Categorias

Atualizações

Atualizações

O Fake News está relacionado ao desrespeito pelo legado da filosofia e a educação

Muitas vezes ouvimos falar de nossos pais e avós que os tempos mudaram e que hoje já não há mais respeito, que os jovens são irreverentes e que a consideração pela opinião do outro deixou de existir. Será isso tudo verdade? Será que estamos vivendo dias em que há julgamentos mediante ao que se acredita, sem abertura para questionamento, observação ou estudo? É possível.

O neurofilósofo e estudioso de padrões comportamentais da sociedade Fabiano de Abreu demonstra preocupação com a irreverência da geração atual e o descaso com o conhecimento ancestral: “Me preocupa a nova filosofia cultural que se irradia a ofender todo o ideal filosófico de grandes nomes como Sócrates, Platão e Aristóteles. Eles eram pensadores precursores no que hoje chamamos de educação. A filosofia é a primeira matéria que originou todas as outras que nos alimentam não só de conhecimento, mas nos ajudam na sobrevivência. Vivemos a realidade abstrata da deturpação onde estudiosos interpretam a mensagem da maneira que melhor convém a necessidade própria em relação a personalidade esquecendo que a filosofia nasceu do questionamento e do argumento sem uma razão que não seja a final, racional, estatística, livre de qualquer entorno plural interpretativo. “

Mídias sociais como ferramentas da desinformação

Segundo Abreu, apesar de ser positivo que a mídia social tenha dado autoridade, autonomia e liberdade de expressar aos que não tinham voz, por outro lado nem todos estão aptos a exercer essa liberdade: “Acredito que a liberdade advém da consciência do que é certo e errado. Pois a liberdade não é estar solto, não é estar livre, é ter a consciência limpa, é não ser perseguido nem julgado. A liberdade nada mais é do que a falta de pendência. Nós sabemos o que é certo e errado subjetivo ao indivíduo e sua personalidade perante a cultura regional em relação a sua ética e a sua moral. É livre quem tem autoconhecimento, que sabe seus limites e que glorifica suas conquistas de forma humilde já que a própria capacidade o revela como um organismo cabível de falhas que se transformam em experiência. “

Para o neurofilósofo, posts maldosos e as chamadas fake news, que são noticias falsas em busca de destruir reputações e instituições, são armas de pessoas mau intencionadas que visam beneficio próprio através de artimanhas de manipulação: “Para muitos, a escrita é uma arma daqueles que sabem manipular, assim como um dispositivo que destrói a imagem de alguém que não a sabe usar. Mas não é de todo mau. A internet não é a vilã em si, é apenas o mecanismo de transparência que revelou o que sempre soubemos. Que precisamos de educação, precisamos de conhecimento e que somos limitados. O ser humano pensa ter um poder diante de uma consciência racional mais desenvolvida que a dos demais animais quando que, se fazemos o mal para os outros e para nós mesmos, melhor a inteligência do cão que sabe agradar e se posicionar em seu lugar. “

Respeito é fundamental

O especialista também aponta o papel do respeito na manutenção da ordem social: “O respeito é uma personalidade do curioso, do observador, que com inteligência respeita para que possa receber respeito e porque procura entender a posição do outro. Respeitar a opinião é refletir sobre ela e tentar entender, e melhor, conseguir entender, desvendar, interpretar o sentido e o motivo para, mesmo que reprovar, não ter tempo nem a vontade de retrucar já que o resultado nunca é satisfatório.”

Abreu salienta que somente pessoas que dão lugar à ignorância se acham no direito de julgar o outro com base nas suas certezas: “O julgamento sem análise e o argumento sem base é a resposta do ignorante à sua certeza abstrata a uma própria realidade. É a não aceitação do eu que é descontado no outro. A rede social não é de todo mau. Ela apenas revelou um eu que antes guardado, toma coragem de se expressar pois através de uma tela ninguém pode atravessar. “

Conhecimento é a resposta

O neurofilósofo não tem dúvidas que a única solução para os nossos dias e para trazer uma melhora na nossa sociedade e na postura que assumimos diante do outro é o conhecimento: “Não podemos mais desprezar a ciência e o conhecimento ancestral, os estudos que foram feitos por notáveis que vieram antes de nós. Quando temos conhecimento, abrimos a mente e sabemos que ele é infinito, que nunca estamos fartos. Mas quando não temos conhecimento, não vemos além, encontramos um teto, um limite, pois pensamos que sabemos tudo já que sabemos pouco. Quanto mais se sabe, mais sabemos que temos que aprender, quanto menos se sabe, mais achamos que não há muito a recorrer. “

Atualizações, Filmes, Livros

Anne with an “E” continua em Anne de Avonlea

Com o cancelamento de Anne with an “E” na Netflix, o público se manifestou nas redes sociais  indicando ter muito conteúdo interessante a ser explorado na história, assim desejando uma nova temporada para a série. Em meio a tantos desejos, o Grupo Editorial Coerência anunciou o lançamento de “Anne de Avonlea”, o segundo livro sobre a Anne Shirley.

Produzida mediante uma parceria entre a CBC e a Netflix, Anne with an “E” tomou grandes proporções quando o contrato de renovação para sua quarta temporada não foi assinado. A série é uma adaptação de oito livros escritos por L. M. Montgomery, mas devido ao cancelamento não conseguiu abordar toda trajetória da garotinha ruiva.

Após diversas pessoas se mobilizarem em redes sociais demonstrando interesse e motivos para a história ganhar uma sequência pela plataforma de streaming, o Grupo Editorial Coerência se propôs lançar uma nova edição dos livros em território brasileiro. Publicado pela primeira vez em 1909, “Anne de Avonlea” é o mais recente lançamento da editora.

Na obra, Anne Shirley está com dezesseis anos e meio, e começa a lidar com as responsabilidades da vida adulta e continua conquistando todos ao seu redor com atitudes admiráveis. Os exemplares já estão sendo vendidos, e comprado no site da editora o leitor ganha brindes.

Sinopse
Anne Shirley agora tem “dezesseis anos e meio”. Após desistir de cursar a faculdade para ficar em Green Gables, está prestes a iniciar suas atividades como a professora da escola de Avonlea. Guiada por seus ideais românticos, planeja atuar com métodos de ensino inovadores, mas, com o tempo, acaba percebendo que muitas vezes a teoria é bem diferente da prática. Nada, porém, é capaz de desanimar Anne, que, com o apoio de Gilbert Blythe e de outros jovens de Avonlea, conquista a confiança da comunidade e efetua diversas melhorias no distrito. Embora cheia de responsabilidades, a jovem continua conquistando todos ao seu redor com seu espírito livre e cativante. Ao lado de sua fiel amiga, Diana Barry, encontra novos espíritos irmãos conforme vai se aproximando cada vez mais da vida adulta, sem deixar para trás suas manias imaginativas e sua facilidade para se envolver em confusões.

Em seu segundo romance, L. M. Montgomery continua conquistando seu público com palavras encantadoras e um enredo bem-humorado. Como não poderia ser diferente em uma história protagonizada por Anne Shirley, a autora segue conduzindo leitores de todas as idades a refletir acerca dos valores que regem nossa sociedade.

Sobre a autora
Lucy Maud Montgomery nasceu na Ilha do Príncipe Eduardo, no Canadá, em 1874. Criada pelos rigorosos avós maternos, encontrou em sua imaginação uma forma de lidar com a solidão de sua infância. Apesar de se dedicar à escrita desde jovem, formou-se professora e atuou na área por alguns anos. Em 1908, estreou como romancista com a publicação de “Anne of Green Gables”, sucesso instantâneo que deu origem a outros livros protagonizados por Anne Shirley. Ao longo de sua carreira, publicou 20 romances, mais de 500 contos e diversas poesias. Faleceu em 1942, aos 68 anos, deixando a Ilha do Príncipe Eduardo imortalizada por meio de suas descrições sensíveis acerca da natureza e do estilo de vida de seus habitantes na época.

Atualizações, Livros

Site organiza “comunidade de leitores” durante pandemia

O Beco Literário, plataforma jovem do Vale do Paraíba, expandiu sua comunidade de leitores para incentivar leituras durante a pandemia

O baixo índice de livros lidos no ano pelo povo brasileiro é uma das nossas maiores mazelas históricas. De acordo com a última pesquisa Retratos da Literatura, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro em 2016, o brasileiro lê uma média de 2,43 livros por ano, e boa parte dessas leituras não chegam perto de ser eficientes para bons debates, já que é o repertório de leituras que contribui para o amadurecimento do pensamento crítico.

Pensando nessa realidade, o Beco Literário, site criado por Gabu Camacho, de São José dos Campos, organizou uma comunidade fechada para incentivo à literatura e ao debate. “Nós chamamos de Beco ‘VIPs’. Os leitores que se inscrevem no site tem acesso a nossa plataforma e podem participar de leituras coletivas, debates engajados e ainda concorrer a prêmios, sem pagar nada por isso”, conta Gabu, que criou o site em 2013.

E o incentivo a literatura com certeza rende bons frutos. Durante a quarentena as pessoas passaram a ter mais tempo livre e muitas não souberam o que fazer com esse tempo. “Tivemos um volume muito alto de inscrições desde o início da pandemia e temos aceitado todas as pessoas. Acreditamos que a leitura precisa ser engajada. O leitor precisa ler o livro, criar conexões e entender além do que está nas páginas”, completa Camacho, que também comemora os mais de 900 membros inscritos na iniciativa Beco VIPs.

Para participar da comunidade, o leitor interessado precisa acessar o www.becoliterario.com e se cadastrar no formulário da página inicial. Todas as outras recomendações são enviadas por e-mail em seguida.

Sobre o Beco Literário

O Beco Literário é uma plataforma de conteúdo jovem criada em 2013 pelo jornalista Gabu Camacho e hoje alcança mais de 3 milhões de leitores em todo o país. O site tem como principal objetivo encurtar distâncias sociais com a literatura, abordando temáticas como autoconhecimento, consumo consciente e a literatura engajada.

Atualizações

“Colocando o tijolo e o cimento, dou um tapa na cara do meu passado”

Oi amô, tô pronta! Tô aqui, na pista. Foi esse um dos primeiros contatos que tive com Igor William Lopes, 29 anos, morador do Conjunto Habitacional Bairro Treze, no Rio de Janeiro. Conheci sua realidade depois que meu namorado me enviou um print de sua história, estampada em um grupo LGBT do Facebook, dando vida a Safira O’hara, uma drag queen pedreira. “Vou respondendo aos poucos, ô Jesus, ô vida. Tô aqui numa loucura, nêgo, pra terminar esse telhado, mas vamo lá!”, disse entusiasmado, mesmo depois de responder às mesmas perguntas inúmeras vezes para jornalistas diferentes.

Igor e sua drag, Safira, ficaram conhecidos em abril de 2019, após a mesma postagem viralizar e rodar o Facebook milhares de vezes. A drag queen pedreira. Várias reportagens nos mais diversos sites. “Isso é algo motivacional. Uma quebra de estereótipos da sociedade, né? Drag pode tudo. Somos seres humanos, somos seres normais. Somos pessoas. Porque não, entendeu? Cada tijolo que eu coloco, é como se eu desse um tapa na cara do meu passado. É isso aí, vamos construir.”, relata emocionado com a possibilidade de inspirar pessoas. E construir sua história sem depender de ninguém.

“Vítima é o caralho. É partir pra cima, entendeu? É meter a mão na massa, botar o tijolo e vambora, vambora.

Igor foi expulso de casa aos 19 anos pelos familiares. Mas, como ele mesmo diz, são coisas do passado, como todo LGBT vive e conhece. Viveu 10 anos morando de aluguel, mas sempre sonhou em ter sua casa própria. “Acho que todo LGBTQI+ tem que ser sua casa própria pra ter suas liberdades, para que sua felicidade possa habitar”, confessa. Na época, já fazia teatro e nele, conheceu a arte transformista. Diz que já era transformista antes mesmo de ser. Foi se apaixonando, descobrindo sua sexualidade e se entregando a arte cada vez mais, dentro do período da expulsão. Mas frisa que não foi por isso. Foi por conta de sua sexualidade. “Aí eu tive que me virar, né? Há 10 anos, só tinha computador na lan house a um e cinquenta. Era você mesmo e se vira”, relembra Igor.

Os dias que vieram depois, não foram nada fáceis, principalmente no começo. “Tive que sair montada de casa, e isso era outro preconceito que eu sofria. Tipo assim, ‘porra, a gente tem que aturar o gay, agora tu tá virando mulé?’. Pensavam que eu tava virando mulher trans e coisas e tal”, conta de queixo erguido.

Candomblecista, o filho de Logunedé, nessa época, morava de aluguel em uma casa de pessoas evangélicas, parceria que não deu certo por muito tempo. Mudou-se após pedirem a casa, e foi em busca de outra, caindo aos pedaços, como William mesmo descreve, porém com aluguel em conta. “Mas eu sonhei em ter minha própria casa, né? E as casas eram num valor acima de setenta mil e eu nunca terei esse valor”, pondera. Mas, se tem uma coisa que Igor e Safira sempre souberam fazer é dar tempo ao tempo. E apareceu Rodrigo Miller, grande amigo, que conseguiu um terreno para eles. “Desde então, eu venho construindo a minha casa. Na vida, a gente não constrói nada sozinho”, ressalta e acrescenta emocionado, “Eu tenho ajuda, e tem histórias que me motivam. Eu vi relatos de mulheres que são pedreiras. Então por que eu também não posso ser? Se elas aguentam o rojão, por que eu não vou aguentar?”

E Igor aguenta. Sua história já chegou em grandes portais de notícia como OGlobo, Uol e Razões para Acreditar. Já recebeu milhares de histórias no Instagram de LGBTs que acreditavam que pedreiro não era profissão para eles. “Eu fiquei muito feliz, porque com isso, eu vi o relato de um menino no Instagram que é auxiliar de pedreiro, e ele chegou pra mim emocionado, falando ‘nossa, tudo bem que eu já imaginava encontrar um gay nessa profissão, mas não uma drag queen… Isso me emocionou muito, porque eu achava que trabalho de gay é cabeleireiro, maquiador, artista, balé, essas coisas assim’. Então é isso, motivar as pessoas. Motivar os LGBTs para eles terem a casinha deles.”, relembra cheio de energia para colocar o próximo tijolo.

Porra, a gente tem que aturar o gay, agora tu tá virando mulé?

Energia que ele transforma para ir pra cima dos desafios, acordando dia após dia, superando todos os seus problemas, depois das injustiças do passado. “Lá no meu trabalho tinha uma menina que o marido dela era pedreiro e ela era ajudante dele, e eles construíram a casa para morar com os filhos. Por que que eu não vou meter a mão? Vou sim. Então é bom que eu colocando o tijolo, colocando o cimento na parede, eu dou um tapa na cara do passado. Porque eu acho que o passado foi muito injusto comigo, entendeu?”, se emociona ao lembrar, mas logo se recompõe dizendo que nós, LGBT, devemos ir para cima. “Vítima é o caralho. É partir pra cima, entendeu? É meter a mão na massa, botar o tijolo e vambora, vambora. Surgiu a oportunidade, agora é construir a casa.”, retruca.

E de fato, Igor William não deixou nenhuma oportunidade escapar. Hoje, mantém uma relação saudável com a mãe, mas cortou laços com grande parte de sua família. “Eles lá e eu cá. Minha mãe não é mais aquela pessoa de 10 anos atrás e nem eu. Ela me apoia e hoje estamos bem melhores, né? As coisas mudam, nada melhor que dar tempo ao tempo”, suspira e finaliza, preocupado. “Espero que você tenha gostado da minha história, que eu tenha te interessado. Estamos aí, tamo junto!”

Sim, Igor! Estamos todos juntos nessa.

Atualizações, Talks

Entrevista: Gunda Windmüller, autora de “Mulher, solteira e feliz”

Gunda Windmüller, jornalista e mestre em Literatura, tem sacudido a sociedade alemã com perguntas incômodas. Em uma sociedade com 41 milhões de mulheres, cerca de 2 milhões a mais do que homens, a população feminina do país lida com a disparidade salarial e debate a igualdade de direitos. Em um país liderado por Angela Merkel, a imagem de progressista – de acordo com as feministas do país, como Anne Wizorek – é maior do que a realidade. Nesse contexto socioeconômico, Gunda decidiu investigar como as sociedades, não apenas a alemã, têm lidado com as mulheres solteiras.

Com base em estatísticas, digressões históricas e sociológicas, experiências pessoais e entrevistas conduzidas com especialistas no comportamento humano e com mulheres em idades entre 30 e 60 anos, a jornalista e escritora desafia a falsa noção de que somente um relacionamento amoroso confere sentido à vida feminina. Autora de Mulher, solteira e feliz, ela estreia no Brasil com o lançamento da obra pela Primavera Editorial. A ideia de escrever o livro surgiu, segundo a autora, quando terminou um relacionamento de anos e constatou que as pessoas próximas estavam realmente preocupadas com o presente e futuro dela: casamento, filhos, solidão à noite.

Em entrevista para Larissa Caldin, publisher da Primavera Editorial, Gunda Windmüller conta sobre os achados nessa jornada em busca de respostas sobre a construção do conceito do amor romântico – que permanece reduzindo as mulheres a um parceiro, relegando às solteiras a condição de coitadas. Um comportamento social que perpetua a falsa noção de que somente um relacionamento amoroso confere sentido à vida feminina.

Conte-nos um pouco sobre você e como surgiu a ideia de escrever este livro?

Meu nome é Gunda Windmüller, sou jornalista e mestre em Literatura; moro em Berlim, na Alemanha. Quando tinha 34 anos, eu terminei um relacionamento com um namorado de longa data e logo percebi que muitas pessoas estavam realmente preocupadas comigo. “Você não quer se casar, e os filhos? Você não se sente sozinha à noite?”, eram as perguntas que me faziam. Essas preocupações me intrigaram, pois eu estava realmente feliz à época. E foi aí que percebi que não somente eu desperto pena por ser uma mulher solteira, mas muitas outras mulheres também. E foi aí que decidi escrever um livro sobre isso!

Na sua opinião, qual é a maior mentira que a sociedade conta sobre as mulheres na casa dos trinta?

Que elas precisam se apressar, porque sua vida está prestes a acabar! E isso não é verdade. Nós vendemos essa ideia da beleza desaparecendo com a idade; por muito tempo, reduzimos a nossa existência à aparência que temos. Conversei com tantas mulheres na casa dos trinta que sentem que as suas vidas apenas começaram!

No livro, você diz que sente falta de uma sociedade que acredita em sua história. Na sua opinião, como as mulheres – que também escrevem coisas horríveis sobre as mulheres – podem contribuir para mudar essa sociedade? Qual é o nosso papel nessa transformação?

Acho que todos precisamos entender que também fazemos parte da mudança social. Se queremos mudar a conversa sobre as mulheres, precisamos começar a falar de forma diferente. Precisamos ser mais gentis conosco e com nossas irmãs. Por sermos mulheres, sempre pensamos que devemos ser perfeitas e – quando as mulheres se comportam de uma maneira “não tão perfeita” –, somos rápidas em apontar isso e culpá-las. Entretanto, esse não é o caminho a seguir; todos cometemos erros, estamos juntas nisto!

Você traz, em “Mulher, solteira e feliz” o conceito de “libertar o amor”. O que isso significa? Como podemos libertar o amor – e o príncipe encantado?

Acho que colocamos o amor em um pedestal. Esperamos tudo desse o amor: queremos estar apaixonadas, ser compreendidas, fazer um sexo incrível, sermos cuidadas, admiradas. Nosso parceiro deve ser tudo para nós. Mas isso não é justo; não é justo amar dessa forma. É por isso que eu gostaria de libertar o amor. Vamos ver o que é o amor, não um ideal louco, mas algo que pode unir as pessoas. É por isso que eu também gostaria de me livrar do príncipe encantado. Não é justo esperar que uma única pessoa nos salve e pinte as nossas vidas de ouro. Eu gostaria que mais mulheres se considerassem as rainhas das próprias vidas; não esperassem que algum príncipe aparecesse.

Como a ideia de “rosa e azul” influencia nosso modelo mental do que é o amor?

Esses estereótipos de gênero influenciam muitos aspectos de nossas vidas, mas principalmente na forma como pensamos nas mulheres: pessoas que desejam amar, são mais carinhosas e românticas e homens – que consideramos menos românticos, mais duros e menos necessitados de companhia. É por isso que chegamos a pensar que as mulheres precisam, desesperadamente, de um parceiro romântico; pensamos que esse é o desejo “natural” nas mulheres, enquanto consideramos os homens cowboys solitários que não precisam de ninguém. E isso não é verdade! Estudos psicológicos mostram que os homens anseiam mais por relacionamentos íntimos do que as mulheres e sofrem mais quando não estão em um relacionamento romântico. Mas, a nossa noção do amor, no entanto, foi pintada por essa ideia rosa e azul dos gêneros. Acho que é hora de reavaliarmos essas noções.

Mulheres solteiras não têm uma boa reputação. Com uma perspectiva propositiva, como podemos mudar essa noção?

Antes de tudo, acho que todos precisamos ter mais consciência das situações em que as mulheres solteiras estão sendo envergonhadas. Ou seja, mesmo que seja apenas por meio de uma pergunta como “Não entendo, por que você ainda está solteira?”. Precisamos apontar essas situações e deixar as pessoas saberem como é inapropriado reduzir as mulheres ao status de relacionamento. As mulheres são mais do que potenciais parceiros. Somos pessoas inteiras!

O que é pior na perspectiva da sociedade: ser solteiro ou não ter filhos? O que guia esse julgamento social?

Do ponto de vista da sociedade, é considerado um dever natural feminino ter filhos. Portanto, por qualquer motivo, não tê-los faz parecer que a mulher é egoísta e obstinada. Mas, novamente, as mulheres solteiras também são vistas como egoístas – o mesmo vale para muitas mães solteiras, que são consideradas incapazes de “manter” um parceiro. Acho que todas essas atitudes em relação às mulheres são bastante ruins e prejudiciais. É direito de toda mulher não querer ter filhos ou ser solteira.

Qual é a principal mensagem que você gostaria de enviar às leitoras brasileiras?

Você é o suficiente! As mulheres são continuamente informadas de que nos falta algo: um parceiro, uma família perfeita, o corpo certo. Mas, não precisamos de nada disso. Nós somos o suficiente como somos. Amem a si mesmas – é o amor que definitivamente vai durar até o fim.

Atualizações, Livros

Escrito há 39 anos, livro ficcional apresenta fatos que coincidem com a atual pandemia

A obra mais polêmica de 2020, Os olhos da Escuridão do autor norte-americano Dean Koontz, que se popularizou por apresentar fatos que coincidem com o atual cenário em que vivemos e ganhou destaque nas mídias do mundo, como: CNN InternacionalDailymailThe GuardianFolha de S.PauloCorreio Braziliense e G1, chega com exclusividade ao Brasil pela Citadel Editora!

Publicada originalmente em 1981, o livro aborda a chegada de um vírus letal chamado Wuhan-400, e 39 anos depois, Wuhan é o mesmo nome da cidade chinesa que foi o primeiro epicentro da pandemia da COVID-19. Isso seria apenas uma incrível coincidência ou premonição sobre a atual pandemia?

Todos os detalhes dessa história você confere no Book Trailer do livro Os olhos da Escuridão.  É nessa apresentação perturbadora e realista que se passa a história de Tina Evans, uma mãe desesperada em busca respostas sobre a morte de seu filho, que faleceu em um acampamento de férias, onde todos presentes no local também tiveram o mesmo fim trágico: uma morte misteriosa.

Envolvida em um emocionante suspense, Tina começa a receber sinais que indicam que seu pequeno Danny possa estar vivo. Tomada por uma obsessão que a levará até a verdade por trás do que realmente aconteceu, ela encontrará segredos mortais sobre o vírus Wuhan-400 que podem estar relacionados ao seu filho.

Sinopse do livro: Um ano se passou desde a morte do pequeno Danny. Um ano desde que sua mãe iniciou o doloroso processo de aceitação. Mas Tina Evans poderia jurar que acabou de vê-lo dentro do carro de um estranho. Na última perturbadora noite sonhou com seu filho. Ao acordar, foi até o quarto de Danny e para sua surpresa lá estava uma mensagem. Três palavras perturbadoras rabiscaram no quadro-negro: NÃO ESTÁ MORTO.

Foi a piada sombria de alguém? Sua mente pregando peças nela? Ou algo … mais? Para Tina Evans, era um mistério que ela não podia escapar. Uma obsessão que a levará até as últimas consequências atrás da verdade por trás da morte de seu filho. Um terrível segredo que não foi visto por ninguém, apenas pelos Olhos da escuridão.

Sobre o autor: Dean Koontz, autor de vários best-sellers de ficção nos Estados Unidos, vive no sul da Califórnia com sua esposa, Gerda, sua golden retriever, Elsa, e os espíritos de seus pets, Trixie e Anna.

Sol da meia-noite
Atualizações, Livros

“Sol da meia-noite”: Stephenie Meyer lança primeira prévia do livro

É hora do surto, twilighters! A autora Stephenie Meyer, da saga Crepúsculo, divulgou há pouco por meio do seu blog, a primeira prévia do livro “Sol da meia-noite”, que será a visão de Edward dos fatos narrados por Bella no primeiro livro da série.

O livro, que será lançado no dia 4 de agosto, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, pela editora Intrínseca, foi muito esperado por todos os fãs e já teve seu lançamento cancelado no passado por conta de um vazamento na internet.

Sem mais delongas, leia o trecho abaixo, já traduzido:

Sol da meia-noite

Nós nos olhamos por um momento, enquanto eu processava que, enquanto ela era meu primeiro amor, eu também era sua primeira… paixão, pelo menos… Essa constatação me atingiu de uma forma estranha, mas também me deixou confuso. Certamente isso foi uma armadilha, uma forma nada saudável dela começar sua vida romântica.

A autora ainda acrescentou que a partir de agora, todas as terças e quintas teremos novas prévias de trechos de “Sol da meia-noite”. Preparados? Porque eu não tô!

Atualizações

Abaixem as armas e troquem carícias que a gente voltou!

Sim, já dizia Clarice Falcão: polícias abaixem as armas e troquem carícias que a gente voltou! E é ao som de “A Gente Voltou” que anunciamos que o BECO LITERÁRIO VOLTOU! Mas calma, não do jeito que você imagina.

Os últimos anos foram intensos pra gente. Tentamos nos encaixar, erramos, acertamos e muita coisa deu errado. Eu, Gabu, joguei tudo pra cima mais de quinhentas vezes. Mas o bom de jogar pra cima é poder ver a coisa de fora pra pegar os cacos e saber a hora de voltar. Eu não soube, mas temos uma comunidade incrível de membros VIPs que soube e graças a eles, que ficaram pedindo dias e noites pro site voltar, que a gente voltou.

O Beco Literário é agora, mais que nunca, uma comunidade engajada de leitores. Reformulamos tudo, nossa missão, nossos valores, e principalmente, como fazemos as coisas. Além dos conteúdos da nossa equipe, agora você, Becudo, pode se cadastrar na nossa comunidade e postar seus conteúdos aqui no site também.

Demais, né? E pra anunciar tudo isso, eu virei até tik toker, olha só:

Ver essa foto no Instagram

Sim, ano passado, após meu TCC, resolvi fechar o Beco Literário. E não teve um dia sequer que alguém não tenha perguntado dele. Na comunidade fechada que eu tenho com os meus leitores, vira e mexe tinha alguém pedindo pra voltar a postar textos lá e voltar a escrever por lá. Então, a gente voltou. 🤩🚀 Vai ser diferente de agora em diante: vamos postar somente textos autorais, colunas e conteúdos sobre livros e escrita. O conteúdo de séries, televisão, filmes, vai ficar beeeeeeem secundário. Resolvi trazer o Beco, mas trazer com toda a sua essência, da forma com a qual ele foi criado. E claro, me pediram tanto, que agora quem participa da minha comunidade fechada também tem acesso a um painel exclusivo lá dentro pra enviar textos, trocar por pontos, conquistar cortesias, enfim. Deu bastante trabalho, mas nasceu. Espero que gostem dessa nova era do Beco. E por aqui, nada muda: vou continuar falando dos livros, comentando a economia e dando dicas pra vocês 😎💜 #literatura #bookstagram #econogram #dicas

Uma publicação compartilhada por Gabu Camacho | Jornalista (@gabucamacho) em

E aí, bora encurtar distâncias na literatura juntos? <3

Atualizações

“A Roda do Dinheiro” traz dicas para ajudar leitor a equilibrar suas finanças

Livro “A Roda do Dinheiro – Como fazer a sua roda girar”, traz orientações sobre finanças pessoais de forma práticas e em linguagem simples. O objetivo da obra é desmistificar o senso comum construído ao longo de séculos, e que dita a forma como a maioria das pessoas vêem e lidam com seus recursos financeiros. Mesmo antes de iniciar o primeiro capítulo, o leitor é convidado a esquecer a ideia de “ganhar dinheiro”, como popularmente se fala. O primeiro ensinamento é tão simples quanto necessário: Dinheiro, a gente faz!

Por meio deste esclarecimento inicial, a educadora financeira e fundadora do Instituto Soaper, Aline Soaper, que coordenou a publicação, destaca a importância de ter a clareza de que o dinheiro é um resultado de tudo aquilo que fazemos em nossos trabalhos, negócios e investimentos. Logo, o nível de saúde financeira de alguém está diretamente ligado a forma como a pessoa entende a origem, a gestão e a otimização dos seus recursos.

Só se pode dizer que “ganhou dinheiro”, de fato, em algumas exceções, como: mesada da época da infância, prêmios de loteria ou quando ele vem em forma de presente! O bom humor e a fluidez são marcas registradas da narrativa de “ A Roda do Dinheiro”. Assim, o livro vai na contramão da linguagem técnica e cheia de termos exclusivos do mercado financeiro.

23 co-autores e um desafio: mudar a forma do público pensar e se relacionar com o dinheiro

23 mentes especializadas em treinar diariamente seus clientes para lidar de forma mais eficiente com o dinheiro, reunidas para descomplicar a relação entre pessoas e dinheiro. Essa é a receita dos bastidores do livro: a combinação do conhecimento de coachs e educadores financeiros, treinadores comportamentais, empresários, administradores de empresas, comunicólogos e contadores.

Ao longo de 173 páginas, o leitor obtém informações práticas sobre temas cotidianos e outros inusitados para a maioria das pessoas. Na lista de tópicos que “A Roda do Dinheiro” aborda estão: clareza, mindset, inteligência financeira, planejamento, renda extra, fluxo de caixa, despesas pessoais e familiares e educação continuada.

Há conteúdos para públicos em diferentes momentos de sua jornada. A obra fala tanto com quem precisa descobrir como ir “do inferno das dívidas ao céu do sucesso financeiro e pessoal” como com quem está buscando um novo patamar financeiro e mais tranquilidade, por meio da construção de uma reserva de emergência e investimentos. E quem está com o olhar voltado para o futuro, também não fica de fora, nos capítulos que tratam sobre “As heranças que se deseja deixar para os filhos” e “Independência Financeira ou Aposentadoria” as metas de longo prazo ganham um tom consultivo e esclarecedor.

Além de ajudar o leitor a se organizar, o diálogo evolui também para os aspectos emocionais e psicológicos envolvidos no tema, tais como: crenças limitantes, sonhos como força motivadora e o papel do dinheiro no empreendedorismo também entram em pauta.

“Em todos os nossos atendimentos, vemos o quanto os clientes ignoram várias áreas da roda financeira e não entendem a sensação de que a vida nunca vai para frente. Outros, começam a vida profissional muito bem, ganham dinheiro, mas estacionam em um determinado momento e não entendem essa paralisação abrupta na vida financeira” avalia Aline Soaper, coordenadora da obra.

Um dos desafios dos 23 co-autores foi vencer o distanciamento que torna obras dedicadas a falar sobre dinheiro, em geral, restritas ao público especialista em economia e finanças. O foco está no leitor que está dando os primeiros passos para compreender o assunto e tornar a sua vida financeira saudável.

Atualizações

Flavia Campos lança o livro “Coragem – Substantivo Feminino”

Flavia Campos – Publicitária, estrategista, escritora, autora, feminista, humanista e mãe do Theo -, acaba de lançar, pela Editora Patuá, seu primeiro livro de poesia, de nome “Coragem –  Substantivo Feminino”. São 177 poemas, impregnados de amor, generosidade e imensidão, inspirados na coragem transformadora das mulheres. Cada texto mostra que a poesia é maior do que o medo e que a sororidade tem o poder de salvar as pessoas de um possível deserto interior.

O livro, pautado pela ciranda inexata e infinita que torna as mulheres uníssonas e capazes de seguir adiante, a despeito do não, nasceu corajosamente de um projeto que Flavia já faz há dois anos, chamado #TodoMundoéPoesia. Nele, mulheres do Brasil inteiro contam suas histórias de vida e de luta, as quais são transformadas em poemas pela autora.

A primeira parte da obra aborda a capacidade inesgotável de amar, de arder e de saltar de alturas incalculáveis para chegar às profundezas de cada abismo. A segunda explora a coragem necessária para lutar por tudo que é direito da mulher e que, mesmo em tempos atuais, ainda encontra barreiras.

“Escrevi ‘Coragem – Substantivo Feminino’ porque não tive escolha. Aos 43 anos, os poemas me tiraram para dançar sem direito de recusa. Todo o material foi escrito silenciosamente aos gritos. Não era mais possível conter as palavras depois que elas tornaram-se o meu maior desejo. Tive medo de escrever e escrevi para não ter medo. As palavras, plantadas em cada página, anunciam que a jornada feminina será cumprida, apesar dos muros, das fronteiras invadidas, do machismo, dos desalmados, dos covardes e fingidores”, afirma a autora do livro.

Flavia faz questão de enaltecer e agradecer a poetisa pernambucana Luna Vitrolira, responsável pelo prefácio de seu livro. Luna começou a recitar poesias aos 15 anos, depois passou a divulgar seus próprios escritos e, em 2018, lançou “Aquenda, o amor às vezes é isso”, indicado ao Prêmio Jabuti 2019.

“É apaziguador quando alguém nos olha, nos ouve e nos transforma em poesia. Tudo acontece com muito amor e empatia e sem custo algum para todas as mulheres envolvidas no projeto. Nós, mulheres, falamos um idioma que só domina quem precisa de coragem para sobreviver”, afirma Flavia, que também se considera uma mulher forte, assim como outras milhares que admira, mesmo de longe.

Flavia Campos nasceu em Bom Despacho, interior de Minas Gerais, em 1975. Usa sua poesia como ferramenta de luta contra o machismo, o racismo, a misoginia, a opressão e os preconceitos enraizados numa sociedade patriarcal. Acredita na cultura como um dos mais poderosos agentes de (r)evolução da sociedade.

“Coragem – Substantivo Feminino” está à venda na Amazon e no Site da Editora Patuá.