Resenhas

Resenha: Estação Onze, Emily St. John Mandel

Em um mundo devastado por um gripe que levou 99% da população mundial, a arte ainda vive. Mesmo com toda a devastação, um grupo chamado Sinfonia peregrina pelas cidades dos Estados Unidos encenando peças de Shakespeare e iremos acompanhar essa Sinfonia itinerante em Estação Onze.

Esse livro nunca me atraiu muito, confesso. Eu achei a premissa legal etc, mas eu estava e ainda continuo muito saturado de distopias. Depois de ler mais de vinte, todas elas começaram a parecer muito iguais, então quando Estação Onze foi lançado, nem dei muita bola. Então, eis que ele foi o escolhido do Clube do Livro da Intrínseca e eu tive que ler. Então lá se vem minha experiência com a Sinfonia…

De início, o livro começou bastante interessante, mostrava como a Gripe da Geórgia foi se espalhando e como o caos começou a ser instaurado etc. Em sequência, veio as partes da Sinfonia que eu gostei bastante. Só que, logo depois chegou os flashbacks e isso foi o grande problema.

Gosto muito de histórias que envolvam sobrevivência em situações apocalípticas e Estação Onze é vendido com essa premissa. Bem, não é bem assim. Na verdade, a trama do livro gira em torno da vida do famoso Arthur e todas as subtramas se interligam a ele. E esse é o maior impasse da obra.

Vocês já se sentiram enrolados? Pois é. Eu me senti assim com Estação Onze. Tenho minhas dúvidas se Mandel almejava um Putlizer com esse livro. A sua narração me lembra um projeto, diga-se de passagem, falho de outros livros vencedores de Putlizer que eu li. E gente, muita enrolação com isso de a história toda ser voltada na vida do Arthur que no fim das contas, não influencia em nada no futuro da trama. Ou seja, tava ali só pra preencher páginas e quando um autor recorre a isso, me deixa imensamente triste.

Além de a história ter tomado um rumo completamente diferente, os personagens não são cativantes. Não há muitos momentos de ação. Mas agora, é relevante o teor poético de muitas cenas. Só o fato de existir pessoas que mantêm a arte viva, é algo que tem um poder cultural imensurável. Gostei DEMAIS dessa ideia.

Estação Onze é um livro que tinha tudo para ser bom, mas no final acabou sendo razoável e não valendo o tempo. A obra levanta questionamentos interessantíssimos sobre o mundo em que vivemos, porém, a leitura é maçante. Fica a critério de vocês decidir se querem embarcar com a Sinfonia ou não.

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