Leitura desproporcional: Resgatando a profundidade na leitura
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Leitura desproporcional: Resgatando a profundidade na leitura

É inegável que vivemos em uma época onde a velocidade e a eficiência são valorizadas como nunca antes. Isso se reflete em todas as esferas de nossas vidas, incluindo a forma como abordamos a leitura. Hoje, vemos uma tendência crescente de pessoas que competem para ler mais rápido, completar pilhas de livros em tempo recorde e ostentar sua capacidade de leitura. Mas será que essa corrida pela quantidade de páginas viradas está custando o verdadeiro valor da leitura?

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Não há dúvidas de que ler é uma atividade enriquecedora e uma ferramenta vital para o aprendizado, a empatia e o crescimento pessoal. No entanto, quando a leitura se torna uma competição desenfreada para devorar um número cada vez maior de livros, podemos nos ver presos em uma armadilha que prejudica nossa compreensão, reflexão e apreciação do conteúdo.

O fenômeno da “leitura desproporcional” é uma realidade com a qual muitos de nós podem se identificar. É quando nossa motivação para ler está mais ligada a bater metas de leitura do que a absorver e refletir sobre o que estamos lendo. Isso ocorre quando começamos a escolher livros com base em seu tamanho, preferindo obras curtas que possamos devorar em uma única sentada…

A ideia de ler muito não é, em si mesma, problemática. A questão está em como realizamos essa leitura. Ler rápido pode ser uma habilidade valiosa em determinados contextos, como em estudos acadêmicos ou na busca por informações específicas. Contudo, quando aplicado indiscriminadamente à literatura e à ficção, pode resultar em uma experiência vazia e superficial.

O grande perigo da leitura desproporcional é a perda da profundidade e da riqueza que os livros podem oferecer. A corrida para virar as páginas pode nos fazer negligenciar a reflexão, a conexão emocional com os personagens e a apreciação da prosa. Os detalhes intrincados, as metáforas bem tecidas e as nuances sutis podem escapar quando nosso foco está apenas na velocidade.

Além disso, essa competição frenética para ler mais rapidamente pode criar uma pressão desnecessária. A leitura deveria ser um prazer, não uma corrida. 

Então, como podemos escapar da armadilha da leitura desproporcional? A resposta está em encontrar um equilíbrio. Em vez de priorizar a quantidade, devemos buscar a qualidade da leitura. Ler de forma deliberada e atenciosa, permitindo-se parar e refletir sobre o que foi lido, pode enriquecer profundamente a experiência.

É importante lembrar que não existe uma fórmula única para ler. Cada pessoa tem seu próprio ritmo e suas próprias razões para ler. Não devemos nos sentir pressionados a competir com os outros, mas sim a nos desafiarmos a crescer através da leitura. Devemos abraçar a diversidade de estilos, gêneros e autores e lembrar que, independentemente do ritmo, o hábito é uma jornada pessoal.

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