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Romance e autoajuda são os gêneros literários mais vendidos no Brasil

Levantamento da Amazon aponta que romance e autoajuda são os gêneros literários mais vendidos no Brasil em 2022. Também conquistaram destaque livros de ficção científica, suspense e religiosos. Em volume menor, mas figurando entre os 30 livros mais vendidos, ainda aparecem obras infantojuvenis, financeiras e didáticas.

Os romances lideram com força, com seis títulos entre os dez mais vendidos no ano passado. Os três primeiros livros mais comprados são do gênero literário. Trata-se de duas obras da escritora Colleen Hoover: É Assim que Acaba e a continuação da história, É Assim que Começa. Em terceiro lugar, Daisy Jones &The Six: Uma História de Amor e Música, de Taylor Jenkins Reid.

O gênero de autoajuda também marca forte presença na lista. São quatro dos dez mais; os títulos ocupam entre o quarto e o sétimo lugar. Na quarta colocação, está O Homem Mais Rico da Babilônia, de George S. Clason. Em quinto lugar, Pai Rico, Pai Pobre, de Robert Kiyosaki e, em sexto, As Armas da Persuasão: Como Influenciar e Não se Deixar Influenciar, por Robert Cialdini. Por fim, na sétima posição, Café com Deus Pai, de Junior Rostirola.

O top 10 acaba com três romances: A Mandíbula de Caim, de Edward Powys Mathers; o clássico A Revolução dos Bichos, de George Orwell e A Biblioteca da Meia-Noite, de Matt Haig. Entre os 20 livros mais vendidos no Brasil em 2022, segundo a lista, aparecem obras de outros gêneros. Destaque para títulos didáticos, como o dicionário Michaelis; livros financeiros, como A Psicologia Financeira: Lições Atemporais sobre Fortuna, Ganância e Felicidade, de Morgan Housel; e ainda livros infantojuvenis, como é o caso de Muito Cansado e Bem Acordado, escrito por Susanne Strasser.

Levantamento de 2022 do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, feito em conjunto com a empresa Nielsen Bookscan Brasil, mostra que a venda de livros no país subiu 7,6% entre 2019 e 2020. Pesquisas recentes (de 2021 para trás) apontam obras religiosas, contos e romances entre os mais vendidos, seguidos por livros didáticos, infantis e de poesia. Os dados evidenciam a consolidação do romance como gênero literário mais lucrativo do país, além do crescimento progressivo dos livros de autoajuda.

*Por William Costa, fundador da App Universo. Criador da App Universo a nova rede social para amantes de literatura.

Karma: Você sabe do que se trata?
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Karma: Você sabe do que se trata?

Muito se fala sobre a “Lei do Karma” nas músicas, nos filmes e até mesmo nas conversas corriqueiras do dia a dia. Mas, afinal, do que se trata o “famoso” karma? Pintado como algo fatalista, que só existe para punir as pessoas, ele é visto sob uma ótica religiosa de crime e castigo. 

É verdade que o conceito de karma está em várias religiões, com denominações diferentes. Na Bíblia, se diz “Aquilo que você planta é aquilo que você colhe, aquilo que você dá é aquilo que você recebe”; no Alcorão, “Receberás retribuição e pagamento por tudo o que fizeres”; no Budismo “Todo homem, pela ação infalível do karma, recebe na exata medida tudo o que lhe é devido, tudo o que ele merece, nem mais nem menos. Nenhuma ação benéfica ou maléfica, por mais insignificante que seja, por mais secretamente que praticada, escapa à balança precisamente equilibrada do karma”. Mas ele não precisa ser visto somente como punição. Porque no fundo, ele não é fatalista. 

O karma se baseia unicamente na causa e no efeito, aplicada a um indivíduo ou a um grupo de indivíduos. Quando você faz algo, isso retorna para você, seja bom ou seja ruim. Não tem como plantar arroz e colher trigo, por exemplo. No entanto, quando algo é feito intencionalmente, acredita-se que o efeito kármico é multiplicado por dez, de forma gradativa, autodeterminada e autodirigida. Isso implica numa responsabilização por alguns (não todos, obviamente) acontecimentos em sua vida. Você é responsável pelas suas atitudes, palavras e alguns pensamentos (não por pensamentos intrusivos). 

O grande erro das pessoas que trabalham com energias, assim como eu trabalho, é culpar a vítima quando ela não é culpada. Explico: existem coisas na vida pelas quais somos responsáveis – toda escolha gera uma reação e terceirizar isso é tirar nossa responsabilidade. Culpar o mundo é sempre mais fácil. No entanto, existem acontecimentos que são simples fatalidades e casualidades e não devem ser considerados efeitos kármicos. Eu fico doido quando vejo alguém falando que outra pessoa tem determinada doença só por efeitos kármicos, por exemplo. Não é bem assim, nem tudo é oito ou oitenta.

Basta entender que para uma boa convivência entre as pessoas, é preciso não fazer ao outro o que você não gostaria que te fizessem, porque a justiça é o seu escudo. Se você quer cordialidade e harmonia, precisa ser cordial e educado com as outras pessoas. Se você quer prosperidade, pratique a caridade. Fazer boas ações para aliviar o sofrimento de outros seres vivos é uma boa forma de usar a Lei do Karma a seu favor. Dê o que você deseja receber. Dê dinheiro para nunca faltar dinheiro, dê comida para nunca faltar comida, dê atenção para que nunca te falte atenção etc.

Influenciador desde o berço: quais os impactos dessa nova realidade?
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Influenciador desde o berço: quais os impactos dessa nova realidade?

Com a presença tão marcante das redes sociais no cotidiano, trabalhar com a internet se tornou algo muito lucrativo, uma vez que sua monetização fez com que muitas pessoas passassem a garantir renda através da geração de conteúdo e entretenimento, como influenciador. Mas o que falar dos jovens prodígios? Por volta de 20 anos atrás, com a popularização da web no Brasil, os incentivos passaram a ser mais intensos e velozes.

+ Em vários momentos pensei em desistir do Hugo Gloss, diz Bruno Rocha

Há algum tempo, tudo não passaria de um hobby, no entanto, conforme os talentos foram surgindo, novas oportunidades de fazer com que a diversão virasse profissão foram se revelando, como no caso do influenciador YouTube Felipe Molero. Conhecido em suas redes por trazer uma abordagem descomplicada para o público jovem sobre finanças, com apenas 13 anos já é produtor de conteúdo, palestrante, investidor, empresário e influenciador digital.

Mas não para por aí, pensar no Kid Investor, nome de seu canal, como uma exceção raríssima pode ser um engano ao não levar em consideração as diversas crianças com aptidão que abordam temáticas importantes e desenvolvem entretenimento no espaço virtual. O senso de responsabilidade que está sendo formado e as diferentes maneiras de se obter conhecimento e transmiti-lo têm sido cada vez mais bem recebidas entre a juventude, pais e educadores.

Impactos diversos

“O impacto que a tecnologia trouxe para essa geração causou novos estímulos, tendo efeitos tanto emocionais, quanto sociais. Hoje em dia, se pararmos para pensar nos inúmeros benefícios da tecnologia, podemos observar o despertar de novos aprendizados, desenvolvimento da independência intelectual, capacidade de networking e interação com público maior fazendo com que os jovens aprimorem sua capacidade de socialização e comunicação”, expõe o psicólogo Fernando Machado.

A partir do estímulo correto e supervisão adequada, esse contato com o digital é certamente convertido em habilidades remuneradas e proveitosas para o desenvolvimento pessoal, indo além do financeiro, influenciando os pequenos a terem mais desenvoltura em várias áreas da vida. Com isso, vale ressaltar como pode ser relevante a visão de um adulto, familiar ou profissional para que esse desenvolvimento possa ser traçado e trilhado com excelência.

O psicólogo do Hospital Anchieta de Brasília, ainda traz um olhar sensível também sobre as crianças que são introvertidas e os impactos negativos para saúde mental causados pela imposição dessa exposição ao mundo virtual. “Não muito raro, jovens na fase da pré- adolescência costumam ser mais introvertidos e os pais que vêem essa contenção social como algo que precisa de cura, por diversas vezes, acabam causando significativas marcas na saúde mental de seus filhos. Complexos de inferioridade, problemas de autoestima, desincentivo, são alguns dos problemas gerados a partir dessa exigência de que os mesmos sejam ativos nas redes sociais.”

O futuro e as adaptações literárias, televisivas e cinematográficas no metaverso
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O futuro e as adaptações literárias, televisivas e cinematográficas no metaverso

Sou da geração que assistiu à chegada dos primeiros videogames ao mercado. Eles consistiam de uma espécie de quadra de tênis em que precisávamos rebater a bolinha pela movimentação de um cursor na vertical. Tudo em monitor de fósforo verde. Sei que para muitos aqui é meio difícil de acreditar, mas eu cresci jogando em fliperamas. Não sabe o que é isso? No dicionário consta como sendo um estabelecimento destinado ao uso de máquinas do tipo “pinball”, e o nome “flipper” vem das alavancas usadas para controlar a bola de pinball. Bom, chegando aos dias de hoje, devo confessar que nunca parei por mais de 5 minutos para ver meus filhos ou jovens da idade deles, jogando Fortnite, Minecraft, Second Life ou Call of Duty. Hoje me sinto na obrigação de entender, pois grande parte do que se fala e se espera do metaverso tem a origem nessas plataformas de games ou de convivência em um mundo paralelo.

+ Adaptações televisivas de obras literárias aumentam em plataformas de streaming

Mas o que é metaverso?

Quando o Facebook trocou seu nome para “META”, chamou minha atenção para esse movimento que está ocorrendo desde meados dos anos 2000. Metaverso é o nome usado para denominar um espaço virtual compartilhado em 3D em que as pessoas podem fazer o acesso e a imersão com óculos próprios de realidade virtual e fones de ouvido conectados. Você monta seu avatar que pode ser igual a você ou uma versão de você mesmo que considere melhorada. E aí entra um monte de tecnologia embarcada como realidade aumentada, hologramas, realidade virtual e o usuário passa a fazer parte do mundo virtual segundo seu interesse pessoal. Por meio de uma economia própria, onde existe mercado financeiro ativo, os usuários poderão comprar, vender e negociar tanto itens reais como virtuais, como já acontece com o Second Life. Há um caso em que através da plataforma Second Life, foi possível comprar um apartamento no mundo real e, claro, inúmeras transações virtuais dos mais diferentes objetos e serviços ocorrem sem cessar. Para se ter uma ideia, de acordo com a Bloomberg Intelligence, estima-se que estas plataformas de interação em ambiente virtual deverão movimentar US$ 800 bilhões de dólares até 2024.

Metaverso no Brasil e NFTs

NFT’s? QUE BICHO É ESSE? Bom, vou começar voltando para uma outra notícia que me chamou a atenção: foi o fechamento de parceria da The Sandbox com o estúdio brasileiro de jogos Hermit Crab. Desta parceria resultará uma cidade inspirada na cultura brasileira cujo nome será “Sports Land” onde jogadores poderão praticar uma variedade de esportes com outros usuários em tempo real. E mais! A plataforma permitirá que os usuários colecionem NFTs (tokens não fungíveis) ligados ao mundo dos esportes como tênis, camisetas, bolas, raquetes etc. Portanto, NFT’s são tokens únicos que existem em um blockchain* e comprovam a propriedade de um ativo digital ou físico. Segundo especialistas, o metaverso deverá fazer parte de nossas vidas entre cinco e dez anos, pois muito ainda precisa ser desenvolvido e implantado. Por exemplo, a conexão 5G, a tecnologia empregada, precisa cair de preço para ser viável; privacidade e segurança dos usuários precisa ser melhorada, bem como questões sobre direitos autorais, crimes virtuais, questões legais e éticas.

Vamos a mais um dado que me chamou a atenção neste universo. Embora as NFTs tenham se tornado uma tendência crescente, nenhuma coleção ainda se popularizou com sucesso em adaptações literárias, televisivas e cinematográficas. E aí, a série A Contrapartida pode ter uma excelente oportunidade pela sua trama, ambientação e elementos de suspense de tirar o fôlego. A série apresenta elementos da cultura brasileira e traz ambientação na capital de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Amazônia Legal e Floresta Amazônica, cobrindo questões do garimpo e extração de madeira ilegal, exploração indígena, elementos que agem sobre nosso processo de escolhas e decisões, abrindo um leque de oportunidades para desdobramento de histórias que os usuários do metaverso podem escolher e se permitirem experimentar. Além disso, pode proporcionar a coleção de NFTs (tokens não fungíveis) ligados ao mundo indígena, como cocares, arcos e flechas, cumbucas, enfim, todo tipo de artefato indígena e objetos dos personagens do filme e do livro, peça de teatro, enfim, tudo que for construído dentro do universo da série A Contrapartida. Também, todo o turismo da região pode ser alavancado pela experiência prévia no metaverso e movimentar agências e operadoras do país e da região. Essa renda pode e deve ser revertida às comunidades indígenas, levando divisas ao estado da federação, que hoje possui o mais baixo IDH do país, “sentado” em uma reserva vegetal, aquífera e mineral mundialmente reconhecida em seu valor para o mundo. Neste sentido o metaverso, se bem aplicado, é transformador em termos de distribuição de riqueza, tendo como ambiente virtual a série A Contrapartida.

Futuro próximo

Mas é incrível que esse mundo pode realmente alterar nossas vidas em futuro relativamente breve. Por exemplo, viagens de lazer, podem ser experimentadas antes pelo usuário através do metaverso e, se forem de fato o esperado, o usuário poderá fazê-la no mundo real. Isso vale para visita a museus do mundo todo sem sair de casa. Já pensou? E a educação? Crianças podem ter aula de história do Brasil como se estivessem chegando em uma nau à costa brasileira e assim por diante. E uma aula sobre a Amazônia? Sensacional, não é mesmo?

Uma economia completa existirá dentro nesse novo ambiente virtual, oferecendo opções de produtos e serviços, entretenimento, educação e por aí vai. Como dito antes, essa economia estará amparada no blockchain*, – nas criptomoedas e nos NFTs (tokens não fungíveis). Essa nova era tecnológica chegou.

*Blockchain é um sistema que permite rastrear o envio e recebimento de alguns tipos de informação pela internet. São pedaços de código gerados online que carregam informações conectadas — como blocos de dados que formam uma corrente — daí o nome. É esse sistema que permite o funcionamento e transação das chamadas criptomoedas, ou moedas digitais.

Mulheres na Ciência: determinismo biológico e protagonismo na História
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Mulheres na Ciência: determinismo biológico e protagonismo na História

A presença das mulheres na Ciência não é de hoje. Na verdade, é de sempre. E o protagonismo feminino atravessa a História com conquistas incalculáveis para a humanidade. Isso não quer dizer, no entanto, que o caminho foi fácil. Muito pelo contrário. As mulheres, ainda hoje, encontram dificuldades em estabelecer seus talentos, principalmente em cargos de chefia e destaque. Substantivo feminino, a ciência atravessou séculos como um espaço predominantemente ocupado por homens e seus feitos brilhantes. As mulheres têm conseguido quebrar essa barreira de gênero, mesmo que aos poucos e “pedindo licença”. Mas é um processo lento e cultural que extrapola qualquer capacidade, mesmo que explícita e, mesmo assim, não enxergada em muitos casos.

+ As diferenças entre sexualidade, gênero e sexo biológico

Exemplos ao longo dos séculos não faltam. Na Grécia Antiga podemos citar Teano, escritora de livros e tratados sobre Matemática, Física e Medicina e responsável pelo legado de Pitágoras, considerada a “mãe da doutrina do meio-termo”. No entanto, a História, por muitas vezes, mostra Teano como uma das muitas mulheres do pai da Matemática. No início do século 20, o Instituto Politécnico de Zurique, na Suíça, era uma das poucas universidades da Europa que admitiam mulheres. E lá a primeira mulher de Albert Einstein, Mileva Maric, já mostrava seu grande talento pela Ciência. A ela, inclusive, o próprio Einstein atribuiu boa parte das ideias que o tornaram um dos maiores cientistas da História, inclusive na produção dos quatro artigos na revista Annalen der Physik (Anais da Física) que mudaram a compreensão das leis da física para sempre, incluindo sua teoria da relatividade. Na época, muitos a chamavam de “velha bruxa”. Pouco se sabe sobre seus feitos, anão ser que ela foi mulher do pai da Teoria da Relatividade e mãe de três de seus filhos.

Filhos, por sinal, são outro ponto relevante. Assim como Mileva, Fernanda Staniscuaski também teve três filhos e é cientista. Bióloga, ela enfrentou uma série de dificuldades para exercer a maternidade ao mesmo tempo em que precisava se dedicar ao trabalho. Diante do desafio, criou o “Parent in Science”, rede que levanta a discussão sobre o impacto na carreira científica de mulheres e homens e onde as mulheres da Ciência também podem externar suas angústias e desafios de se dedicar aos filhos, aos laboratórios e à pesquisa científica. Uma das ações da rede de apoio é o “Maternidade no Lattes”, que é a inclusão da licença-maternidade no currículo. “Para o movimento, é importante reconhecer, formalmente, a maternidade como parte da trajetória profissional das mulheres, com o objetivo de sinalizar o momento de pausa na carreira das cientistas e justificar as lacunas que existem na produção e nos currículos em função do momento de ser mãe”, pontua Fernanda. Além disso, a bióloga ressalta que é uma maneira de tirar a maternidade da invisibilidade e de um determinismo biológico e, com isso, provocar mudanças sobre como ela é vista dentro da academia.

“Eu como uma colaboradora com 13 anos numa mesma empresa consigo notar grandes transformações como ações mais humanizadas e voltadas para autocuidado e cuidado com a família. Quando minha filha nasceu fiquei preocupada em não conseguir ter a mesma produtividade que antes e a empresa não entender.

Hoje, além de ter adquirido grandes virtudes com a maternidade, entre elas melhor administração do tempo, ainda me sinto segura em poder atender as demandas de mãe e mulher. Dessa maneira, me sinto na obrigação de criar um ambiente mais acolhedor principalmente para as mulheres, mamães, famílias e futuras mães”, relata Adriana Freire Machado, gerente de marketing para a América Latina da Eppendorf do Brasil e mãe de uma menina de seis anos. Adriana destacou ainda que a liderança da empresa já é 50% feminina, algo recente, que ocorreu nos últimos quatro anos.

Adriana apoia as iniciativas da Fernanda do Parent in Science e entende as dificuldades, pois bolsistas não são celetistas e isso dificulta ainda mais a carreira dessas profissionais, já que têm menos direitos trabalhistas.

“O importante é que empresas, universidades e a sociedade se movam para mudar esse cenário para promover igualde de direitos para todos”, completa.

Reconhecer e dar visibilidade à mulher na Ciência vai além de prêmios ou condecorações. É renovar uma cultura que, por vezes, ainda deriva as palavras de Darwin no segundo volume de “A Origem do Homem”, de 1871, onde ele diz que “o homem é mais poderoso em corpo e mente que a mulher, e no estado selvagem ele a mantém numa condição de servidão muito mais abjeta que o faz o macho de qualquer outro animal; portanto, não surpreende que ele tenha ganhado o poder de seleção”. Há quem ainda se admire ou reprove essas palavras — assim como na época -, pelo simples fato de Darwin ter relacionado o parentesco entre o ser humano e outros primatas, proposta pela mesma obra.

Colunas, Novidades

O desafio da exigência de êxito

O famoso “Poema em Linha Reta” nos diz que todos os conhecidos do poeta eram verdadeiros campeões em tudo, sem derrotas ou fracassos. O poeta, ao contrário dos demais, experimenta todos os erros, inseguranças e medos humanos. Caso ainda não conheça esse poema de Fernando Pessoa com pseudônimo de Álvaro de Campos, vale a pena ler.

O empreendedorismo é uma ilusão que cabe certinho nas nossas fantasias de sucesso: se eu trabalhar bem e muito, serei vencedor em tudo! Há aqui uma certeza embutida de que somos os mestres de nosso próprio destino e, embora isso não esteja de todo errado, esse futuro sonhado é sempre brilhante e glorioso.

Nosso futuro é resultante de variáveis complexas atuais e de eventos passados que certamente desenharam nosso presente. Além disso, algumas dessas decisões são tomadas e ainda modificadas por cada um. O equívoco está em acreditarmos na liberdade plena da decisão consciente sobre nossos atos, já que há em nós uma faceta inconsciente que direciona nossos desejos em cada ato. A parte mais equivocada e triste: não há nenhuma garantia de eficácia e do futuro tão sonhado se concretizar do jeito que idealizamos.

O poder ilusório de ter o futuro nas mãos traz amarrada a certeza de amarga responsabilidade, pois se o ouro não vier, será por falta de esforço da parte do sujeito. Sabemos que as condições sociais e culturais são desiguais e que a boa vontade não é suficiente e, ainda assim, a culpa sobreviverá! E remoeremos, horas a fio, onde e como poderia ter sido feito diferente, e ensaiaremos o que deveria, o que poderia, como, e o constante ‘e se’ martelando as lembranças.

A psicanálise aposta numa determinação inconsciente e que esse é transmitido através da linguagem para além da língua trazendo consigo a cultura. Esse nos precede e nele nos enlaçamos desde o início, através do olhar e voz maternos, dos toques e cuidados que precisamos para sobreviver dada a nossa inexorável vulnerabilidade. O laço nos garantirá a vida.

Os fatos passados que hoje nos afetam podem ser interpretados e ditos de alguma outra forma e a análise se presta à escuta que tornará possível esse percurso. Ressignificar o passado é de certo modo modificá-lo na realidade subjetiva que representará uma mudança atual abrindo novas possibilidades de escolha do futuro que podemos vir a ter.

“Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?”, continua o poeta mencionado no início. Na vida nós encontramos alegrias, mas também sofrimentos e sempre fazemos o que nos é possível. É preciso lembrar que sempre será o nosso melhor, dadas as circunstâncias, dadas as possibilidades, dada a nossa história que a tudo, em cada um desses atos, foi determinante. Alguma generosidade no cuidado de saúde mental pode representar uma qualidade de vida ímpar e valiosa.

Longe dessa exigência de êxito, talvez possamos considerar apenas o que nos seja melhor possível sempre. Talvez, lacrar e brilhar acima de todos não seja uma escolha tão feliz assim. Talvez, aceitar uma errância onde eventualmente se acerta possa trazer novamente gente para habitar nosso mundo atualmente pleno de pretensos semideuses. Portanto, deixemo-nos fracassar um pouco!

Colunas

Como lidar com a tal da bolha social?

Essa semana decidi ir à revistaria. Não sei exatamente o porquê dessa decisão repentina. Umas semanas atrás, vários textos e artigos sobre a tal da bolha social explodiram e eu não pude deixar de pensar o quanto isso me pegou de jeito, desprevenida mesmo, sem aviso. Eu estava lá, navegando no Facebook, compartilhando meus memes sobre nosso bom presidente Temer, lendo algumas pautas feministas e comentando no posts dos meus colegas de rede social. Até que de repente “BANG!”, aparece a manchete, ironicamente me questionando enquanto eu a questionava: você está dentro de uma bolha social? E a resposta sempre será sim. Não tem como você negar, o ser humano é, no final das contas, imperfeito e seletivo.

Se você não sabe do que eu estou falando, clica aqui ou tenta entender a explicação de uma leiga sobre o assunto (que inclusive é objeto importante de estudo da psicologia e computação cognitiva): nós estamos, na maior parte inconscientemente, homogeneizando intelectualmente nosso meio social. A verdade é que isso não é de todo ruim e com certeza se intensificou dentro das relações humanas com o advento da tecnologia, que possibilitou a entrada dos softwares de Inteligência Artificial no nosso dia-a-dia. O Google prevê os tipos de pesquisas que faremos a partir de dados coletados de cookies, sites, mensagens de e-mail e vídeos no youtube. O Facebook programa o nosso feed de notícias para que apareçam apenas postagens que podem nos interessar e amigos com quem você tem mais contato dentro da rede. O Waze consegue definir nossas rotas para o começo do dia sem nem mesmo termos tocado no telefone e colocado o endereço. Até mesmo os meus artigos do Medium são escolhidos de acordo com meus interesses específicos e desse modo eu fico num loop de informação que não contrasta nem se contesta.  É padronização.

Mas como disse Carlos Drummond de Andrade no seu poema “Igual-Desigual”:

“todas as histórias em quadrinho são iguais.

Todos os filmes norte-americanos são iguais.

Todos os filmes de todos os países são iguais.

Todos os best-sellers são iguais.

Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são

iguais.

Todos os partidos políticos

são iguais.

Todas as mulheres que andam na moda

são iguais.

[…]

Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais.

Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou

coisa.

Não é igual a nada.

Todo ser humano é um estranho

ímpar.”

Todo ser humano é um estranho, ímpar, diferente. Nenhum é igual a outro homem. Ele é coletivo, heterogêneo e diverso. Só falta estourar a bolha e procurar por algo além das próprias convicções. Isso é muito difícil, a gente sabe. Provavelmente a tecnologia nunca vai estar a seu favor. Mas você sempre pode ir em uma revistaria e comprar um jornal ou uma revista sobre política e cultura. Você vai ser confrontado por opiniões distintas sobre assuntos diversos e encontrar uma disparidade de pensamento dentro de você mesmo. E é por isso que somos estranhos ímpares, porque não nos entendemos completamente.

Cheguei na banca e pedi para o moço me ver o que tinha de bom para esse mês. E um quadrinho, porque ninguém é de ferro.

Atualizações, Autorais, Colunas

Autoria: O funcionalismo da sociedade esquizofrênica

Que o Brasil dá um passo pra frente e dois para trás todos nós já sabemos. Claro, vivemos em uma sociedade totalmente funcionalista, que preza acima de tudo o conservadorismo e discursa bonito, apesar de ter uma prática totalmente nojenta. Heranças talvez, de uma colonização justificada pelo evolucionismo de Morgan e Freezer, onde culturas foram nos enfiadas goela abaixo sob a justificativa da evolução e seleção natural dos melhores e mais aptos.

A sociedade atual é cada vez mais intolerante. Ao invés de caminharmos rumo ao estruturalismo utópico que a antropologia toma como objetivo, regredimos dentro do funcionalismo esquizofrênico onde, apesar de ser cada um por si, e Deus por todos, ninguém se importa em dar uma opiniãozinha na vida alheia. Fazer o quê, né? A vida do outro sempre é mais interessante que a nossa. Talvez estejamos apenas fartos das nossas vivências limitadas e precisamos viver aventuras já vividas por outros indivíduos. Precisamos, como um parasita dementador, sugar e distorcer tudo o que está ao nosso redor. Acho que isso nos gera um prazer pessoal maior que qualquer outra relação sexual.

Durkheim já dizia, complementando a teoria antropológica do funcionalismo, em seus conceitos: você nasce em uma cultura sem escolher, e você toma seus ensinamentos e costumes como verdade absoluta. É impossível ser coercitivo sozinho, você nunca vai mudar toda uma sociedade apenas arregaçando suas mangas. Você não vai conseguir ser o tordo da revolução sozinha, Katniss Everdeen. Uma feminista não vai conseguir direitos iguais para todas as mulheres. Um gay não vai conseguir aceitação para toda a comunidade LGBT – e aqui conseguimos gancho para o impasse, de algo que ser grande e evoluído, mas é puxado pela sociedade funcionalista como uma âncora. No pensamento estruturalista de Levi-Strauss, você tem sua passividade com relação a sociedade em que vive, mas pode transformá-la em atividade. Isto é, se você não se adequa a sua comunidade, você tem total autonomia para criar a sua comunidade alternativa. E o povo LGBT não fez isso, você me pergunta? Tentou.

Mas a âncora doente do funcionalismo invadiu sua sociedade alternativa com seus preconceitos sem fundamento, e marginalizou de sua convivência essa célula desfuncional, como sempre fazem. É um impasse totalmente pragmático. A comunidade começa a ganhar seus direitos, e aqui devemos abrir um parêntese: são direitos humanos e não privilégios o que as minorias querem. Mulheres querem igualdade. LGBTs querem ser reconhecidos na sociedade como cidadãos de bem. Querem usar seu nome social em paz. Querem se casar legalmente. Querem adotar crianças (abandonadas por casais héteros, detalhe). Querem viver e serem livres para amar.

Hora ou outra, conseguimos conquistas aqui e ali. Mas não se pode conseguir muito, porque logo chega o cão funcionalista, dizendo que é tudo privilégio. Claro, é fácil chamar de privilégio algo que você já tem e nem percebe. O cão então, trava nossa batalha de minoria. Ele é maioria. Sua justificativa? Está na Bíblia. A Bíblia diz que não pode. Sim, devemos respeitar. Afinal, vivemos em Israel ainda, no início dos tempos. Opa, corre ali. Seu amo te espera.

Não percebe o quão esquizofrênico é isso? Nós não temos a oportunidade de chegar a utopia do estruturalismo nunca. O cão funcionalista insiste em nos perseguir, e nos puxar passos atrás como um peso morto. Nunca chegaremos ao futuro, justificando o presente pelo passado. Conflito.

E sobre os gays que estão no armário? Ou as moças abusadas todos os dias? Continuam presos na generalidade, seguindo padrões errados impostos em uma sociedade que não escolheram estar. Os funcionalistas determinaram a heteronormatividade, então é isso que você precisa ser, pelo menos. Não precisa ser hétero, mas não dá pinta, tá? E você, moça, abaixa a cabeça pro seu marido, ok? É isso que nós, funcionalistas, estamos determinando a você. E ah, rapaz, a moça foi estuprada. Não percebe que poderia ser sua filha? Sim, você precisa pensar na moça como algo próximo de você para ter um pouco de compaixão, afinal, você não consegue controlar seus instintos, né? Homem é homem. Risos.

Enquanto isso, nós vamos ali, naquela multidão, discursar sobre o quão diversa é a nossa cultura e quão miscelâneo é o nosso país, Sobre como aceitamos todo o tipo de diferença e seguimos rumo ao primeiro mundo. Não se preocupem.