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Crônica: São quatro da manhã no meio da noite

Mas tenho muito tempo, temos todo o tempo do mundo.
— Legião Urbana, “Tempo Perdido”

Adormeço pensando em você e assistindo ao nosso filme pela milésima vez. Noite passada, surtei um pouco ao ver você dando bola pra outra pessoa, mesmo com a Annie dizendo que eu não deveria mostrar que estava sofrendo para caralho – e como eu estava. Sempre odiei demonstrar fraquezas, sempre odiei chorar, ainda mais em público. Mas hoje, foi impossível.

Foi como ver todos os meus medos me rodeando como os fantasmas malditos que são, porque porra, eu amo você. Me assusto com isso, até me irrito com isso, falando vinte e quatro horas por dia. Mas é a única certeza que pareço ter agora. Que eu amo você. Mas dizem que não devo demonstrar. E eu estou chorando agora, para variar um pouco. São quatro da manhã, eu acordei, li as notificações do seu Twitter, vi seus snaps, a última hora em que você entrou no Whatsapp – esperando talvez uma mensagem qualquer, sua. Mas não tinha nada, é claro. E o medo só me corroía. Sou péssimo o bastante.

Eu não consigo pegar no sono de novo, tudo o que vem à minha cabeça é o seu sorriso maravilhoso, o som da sua voz, o seu cheiro… A lembrança dos seus dedos entrelaçados aos meus. Porra, eu não sou nada sem isso, por mais que odeie admitir.

Eu, tão seguro de mim mesmo, de repente me vi pensando em mais alguém de uma maneira tão cuidadosa, tão boa. Dizem que é amor. Mas dizem que o amor não machuca, não tira o sono… E isso está me machucando muito. Então, amor, se você me pegou, eu quero ser liberto.

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