A 23ª edição da Festa do Livro da USP (Universidade de São Paulo) oferece ao leitor a oportunidade de conhecer editoras que acabaram de entrar no mercado literário brasileiro, além das já tradicionais parceiras. Até a próxima segunda (15), o evento funcionará como uma ponte cultural para saberes e continentes dos mais diversos, com expositores que trazem títulos acadêmicos, infanto-juvenis, clássicos e de autores pouco conhecidos no país. E, o melhor, com no mínimo 50% de desconto nos preços de capa.
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Por ser totalmente online, as 225 editoras disponibilizam um catálogo mais completo do que as limitações físicas impõem a lojas de rua ou mesmo a feiras presenciais.
São estreantes as editoras Tabla, Fósforo, Ayiné, Moinhos, dentre outras. As parceiras desde a primeira edição do evento incluem a Editora 34 e a Fundação Editora da Unesp. Outra novidade é o retorno de expositores que participavam da Festa do Livro presencial, mas não estiveram na também digital edição de 2020. É o caso da Iluminuras, Companhia das Letras, Ibep e Edipro.
Novidade
Novidade no evento, a Tabla foi fundada em 2016, mas somente em 2020 concretizou o projeto das fundadoras de apresentar um catálogo com literatura do Oriente Médio e Norte da África, traduzida dos idiomas originais. Apesar de debutar na Festa do Livro da USP, a diretora editorial Laura Di Pietro afirma que é como se estivesse em casa, já que os universitários estão entre os principais leitores e os professores e doutorandos da USP, entre os tradutores.
“Em 2021 crescemos bastante em termos de público, ampliamos o nosso catálogo e acabamos de ganhar, no dia 2 de novembro, um prêmio muito importante de tradução do árabe, que é o Turjuman Award da Feira do Livro de Sharjah, Emirados Árabes. O livro contemplado foi ‘Onze astros’, do poeta palestino Mahmud Darwich, tradução de Michel Sleiman, professor de Língua e Literatura Árabes da USP”, conta Di Pietro, que cita como lançamento deste ano “Memória para o esquecimento”, de Mahmud Darwich.
Parceira antiga da Festa do Livro da Usp
A Editora 34 é parceira desde a primeira edição, em 1999, com um cardápio que vai de clássicos a obras de ponta sobre temas acadêmicos e contemporâneos. A diretora comercial e logística Eliete Cotrim afirma que o evento é significativo por facilitar o acesso à lista completa de títulos, principalmente do “fundo de catálogo”, que são os mais difíceis de se encontrar em livrarias.
Testemunha também dos desafios de participar em 2020 da primeira edição totalmente digital da Festa do Livro, devido à pandemia de Covid-19, Cotrim afirma que todo o mercado precisou se reinventar. “Nossas parceiras fecharam as portas para o atendimento presencial e não estavam prontas para atender os leitores eletronicamente”, diz. A 34 fez vendas ao consumidor final via site pela primeira vez no ano passado, já que, até então, evitava competir com livrarias e distribuidores.
“Na Festa do Livro de 2020 fizemos parceria com a Livraria Martins Fontes, que já tinha estrutura para atender grandes demandas, pois a Editora 34, apesar de possuir um site para vendas, não possuía infraestrutura para um evento desse porte. Foi uma excelente parceria, tão boa que estamos repetindo o mesmo modelo em 2021”, conta. Cotrim complementa que as estratégias adotadas no ano passado evitaram qualquer demissão ou redução na produção da 34.
Também com parceria desde o início, o diretor comercial da Fundação Editora da Unesp, José Emilio Eloys, afirma que o mercado literário precisa sempre se adequar aos novos tempos. “Fomos os primeiros a trazer a máquina de cartão de crédito para a Festa do Livro da USP, por exemplo. Lembro que, nas primeiras edições, chegavam vários ônibus fretados de cidades da região e, com as vendas no digital, agora atingimos um nível nacional. Para nós, foi excelente, tanto que fizemos a feira da Unesp virtual no primeiro semestre também”, conta o expositor, que trabalha com títulos de ficção, não-ficção, acadêmicos, infanto-juvenis e de interesse geral.
As vendas da editora da Unesp foram cinco vezes maiores na edição da Festa do Livro da USP de 2020 do que em 2019 e exigiu mobilização de toda a equipe no centro de distribuição. Melhor preparada e com investimento em marketing digital, Eloys acredita que as feiras presenciais voltarão, mas não serão as mesmas. “A Festa do Livro é excelente, tem o poder de elevar as editoras de patamar e acredito que, para o ano que vem, o modelo vai ser híbrido, porque o online veio para ficar.”
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