O suspense está no ar. A luta pela sobrevivência dos habitantes de uma pequena cidade vai te prender do começo ao fim em Sob a Redoma, de Stephen King. Em 960 páginas, você verá uma pacata cidade interiorana ser misteriosamente isolada do restante do mundo por meio de um campo de força invisível. Nada pode ser aproximar dos limites dessa barreira e não há nenhum tipo de comunicação possível com o mundo lá fora.
Mistério, suspense, política, mortes, medo, angústia, consequências ecológicas desastrosas. Qual será o desenrolar dessa trama?
Até agora não caiu a ficha de que eu acabei este livro! De início, parece ser enorme, porém quando vamos começando a ficar enclausurados junto com os moradores da cidade em formato de bota, começamos a viver suas vidas, sentir seus medos e, claro, suas aflições em relação ao confinamento. Sério, são 960 páginas que mais parecem 400. Foi impossível não ficar sob a redoma!
Tenho que confessar que era louco para ler este livro desde 2012 e só agora, em 2015, tive a oportunidade de adentrar na vida dos cidadãos da pacata Chester’s Mill, e foi uma aventura alucinante e ao mesmo tempo agoniante. Alucinante pois nunca havia lido algo de tamanha complexidade, e agoniante porque entramos na vida de pessoas tão distintas e vemos até onde elas vão para poder sobreviver. Essa mistura foi algo que casou perfeitamente bem. Mas também porque temos na direção do futuro da cidade nada mais nada menos que Stephen King, um autor cultuado, renomado, incrivelmente criativo e inteligente.
Muitos podem pensar que, o foco do livro é a ficção, porém, o grande trunfo é o fato de termos pouca coisa fictícia e termos um banquete de realidade. A grande jogada de King nesta trama é o convívio das pessoas em situações extremas. É impressionante o modo como Stephen trata a sociedade. Ele não mede palavras e cenas. As coisas beiram a realidade, o que chega a ser assustador.
Ainda falando em King, uma coisa que eu simplesmente adorei foi que tive a chance de ver o ponto de vista de todo o elenco. Isso foi incrível! Além disso, o regionalismo é bem pesado e, diga-se de passagem, bem trabalhado.
O livro em si é muito bom, porém, há um problema. O desfecho. Bem, é bem triste um enredo tão bom e tão rico acabar tendo um desfecho tão mísero. Assim, o clímax foi bom mas a resolução foi bem mediana. Depois de 900 páginas majestosas, as 60 que eram para ser as mais importantes acabaram me decepcionando. Mas não desanimem, isso não tira o brilho de Sob a Redoma.
É uma experiência fantástica e única. Só tenho uma recomendação: prepare-se para grandes emoções.