributo à Rita Lee com uma apresentação musical presencial do trio “Mesa do Rock”, que já existe há mais de 10 anos, em 16 de junho, das 14h às 15h, e com transmissão on-line nos Instagrans @fabricasdecultura e @fabricadeculturasbc4.0.

Na Fábrica de Cultura Vila Curuçá, acontecerá um tributo à Rita Lee através da apresentação musical dos artistas da comunidade e região, “João e Giselle”, em 10 de junho, às 14h, será presencial com transmissão on-line no instagram principal @fabricasdecultura.

Outro tributo à Rita Lee será com “Sayuri e Bruno Furquim”, em 23 de junho, às 14h, na Fábrica de Cultura Sapopemba, com transmissão on-line pelos Instagrans @fabricasdecultura e @fabricadeculturasapopemba.

Já pela Fábrica de Cultura Santos, no Teatro Guarany, o público apreciará o show musical “Rita Lee Cover”, em 20 de junho, das 10h às 12h. Será presencial na Praça dos Andradas, 100 – Centro, Santos, com transmissão on-line pelos Instagrans @fabricasdecultura e @fabricasdecultura4.0santos. “Rita Lee 75 anos de rock” é um super show com a banda ao vivo e com sete integrantes, onde executam clássicos de Rita Lee & Roberto de Carvalho.

A Fábrica de Cultura Parque Belém preparou o teatro musical “Moça das Flores”, em 30 de junho, às 14h, presencial com transmissão on-line nos Instagrans @fabricasdecultura e @fabricadeculturabelem. A peça teatral traz canções de sucessos de Rita Lee. Manoela é uma florista solitária, ao longo do espetáculo, ela conhece pessoas que mudam o seu destino e Manoela também muda a vida de cada um. Um certo dia ela desaparece e a cidade fica à procura da “Moça das flores”. 

A comunidade da Fábrica de Cultura Parque Belém farão uma ação em conjunto nomeada de Alô Alô Ritasentre os ateliês de percussão, sopros metais, teclado, violão, balé e teatro, mesclando um pot-pourri de algumas músicas com performances corporais, em 21 de junho, às 15h, presencial, e depois, será publicado o vídeo no YouTube, TV Fábricas de Cultura. E, ainda, terá o jogo Rita Lee e esse tal de Roque Enrow, 30 de junho, às 15h, presencial. Será promovida uma sessão de karaokê temática sobre a vida e obra da cantora e compositora brasileira Rita Lee inspirada pelo livro: “Rita Lee: uma autobiografia”. A equipe de Bibliotech estará presente para mediar a atividade, fornecendo informações sobre a história por trás das canções.

Na lista de programação gratuita, ainda, terá o “Seminário Cultural ‘Guitarrista Luiz Sérgio Carlini’”, em 22 de junho, às 14h, presencial com transmissão on-line nos Instagrans @fabricasdecultura e @fabricadeculturacuruca, na Fábrica de Cultura Vila Curuçá. Luiz Carlini é guitarrista da Banda Tutti Frutti, gravou seis discos com Rita Lee, além de acompanhar grandes nomes do rock, como: Erasmo Carlos, Rita Lee, Guilherme Arantes, entre outros. No seminário, Carlini falará sobre o rock que viu nascer no bairro da Pompeia na casa dos Mutantes, a consolidação nacional com Rita Lee e seus 70 anos de rock and roll.

E para quem gosta de filme, a Fábrica de Cultura Cidade Tiradentes, terá a exibição do documentário: “Um Broto Legal”, da Distribuidora Pandora, com o Diretor Luiz Alberto Pereira, em 14 de junho, às 10h e às 14h, cuja história é sobre Celly Campello, a primeira cantora de rock nacional.

Outra manifestação artística nesta celebração, são os grafites em tela. 15 grafiteiras tiveram como inspiração os sucessos musicais de Rita Lee. As grafiteiras, responsáveis por transpor as técnicas do grafite, suas experiências e repertório cultural do muro para as telas, são: A Folego, Zerlô, Ana Kia, Nuvem, Bruxa, Nany Dias, Ray, Fixxa, Jae Alves, Negana, Faty, Tia Bob, Anjinha, Rizka e Laís da Lama. Na Fábrica de Cultura Itaim Paulista é possível conferir de 06 a 10 de junho, das 09h às 17h e, também, no Instagram @fabricadeculturaitaim.

Para as crianças da Fábrica de Cultura Vila Curuçá terá “A hora do desenho – Pintando ilustrações de Rita Lee”. De terça a sexta, ao longo do mês de junho, das 09h às 17h. A equipe de difusão disponibilizará para a criançada materiais para que criem desenhos e pinturas das artes de Rita Lee. 

E para quem gosta da parte de vestuário, na Fábrica de Cultura Jardim São Luís, acontecerá a oficina aberta de criação “A moda de Rita Lee”, em 30 de junho, das 18h30 às 21h30, presencial. Os participantes entenderão a moda muito mais que uma roupa, mas sim como um movimento de identidade e expressão. Através de roupas de brechó, será recriado figurinos icônicos da artista.

Para quem deseja ouvir podcast, tem o Podcast Podtudo! Podtudo?, com o tema “Primeiro dia do resto da sua vida – Especial Rita Lee, na Fábrica de Cultura Diadema, em 23 de junho, com a equipe da Biblioteca. O episódio revisitará a vida e obra da artista, pode ser ouvido no SoundCloud.

E para quem curte técnica artesanal terá a atividade on-line “Bruxa Amarela” – vídeo bordando Rita Lee, na Fábrica de Cultura Osasco, em 22 de junho, o horário está sendo definido. Em um vídeo, uma funcionária da biblioteca ensinará um ponto do bordado livre utilizando como risco uma foto da Rita Lee. Será transmitido no YouTube Fábricas de Cultura Link

Na Fábrica de Cultura Capão Redondo acontecerá uma “femenagem” a Rita Lee presencial, chamada “Agora só falta você, onde as mulheres da equipe da biblioteca farão uma roda de conversa e cantoria sobre esta ícone da música brasileira, em 22 de junho, das 14h às 15h.

E por fim, a Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha está organizando outra apresentação on-line, desta vez, com Laura Finocchiaro – Ideias e sons especial Rita Lee no estúdios, em 16 de junho, às 16h, no Youtube: @fabricadeculturasp – Link. Laura é cantora, compositora, guitarrista e produtora musical Laura Finocchiaro e estará acompanhada por Ricardo Pinoti na bateria e Gilberto Oliveira, na guitarra synth e solo.

A programação completa pode ser conferida neste Link 

Para saber mais informações, acesse os sites:

Acesse o Link Fábricas de Cultura das zonas Norte (Vila Nova Cachoeirinha) e Sul (Jardim São Luís e Capão Redondo), Diadema e Osasco.

Acesse o Link – Fábricas de Cultura Zona Leste (Vila Curuçá, Sapopemba, Itaim Paulista, Parque Belém e Cidade Tiradentes), São Bernardo do Campo e Santos.

Roteiro: Curitiba no feriado prolongado
Lugares

Roteiro: Curitiba no feriado prolongado

No meu último aniversário, meu namorado (Patrik) me levou para minha primeira viagem de avião para Curitiba. Resolvemos algumas pendências de trabalho por lá e conseguimos aproveitar um feriado prolongado para conhecer a cidade, seus principais pontos turísticos e comer muuuuuito bem.

Com uma vida noturna agitada, ainda mais nas ruas (mesmo durante a pandemia), a fria Curitiba é a capital do estado do Paraná e tem um dos melhores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. Conhecida como centro cultural, ela abriga vários espaços para apresentações e é chamada de “Cidade Sorriso”, apelido dado em 1929 pelo jornalista sergipano Hermes Fontes, apelido muito usado na década de 80.

Talvez você também goste de ler
+ Roteiro: Paraty além da Flip

Visitei Curitiba no meio de novembro, mais precisamente no feriado de Proclamação da República, no dia 15. Achei que estaria um pouco mais quente (até então, só tinha ouvido falar que era muito frio) mas, pelo menos nos dias que fui, até abriu um sol e estava um pouco mais abafado, mas era só dar 16h ou 17h que aparecia um vento cortante e muito gelado de todos os lados. Tive que correr até os brechós (maravilhosos, por sinal) para comprar blusas novas, porque as que levei não deram conta do recado.

Hospedagem

Ficamos hospedados no Hotel Johnscher by San Juan Hotéis, no Centro Histórico da cidade. O edifício construído no início do século XX é lindo e foi completamente renovado para virar o hotel. Ficamos na Suíte Charm, que tinha uma cama enorme e maravilhosa (uma das melhores que já dormi), banheira e de quebra, fui recebido por um bolo de chocolate de surpresa porque era meu aniversário. A suíte também tem uma janela enorme que dá para tirar fotos lindas.

Todos os dias a noite pedimos a carta de vinhos, que tem um valor acessível e em um dos dias, solicitamos também uma tábua de frios para acompanhar. Estava maravilhoso e o café da manhã então, nem se fala! Minha única ressalva é que deveriam organizar melhor os horários do café, já que em um dos dias ficamos sem lugar para sentar.

Onde comer bem em Curitiba

Nós comemos MUITO em Curitiba. Achei o valor da comida de lá bem mais barato que aqui, no estado de São Paulo. Nós não ligamos muito para luxo, então até McDonald’s comemos em um dos dias e gostamos de experimentar os PFs da cidade pelo iFood. Recomendo!

Mercado Municipal de Curitiba & Al Almasor Restaurante

Não tem muitas opções baratas, mas felizmente, encontramos esse restaurante árabe (Al Almasor) no andar de cima que servia um prato feito maravilhoso de filé de frango à parmegiana. Um prato deu para nós dois comermos (e olha que a gente come muito). Gostei porque, além das opções árabes, eles também servem opções brasileiras. O Mercado Municipal também tem lojas ótimas para comprar comidinhas importadas com um valor bem em conta. Comprei um chocolate Toblerone por R$ 8 no box 270, da Adega Brasil.

Confeitaria das Famílias

Foi o primeiro e o último lugar que comemos em Curitiba. Quando chegamos, nosso quarto ainda não estava pronto e por isso, fomos andar nos arredores do hotel. Entramos na Confeitaria das Famílias por acaso e foi lá que comemos um salgado maravilhoso e doces melhores ainda e pagamos MUITO barato. Sério, vale a pena demais. Experimenta tudo o que seu estômago permitir.

Lanchonete Dois Corações

Nos disseram que era a melhor coxinha de Curitiba e eles estavam certíssimos. Não é a toa que tem uma fila imensa, né? Mas não demora e, mesmo se demorasse, valeria muito a pena. A coxinha de frango com catupiry é para comer rezando e agradecendo de tão boa.

Hard Rock Café

Minha pior experiência em Curitiba. Não sei que tipo de expectativas eu estava cultivando para o Hard Rock, mas, logo que chegamos, o local estava muito cheio e sem controle nenhum de segurança para a pandemia. Nos colocaram na fila de espera para sentar, mas a espera estava passando de duas horas e meia e, caso o prazo fosse cumprido, teríamos apenas vinte minutos para sentar, fazer o pedido e comer. Estava impossível de ficar em pé ou de pedir qualquer coisa. Fomos embora.

Ópera Arte – Bar da Ópera de Arame

Gente, que lugar gostoso. A única ressalva aqui é que chegamos faltando meia hora para fechar, então só conseguimos beber um drink e comer uma porção de pastel que estava divina. Queríamos ter chegado antes para sentar no deck e curtir a música ao vivo por mais tempo, então, se você tiver a oportunidade, fique no deck e aproveite!

Vila Strogonoff

Quando não conseguimos comer no Hard Rock, fomos embora e pedimos um delivery de strogonoff com arroz pelo iFood desse lugar. Pensa num strogonoff de frango bom! O preço estava super em conta, conseguimos comer incrivelmente bem (duas pessoas que comem muito) e ainda ficamos felizes porque harmonizou bem com o vinho que pedimos no hotel.

Onde não deixar de ir em Curitiba

Meu roteiro foi baseado em história e cultura, que é tudo o que a gente mais gosta de ver quando visitamos uma cidade. Então, o ônibus turístico (falei mais abaixo) vale mais a pena que ficar pedindo Uber para todos os lados.

Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais

Uma construção super imponente no centro de Curitiba, que conta com algumas estátuas de cera por dentro e é aberta para visitação. Vale a pena ver de perto toda a magnitude arquitetônica.

Memorial de Curitiba

Encontramos por acaso, estava aberto e o segurança nos convidou para conhecer. É um local enorme, aberto, com luz natural e que tem exposições variadas no decorrer do ano. Quando fomos, tinha a “Curitiba: Tempo e Memória”, que contava toda a história da cidade.

Solar do Barão e Gibiteca de Curitiba

Um local simpático para quem gosta de imaginar como era a vida antigamente. Conta com exposição de fotos, quadrinhos e obras de arte, que fazem o passeio valer a pena. Mas, o que mais me impressionou foi o tamanho dos cômodos do solar.

Parque Passeio Público

Arrisco dizer que foi um dos meus passeios preferidos. O parque é um dos mais lindos que já vi, muito bem cuidado, com flores e plantinhas lindas em todos os lugares. Também tem animais resgatados e com ameaça de extinção para conhecermos. Acabei fazendo amizade com uma Arara Azul super simpática.

Jardim Botânico de Curitiba

Para quem é apaixonado por plantas igual a mim, é impossível ir no Jardim Botânico e não querer encher a bolsa de mudas. No dia que fomos, eu estava um pouco resfriado por conta do frio, estava muito cheio e chuviscando, então não conseguimos ver com calma tudo o que queríamos, mas com certeza é um passeio que precisa estar no roteiro.

Bosque do Papa

É um local caminho, arborizado e com muitas flores bonitinhas. Não tem muito o que fazer, mas vale a pena para tomar um ar, fazer uma trilha pequena e tirar umas fotos.

Memorial Ucraniano

Esse é de tirar o fôlego! Tem uma arquitetura incrível e muita história sobre a Ucrânia. Para quem não conhecia, assim como eu, é uma super aula. Quando estávamos lá, tinha uma família ucraniana bastante emocionada.

Museu Oscar Niemeyer

Lindo, lindo e mais lindo ainda. A arquitetura é incrível, daquelas que a gente olha pessoalmente e nem parece que é real. Quando fomos, estava com a exposição dos Gêmeos no olho, que também é linda de se ver. Se você busca um local que mistura arte com cenários para fotos incríveis, esse museu é imprescindível.

Ópera de Arame

É impressionante como conseguiram construir um teatro lindo, inteiro de arame, no meio do mato. Sério, esse foi o meu pensamento em todo o tempo em que estive lá dentro. Deve ser espetacular ver qualquer coisa apresentada lá mas, no dia que fomos, tiramos algumas fotos, subimos no palco e comemos no Ópera Arte. Já valeu muito! Ah, chegue cedo, porque fecha cedo!

Universidade Livre do Meio Ambiente

Ok, vou dizer mais uma vez que fiquei de queixo caído com esse lugar. A gente não dá nada quando chega, parece só uma trilha traiçoeira e que não acaba nunca. Mas, depois que passa por ela, você chega na universidade em si. Um prédio lindo, feito de madeira, que você vai subindo, subindo, subindo… Tudo isso em meio a umas pedras com um lago no meio cheio de patinhos. Sério, não sei descrever a beleza desse lugar.

Museu Egípcio Rosa Cruz

Eu sou alucinado por qualquer coisa da cultura egípcia e esse museu, MEU DEUS, é espetacular de bom. Quando fui, tinham três exposições: a primeira, acredito que era fixa, e mostrava artefatos e história geral do Egito. A segunda, a melhor, na minha opinião, era uma exposição com artefatos reais do Rei Tut. Sério, eu vi o sarcófago REAL dele e pude até tocar. É emocionante. A terceira, é uma exposição ao céu aberto com esfinges e hieróglifos. Parece que a gente está no Egito mesmo. Esse museu é tão lindo que pretendo fazer um post apenas falando dele depois.

Extra: Passeio no ônibus turístico

No primeiro dia, compramos a passagem do ônibus turístico de dois andares para visitar todos os pontos. Acabou que eu fiquei doente e não usamos quase nada. A mudança brusca de temperatura atacou minha sinusite e fiquei um dia de cama. Se você não ficar doente como eu, vale a pena comprar a passagem e visitar todos os pontos e muitos outros com ele.

Meu roteiro de brechós

Para todo alucinado por brechó, Curitiba é um paraíso. Sério, eu fiquei chocado com a quantidade e a qualidade das roupas dos brechós de lá, sem falar dos preços.

Brechó São Francisco, Brechó Pur Luxe e adjacentes

Ficam numa parte que tem muitos outros brechós do lado e nas ruas próximas. Esses são para garimpar, entre com paciência e vá fundo, talvez você encontre alguma coisa boa. Normalmente não aceitam cartão e cobram taxa para aceitar PIX, então, leve dinheiro.

Balaio de Gato

Achei que era um brechó, mas era uma loja colaborativa feita por mulheres e com artefatos incríveis. Também tinha a parte do brechó, mas a loja em si era bem mais interessante. Compramos um copo dobrável de silicone e um cachepô de crochê para colocar plantinhas.

Brechó Libelula

Esse foi a minha ruína. Um brechó de dois andares, todo organizadinhos e com roupas em perfeito estado. Fiz a festa. Comprei um suéter da Zara em estado de novo por R$ 70, uma outra bermuda, também da Zara por R$ 25 e outras peças incríveis. Deu para renovar bem o guarda-roupas. Ele é um pouco mais gourmet, mais organizado e por isso, os preços são mais elevados, mas vale muito a pena.

Brechó Dig for Fashion

Na mesma pegada do Brechó Libélula, parece uma grande loja, todo organizado e até com música ambiente. Não tem tanta roupa para homem como tem para mulher, mas mesmo assim, fiz a festa com peças novíssimas e bastante baratas, levando em conta que foram lavadas, organizadas e não precisamos de tanto trabalho de garimpo.

Atualizações

O Jongo vive: da senzala às grandes comunidades

Durante um estágio na Secretaria de Cultura de Guaratinguetá, no interior do estado de São Paulo, recebi na minha escala de trabalho a missão de cobrir um evento em junho de 2018, a “Festa do Jongo”, no bairro Tamandaré. Nunca sequer tinha ouvido falar sobre isso, mas percebi que a festa ocorria todo ano na região. Fui perguntar para algumas pessoas que conheço, e elas não souberam me explicar, disseram que não era algo do bem. “Como assim existe algo que não é do bem para algumas pessoas, e para outras sim?”, essa foi a pergunta que me fez ficar refletindo por alguns minutos, até que resolvi fazer uma rápida pesquisa do que era o Jongo.

Descobri que o termo se refere a uma dança de origem bantu – região que atualmente abriga grande parte do território da República de Angola – e que chegou ao Brasil no período colonial, quando os negros dessa área eram trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, e também nas de Minas Gerais. Com sentimentos de alegria, partilha e confraternização, os escravos tinham a permissão de seus senhores para dançar o Jongo nos dias dedicados aos santos católicos, gerando um momento único. Mesmo sendo considerada profana, a dança incorporava algumas atitudes religiosas, e, por isso, jovens ficavam de fora da roda, apenas observando, já que eram julgados pelos mais antigos por não usufruírem de respeito e de dedicação suficientes para entender os segredos que o Jongo e os fundamentos dos seus pontos traziam.

Jongo

Os pontos de Jongo nada mais são do que provérbios e crônicas dirigidos de maneira poética e musical entre os jongueiros – como é chamado quem dança o Jongo – comentando a vida cotidiana, o passado e o presente de forma metafórica, muitas vezes sendo uma maneira de planejar fugas no período do Brasil Colônia, sem que os senhores e capatazes os compreendessem. Os jongueiros se desafiavam para saber quem tinha mais sabedoria, e buscavam encantar o outro por meio destes pontos. Quem recebesse um ponto enigmático tinha que decifrá-lo na hora e respondê-lo, ou seja, “desatar o ponto”. Caso contrário, ficava enfeitiçado, “amarrado”, chegava a desmaiar, perder a voz, se perder na mata, ou até mesmo morrer instantaneamente. Hoje em dia, isso não acontece mais.

Várias tradições permeiam até os dias atuais nas comunidades jongueiras. Por ser uma dança ligada aos ancestrais, alguns jongueiros dizem que quem possui “vista forte” consegue enxergar um falecido jongueiro – em muitos casos preto-velhos escravos, pertencendo à “linha das almas” – se aproximando da roda para relembrar a época em que a frequentava. Outros costumam dizer que, à meia-noite, uma muda de bananeira era plantada no terreiro, crescendo e dando frutos, os quais eram distribuídos para os presentes.

Buscando me aprofundar mais sobre o Jongo no Brasil, fui atrás de respostas concretas com minha companheira de trabalho, Aline Damásio, secretária de Cultura de Guaratinguetá. “O Jongo é minha raiz. Me representou na infância, na adolescência e representa na fase adulta”, garante Aline.

“O Jongo é minha raiz. Me representou na infância, na adolescência e representa na fase adulta.”

Participante da comunidade do Jongo da Tamandaré, um dos grupos jongueiros mais tradicionais do território nacional, ela conta que as manifestações culturais que pertencem a determinadas comunidades possuem maior facilidade para criar uma rede amiga e participante dentro do próprio bairro ou região da cidade. “Ter lideranças articuladas também é um diferencial para continuidade e fortalecimento”, completa Aline. Além da Tamandaré, o Jongo da Serrinha, Pinheiral e Valença também são referências no país.

Apesar de não ser de conhecimento por grande parte da população, o Jongo é reconhecido patrimônio imaterial do brasileiro pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Para Aline, o reconhecimento do Jongo por parte de uma instituição que preza pela história e pela arte da nossa cultura é um grande avanço para continuar a jornada nessa difícil estrada. “Divulgação, reconhecimento e espaço na cena cultural certamente são fortes ferramentas para a continuidade da tradição”, acrescenta.

O preconceito e a intolerância que conhecemos também afeta a vida na comunidade, principalmente por ser relacionada às matrizes africanas e por ser confundida com religiões da mesma descendência. “Certamente, muita gente não frequenta por achar que o Jongo é religião. O que acho um erro. O Jongueiro Jefinho costuma dizer uma frase interessante: ‘O Jongo não é religião, mas muitas pessoas que frequentam o Jongo são da religião’. As pessoas não enxergam a diferença”, aponta Aline.

Como atuante nas áreas da educação e da cultura entre os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro e também no Distrito Federal, Aline ressalta que todo órgão público – federal, estadual e municipal – deveria dar apoio à tradição e à cultura da sua região, ajudando a fortalecer cada vez mais nossas raízes.

Por fim, todas as palavras inferidas sobre o Jongo anteriormente foram descontruídas da minha mente na noite em que visitei a comunidade jongueira do Tamandaré. Comidas como cachorro quente e pipoca, e uma bebida feita de cravo, canela, erva doce, noz moscada e cachaça, chamada canelinha eram distribuídos com afeto entre os integrantes. Um sentimento de alegria e de partilha permeava a festa com pessoas dançando em volta de uma fogueira, cantando, sorrindo e confraternizando naquele momento único, representando toda a tradição vinda das senzalas.

Livrarias lançam a campanha #VemPraLivraria
Atualizações

Livreiros criam o Movimento #VemPraLivraria para resgatar público perdido

A Associação Nacional de Livrarias (ANL), junto das livrarias Leitura, Cultura, da Vila, Curitiba e Saraiva se uniram e criaram o Movimento #VemPraLivraria. O objetivo é trazer para os estabelecimentos os clientes que deixaram de frequentar os ambientes e se focaram apenas em realizar a compra de livros no ambiente online.

Através da hashtag, o público fica convidado a contar suas histórias favoritas e os seus cantos favoritos para poder ler. Além disso, serão instalados painéis nas livrarias parceiras, onde o público leitor irá poder declarar o seu amor pelos seus autores favoritos.

Crise no mercado

Existentes em muitos shoppings e grandes centros comerciais, as livrarias Cultura e Saraiva enfrentam um momento crítico em suas respectivas histórias. A primeira, após assumir as operações da Fnac no Brasil em 2017, não teve outra opção além de fechar todas as unidades da empresa recém adquirida e entrou com pedido de recuperação de judicial, com uma dívida de R$ 285 milhões. Já a centenária Saraiva, com uma dívida estimada em R$675 milhões, recorreu ao pedido judicial justamente no dia de realização da Black Friday, dia em que o comércio brasileiro costuma atrair inúmeros consumidores em busca de descontos e promoções.

Na realização da 25ª Edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, o público estranhou a falta do estande da Saraiva, que costumava ser o maior espaço do evento. A livraria, já em crise, não estava pagando naquele momento, as editoras pelos livros vendidos. Tal fato foi exposto no evento, em um painel que o público podia colar “post-its” e diversos deles explanavam o acontecido.

Preço online x offline

Um dos principais motivos apontados por leitores que deixaram de frequentar as livrarias está a discrepância nos valores online versus valores na prateleira. Leitora assídua, a jornalista Beatriz Anderson conta que ainda visita os estabelecimentos, mas raramente sai com algo nas mãos: “Gosto de ir para ver o que está em destaque e buscar novos títulos. Mas apenas anoto, muitas vezes mentalmente, os que me chamam a atenção e compro online, pois o preço às vezes é 75% menor. Já aconteceu de fazer a compra online pelo celular enquanto estava na livraria”, conta.

Para evitar tais acontecidos, a Livraria Cultura já abatia essa diferença de valores diretamente nos caixas; ao mostrar o título e o valor ofertado no site, a empresa ofertava um desconto para que o cliente saísse da loja com o livro desejado em mãos. A Saraiva passou a trabalhar dessa mesma forma na última semana, ao menos nas duas unidades visitadas: Shopping Pátio Paulista e CenterVale Shopping.

 

Apesar das crises no varejo, o mercado de livros fechou o primeiro semestre de 2018 com 9,97% de alta no faturamento em comparação ao ano anterior. O volume de vendas registrou um aumento de 5,24%, segundo dados Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Tais números só representam que o mercado consumidor existe e está em crescimento – é necessário se reinventar para conquistar tais compradores.

Por fim, um movimento interessante que deve ser observado é a aproximação do leitor com as editoras de seus livros favoritos. Além de estarem criando um relacionamento online, por meio de interações em lives, promoções e afins, é cada vez mais comum essas editoras realizarem a venda diretamente aos leitores, com preços mais competitivos que os ofertados por lojas de comércio online.

Atualizações, Lugares

Aniversário de SP: Museus do Estado distribuem passaportes de entrada gratuita SOMENTE HOJE

A cidade de São Paulo faz 463 anos hoje (25) e para homenagear a maior metrópole da América Latina, os Museus do Governo do Estado de São Paulo presentearão os visitantes somente no dia de hoje com exemplares do Passaporte dos Museus. Para ganhar, basta fazer check-in na página do Facebook do museu estadual visitado – inclusive os que têm entrada gratuita todos os dias – e apresentá-lo na bilheteria.

A ação só é válida nos museus da capital paulista. Com o Passaporte, é possível entrar de graça em qualquer museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo: as folhas contêm informações sobre os museus, fotos e espaço para um carimbo. Na visita, basta apresentá-lo na bilheteria e, assim, garantir seu “visto de entrada” e uma entrada gratuita. Confira a lista dos museus que irão distribuir os passaportes no dia 25. As quantidades são limitadas e a distribuição será por ordem de chegada.

Não esqueça de fazer check-in no Facebook ao chegar no museu.

Casa das Rosas

Casa Guilherme de Almeida

Catavento Cultural

Memorial da Resistência

Museu Afro Brasil

Museu da Casa Brasileira

Museu da Imagem e do Som e Paço das Artes

Museu da Imigração

Museu do Futebol

Museu de Arte Sacra

Pinacoteca do Estado

Museu da Diversidade Sexual

Atualizações, Autorais, Colunas

Autoria: O funcionalismo da sociedade esquizofrênica

Que o Brasil dá um passo pra frente e dois para trás todos nós já sabemos. Claro, vivemos em uma sociedade totalmente funcionalista, que preza acima de tudo o conservadorismo e discursa bonito, apesar de ter uma prática totalmente nojenta. Heranças talvez, de uma colonização justificada pelo evolucionismo de Morgan e Freezer, onde culturas foram nos enfiadas goela abaixo sob a justificativa da evolução e seleção natural dos melhores e mais aptos.

A sociedade atual é cada vez mais intolerante. Ao invés de caminharmos rumo ao estruturalismo utópico que a antropologia toma como objetivo, regredimos dentro do funcionalismo esquizofrênico onde, apesar de ser cada um por si, e Deus por todos, ninguém se importa em dar uma opiniãozinha na vida alheia. Fazer o quê, né? A vida do outro sempre é mais interessante que a nossa. Talvez estejamos apenas fartos das nossas vivências limitadas e precisamos viver aventuras já vividas por outros indivíduos. Precisamos, como um parasita dementador, sugar e distorcer tudo o que está ao nosso redor. Acho que isso nos gera um prazer pessoal maior que qualquer outra relação sexual.

Durkheim já dizia, complementando a teoria antropológica do funcionalismo, em seus conceitos: você nasce em uma cultura sem escolher, e você toma seus ensinamentos e costumes como verdade absoluta. É impossível ser coercitivo sozinho, você nunca vai mudar toda uma sociedade apenas arregaçando suas mangas. Você não vai conseguir ser o tordo da revolução sozinha, Katniss Everdeen. Uma feminista não vai conseguir direitos iguais para todas as mulheres. Um gay não vai conseguir aceitação para toda a comunidade LGBT – e aqui conseguimos gancho para o impasse, de algo que ser grande e evoluído, mas é puxado pela sociedade funcionalista como uma âncora. No pensamento estruturalista de Levi-Strauss, você tem sua passividade com relação a sociedade em que vive, mas pode transformá-la em atividade. Isto é, se você não se adequa a sua comunidade, você tem total autonomia para criar a sua comunidade alternativa. E o povo LGBT não fez isso, você me pergunta? Tentou.

Mas a âncora doente do funcionalismo invadiu sua sociedade alternativa com seus preconceitos sem fundamento, e marginalizou de sua convivência essa célula desfuncional, como sempre fazem. É um impasse totalmente pragmático. A comunidade começa a ganhar seus direitos, e aqui devemos abrir um parêntese: são direitos humanos e não privilégios o que as minorias querem. Mulheres querem igualdade. LGBTs querem ser reconhecidos na sociedade como cidadãos de bem. Querem usar seu nome social em paz. Querem se casar legalmente. Querem adotar crianças (abandonadas por casais héteros, detalhe). Querem viver e serem livres para amar.

Hora ou outra, conseguimos conquistas aqui e ali. Mas não se pode conseguir muito, porque logo chega o cão funcionalista, dizendo que é tudo privilégio. Claro, é fácil chamar de privilégio algo que você já tem e nem percebe. O cão então, trava nossa batalha de minoria. Ele é maioria. Sua justificativa? Está na Bíblia. A Bíblia diz que não pode. Sim, devemos respeitar. Afinal, vivemos em Israel ainda, no início dos tempos. Opa, corre ali. Seu amo te espera.

Não percebe o quão esquizofrênico é isso? Nós não temos a oportunidade de chegar a utopia do estruturalismo nunca. O cão funcionalista insiste em nos perseguir, e nos puxar passos atrás como um peso morto. Nunca chegaremos ao futuro, justificando o presente pelo passado. Conflito.

E sobre os gays que estão no armário? Ou as moças abusadas todos os dias? Continuam presos na generalidade, seguindo padrões errados impostos em uma sociedade que não escolheram estar. Os funcionalistas determinaram a heteronormatividade, então é isso que você precisa ser, pelo menos. Não precisa ser hétero, mas não dá pinta, tá? E você, moça, abaixa a cabeça pro seu marido, ok? É isso que nós, funcionalistas, estamos determinando a você. E ah, rapaz, a moça foi estuprada. Não percebe que poderia ser sua filha? Sim, você precisa pensar na moça como algo próximo de você para ter um pouco de compaixão, afinal, você não consegue controlar seus instintos, né? Homem é homem. Risos.

Enquanto isso, nós vamos ali, naquela multidão, discursar sobre o quão diversa é a nossa cultura e quão miscelâneo é o nosso país, Sobre como aceitamos todo o tipo de diferença e seguimos rumo ao primeiro mundo. Não se preocupem.

Colunas

Qual é a minha cultura?

Decidi falar sobre um tema que aprendi em uma das minhas aulas de história na faculdade. O chamado “soft power”, um termo muito utilizado na área de Relações Internacionais. Mas, pode ficar tranquilo, não vou me prolongar e escrever um texto teórico chato e maçante, não é essa a minha intenção, quero apenas mostrar a interferência direta desse poder no nosso cotidiano e como nem percebemos que ele nos influencia tanto.

Existem dois tipos de poder utilizado pelas nações, o “hard power” ou “poder duro”, que nada mais é do que a capacidade militar e econômica de um país como forma de persuadir e dominar outro, ou seja, com o uso da força e o já citado “ soft power” ou “poder brando”, que se refere a um poder indireto, extremamente eficaz e duradouro, através da cultura, da música, da arte, dos valores e ideais, que nos seduzem, nos fazem admirar o estilo de vida de tal país e querer viver como a população dele vive.

Pronto, já expliquei os conceitos e você já deve estar pensando em parar de ler esse texto chato, que mais parece um livro didático. Calma, deixe-me fazer algumas perguntas e responda com sinceridade, por favor.

Suas séries preferidas são americanas, não são? E os filmes? Pelo menos, metade da minha estante é composta por livros americanos e a sua? Não preciso nem falar das músicas, com certeza são. Acho que você já entendeu onde quero chegar. Desde pequenos fomos imersos na cultura norte-americana, fomos moldados por um estilo de vida que não é o nosso, queremos viver da mesma forma que nossos personagens preferidos vivem, quem nunca sonhou em passar um Natal com neve? Fazer parte do grupinho popular da escola ou até do grupo dos excluídos, que nos filmes parece ser tão divertido.

Quem não sonhou em ser um super herói, um mutante, ter poderes, quem não escolheu um dos lados entre “Team Iron Man” e “Team Captain America”? Quis fazer parte do coral da escola, como em Glee (eu, pelo menos), ir pra uma universidade americana e morar em uma fraternidade? Tomar um café com seus amigos no Central Perk, visitar a calçada da fama em Hollywood, ou mesmo ter seu nome escrito nela? Quem não quer ir para Nova York e assistir a uma peça na Broadway? Tenho certeza de que você se imaginou em um dos distritos de Panem ou se perguntou se fazia parte da Audácia, Abnegação, Erudição, Amizade ou Franqueza. Se você respondeu que não, parabéns, você é um divergente (mas se você entendeu essa referência, provavelmente mentiu às perguntas anteriores). As histórias presentes nos filmes, nas séries nos envolvem, nos levam a imaginar uma realidade diferente. É muito mais fácil ser dominado por uma país e uma ideologia que nos parece atrativa, que já nos conquistou e que se tornou parte da nossa identidade.

Mas aí vem a realidade, estamos no Brasil, não somos americanos. O ensino médio não é uma festa, não saímos cantando em uníssono pelos corredores da escola, não elegemos a rainha do baile. Temos que estudar duro para conseguir entrar em uma universidade federal, para tirar uma boa nota no Enem, ou senão trabalhar para pagar a faculdade, corremos atrás dos nossos sonhos e nos deparamos com a dificuldade na hora de fazer escolhas. Por que ninguém disse que a vida é tão difícil? A mocinha, o herói, sempre resolvem seus problemas, como faço para resolver os meus? Acho que esqueceram de dizer que a vida não é um filme hollywoodiano. E o que isso gera? Insatisfação, frustração, começamos a menosprezar nossa própria cultura, nossas raízes, achar tudo ao nosso redor chato, sem graça, não seria muito melhor se eu não tivesse nascido aqui?

Não estou dizendo que você deve parar de consumir os produtos culturais americanos. Longe de mim, eu mesma não consigo. Convenhamos que é muito divertido. Preciso da nova temporada de Orange is the new Black, Sense8, Orphan Black, preciso de mais episódios de Once Upon a Time, How to get away with murder.

Espero ansiosamente pela nova temporada, pelo próximo filme, por mais um livro, isso já faz parte de quem sou. Só te peço atenção, mantenha seus olhos abertos a interesses e ideologias que vem por trás de um inofensivo filme. Hollywood e a indústria cultural são as maiores fontes de poder dos Estados Unidos, então se atente a ela. Busque conhecer a cultura brasileira, que é linda e possui uma diversidade enorme, com certeza você vai achar algo que se identifique.

Claro que você não precisa ouvir funk e samba para valorizar nossa cultura (nem eu quero isso), não gostar de certos ritmos é normal, mas perceba se você não está sendo influenciado pelo que vê, assiste, lê. Nunca tenha vergonha e preconceito contra nossa cultura, até porque não existe uma cultura melhor que a outra, elas são apenas diferentes, e se por acaso exista algo em nossa sociedade na qual você não goste (e tenho certeza que há muitas coisas), não fique só na reclamação,  seja a mudança que você deseja e que o país precisa.