A poesia voltou com tudo na última Bienal do Livro do Rio. Entre os sucessos da nova geração, estão Akapoeta, Bráulio Bressa, Fabricio Carpinejar e JL Amaral. O catarinense e advogado Mauro Felippe também participa deste novo momento e traz na sua nova obra “Palavras Têm Vidas” reflexões, poemas, crônicas e provocações.
A poesia voltou! Com ela, a essência da literatura. Sim! Os versos que relatam as miudezas da vida retornaram com toda força. Há algum tempo o gênero deixou de figurar nas listas de best-sellers. Um título que vendesse mais de mil cópias era considerado sucesso absoluto. A volta por cima se deu com a fama instantânea dos poetas em diversas mídias e, principalmente, no Instagram e Facebook. A tendência ultrapassou o limite das redes sociais e fez dos escritores do gênero um novo (ou velho) fenômeno editorial.
É o caso do escritor catarinense Mauro Felippe, que lançou durante a última Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro a antologia Palavras Têm Vidas. O poeta também utiliza as mídias sociais para publicar os versos de suas outras obras: Humanos, Nove, Ócio e Espectros. Só no Facebook o autor tem mais de 160 mil fãs.
As poesias de Mauro imprimem a realidade humana, transparecem as adversidades, estão cheias de críticas ácidas e refletem a complexidade da mente. Em um estimulante jogo de palavras, Mauro revive o gênero literário em essência ao empregar ao leitor sensações que somente a poesia é capaz de proporcionar.
Após anos escrevendo, foi na poesia que o escritor se encontrou e pretende seguir no gênero. “Não mais saberia viver sem ler e escrever a todo instante, vejo que as palavras agora registradas nesta reunião de textos me impulsionam a continuar. Obviamente, uma nova parte virá!”, sugere.
A Bienal do Livro do Rio, evento esperado com muita ansiedade para diversos leitores, foi palco de uma tragédia para aqueles que amam a literatura no país, ao ser alvo de censura por meio da Prefeitura da cidade. Com o objetivo de calar e tirar a voz de autores LGBT+, diversos fiscais foram enviados ao evento com o objetivo de envolver diversas publicações em plástico preto e determinar uma classificação de 18 anos para tais obras, mesmo aquelas sem qualquer cunho sexual.
O QUE ACONTECEU E O MOTIVO
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, determinou ontem (05) que exemplares dos quadrinhos “Vingadores: A Cruzada das Crianças” fosse recolhida da Bienal do Livro, que está ocorrendo no RioCentro. Segundo o prefeito, a história contém “conteúdo sexual para menores”, e por tal motivo, deveria ser retirado de circulação. O tal conteúdo sexual relatado, na verdade, se trata de um beijo entre dois rapazes, completamente vestidos, conforme pode ser visualizado na imagem ao lado. Publicado originalmente em 2016 pela Panini Comics, a obra se esgotou na manhã desta sexta-feira no evento. Fiscais da Prefeitura estiveram na Bienal, com o objetivo de lacrar e censurar diversos livros que, segundo nota, “contenham histórias ou cenas de homotransexualismo”. Tal ação ocorreu após a mãe de uma criança que comprou o livro na Bienal se revoltou ao ver um casal homossexual sendo relatado na história.
Logo após o ocorrido, os mesmos fiscais foram enviados para grandes e pequenos estandes, com o objetivo de encontrar tais obras – importante reforçar que livros de cunho erótico, como a saga 50 Tons de Cinza, passaram batidos pela fiscalização, deixando claro que se trata de uma censura ao público LGBT+. A organização da Bienal do Livro se manifestou de forma oficial com o seguinte parecer: “A Bienal Internacional do Livro Rio, consagrada como o maior evento literário do país, dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados, inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá três painéis para debater literatura Trans/LGBTQA+.”.
Apesar da posição oficial, diversos fiscais foram enviados com uma ordem extrajudicial para retirar as obras de circulação ou às envolver em plásticos pretos. Hoje, às 9:00 tais profissionais estavam carimbando e censurando obras conforme imagens compartilhadas pelo perfil no Twitter @valelerumlivro:
Importante reforçar que, envolver tais livros em plástico e sinalizar conteúdos eróticos é uma prática para obras com cunho eróticos, e o que está acontecendo é que histórias com personagens LGBT, que muitas vezes apresentam apenas beijos entre os personagens, estão sendo o grande foco de tal ação.
Operação encerrada, os fiscais estão indo embora e disseram que não voltarão amanhã. Agora a questão é que um beijo gay ser enquadrado como pornografia daria poder para a prefeitura fazer esse tipo de atuação? Não seria só o ministério público que pode atuar neste caso? pic.twitter.com/HvKjdJPpdq
Neste meio tempo, Luiz Schwarcz, CEO e fundador da editora Companhia das Letras afirmou em carta aberta que “Essas medidas, mais a suspensão do edital que daria apoio a produção de filmes LGBTQ+ por parte do governo federal, indicam uma perigosa ascensão do clima de censura no país – flagrantemente inconstitucional – e que traz a marca de um indesejável sentimento de intolerância discriminatória”. O autor do livro “Você Tem A Vida Inteira”, da editora Galera, Lucas Rocha, reforçou em seu twitter: “A gente não pode parar. Não dá pra parar. É tipo quando a gente sai do armário e percebe que não tem volta. Lutar para simplesmente TER PAZ é um processo quase de alcoólico anônimo, um dia depois do outro, uns melhores do que outros.”. Além de Lucas, a mesma editora possui diversos títulos voltados ao público LGBT, entre eles diversos de David Levithan; em seu instagram, a editora reforçou que não se deitar para a tentativa de censura: “Homofobia é crime e acreditamos que o papel do estado é incentivar a leitura e não criar barreiras que marginalizem uma parcela da população que já sofre com a intolerância. Nossos livros estão à venda no estande e em todas as livrarias brasileiras, online e físicas. Vamos continuar lutando para que todos os jovens se vejam representados em nossas histórias.”.
Após 5 anos desde o lançamento de “A Comissão Chapeleira”, a autora Renata Ventura anunciou nesta última semana a chegada do aguardado livro “O Dono do Tempo – Parte 1”, terceiro livro da saga “A Arma Escarlate”, trazida pela Editora Novo Século. A saga conta a história de Hugo Escarlate, um menino carioca, morador da favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, que, durante um tiroteio em 1997, descobre ser bruxo; fugindo de traficantes que o ameaçavam, Hugo passa a aprender magia para tentar derrotar os bandidos que ameaçam sua família.
Diretamente inspirada no universo de Harry Potter, Renata contou em entrevista em 2016 ao Portal UOL que a vontade de escrever sobre uma escola de magia e bruxaria brasileira veio diretamente de J.K. Rowling: “Eu tinha vontade de falar do Brasil através da fantasia. Enquanto eu lia ‘Harry Potter’, ficava imaginando como seria a comunidade bruxa brasileira, caso alguém escrevesse a respeito, até que eu decidi colocá-la no papel. Vi uma entrevista com J.K. Rowling, em que ela dizia não ver problemas caso alguém quisesse escrever sobre escolas de magia em outros países. Imediatamente, fiquei animada“. Hoje, Ventura conta com muitos fãs do bruxo britânico, que abraçaram a sua obra e hoje anseiam pelo desenrolar da história de Hugo.
“O Dono do Tempo – Parte 1” será lançado digitalmente para leitura no Kindle nesta sexta-feira, 30 e a versão física chega ás livrarias em 12/09. Para aqueles que comprarem através do site da Saraiva, por R$56,61, o livro irá acompanhar um pôster autografado pela autora. Na Amazon, o e-book para leitura no Kindle está disponível por R$22.41. Além disso, serão realizadas diversas sessões de autógrafos nas próximas semanas: além de estar presente em todos os dias da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no estande da Novo Século, teremos a oportunidade de encontrá-la nos seguintes eventos:
SÃO PAULO, SP – 14/09 – 16:00: Livraria Cultura, Conjunto Nacional – Avenida Paulista
JUNDIAÍ, SP: 16/09 – 09:00: Bate Papo na Biblioteca Professor Nelson Foot
VARZEA PAULISTA, SP – 16/09 – 15:00: Bate Papo na Biblioteca Professor Zulmar Zuleika Turcato Maraccini
ITATIBA, SP – 17/09 – 9:00: Bate Papo na Biblioteca Francisco da Silveira Leme (Chico Leme)
PINHALZINHO, SP: 17/09 – 15:00: Bate Papo na Biblioteca João Teixeira Gonçalves
MOGI MIRIM, SP: 18/09 – 09:00: Bate Papo na biblioteca municipal de Mogi Mirim
Para quem ainda não conhece a história, acompanhe nossa resenha para o primeiro livro aqui, ou o segundo aqui. Sem dúvidas é uma história incrível que com certeza irá agradar os fãs de literatura Young-adult e Aventura. Inclusive, ambos os livros anteriores estão disponíveis gratuitamente para assinantes do Kindle Unlimited, na Amazon.
Já fazem longos meses desde que os boatos de que a Universal Orlando Resorts iria construir um terceiro parque temático (quarto, se contarmos o aquático Volcano Bay) na Flórida começaram. Eis que foi confirmado nesta quinta (1) o anúncio do tal parque, o Universal’s Epic Universe. Previsto para uma área de 750 acres, o parque irá dobrar o tamanho da Universal em Orlando e gerará mais de 14 mil novos postos de empregos diretos.
O novo empreendimento ficará um pouco distante dos já conhecidos Universal Studios, Island of Adventures e City Walk (complexo de compras entre os parques). Sua localização será na Kirkman Road com a Universal Boulevard, a exatos 12 minutos do parque.
Apesar de não ter sido confirmado, já podemos ter como garantido a área temática de Super Nintendo World – a novidade foi anunciada para os parques no Japão, e com certeza a Universal Orlando Resorts não iria deixar os fãs americanos da gigante de games na mão. Algumas imagens conceitos foram divulgadas pelo The Unoffcial Universal Orlando Podcast, onde fica claro que teremos o Castelo do Bowser, atração inspirada no Mario Kart, Montanha-Russa do Donkey Kong e atração infantil do Yoshi. Outra área do parque, que já vem sido discutida há muito tempo, é a Universal Monster, onde personagens clássicos como Frankenstein, Drácula e Múmia ganharão seu próprio espaço.
Nova área voltada ao Universo Bruxo
É claro que os potterheads podem ficar despreocupados. A inauguração das áreas destinadas ao Universo Mágico de J.K. Rowling na Universal Studios e Island Of Adventures foram determinantes no crescimento de visitantes dos parques na última década e serão explorados no Universal’s Epic Universe. Desta vez, Harry Potter será deixado um pouco de lado, uma vez que agora teremos um espaço temático voltado ao personagem Newt Scamander de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Além de podermos visitar o Ministério da Magia, teremos uma super montanha-russa.
Por fim, o parque contará com atrações da produtora DreamWorks, como Trolls, Como Treinar Seu Dragão, Kung-FuPanda e outros mais.
Até o momento não foi divulgada quaisquer opções de datas para sua inauguração, mas tudo leva a crer que o Universal’s Epic Universe estará pronto entre 2023 ou 2024. Até lá, já da para se programar para curtir as novidades, certo?
O quinto dia desse roteiro pode começar com uma manhã no Jardim Botânico de Montreal. O espaço é dividido em nichos: uma vasta área de flores, um jardim chinês, outro japonês, esculturas interativas e um imenso verde. Por ser muito extenso, os passeios de carrinho podem ser úteis. Sem sombra de dúvida, a ala chinesa é a mais interessante. Um mural no começo explica que um time de arquitetos do país asiático viajou especialmente para essa missão. Ao todo, foram cinco mil pessoas (não apenas arquitetos) envolvidas no projeto. Para o inverno rigoroso, que pode chegar a dois dígitos negativos, algumas plantas são guardadas no salão especial, enquanto outras são resistentes ao frio extremo e sobrevivem.
Não é segredo mencionar que Montreal é inclusiva por essência e isso engloba diversos grupos socialmente desprivilegiados. O bairro Centre-sud abriga o LGBTQ+ Community Centre, uma ONG hospedada em um casarão que há 25 anos presta serviços à comunidade LGBTQ+. Ao chegar, você se depara com uma livraria generosa, com livros em diversos idiomas, inclusive em português (entre eles, o clássico “Devassos no Paraíso”, de João Silvério Trevisan), para empréstimo e venda.
O espaço oferece todo tipo de suporte possível para essa comunidade e, inclusive, ajuda no trâmite legal para refugiados em busca de asilo – em especial, aqueles que não se sentem seguros em seus países de origem devido a suas orientações sexuais ou identidades de gênero. No dia em que o conheci, dois angolanos tinham acabado de visitar e dar entrada em um pedido. Dá-lhe, Canadá. Para chegar, é simples: deve-se descer na estação Beaudry, onde você sai de frente para o The Village, um calçadão com um circuito de bares, clubes e restaurantes LGBTs. Varais com lâmpadas amarelas se espalham por todo o endereço e deixam o clima mais acolhedor, além das conhecidas bandeiras do arco-íris por toda a parte.
No momento, o The Fondation Phi pour l’art contemporain está com uma exposição para celebrar os 50 anos do segundo bed-in do então casal John Lennon e Yoko Ono. Durante esse ato, os dois artistas protestaram contra a guerra no Vietnã e receberam a imprensa em uma cama de hotel na cidade canadense. Dessa ação, nasceu o clássico “Give Peace a Chance”. Pode ser uma boa para quem pretende aproveitar este verão na cidade do hemisfério norte.
A quartadiária merece começar com uma caminhada pelo centro novo. A rua Crescent tem vários restaurantes, como o Le Warehouse, com parklets na calçada e almoços a $5,95 (sanduíches, saladas, massas e bowls no menu). Logo ao lado, um imenso mural de grafite presta homenagem ao cantor e poeta Leonard Cohen. Um detalhe nada irrelevante: pianos espalhados pela cidade, onde as pessoas simplesmente sentam e começam a tocar, confirmam a vocação musical. Mesmo em lojas e livrarias, é possível encontrar o instrumento.
Escultura externa no Museu de Belas Artes. Foto: Sebastião Rinaldi
Andy Warhol no Museu de Belas Artes. Foto: Sebastião Rinaldi
No primeiro domingo de cada mês, a entrada em museus é gratuita. Independente disso, o Montreal Museum of Fine Arts, situado na Sherbrooke (uma das principais avenidas, que corta a cidade de leste a oeste), é uma parada obrigatória para quem admira artes visuais. Ver originais de Andy Warhol e Basquiat diante dos seus olhos são o auge da experiência. O espaço expõe obras de grandes nomes como Monet, Matisse, artistas canadenses, além de ter um andar dedicado à moda e à alta costura e mostras itinerantes – como uma individual sobre o estilista francês Thierry Mugler, em exibição no momento. Em frente, um prédio exclusivo pertence ao complexo e é dirigido a design, história e arqueologia. Esculturas pelas calçadas reforçam que o museu expande suas galerias para além de suas portas.
Ponte Jacques-Cartier. Foto: Sebastião Rinaldi
Montreal é uma ilha separada por dois rios – Fleuve Saint-Laurent e Rivière des Prairies –, possuindo dois milhões de habitantes na parte interna e quatro milhões na região metropolitana. A ponteJacques-Cartier é a que faz a conexão de terras pelo rio São Lourenço. Além de mudar de cor conforme as estações, a construção também passa por uma “explosão colorida” à noite: quanto mais menções sobre Montreal nas redes sociais, maior será a intensidade das tonalidades. Uma visita noturna pode ser bem-vinda.
Na terceira etapa do itinerário, caso faça sol, o Parc Mont Royal (Mont Royal Park) precisa ser percorrido, não apenas por ser o ponto mais alto da cidade e oferecer uma vista panorâmica, mas por também contar com um chalé charmoso atrás da praça onde ficam os binóculos e os miradores. Boas fotos garantidas. Para chegar, é preciso tomar o ônibus 11 na saída do metrô Mont Royal, em sentido oposto à La Fountaine.
No mesmo dia, vale dar uma esticada até oHabitat 67, um complexo arquitetônico residencial feito com cubos de calcário sobrepostos. Apesar de não ser permitida a entrada na ala das moradias, admirar pelo lado de fora é uma baita experiência. Lançado para a Expo 67, sediada em Montreal, o projeto é assinado pelo arquiteto Moshe Safdie, em parceria com a universidade McGill. O habitat possui 148 apartamentos e fica em uma península artificial, construída para a mesma exposição. Para ir, deve-se descer na estação Square Victoria e pegar o ônibus 168. Na volta, é preciso pegar o mesmo ônibus até a estação Bonaventure.
Museu de ciência, a Biosphére conta com exposições sobre biologia, geografia e sustentabilidade. Foto: Sebastião Rinaldi
Por falar em “artificialidades”, perto do Habitat 67, fica a Ilha de Notre-Dame, também feita pelas mãos humanas. Além de admirar o Rio São Lourenço, que corta a cidade, pode-se visitar a Biosphére – ou biosfera –, um museu de ciência em formato de círculo de tela com exposições sobre biologia, geografia e sustentabilidade. Testes dinâmicos com microscópios, que desafiam o candidato a brincar de cientista (uma das provinhas consiste em identificar três tipos de pulmões: fumante, não-fumante e com pneumonia), tornam a atração bem escolar. No verão, uma esticada no Parc Jean Drapeau, logo ao lado, com imensa área verde, mesas para piquenique e piscinas públicas, é recomendável para quem gosta de atividades ao ar livre.
No meu terceiro dia – um sábado –, consegui aproveitar os últimos momentos do Festival de Jazz. Palcos nas ruas, estandes e bandas dos mais variados estilos recebem uma plateia bem diversificada para este evento gratuito. Dentro do perímetro, é possível consumir bebida alcóolica na área pública – algo proibido pela lei canadense, a exemplo dos Estados Unidos. Nesse ano, o espaço da Heineken era o mais tranquilo, sendo possível ir do bar à pista em instantes, sem muita fila ou a chateação de grandes realizações.
O segundo dia pode começar com um giro pelo bairro de Mont Royal. Ao sair da estação de metrô homônima, a biblioteca pública da região dá acesso à avenida de mesmo nome, repleta de cafés, livrarias, restaurantes e padarias. O trajeto leva ao parque La Fountaine, que possui um lago e uma fonte, além de quadras para esportes ao ar livre e uma biblioteca. Quando as temperaturas estão mais amenas, é comum ver pessoas caminhando ou passeando sem pressa. Já no inverno, o lago congelado se converte em uma pista de patinação.
Modesta mas sem perder o charme, Chinatown de Montreal é um dos destaques do segundo dia de roteiro. Foto: Sebastião Rinaldi
Na sequência, a rua Saint Laurent pode ser incluída com destaque. Com muitos grafites, assemelha-se à Vila Madalena (São Paulo), contando com reproduções de artistas como Roy Lichtenstein e a escultura “Pink Hippos”, composta por vários hipopótamos rosas na Place Guilbeault. Bem alternativo, o mercado Eva B – brechó, sebo, café e restaurante – fica perto do metrô e pede uma visita. Também próxima está Chinatown de Montreal, que é modesta se comparada com outras cidades, mas cujo calçadão charmoso merece uma caminhada.
Rua Saint Laurent. Foto: Sebastião Rinaldi
Pink Hippos – Rua Saint Laurent. Foto: Sebastião Rinaldi
Pink Hippos – Rua Saint Laurent. Foto: Sebastião Rinaldi
Mercado Eva B – Rua Saint Laurent. Foto: Sebastião Rinaldi
Por fim, um giro pela rua Saint Catherine mostra um universo de restaurantes – coreanos, árabes, indiano e afins – que divide espaço com lojas de grandes marcas. Pode ser um local ideal para provar o poutini, prato típico do Canadá, feito à base de fritas com queijo e molho de carne, ou um sorvete de maple (sabor típico do país, tambépram comum nos xaropes para panquecas).
Maior cidade da província de Quebec, Montreal se mostra cada vez mais aberta para o turismo, com diversas opções de passeios multiculturais que a destacam entre diversos destinos. Com isso em mente, iremos apresentar para você um especial em 5 posts, com um roteiro adaptado para que aproveite ao máximo. Abaixo, a primeira parte desta série de dicas. Após o texto, linkamos o caminho para o seu segundo dia em Montreal, e assim sucessivamente.
Maior festival de jazz do mundo, o Festival Internacional de Jazz de Montreal detém tal recorde, reconhecido pelo Guinness World Records desde 2004. Foto: Sebastião Rinaldi
Quando os italianos fizeram o mapa de Montreal (à época, batizada como Ville Marie), acabaram adaptando a grafia do ponto mais alto da cidade – o Mont Royal (como ainda é conhecido) – para Monte Reale. Dito repetidamente, o termo gerou um segundo (e atual) batismo para a cidade de origem francesa, que não é a capital da província de Quebec, mas é de longe uma das cidades mais culturalmente ativas do país. Não à toa, seu Festival de Jazz é uma credencial para qualquer artista que se apresente. Aliás, a música permeia suas ruas: além de ser a terra natal de Leonardo Cohen, foi onde John Lennon e Yoko Ono escreveram “Give Peace a Chance” há exatos 50 anos. Fizemos um guia para desfrutar do destino em cinco dias, mas nada impede que acidentes de percurso tornem a experiência mais especial. Pode acontecer, particularmente no verão, com termômetros na casa dos 35 graus.
Para dar início, o centro antigo – Old Downtown – mescla turismo e história em uma boa medida. Um tour guiado com duração de duas horas percorre locais tradicionais, como o Marché Bonsecours (mercado municipal), em frente ao porto antigo e ao rio São Lourenço (Saint Laurent) e ao lado da Chapelle Notre-Dame-de-Bons-Secours. Por ter uma arquitetura inspirada na inglesa e na francesa, muitos filmes são rodados nesse trecho, devido à versatilidade de suas ruas, como é o caso de alguns longas da saga X-Men e “O curioso caso de Benjamin Button”.
Posicionada quase na entrada do banco, uma estátua de uma mulher francesa, com um poodle no colo, tira um sarro da instituição tipicamente britânica. Foto: Sebastião Rinaldi
Um passeio pelo porto antigo, que depois de desativado deu origem a um circuito comercial, permite entender quão inclusiva pode ser a cidade: muitos imigrantes e de diversas etnias compartilham o espaço com os “locais”, seja nos piqueniques sobre o gramado, seja nos estandes de food truck a perder de vista. Mais à frente, La Grande Roue de Montréal – uma grande roda-gigante com vista privilegiada – vale o esforço, mesmo para quem tem medo de altura. Mas é bom avaliar no orçamento: o precinho é salgado (25 dólares canadenses).
A rua Saint Laurent, que divide a cidade em duas (ala leste, mais francesa, e ala oeste, mais inglesa), e a rua Saint Paul, com inúmeras galerias de arte e comércio, cortam o centro velho. O tour pode ser encerrado na Place D’arms, onde fica a Notre-Dame Basilica e o Bank of Montreal. Em frente à primeira, há uma estátua de um inglês, fazendo uma cara de chacota e segurando um pug. Posicionada quase na entrada do banco, uma estátua de uma mulher francesa, com um poodle no colo, tira um sarro da instituição tipicamente britânica.
Fundada pelo jogador de hóquei canadense de mesmo nome, a rede de cafés Tim Hortons é ideal para “reabastecer” entre um passeio e outro. Foto: Sebastião Rinaldi
No entanto, os cachorros se entreolham, como se quisessem brincar. Nada mais é do que uma metáfora para explicar a herança dos dois colonizadores europeus, por vezes, contrastantes na cidade norte-americana.
O itinerário se encerra na cidade subterrânea, com até 32 quilômetros de extensão (criado para o inverno rigoroso de até 40 graus negativos), onde em determinado trecho nos deparamos com um pedaço do Muro de Berlim em exposição, concedido pela Alemanha ao País. Após essa volta, um café no Tim Hortons (rede local com unidade espalhadas por todos os cantos), acompanhado por um donut ou um bagel, cai bem.
Festival de literatura totalmente focado no público jovem, a Flipop está chegando em sua 3ª edição e trará ao Centro Cultural São Paulo diversas discussões, atividades, sessões de autógrafos e eventos que buscam aproximar os fãs do gênero Young Adult. Organizada pela Editora Seguinte, selo jovem da Companhia das Letras, a Flipop conta também com o apoio da Agência Página 7, Aleph, Astral Cultural, Avec Editora, Duplo Sentido Editorial, Editora Planeta Brasil, FTD Educação, Grupo Editorial Record, Harper Collins Brasil, LabPub, Morro Branco, Plataforma 21, Rico Editora, Rocco, todavia e Turista Literário.
Entre os dias 2 de agosto a 4 de agosto, serão 24 eventos rolando, com a presença de diversos autores, booktubers e fãs de literatura. Os ingressos (que podem ser adquiridos clicando aqui) para cada dia de evento custam R$40,00 (inteira) ou R$20 (meia). Também é possível adquirir o pacote promocional, que dá direito a entrada nos três dias de evento por R$80,00 (inteira) ou R$20 (meia). Confira abaixo toda a programação da Flipop:
SEXTA-FEIRA, 2 DE AGOSTO
Sala Adoniran Barbosa
14h15 às 15h30
O que a História não contou
As pessoas e as vozes que os livros não nos apresentam, mas que têm muito a nos ensinar.
Convidados: Duda Porto de Souza, Jarid Arraes e Lavínia Rocha
Mediação: Pétala Souza
15h45 às 17h
Histórias.com
A internet como personagem e cenário das histórias.
Convidados: Clara Alves, Lola Salgado e Ray Tavares
Mediação: Iris Figueiredo
18h45 às 20h
A primeira vez a gente nunca esquece – Literatura e experiências jovens
Autores de destaque no cenário YA nacional falam sobre juventudes, diversidade e o papel da literatura na formação de identidades.
Convidados: Ale Santos, Bárbara Morais, Olívia Pilar e Vitor Martins
Mediação: Mayra Sigwalt
20h15 às 21h30
Os jovens salvam o dia
Na ficção e na vida real, a juventude à frente dos movimentos de mudança.
Convidados: Eric Novello, Luly Trigo e Samir Machado de Machado
Mediação: Bruna Miranda
Espaço Missão
14h15 às 15h30
As grandes sagas juvenis e o que nos ensinam até hoje
Os impactos que sagas como Harry Potter, Jogos Vorazes e Crepúsculo causaram no mercado e o que as mantêm vivas até hoje.
Convidados: Ana Yassuda, Bárbara Morais e Frini Georgakopoulos
Mediação: Paula Drummond
15h45 às 17h
Como contar nossas histórias?
Os perigos de uma narrativa única e a importância de ter representatividade sem estereótipos.
Convidados: Jonas Maria, Lavínia Rocha e Thaís Rodriguez
Mediação: Thati Machado
17h15 às 18h30
Eu entendi essa referência!
Como as referências à cultura pop podem transformar a experiência de leitura.
Convidados: Cínthia Zagatto, Juan Jullian e Leonardo Antan
Mediação: Sofia Soter
18h45 às 20h
Crowdfunding
Financiamento coletivo e a participação direta do público na publicação.
Convidados: Ian Fraser, Larissa Siriani e Luciana Fracchetta
Mediação: Felipe Castilho
20h15 às 21h30
Outras formas de publicar
Formas independentes de publicação, seus prós e contras.
Convidados: Aimee Oliveira, Clara Savelli e Victor Lopes
Mediação: Laura Pohl
SÁBADO, 3 DE AGOSTO
Sala Adoniran Barbosa
14h15 às 15h30
Às margens da literatura
Histórias e vivências que merecem mais espaço nos livros.
Convidados: Andreza Delgado, Maurício Negro e Mel Duarte
Mediação: Bruna Miranda
15h45 às 17h
Uma mesa traiçoeira
A autora americana Erin Beaty fala sobre seus livros “O beijo traiçoeiro” e “A missão traiçoeira”, cujas histórias misturam aventura, romance e espionagem.
Convidada: Erin Beaty
Mediação: Tamirez Santos
17h15 às 18h30
K-pop nos livros
Os coreanos encantaram o cenário musical e passaram para a literatura. Você já encontrou seu bias nos livros?
Convidados: Babi Dewet, Gaby Brandalise e Thaís Midori
Mediação: Melissa Ery
18h45 às 20h
Representação do jovem na mídia
Como livros e filmes retratam os jovens, e a diferença entre escrever para os diferentes formatos.
Convidados: Luly Trigo, Matheus Souza e Thalita Rebouças
Mediação: Keka Reis
20h15 às 21h30
Abrindo o coração na internet
Como ser vulnerável e falar sobre sentimentos para milhões de pessoas.
Convidados: Bruna Vieira, Guilherme Pintto e Matheus Rocha
Mediação: Frini Georgakopoulos
Espaço Missão
14h15 às 15h30
Desvendando referências no YA: Intertextualidade, referências e retellings
As obras YA frequentemente fazem referências diretas e indiretas a outros livros e autores, e por vezes são novas versões de velhas histórias. Este bate-papo pretende discutir este fenômeno de intertextualidade e refletir sobre a importância de lançar uma nova ótica sobre narrativas já conhecidas, bem como a de estabelecer conexões improváveis entre segmentos literários.
Convidados: Felipe Castilho e Mayra Sigwalt
Mediação: Beatriz Sanz
17h15 às 18h30
Escrever é profissão?
Uma conversa sobre a carreira de escritor, a trajetória e as dificuldades encontradas pelas autoras.
Convidados: Aline Valek, Luisa Geisler e Socorro Acioli
Mediação: Jana Bianchi
18h45 às 20h
Romances de época
As mudanças do gênero e suas histórias apaixonantes.
Convidados: Babi A. Sette, Carina Rissi e Paola Aleksandra
Mediação: Larissa Siriani
20h15 às 21h30
Conversas na mesa de jantar
As relações familiares nos livros e como o crescimento do jovem é influenciado por isso.
Convidados: Breno Fernandes, Cidinha da Silva e Iris Figueiredo
Mediação: Lucas Rocha
Domingo, 4 de agosto
Sala Adoniran Barbosa
14h15 às 15h30
A mágica por trás das histórias
A escritora canadense Kristen Ciccarelli fala sobre seus livros “A caçadora de dragões” e “A rainha aprisionada”. A saga mostra um reino onde contar histórias atrai dragões, e uma garota precisa matar o pior deles para escapar de um acordo que ameaça seu futuro.
Convidada: Kristen Ciccarelli
Mediador: Tamirez Santos
15h45 às 17h
Sacis, vampiros e lobisomens
Um bate-papo sobre a fantasia brasileira através de diferentes gerações. O que faz dos vampiros e lobisomens algo tão nosso quanto mulas sem cabeça e sacis?
Convidados: Felipe Castilho, Giulia Moon e Johnatan Marques
Mediador: Eric Novello
17h15 às 18h30
A família que a gente escolhe
Contando histórias onde os amigos são a maior rede de apoio.
Convidados: Fernanda de Castro Lima, Lucas Rocha e Luisa Geisler
Mediador: Arthur Tertuliano
Espaço Missão
15h45 às 17h
A volta das comédias românticas
Um dos gêneros mais famosos da ficção voltou, dessa vez com mais diversidade e representando todas as formas de amor. Os autores discutem suas histórias favoritas e quais eles ainda querem ver por aí.
(Gravação de episódio para o podcast Wine About It.)
Convidados: Clara Alves, Olívia Pilar e Vitor Martins
Mediador: Bruna Miranda e Mayra Sigwalt
17h15 às 18h30
O futuro é negro: o afrofuturismo no Brasil e no mundo
Como uma visão afrocentrada na literatura traz novas possibilidades para a negritude como protagonista de sua história e herdeira de suas tradições.