Resenhas

Resenha: O Desafio de Ferro (Magisterium #1), Holly Black e Cassandra Clare

AMIGOS E INIMIGOS. PERIGO E MAGIA. MORTE E VIDA. A maioria dos garotos faria qualquer coisa para passar no Desafio de Ferro. Callum Hunt não é um deles. Ele quer falhar. Se for aprovado no Desafio de Ferro e admitido no Magisterium, ele tem certeza de que isso só irá lhe trazer coisas ruins. Assim, ele se esforça ao máximo para fazer o seu pior… mas falha em seu plano de falhar. Agora, o Magisterium espera por ele, um lugar ao mesmo tempo incrível e sinistro, com laços sombrios que unem o passado de Call e um caminho tortuoso até o seu futuro. Magisterium – O Desafio de Ferro nasceu da extraordinária imaginação das autoras best-seller Holly Black e Cassandra Clare. Um mergulho alucinante em um universo mágico e inexplorado.

Desde que foi anunciado uma série escrita pela Cassandra Clare e pela Holly Black juntas, fiquei animado para ler. Duas das melhores escritoras fantásticas, juntas para escrever uma história do mesmo gênero. Não poderia esperar nada menos que maestria, certo? Certo.

O Desafio de Ferro, conta a história de um garoto chamado Callum Hunt, que não é um garoto popular, ou bem visto na escola ou na vizinhança. Todos o tacham como o louco, o esquisito. Mas tudo muda quando ele é obrigado a participar do Desafio de Ferro, uma espécie de teste para a escola de magia Magisterium, que não aceita todos aqueles que possuem poderes mágicos – os magos -, somente os melhores entre os melhores. Mas Call não quer entrar na escola. Ele sente repulsa pela magia, assim como seu pai.

Com um prólogo misterioso, a história se ambienta de maneira gradual, contando com detalhes o exterior e a visão introspectiva de um garoto que possui alguns traumas passados, que são alimentados por um pai, que por mais que ame seu filho, é distante.

Seguindo os conselhos de seu pai, Callum faz de tudo para falhar no Desafio de Ferro. Uma série de testes mágicos, que envolve desde textos teóricos sobre magia, até levitações de folhas de papel. Mas o garoto não precisa se esforçar muito para falhar. O desastre é iminente em todas as provas às quais ele é submetido, chegando, inclusive, a perder pontos na grade final, quando os mestres – os magos “professores” – avaliam os aplicantes para a Magisterium, pela primeira vez na história da escola. Nunca ninguém havia perdido pontos antes.

O Fogo quer queimar;
A Água quer fluir;
O Ar quer se erguer;
A Terra quer unir;
O Caos quer devorar.

A sensação de falhar não é boa, mas Call está consciente de que seguiu tudo o que seu pai disse, e nem precisou se esforçar para isso. Com certeza, não seria chamado para o colégio, depois de estragar tudo, várias vezes. Ele até fica despreocupado, quando o primeiro mestre começa a escolher seus aprendizes, somente os melhores… e Callum está entre eles.

É então que começa o frenesi de Alastair Hunt, pai do garoto, que inicia uma resistência e é retirado a força do hangar onde ocorreram os desafios. Mais uma vez, a fama de louco volta a rondar sua existência.

Nesses momentos, vemos que Callum é apenas mais uma criança, insegura, que necessita de bases sólidas para se desenvolver. Percebemos suas dúvidas e medos, que não éramos acostumados a ver nas narrativas de Cassandra Clare, já que a maioria de seus personagens são adolescentes ou adultos, mas que com certeza, já vimos com perfeição em alguns dos livros de Holly Black.

Depois do Desafio de Ferro, Call então se torna um aluno regular da Magisterium e é nesta parte que se inicia o clímax contínuo que a narrativa apresenta. As lutas internas para conseguir fazer amizades e mantê-las por perto, não desapontar aqueles que, pela primeira vez, ficaram interessados por ele… Nada é tão fácil como aparenta. Mas também, nada é tão medonho quanto o modo como o pai de Call falava. Será que tudo seria uma mentira, um egoísmo de Alastair para não viver sozinho?

Um de vocês irá falhar. Um morrerá. E o outro já está morto.

As aventuras são cativantes, o medo é paralisante e a amizade é a chave de tudo do que acontece e o que aguarda. Vemos todo um processo evolutivo, entre Call, Tamara e Aaron, os aprendizes do melhor mestre da escola, que se tornam cada vez mais próximos. Como dizia J.K. Rowling, em algum trecho de Harry Potter, “existem coisas que não é possível fazer sem as pessoas gostarem umas das outras”.

A narrativa de Black e Clare é leve, mas apresenta profundidade de maneira incomparável. Com semelhanças notáveis a Harry Potter, as autoras criaram uma mitologia própria em cima de coisas simples, como a natureza e seus elementos. É como se fosse real, algo escondido dos olhos humanos não mágicos.

Com um final digno de aplausos, totalmente surpreendente, deixo aqui minha indicação para todos os amantes dessa ramificação da literatura fantástica, sei que vocês não se arrependerão da leitura. E, aos Potterheads, peço que deem uma chance ao livro antes de comentarem qualquer coisa sobre as semelhanças. A maioria das publicações atuais são produzidas pela geração fruto da J.K. Rowling, grande precursora de todas as grandes árvores que estão crescendo agora – e gerando tais frutos.

Magisterium é uma obra real, que consegue te passar todas as angústias de um garoto que evolui de criança sem alicerces para um adolescente que um dia virá a ser uma grande fortaleza – desde que continue fiel aos seus próprios ideais.

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