Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor.
Todas as manhãs Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes – a quem chama de Jess e Janson –, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess – na verdade Megan – está desaparecida. Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.
Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas. A garota no trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.
Na linha de thrillers psicológicos, a história criada por Paula Hawkins é uma daquelas que você não consegue desgrudar um minuto. Original, viciante e surpreendente.
A narrativa gira em torno do ponto de vista das personagens principais, em primeira pessoa, Rachel, Anna e Megan mostram aos poucos a trama. Por serem mulheres diferentes, a princípio não entendemos como suas histórias se conectam, mas a medida que os fatos se desenrolam, você consegue identificar o que as une. Tudo parece um quebra cabeça que só será esclarecido no final.
De vazio, eu entendo. Começo a achar que não há nada a se fazer para preenchê-lo. Foi o que percebi com as sessões de terapia: os buracos na sua vida são permanentes. É preciso crescer ao redor deles, como raízes de árvore ao redor do concreto; você se molda a partir das lacunas.
Rachel, a protagonista, está passando por um momento difícil da sua vida. Após uma traição, seguida de um divórcio, ela fica perdida e sua vida sai do eixo. Sem emprego, alcoólatra e morando na casa de uma amiga, ela vive entre as lembranças do passado, sua autodepreciação e seu vício.
Todo dia ela faz o mesmo caminho, pega o trem das 8h04 e, na volta, pega o trem das 17h56. No caminho, ela fantasia sobre a vida de uma casal que vive em uma das casas na margem da linha férrea. Porém, um dia enquanto ela observava a casa, ela vê algo diferente, algo que pode explicar os fatos que sucederam. O sumiço de Megan, a mulher que morava naquela casa, a mulher que ela observava. Envolvida emocionalmente, Rachel decide investigar o desaparecimento. E é a partir desse exato ponto, que a história se desenvolve.
Eles formam um par, uma dupla. São felizes, está na cara. São o que eu era. São como Tom e eu éramos, há cinco anos. São o que eu perdi, são tudo o que eu quero ser.
A narrativa é forte, o que se tornou claro na escrita de Hawkins, a capacidade de impactar e nos envolver com os personagens me surpreendeu. O jeito que ela usa para ultrapassar o tempo, achei bem singular e deu um “ar’ bem diferente a trama. As personagens femininas principalmente, enfrentam situações complicadas e conflitos a todo momento.
Então, se você gosta de um bom thriller como eu, super recomendo A Garota no Trem. E pra melhorar, o filme irá ser lançado em Setembro, da uma conferida no trailer por aqui.