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“Suíte Magnólia”, série inédita de Hamilton Vaz Pereira, estreia no Canal Brasil dia 6 de fevereiro
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“Suíte Magnólia”, série inédita de Hamilton Vaz Pereira, estreia no Canal Brasil dia 6 de fevereiro

A série inédita “Suíte Magnólia”, produzida pela CASÉ Filmes & Gog e Magog, criada e dirigida por Hamilton Vaz Pereira e produzida por Augusto Casé, estreia dia 6 de fevereiro no Canal Brasil. Com direção de Marcelo Travesso e de Hamilton, que celebra 50 anos de carreira em 2024, a produção tem como cenário o casarão fictício Oásis de Damasco, localizado no Rio de Janeiro, e se passa em dois tempos diferentes: os anos 1985 e entre 2018 e 2020. Os protagonistas são Chandelly Braz, Álamo Facó, Lena Brito, que interpretam os herdeiros do casarão em 2018, e George Sauma, Carla Salle e Luiza Lemmertz, que dão vida aos personagens de 1985. Nomes como Betty Faria, Analu Prestes, Valentina Herszage, Julia Lemmertz, Cissa Guimarães, Evandro Mesquita, Perfeito Fortuna, Luiz Fernando Guimarães e Malu Valle também estão no elenco.

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A história da série começa na década de 1980, época em que Jerônimo Souza Pinto (George Sauma) e sua esposa Georgia (Carla Salle) habitavam o palacete Oásis de Damasco, junto com a governanta Josefina (Luiza Lemmertz). O casal costumava receber amigos e promover reuniões e festas na casa, que nos anos 2000 fechou suas portas. Em paralelo, em 2018, Olívia, personagem de Chandelly Braz, Galdino (Álamo Facó) e Minelava, interpretada por Lena Brito, descobrem que herdaram a casa e, além de não se conhecerem, discordam sobre o futuro da propriedade. Após algumas discussões e alinhamentos, o trio decide revitalizar e reabrir o local como o Pequeno Hotel Oásis de Damasco. No decorrer da convivência, os sócios descobrem suas diferenças, suas chances de sucesso, seus passados que se cruzam e se completam.

A intercessão entre os dois períodos temporais é a Suíte Magnólia, o cômodo mais charmoso da casa, que, em ambas as décadas, promete transformar a vida de cada pessoa que passar por lá. Cada história traz um personagem novo, com enredos individuais, o que permite que o espectador consiga assistir aos episódios fora da ordem cronológica, já que todos se ligam de forma independente. A pluralidade de narrativas da série faz com que ela ofereça, dentro de cada episódio, uma diversidade de gêneros, como o drama, a ação, a comédia e o suspense.

Na trama, em 2018, Nunki (Valentina Herszage) vai para uma despedida de solteiro no hotel; Bonifácia Bartolomeu (Analu Prestes) chega até a hospedaria para escrever a sua biografia; Sula (Marina Provenzano) utiliza a estrutura do hotel para promover uma venda de produtos do Oriente e os Wanderleys, um trio de amigos dos fundadores do Oásis de Damasco, interpretados por Luiz Fernando Guimarães, Evandro Mesquita e Perfeito Fortuna, também se hospedam no hotel.

Já em 1985, entre os personagens secundários que ajudam a costurar a história estão Turíbio (Igor Angelkorte), melhor amigo de Jerônimo Souza Pinto, que, durante uma aposta de cartas, ganha o Palacete Oásis de Damasco e se torna um dos donos da propriedade; Dona Eva, interpretada por Betty Faria, que é governanta do palacete e conhece diversos segredos da família Souza Pinto; PJ (Juan Paiva), amigo de noitadas de Jerônimo e sua mulher, Isadora (Cris Larin), que, apesar de muito esclarecida politicamente, enfrenta episódios de dominação de seu marido; além da Pequena Minelava, personagem de Patrícia Chermont, que chega ao Oásis de Damasco de forma inesperada.

A série tem 8 episódios que serão exibidos dos dias 6 a 9 de fevereiro, às 21h45, sempre com dois episódios seguidos. Todos os episódios estarão disponíveis no Globoplay+Canais a partir do dia da estreia.

PERSONAGENS / ATORES

Olivia Souza-Pinto / Chandelly Braz

Estuda fora do Brasil, perde contato com a família: Nova York, Paris, Londres. Circula pelo mundo como uma jovem divertida que vive como se não houvesse amanhã. Tem tudo que quer, a vida satisfaz seus caprichos; o universo conspira a seu favor, sempre acontece algo que a tira do sufoco. Depois de viver como milionária, se dá conta que o dinheiro acabou e que só lhe resta o decadente Palacete Oásis de Damasco, sua herança. Volta para o Rio para vender o charmoso palacete em ruínas. Descobre que não é a única herdeira do imóvel: Galdino Gázper e Minelava, dois desconhecidos para ela, são donos, cada um, de 1/3 da propriedade e tem outros planos para ela.

Galdino Gázper / Álamo Facó

Criativo e empreendedor bem-sucedido, Galdino resolve assumir o palacete herdado no Rio de Janeiro. Em pouco tempo, descobre que não é o único dono do imóvel e que duas herdeiras que ele desconhecia são também donas da propriedade. Tem com a sócia Olivia, de imediato, uma relação de conflito e sexualidade implacável; e com a outra, Minelava, uma empatia instantânea e parceria profissional.

Minelava / Lena Brito

 Em 2018, volta ao Rio de Janeiro, ao endereço abandonado da Família Souza-Pinto. Exerce uma atração mágica que não deixa os herdeiros Olivia e Galdino indiferentes. A perturbação que provoca tem ambição espiritual e clara determinação. Sua força de vontade une os filhos desse paraíso e os convence a participar dessa história, transbordar de vida o que foi esquecido e proporcionar aos errantes da Terra um local para chegar, descansar e partir.

Jerônimo Souza-Pinto / George Sauma

 Educado, amoroso, inteligente e endividado com bancos e amigos. Sem trabalho e sustento, o filho do Barão Souza Pinto perde o Palacete Oásis de Damasco, o último bem da família, num jogo de cartas. Ele é recém-casado com Geórgia e se mostra apaixonado pela mulher.

Georgia Souza-Pinto / Carla Salle

 A esposa de Jerônimo Souza Pinto, recém–casada, dedica-se a receber amigos na sua residência. Espanta-se com a nova governanta do Palacete, Josefina. Tem dificuldade em conviver no mesmo espaço com a moça educada, de conversa fluente e gestos elegantes. Aos poucos, a senhora do Oásis encontra um jeito de se divertir com a querida de Damasco e as duas protagonizam uma história sensível. Em 1985, torna-se mãe de Olivia, herdeira do Palacete Oásis de Damasco.

Josefina Gázper / Luiza Lemmertz

 Jovem e competente governanta, tem o hábito da leitura para si e, em voz alta, para os seus patrões. Sabe bem que Geórgia, sua patroa, fica de olho no interesse de seu marido Jerônimo por ela. Por um bom tempo, tem dificuldade em conviver com a senhora que, no entanto, encontra um jeito de tê-la como amiga e confidente.

Suíte Magnólia (2024) (8 X 30’)

INÉDITO

Estreia: Terça, 6/02, às 21h45

Horário: De terça, 6/02, a sexta, 9/02, às 21h45 (dois episódios seguidos)

Rebatidas: De segunda, 12/02, a quinta, 15/02, às 18h45 (dois episódios seguidos)

Direção: Hamilton Vaz Pereira

Sinopse: Um local, em dois tempos: em 2020, no Rio De Janeiro, três herdeiros de uma propriedade abandonada, e que não se conheciam, decidem recuperá-la e fazer dela um empreendimento rentável. No decorrer da convivência, os sócios descobrem suas diferenças, suas chances de sucesso, seus passados que se cruzam e se completam. Em 1985, o imóvel carioca é moradia de Jerônimo e Geórgia Souza Pinto, ninho de tórridas paixões, cenas de violência e peripécias solidárias. Nos anos 2000, teve suas portas fechadas.

Canal Brasil faz maratonas de séries de sucesso na última semana do ano
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Canal Brasil faz maratonas de séries de sucesso na última semana do ano

O Canal Brasil preparou uma programação especial para a última semana do ano com maratonas de séries de sucesso. Entre os dias 23 e 30 de dezembro, vão ao ar produções que estrearam na grade do canal nos últimos anos, como “Vizinhos”, “Os Últimos Dias de Gilda”, “Notícias Populares” e “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia”.

Sábado, dia 23, é o dia do vizinho e, para comemorar, vão ao ar os dez episódios da série de José Eduardo Belmonte sobre relações entre moradores do mesmo condomínio. Com nomes como Natália Lage, Otávio Muller e Léa Garcia no elenco, “Vizinhos” traz histórias urbanas, com romance, violência, solidariedade, voyeurismo, infidelidade, discriminação, nobreza e competição. Os episódios serão exibidos em sequência a partir das 13h45 e a série terá mais uma maratona na segunda, dia 25, às 20h20.

Na terça, dia 26, é dia de rever “Os Últimos de Gilda”, a primeira série brasileira selecionada para participar da Berlinale Series, mostra do Festival de Berlim. Criada e dirigida por Gustavo Pizzi e protagonizada por Karine Teles e Julia Stockler, a produção acompanha Gilda (Karine), uma mulher livre, no mais amplo sentido da palavra, e cada capítulo mostra como o comportamento da protagonista incomoda muita gente ao seu redor.

No dia 27, quando se completam 55 anos da prisão de Gilberto Gil e Caetano Veloso, serão exibidos os três episódios de “Canções do Exílio”, do jornalista Geneton Moraes Neto (1956 -2016). A série documental vai ao ar a partir das 13h45 e traz depoimentos dos dois cantores e também de Jards Macalé e Jorge Mautner. Eles relembram momentos vividos durante a ditadura no Brasil e no exílio em Londres.

A série “Notícias Populares”, que estreou em setembro deste ano, no mês do aniversário de 25 anos do Canal Brasil, também faz parte da programação especial e será exibida na quinta, dia 28, a partir das 21h30. Criada pelo jornalista André Barcinski e pelo cineasta Marcelo Caetano e protagonizada por Luciana Paes, a obra retorna aos anos 1990 e aborda com bom humor as principais histórias do jornal ‘Notícias Populares’, o ‘NP’, que circulou em São Paulo por quase 38 anos, entre outubro de 1963 e janeiro de 2001.

Na sexta, dia 29, a partir das 22h30, é a vez da ficção “Fim do Mundo”, dirigida pelos pernambucanos Hilton Lacerda e Lírio Ferreira. A série traz a história de Vitória e Cristiano, mãe e filho, interpretados pelos também pernambucanos Hermila Guedes e Jesuíta Barbosa. Eles são obrigados a voltar a Desterro, cidade que ela classifica como “fim do mundo” e acabam tendo contato com mistérios relacionados à família. Cada um dos cinco episódios é inspirado em um conto escrito por um autor nordestino.

A última maratona do ano será da primeira série de coprodução internacional independente no Brasil e em Portugal, João Sem Deus – A Queda de Abadiânia, dirigida por Marina Person. No dia 30, a partir da 0h, vão ao ar os três episódios da ficção estrelada por Marco Nanini, Karine Telles e Bianca Comparato. A trama acompanha o reencontro entre duas irmãs que chegaram a Abadiânia 17 anos antes da prisão de João de Deus. Uma delas sai do país após os abusos sofridos, enquanto a outra se torna uma fiel funcionária do médium, afirmando que vivenciou o milagre da cura da irmã.

Horários do Canal Brasil

Vizinhos

Horário: Sábado, 23/12, a partir das 13h45

Classificação: 16 anos

Sinopse: Misteriosos, prestativos e boa gente, vizinhos assumem as mais variadas formas. Em episódios não sequenciais, a série tem por fio condutor a temática unificadora das relações entre a vizinhança.

Os Últimos Dias de Gilda

Horário: Terça, 26/12, a partir das 22h45

Classificação: 12 anos

Sinopse: Baseada na obra de Rodrigo Roure, a série dirigida por Gustavo Pizzi caminha por temas como o conservadorismo e a aliança entre a religião e o poder público.

Canções do Exílio

Horário: Quarta, 27/12, a partir das 13h45

Classificação: Livre

Sinopse: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Jards Macalé comentam o período de isolamento forçado e como a ditadura influenciou a produção cultural brasileira.

Notícias Populares

Horário: Quinta, 28/12, a partir das 21h30

Classificação: 14 anos

Sinopse: Janeiro de 1993. Paloma, correspondente da Folha de São Paulo em Paris, retorna ao Brasil. Ela recebe a missão de chefiar as reportagens de um dos jornais do grupo, o popularesco Notícias Populares.

Fim do Mundo

Horário: Sexta, 29/12, a partir das 22h30

Classificação: 16 anos

Sinopse: Após uma série de infortúnios na cidade grande, mãe e filho precisam recomeçar a vida no interior, onde as leis obedecem a questionáveis verdades. Ficção estrelada por Hermila Guedes e Jesuíta Barbosa.

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia

Horário: Sábado, 30/12, a partir de 0h

Classificação: 14 anos

Sinopse: O destino da vida de duas irmãs muda completamente quando elas cruzam o caminho de João de Deus, o famoso líder místico que fez uso de sua reputação divina para cometer centenas de abusos sexuais ao longo de décadas.

Canal Brasil exibe maratona de filmes que completam 50 anos em 2023
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Canal Brasil exibe maratona de filmes que completam 50 anos em 2023

Para entrar no clima de dezembro, o Canal Brasil começa o mês com uma mostra especial, “50 Anos Depois”. A partir do dia 1º até o dia 12, sempre às 23h30, serão exibidos longas clássicos que foram lançados em 1973 e completam 50 anos esse ano. A programação começa com a comédia “Vai Trabalhar, Vagabundo”, de Hugo Carvana, filme que venceu diversos prêmios internacionais e nacionais, como o Prêmio Cariddi d’Óro, na categoria de opera prima no Festival de Taormina e o Kikito de melhor filme no Festival de Gramado, em 1974.

+ Canal Brasil comemora 25 anos com programação especial

No dia 2, o canal exibe o documentário O Fabuloso Fittipaldi”, de Roberto Farias, sobre a vida do piloto Emerson Fittipaldi e no dia seguinte, a programação conta com “Toda Nudez Será Castigada”, de Arnaldo Jabor, baseado na peça de mesmo nome de Nelson Rodrigues. Da semana de 4 a 10 de dezembro, a mostra traz  “A Rainha Diaba”, de Antonio Carlos da Fontoura; “Costinha, o Libertino”, dirigido por Victor Lima; “Um Caipira em Bariloche”, de Pio Zamuner; “A Virgem e o Machão”, de José Mojica Marins; “Alma no Olho”, de Zózimo Bulbul, “A Filha da Madame Betina”, de Jece Valadão, e “A Super Fêmea”, de Anibal Massaini Neto.

No dia 11, será exibida a comédia “Como é Boa Nossa Empregada”, filme dividido em três episódios, o primeiro dirigido por Ismar Porto e os dois últimos por Victor di Melo. Para fechar a programação, o Canal Brasil traz o clássico “Portugal… Minha Saudade”, de Amácio Mazzaropi, dia 12. A mostra busca reverenciar os filmes escolhidos e evidenciar o fato de eles ainda se mostrarem atuais, mesmo 50 anos depois.

HORÁRIO: 1/12 a 12/12, às 23h30

1/12 – “Vai Trabalhar Vagabundo”, de Hugo Carvana

2/12 – “O Fabuloso Fittipaldi”, de Roberto Farias

3/12 – “Toda Nudez Será Castigada”, de Arnaldo Jabor

4/12 – “A Rainha Diaba”, de Antonio Carlos da Fontoura

5/12 – “Costinha, o Libertino”, de Victor Lima

6/12 – “Um Caipira em Bariloche”, de Pio Zamuner

7/12 – “A Virgem e o Machão”, de José Mojica Marins

8/12 – “Alma no Olho”, de Zózimo Bulbul

9/12 – “A Filha da Madame Betina”, de Jece Valadão

10/12 – “A Super Fêmea”, de Anibal Massaini Neto

11/12 – “Como é Boa Nossa Empregada”, de Ismar Porto e Victor di Melo

12/12 – “Portugal… Minha Saudade”, de Amácio Mazzaropi

Crítica: João Sem Deus - A Queda de Abadiânia (2023)
Mariana Caldas
Reviews de Séries, Séries

Crítica: João Sem Deus – A Queda de Abadiânia (2023)

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia, dirigida por Marina Person, é a primeira série de coprodução internacional independente entre Brasil e Portugal, de Canal Brasil, Ventre Studio, Coral Europa e TVI. Em três episódios de 50 minutos, ela acompanha, pela perspectiva feminina, o escândalo que desmascarou o médium a partir de denúncias da imprensa, até sua prisão.

Eu (Gabu) sou completamente fascinado pelo caso João de Deus, ou pelo caso João Sem Deus, como diz o nome da série. Para mim, é um crime com tantas camadas, tanta podridão da existência humana que só lendo e assistindo reportagens dos mais variados pontos de vista que consigo chegar próximo de uma compreensão de que sim, isso existiu e isso aconteceu. Não é ficção. Aconteceu em Abadiânia e ainda acontece em muitos outros templos religiosos do mundo.

A série, inspirada em eventos reais, começa contando a história de Carmem, que chegou em Abadiânia com a irmã Cecília, que estava com um tumor seríssimo no cérebro e quase sem nenhuma visão. Ela é uma mulher de muita fé, que depois de “presenciar o milagre” com a irmã, acaba ficando na cidade e ajudando na Casa Dom Inácio de Loyola, formando sua família e ficando por lá. Em Abadiânia, ela se apaixona por Lindinho, o braço direito de João Teixeira, com quem tem uma filha, Ariane. Juntos, além de trabalharem na casa, eles comandam uma pousada, que é aprovada pela entidade.

A série mostra o cotidiano de Carmem, até que as primeiras denúncias sobre o médium chegam na mídia, por meio do programa de Pedro Bial. Enquanto isso, Cecília, que está completamente curada, vive em Lisboa e é convencida por uma amiga, jornalista da CNN Portugal a relatar o que ela passou nas mãos do médium. Ela não quer reviver aquilo, mas ao voltar para o inferno, como ela chama Abadiânia, sente que precisa fazer a sua parte. Encorajada por centenas de mulheres quem estão indo a público, Cecília resolve contar sua história.

Na primeira vez em que visitou A Casa, com a irmã, ela foi selecionada para um atendimento particular com João de Deus. Com a visão quase toda comprometida, foi na sala, na presença da irmã, que ela foi abusada pelo falso profeta. E é nesse ponto que a série retrata, de forma fiel e extremamente gráfica, a história de Cecília. É chocante de assistir, mas necessário para que a gente não esqueça e, acima de tudo, lute contra a impunidade que o criminoso recebe nos dias de hoje.

A sequência da série se dá com Ceci contando a história para Carmem, que não acredita, afinal, ela trabalha muitos anos na Casa, já viu curas acontecerem e nunca viu nenhum desvio de conduta de João. Mas a história começa a mudar quando Lindinho, seu marido e braço direito de João, começa a esconder provas contra o médium, a encobrir a Casa e a falar que homem é homem. Que João, é sim, médium, mas acima de tudo, é homem.

Incomodada com a forma como a Casa vem sido deturpada por conta de João, Carmem continua fiel à sua fé do que acontece ali, mas passa a ficar com um pé atrás com o João. Sentimento que é reforçado quando ela descobre que Ariane, sua filha, foi abusada pelo médium desde que era uma criança. A menina, que não havia entendido que aquilo era um abuso até o momento em que ouviu as histórias, acaba confiando e contando tudo para a tia, Cecília.

A trama se desenrola mostrando o ponto de vista diferente de três mulheres: Carmem é a fé, nos poderes de cura, na fé e no trabalho que é feito ali dentro. Cecília é a vítima que foi abusada em frente a irmã, que estava de olhos fechados e não viu, mas também demorou para acreditar na versão dela e Ariane, que é uma garota que cresce em Abadiânia e com o “tio João” e descobre que sim, aquilo que aconteceu com ela foi um abuso e ela não tem culpa e não precisa sentir vergonha.

É uma série extremamente bem produzida, com um roteiro impecável e super fiel aos fatos do caso. Obviamente que há efeitos dramáticos e há ficção ali, por ser um produto televisivo, mas a forma gráfica como os acontecimentos reais são demonstrados faz a gente questionar até que ponto falhamos como seres humanos, até que ponto a justiça foi feita ou até que ponto, deixamos o nosso fanatismo nos cegar.

João de Deus usou da fé humana para ludibriar, para enganar e para manipular centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. E não são apenas pessoas com baixo grau de instrução, pessoas devotas ou pessoas sem pensamento crítico: todo mundo caiu em sua lábia. Até que ponto um mestre, um guru, ou um médium é tão poderoso assim a ponto de ser colocado em um pedestal e responder de lá de cima? Até que ponto vamos nos colocar em posição de inferioridade para essas figuras, deixando-as em uma posição de que elas sabem mais que nós? De que suas intuições são mais valiosas que as nossas?

É um ponto de reflexão sobre a nossa fé, mas que, de forma alguma, deve ser usado como forma de culpar as vítimas. Um ser humano em fragilidade é capaz de qualquer coisa para salvar sua vida. O ser humano é movido por uma pulsão de vida, por um instinto de sobrevivência, então sim, a gente se entrega e só depois é que somos capazes de dar conta do que aconteceu. E quando isso acontece, achamos que a culpa é nossa. Cecília chegou a pensar isso na série. Ariane disse que não sabia direito o que tinha acontecido e que achava que pudesse até ter gostado… Vítimas são vítimas. Não importa o quê.

“As três protagonistas representam as mulheres reais que começaram o escândalo: Carmem representa a fé nos poderes de cura de João de Deus, Cecília representa as vítimas de abuso e Ariane (filha da Carmem) faz o papel de uma menina que só percebe que foi abusada após a fala de outras mulheres”, explica a diretora Marina Person.

Marco Nanini é o antagonista da trama: “O convite para participar de ‘João Sem Deus’ me fez mergulhar na história que inspira a série, que conta com um roteiro excelente, uma diretora muito talentosa e um grupo de atores que admiro”, diz o ator.

A atriz Karine Teles interpreta Cecília, a irmã que sofre abuso sexual: “Precisamos falar sobre abuso de poder, mentiras e ganância, mais do que nunca. Essa história é próxima da gente aqui no Brasil, mas é tristemente universal. Aceitei participar desse projeto delicado e difícil porque acredito no poder restaurador da arte. Espero que chegue nas pessoas e provoque reflexões em cada um de nós”.

Já Bianca Comparato vive a protagonista Carmem, a irmã que acredita nos poderes do médium: “O que me atraiu nesse projeto foi a abordagem para contar a história da queda de João de Deus, mas pela perspectiva feminina. Até o começo da série, a minha personagem, Carmem, está cega em relação aos relatos de abusos, mas, aos poucos, vai entendendo o monstro que está ao seu lado. Ela chega a se perguntar a quem ela foi devota por todo esse tempo, a Deus ou ao diabo? É sobre essa dúvida de Carmem e sua dificuldade de aceitar que ela não ajudou mulheres abusadas”.

A produção de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” tem a predominância feminina na equipe, principalmente nas posições de liderança, nas quais as decisões criativas e executivas são tomadas por mulheres. O projeto teve acompanhamento da Bem Querer Mulher, iniciativa de acolhimento integral a mulheres que sofrem violência no Brasil, para a leitura sensível dos roteiros e apoio presencial no set durante as filmagens das cenas mais delicadas.

“Sou sobrevivente de abuso sexual, então esse tema me toca muito. Tivemos um cuidado e sensibilidade enormes na sala de roteiro por se tratar de vidas reais dessas mulheres, traumas que ainda não cicatrizaram para elas. Um desafio grande foi ter empatia com as mulheres que estavam ao lado do João, trabalhando dentro da Casa. Mas sempre acreditamos que o ponto de vista delas merecia ser contado e honrado. Elas também foram vítimas em muitos níveis”, pontua Patricia Corso, roteirista e cocriadora da série.

“A trama nunca é contada sob o ponto de vista do abusador, mas das sobreviventes que enfrentaram a rede de proteção e o silenciamento que permitiu que esses abusos continuassem por tanto tempo. É uma história, infelizmente, ainda muito relevante no Brasil – tanto pela perigosa associação entre fé e política, quanto pela cada vez mais frequente utilização de discursos morais e religiosos para acobertar estupros, misoginia, usurpação financeira e exploração sexual”, afirma Leo Moreira, roteirista e cocriador da série.

João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” foi gravada em Portugal e no Brasil e o set teve apoio da ONG Cinema Verde. Essa é uma iniciativa que visa reduzir o impacto ambiental causado pelas produções audiovisuais. As vendas internacionais são lideradas pela Onza Distribution e começaram em outubro, na MIPCOM.

Veja o teaser de "João Sem Deus - A Queda de Abadiânia", com Bianca Comparato, Karine Teles e Marco Nanini
Mariana Caldas
Estreias, Filmes

Veja o teaser de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia”

A série “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia”, que tem sua premiére mundial no dia 5 de outubro no IberSeries & Platino Indústria, um dos maiores encontros da indústria audiovisual ibero-americana, acaba de ganhar um teaser com imagens inéditas, veja:

O projeto tem pré-estreia no dia 9 de outubro em sessão no Festival do Rio e estreia dia 13 no Canal Brasil. Primeira série de coprodução internacional independente no Brasil e em Portugal, de Ventre Studio, Canal Brasil, Coral Europa e TVI, a obra é dirigida por Marina Person e conta com o ator Marco Nanini no papel de João de Deus e um grande elenco: Bianca Comparato, Karine Teles, Antonio Saboia e as atrizes portuguesas Ana Sofia Martins e Dalila Carmo. Os três episódios ficam disponíveis no Globoplay + Canais a partir da estreia.

A série ficcional inspirada em eventos reais conta a história de duas irmãs que chegaram a Abadiânia 17 anos antes da prisão de João de Deus. Uma delas sai do país após os abusos sofridos, enquanto a outra se torna uma fiel funcionária do médium, afirmando que vivenciou o milagre da cura da irmã. A trama se desenrola durante o reencontro das duas irmãs, que culmina em um surpreendente plot twist.

“As três protagonistas na nossa série representam as mulheres reais que começaram o escândalo: Carmem representa a fé nos poderes de cura de João de Deus, Cecília representa as vítimas de abuso e Ariane (filha da Carmem) faz o papel de uma menina que só percebe que foi abusada após a fala de outras mulheres”, explica a diretora Marina Person.

Nanini é o antagonista da trama: “O convite para participar de ‘João Sem Deus’ me fez mergulhar na história que inspira a série, que conta com um roteiro excelente, uma diretora muito talentosa e um grupo de atores que admiro”, diz o ator.

A atriz Karine Teles interpreta Cecília, a irmã que sofre abuso sexual: “Precisamos falar sobre abuso de poder, mentiras e ganância, mais do que nunca. Essa história é próxima da gente aqui no Brasil, mas é tristemente universal. Aceitei participar desse projeto delicado e difícil porque acredito no poder restaurador da arte. Espero que chegue nas pessoas e provoque reflexões em cada um de nós”.

Já Bianca Comparato vive a protagonista Carmem, a irmã que acredita nos poderes do médium: “O que me atraiu nesse projeto foi a abordagem para contar a história da queda de João de Deus, mas pela perspectiva feminina. Até o começo da série, a minha personagem, Carmem, está cega em relação aos relatos de abusos, mas, aos poucos, vai entendendo o monstro que está ao seu lado. Ela chega a se perguntar a quem ela foi devota por todo esse tempo, a Deus ou ao Diabo? É sobre essa dúvida de Carmem e sua dificuldade de aceitar que ela não ajudou mulheres abusadas. A obra é um thriller eletrizante e sem dúvida é uma grande personagem”.

O ator Antonio Saboia também compõe o elenco, na pele de Lindinho, braço direito de João de Deus: “O projeto me seduziu por ter um roteiro forte sobre a escuridão dos nossos falsos profetas. É um privilégio poder trabalhar com Marina Person, Paula Cosenza, Marco Nanini, Karine Teles, Bianca Comparato e tantos outros talentos. Lindinho é um papel totalmente diferente do que já fiz antes e um desafio e tanto”.

A produção de “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” tem a predominância feminina na equipe, principalmente nas posições de liderança, nas quais as decisões criativas e executivas são tomadas por mulheres. O projeto também possui o acompanhamento da Bem Querer Mulher, iniciativa de acolhimento integral a mulheres que sofrem violência no Brasil, para a leitura sensível dos roteiros e apoio presencial no set durante as filmagens das cenas mais delicadas.

“Sou sobrevivente de abuso sexual, então esse tema me toca muito. Tivemos um cuidado e sensibilidade enormes na sala de roteiro por se tratar de vidas reais dessas mulheres, traumas que ainda não cicatrizaram para elas. Um desafio grande foi ter empatia com as mulheres que estavam ao lado do João, trabalhando dentro da Casa. Mas sempre acreditamos que o ponto de vista delas merecia ser contado e honrado. Elas também foram vítimas em muitos níveis”, pontua Patricia Corso, roteirista e cocriadora da série.

“A trama nunca é contada sob o ponto de vista do abusador, mas das sobreviventes que enfrentaram a rede de proteção e o silenciamento que permitiu que esses abusos continuassem por tanto tempo. É uma história, infelizmente, ainda muito relevante no Brasil – tanto pela perigosa associação entre fé e política, quanto pela cada vez mais frequente utilização de discursos morais e religiosos para acobertar estupros, misoginia, usurpação financeira e exploração sexual”, afirma Leo Moreira, roteirista e cocriador da série.

“João Sem Deus – A Queda de Abadiânia” foi gravada em Portugal e no Brasil e o set teve apoio da ONG Cinema Verde. Essa é uma iniciativa que visa reduzir o impacto ambiental causado pelas produções audiovisuais. As vendas internacionais são lideradas pela Onza Distribution e começaram em outubro, na MIPCOM.

Canal Brasil faz homenagem ao ator Marco Nanini pelo seu aniversário de 75 anos
Ana Paula Amorim
Filmes, Séries

Canal Brasil faz homenagem ao ator Marco Nanini pelo seu aniversário de 75 anos

Marco Nanini completa 75 anos no dia 31 de maio e para comemorar a data, o Canal Brasil vai fazer uma homenagem especial com a exibição de uma entrevista inédita do ator para o Cinejornal na quarta-feira, às 13h30, e dos longas-metragens “A Grande Família – O Filme”, às 21h30, e “O Auto da Compadecida”, na madrugada de quarta para quinta-feira, à 1h30. Nanini tem uma carreira extensa, com diversos trabalhos na televisão, no cinema e no teatro e ficou conhecido, principalmente, pelo protagonismo na série brasileira “A Grande Família”, que ficou em cartaz por 13 anos da TV Globo, na qual interpretou Lineu, junto com Marieta Severo, Guta Stresser, Lúcio Mauro Filho e Pedro Cardoso.

O papo de Marco Nanini com a jornalista Simone Zuccolotto traz as lembranças de sua vasta carreira, como por exemplo no mais recente “As Cadeiras”, peça que filmou para o cinema com a atriz Camila Amado; sua biografia, lançada em janeiro; e outros trabalhos marcantes, como “Irma Vap”, “A Grande Família” e “O Auto da Compadecida”. No Canal Brasil, Nanini vai protagonizar a série “João Sem Deus – Os Últimos Dias de Abadiânia“, dirigida por Marina Person e com estreia prevista para o segundo semestre.

É um caso muito pesado, mas a Marina Person, que é uma diretora muito boa e gente fina também, foi muito arguta para fazer o filme e eu fiquei também à vontade, embora eu falasse com ela ‘Olha, eu não vou imitar o João de Deus, eu vou fazer uma imagem, mas não vou imitá-lo’“, contou o ator em entrevista ao Cinejornal.

O longa “A Grande Família – O Filme”, dirigido por Maurício Farias, foi lançado em 2007 e levou mais de 2 milhões de pessoas aos cinemas. O roteiro é baseado na série da TV, mas os fatos que acontecem no longa são tratados em uma cronologia para além da série, tornando assim o filme facilmente compreensível até para o espectador que não acompanhava a saga constantemente. Em “O Auto da Compadecida”, de Guel Arraes, que tem o roteiro baseado na peça teatral homônima da Ariano Suassuna, Nanini interpreta o Capitão Severino de Aracaju.

Cinejornal

Horário: Quarta, 31/05, às 13h30

Classificação: Livre

A Grande Família – O Filme (2007) (104’)

Horário: Quarta, 31/05, às 21h30

Classificação: 10 anos

Direção: Maurício Farias

Sinopse: Lineu (Marco Nanini) sente-se mal após acompanhar o enterro de um colega de trabalho. Atordoado com a morte repentina do amigo, ele decide ir ao médico para fazer exames de rotina e, depois de uma tomografia, os especialistas acusam a existência de uma mancha escura em seu peito. Com medo de abrir o laudo do diagnóstico final, ele prefere não tomar conhecimento do resultado do teste clínico e sai do consultório certo de estar vivendo seus últimos dias. O fiscal sanitário decide esconder seu suposto fim iminente de sua esposa, Nenê (Marieta Severo), e desiste de ir ao baile que frequentam há 40 anos, quando começaram a namorar. Sua atitude, no entanto, gera grande insatisfação em seu cônjuge, e ela provoca o marido convidando Carlinhos (Paulo Betti), seu ex-namorado, para ocupar seu lugar na tradicional noite.

O Auto da Compadecida (2000) (95’)

Horário: Madrugada de quarta (31/05) para quinta (1/06), à 01h30

Direção: Guel Arraes

Sinopse: As aventuras dos nordestinos João Grilo (Matheus Natchergaele), um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó (Selton Mello), o mais covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e atravessam por vários episódios enganando a todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. A salvação da dupla acontece com a aparição da Nossa Senhora (Fernanda Montenegro). Adaptação da obra de Ariano Suassuna.