Crítica de Cinema: Fala sério mãe! (2017) - Beco Literário
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Crítica: Fala sério, mãe! (2017)

Eu amo a Ingrid Guimarães e antes mesmo de lançar qualquer coisa dela eu já estou rindo. E não pode ser diferente com Fala sério, mãe! Desde que saíram os primeiros trailers, já fiquei ansioso para assistir ao filme, que também tem Larissa Manoela no elenco, uma atriz muito boa apesar da pouca idade. E antes que apareçam os chatos por aqui, sim, eu gosto dela. Sorry not sorry.

O filme é uma adaptação do livro homônimo de Thalita Rebouças, e começa sendo narrado por Ângela, personagem de Ingrid, que é a mãe da história, e o nascimento de sua primeira filha, Maria de Lourdes, Malu, personagem de Larissa. Confesso que logo nos primeiros minutos, já estava chorando de rir com a composição de personagem que Guimarães deu para Ângela, de maneira tão real, e parecida com a realidade. Quem diz destoar da realidade e apresentar neuroses de maneira exagerada (alô, crítico da Folha!) claramente não passou pela adolescência nesse século. Ângela é minha mãe em todas as ações, e ela mesmo concorda com isso.

A narração passa então para Malu, logo no início do filme, por volta dos seus 13 anos, quando ela começa a contar a história do seu ponto de vista. Tem a chegada dos dois irmãos mais velhos, e as experiências do primeiro beijo, primeira viagem, primeira vez… Dramas que toda mãe passa com todos os filhos, e por isso, o longa talvez seja a melhor aposta para assistir com os pequenos nessa época de férias. É engraçado porque ele aborda não só a confusão da filha, ao falar da perda da virgindade para a mãe, por exemplo, mas também da reação da mãe em digerir tudo aquilo. Não é fácil para nenhum dos lados, principalmente para aqueles pais que são de primeira viagem.

Outro aspecto que me agradou bastante, foi o argumento desenvolvido em torno da separação dos pais de Malu, após uma descoberta de traição. Nessa parte, além de mostrar os dramas que os filhos passam, e aqui com uma ressalva para a cena em que Malu tranquiliza seus irmãos no quarto enquanto as terríveis brigas acontecem, também aborda o fato de que, em uma época, os filhos viram pais e os pais viram filhos. É necessário retribuir um pouquinho de tudo o que já fizeram. Já vi inúmeros filmes que tratam disso, mas nenhum dessa forma, e com a visão que o adolescente tem, na realidade: de que ele é mais pai do pai, do que filho.

A película é infantil, não espere um enredo bem desenvolvido e uma roteiro digno de premiação. É um filme leve, com um argumento mais leve ainda. Cenas desconexas, que mais parecem pequenas crônicas dentro de um contexto geral que é a maternidade e como lidar com a adolescência dos filhos. Mas, não me entenda mal, porque ele ainda é capaz de arrancar lágrimas não só de pais e filhos, mas também de pessoas próximas que possam conviver com qualquer um dos personagens que são verdadeiros arquétipos para pelo menos uma ou duas pessoas que você conhece.

É para ver numa quarta-feira a tarde, no dia em que é mais barato, para agradar sua mãe e dar uma risada com ela. Ou então, para distrair seu filho e mostrar um pouquinho de suas inseguranças e que você não é dona da verdade, né mãe? Você também pode errar, e quando erra, é tentando acertar.

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