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Crônica: Homem

Você não pode mudar o passado. O que quer que tenha acontecido em sua vida até agora – coisas boas ou más – não pode ser alterado, e todas as decisões e acontecimentos que o tornaram o que você é hoje estão indelevelmente inscritos na história da sua vida.
Billy Graham, A Jornada

Dia de chuva, é hoje… a água está limpando a terra e lavrando as serragens, umedecendo as folhagens secas e o caule retorcido das árvores depois de um longo tempo seco. Hoje não é um dia bom para levantar da cama cedo. O Homem se arruma para poder apreciar o seu café com leite e pão de ontem.

– Sempre encontro contigo logo cedo Livre – arbítrio. Seu primeiro comentário pela manhã.
– Até parece que não dormimos juntos desde a sua puberdade Homem, quando nos conhecemos. Livre – arbítrio respondeu diretamente ao Homem pegando uma xícara de café com leite.

Ele sorri discretamente passando manteiga no pão.

– Onde está consciência? Sabe onde ela está? Já estou saindo para trabalhar e ela ainda continua a enrolar todas as manhãs…

Livre – arbítrio optou pela sua liberdade em não responder, pois já estava cansado em conviver com estes pequenos entraves logo pela manhã. Consciência chega na cozinha, não come nada, não bebe nada, simplesmente se senta para conversar um pouco antes de ir trabalhar com Homem.

Foi um longo dia de trabalho, o tempo não para. A Consciência se atrasou para descer do ônibus e o Homem quase se estranha com o motorista, foi por pouco. Livre – arbítrio nada fez, na verdade, não podia fazer nada. A tarde passou como se fosse quarenta e oito horas a duração da exposição do sol e Consciência trabalhou bem, ela não se perdeu. O difícil quando essa mulher se perde é que tudo sai fora do controle, o emocional, o racional, o lógico e também o empírico.

Ao chegar em casa, um belo banho e a leitura de um bom livro resolveria tudo. Consciência escolhe o livro e questiona ao Livre – arbítrio se era uma boa escolha para o dia, ele responde propondo duas alternativas para Consciência: foi uma boa escolha e não foi uma boa escolha. Consciência se alegra e decide optar pela alternativa da boa escolha para a leitura daquela noite.

Amanheceu o dia com o sol, o despertador não tocou e então ele dormiu alguns minutos a mais. Consciência estava trancafiada em um sono pesadíssimo, quando ela decide se cobrir com o cobertor da inconsciência para se proteger do frio, o atraso e o sono pesado era certeiro. Por não haver questionamento a respeito do tempo, acordar ou não acordar, estar atrasado ou não, Livre – arbítrio ficou quieto.

O Homem acordou com a incidência dos raios do sol em seu rosto e viu que estava atrasado.

– Consciência, Livre – arbítrio!!! Gritou rispidamente. Estamos ATRASADOS!

O Homem se aprontou rapidamente, Livre – arbítrio o acompanhou. Consciência estava jogada na cama como um trapo em um dos cantos da casa. Homem não esperou ela se aprontar. – O que há de acontecer de errado, questionou. Livre – arbítrio não argumentou, simplesmente apresentou as alternativas de escolha. O Homem decidiu ir, sem Consciência.

Quando Consciência acordou, ela estava sendo requisitada em um banco de uma praça perto da empresa onde Homem trabalha. Ele perdeu o ônibus das 6:15, esperou impaciente aquele que estava para chegar às 7:00. O ônibus atrasou devido ao pneu furado. Brigou dentro do ônibus devido ao acento de gestante.

– Uma mulher grávida em pé e um malandro mal caráter sentado, esse é o fim da picada! Injuriou audivelmente.

Homem saiu do ônibus com os olhos inchados e a mão dolorida, – Ele saiu pior, argumentou ironicamente. Quando chegou na empresa, o patrão o recebeu na porta, o dispensou do dia de trabalho daquele dia (o patrão era gentil), na verdade já tinha perdido a manhã toda. Seu estado não era apreciável, roupas rasgadas, ensaguentadas e amassadas. O rosto inchado somado com a cara de ontem por dormir demais e também por estar atrasado.

– Consciência, onde está você agora? Questionou o Homem choramingando o dia perdido.

O melhor lugar agora era a sua casa, mas ir primeiramente ao hospital fazer um curativo era melhor. Livre – arbítrio olhava e Consciência o acalmava, tudo iria melhorar, agora ele estava consciente.

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