Edições Sesc São Paulo lançam terceiro volume da coleção Álbum, de Pedro Alexandre Sanches
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Edições Sesc São Paulo lançam terceiro volume da coleção Álbum, de Pedro Alexandre Sanches

As Edições Sesc lançam o e-book Álbum 3 – 1978 a 1993: levante feminino, fundo de quintal, new wave tropical e afropop brasileiro, do jornalista e crítico musical Pedro Alexandre Sanches. O livro apresenta uma análise de 110 discos de artistas brasileiros lançados entre 1978 e 1993, um período marcado pelo desdobramento da chamada música de protesto, pelo rock das bandas nacionais, o avanço da chamada música sertaneja nos grandes centros urbanos, além do pagode, axé music, hip hop e funk.

Este período testemunhou ainda uma substituição dos LPs pelos CDs. Segundo o autor, “os ‘bolachões’ de vinil encolheram para ‘bolachinhas’ metalizadas encaixotadas em plástico, discos compactos de tecnologia digital em que cabem não mais as duas canções dos compactos originais do início do século XX, mas uma fartura composta por 14 ou mais faixas. O ambiente de exuberância obrigou os artistas a criarem mais músicas para cada álbum e gerou, no contrafluxo, uma demanda cada vez maior pelos projetos de regravações (com destaque para o Acústico MTV) de sucessos antigos, a princípio por parte de artistas veteranos que lutavam para se manter relevantes no mercado musical”, afirma.

Entre os álbuns, sempre acompanhados das imagens de capa, Sanches aborda Babilônia, de Rita Lee & Tutti Frutti; Zé Ramalho (1978); Cinema transcendental, de Caetano Veloso; Paratodos, de Chico Buarque; Chaos A.D., do Sepultura; Sorriso de criança, de Dona Ivone Lara; Holocausto urbano, dos Racionais MCs; Cássia Eller (1990); Raça Negra (1991); Os Saltimbancos Trapalhões (1981); Voo de coração, de Ritchie; Gretchen(1983); Clementina, de Clementina de Jesus; Fullgás, de Marina Lima; Leci Brandão (1985); Legião Urbana (1985); Cabeça Dinossauro, dos Titãs; Selvagem?, d‘Os Paralamas do Sucesso; Jovelina Pérola Negra(1986); Zeca Pagodinho (1986); Cio da Terra, de Pena Branca & Xavantinho; Egito Madagáscar, do Olodum; Xou da Xuxa 3 (1988); Pergunte a quem conhece, de Thaíde & DJ Hum; DJ Marlboro apresenta Funk Brasil (1989); Leandro & Leonardo (1990); Bicho de 7 cabeças, de Itamar Assumpção, entre outros.

Com capa e projeto visual de Érico Peretta, Álbum 3 – 1978 a 1993: levante feminino, fundo de quintal, new wave tropical e afropop brasileiro está disponível em edição digital no formato ePub, e para os aplicativos Amazon Kindle, Apple iBooks, Google Play Livros e Kobo, assim como os volumes 1 e 2 da coleção Álbum: A História da Música Brasileira por Seus Discos.

Histórico da coleção 

Na coleção Álbum, Sanches propõe um recorte que cobre álbuns de fundamental importância, mas também espécimes esquecidos (apesar da relevância que tiveram em seus tempos). A ordem estritamente cronológica permite que o leitor acompanhe, por intermédio de considerações sobre os álbuns, os artistas e as canções, a evolução não só da música brasileira, mas do próprio Brasil, em termos sociopolíticos, comportamentais e culturais.

O primeiro volume, Álbum 1 – 1950 a 1972: saudade, bossa nova e as revoluções dos anos 1960, lançado em 2021, contempla o início da história dos discos de longa duração, depois de mais de meio século de domínio dos discos compactos. Pouco a pouco, os “bolachões” iam deixando de ser compilações de sucessos lançados primeiramente em compacto e começavam a contar histórias próprias, com começo, meio e fim.

Já no segundo volume da coleção, Álbum 2 – 1972 a 1978: samba, rebelião sexual e segundo levante negro, lançado em 2022, é abordado o período que muitos consideram o auge criativo da MPB, turbinado pelo incentivo fiscal da campanha “Disco é Cultura”, realizada pelo governo militar. “Hoje parece paradoxal que a ditadura de direita investisse na música brasileira que ela própria censuraria a seguir. No entanto, as complexas motivações para o crescimento do bolo fonográfico na década de 1970 têm como ponto de partida o estímulo ao consumo (e ao consumismo) forjado naquilo que os militares batizaram de ‘milagre econômico brasileiro’”, lembra o autor.

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