Resenhas

Resenha: Perdida, Carina Rissi

Sofia vive em uma metrópole, está habituada com a modernidade e as facilidades que isto lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor a menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Mas tudo isso muda depois que ela se vê em uma complicada condição. Após comprar um novo aparelho celular, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem ter ideia de como ou se voltará. Ela é acolhida pela família Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de voltar para casa. Com a ajuda de prestativo Ian, Sofia embarca numa procura as cegas e acaba encontrando algumas pistas que talvez possam leva-la de volta para casa. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos…

Perdida é meu livro de escolha para releituras. Quando eu estou triste, leio “Perdida”. Quando estou estressada, leio “Perdida”. Quando estou feliz e quero passar o tempo, adivinha o que eu leio? “Perdida”. As palavras doces e carinhosas de Ian e as frases hilárias de Sofia são responsáveis por me acalmar quando quase nenhum outro livro acalma. E hoje superei meu ciúme e vim dividir esse livro sensacional com vocês.

Sofia é uma típica garota do século XXI. Completamente viciada em smartphones, ipods, computadores e toda a tecnologia que temos hoje em dia, e ela surta completamente quando seu celular cai no vaso sanitário e ela fica sem o aparelho. Ao chegar na loja para comprar um novo, ela se depara com uma vendedora um pouco estranha. Com umas frases de efeito e uns olhares inusitados, a vendedora convence Sofia a levar um novo aparelho, que segundo as expectativas, iria ser “tudo que você mais precisa”. E é andando na rua, ao tropeçar numa pedra que nunca tinha existido ali, que Sofia cai – em pleno século dezenove!

Sofia pensa em todas as explicações possíveis: uma pegadinha, um mal entendido, uma encenação teatral, mas após esgotar todas as possibilidades ela começa a entender que, aquele rapaz que desceu de um cavalo e usava roupas formais realmente estava falando a verdade e queria ajudá-la a levantar. Que aquelas construções que pareciam um castelo realmente eram casas, e que ela estava realmente perdida!

Eu sempre tive minhas desconfianças com histórias que continham viagens no tempo. Acho complicado manter um raciocínio lógico em uma história que já começa sem explicação, mas “Perdida” conseguiu me fazer superar toda e qualquer desconfiança, e me conquistou com maestria.

O tal rapaz que tentou ajudar Sofia a se levantar, como citei lá em cima, mostra-se extremamente atencioso e solícito, e Sofia logo desconfia de toda aquela boa intenção  “olha, de onde eu venho, ninguém ajuda ninguém sem querer nada em troca”, mas mal sabe ela que acabou de tropeçar no melhor cara de todos os séculos. Ian leva Sofia para casa, chama um médico (não vamos culpá-lo, afinal, a pessoa não para de falar que não é desse século) e se oferece para ajudar no que for preciso. Sofia, sem ter para onde ir e ainda sem entender o que aconteceu, aceita.

Sofia consegue errar em todas as regras da sociedade da época, teima em usar seu all star em festas, e é por sua sinceridade que ela consegue ser tão engraçada e conquistar os leitores. Ela é inteligente, ativa, e não descansa enquanto não encontra respostas pra sua situação.

Enquanto tenta se adaptar para não levantar suspeitas sobre de onde (ou quando) realmente é e ajuda no que pode na nova residência, Sofia se aproxima cada vez mais de Ian, que se mostra um amigo fiel, uma companhia engraçada e inteligente, além de tantos outros sentimentos que Sofia ignora, pois seu objetivo é outro: voltar para sua casa. O que Sofia não esperava era que justamente no século errado ela iria se encontrar…

Minha visão ficou turva pelas lágrimas e não pude ver quando sua boca me capturou num beijo desesperado. Respondi com a mesma paixão, como se minha vida dependesse daquele beijo. Ian me apertava tanto que pensei que pudesse quebrar alguma coisa dentro de mim. Era como se tentasse me segurar ali apenas com a força de seus braços. E eu queria, desesperadamente, que ele fosse capaz disso, que não me deixasse voltar, por que eu já estava em casa.

“Perdida” consegue prender o leitor em todos os sentidos: na comédia, no romance, na aventura e no mistério. Além de sua história sensacional, o livro tem uma escrita super bem trabalhada – tanto nos termos do século dezenove, quanto nas gírias de Sofia – e você se vê preso e sem querer fazer outra coisa além de chegar no próximo capítulo!

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