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Resenha: Thor – O Último Viking, Walt Simonson

“Contemple um conto épico de escala cósmica do Deus do Trovão! De todos os escritores que já trabalharam com o herói portador do martelo, nenhum criou um legado tão impressionante quanto Walt Simonson. Neste volume você encontrará as primeiríssimas edições de sua incrível fase, que revolucionaria as aventuras de Thor nos quadrinhos.”

Tendo crescido lendo as aventuras dos heróis Marvel, na década de 70 surgiu um novo grupo de escritores e artistas, frutos do longo sucesso da Marvel, que influenciou essa geração assim como continua nos influenciando até hoje. Pessoas como Roy Thomas, Jim Shooter e John Byrne foram responsáveis por uma nova geração de fábulas, revitalizando inúmeros personagens e trazendo novos elementos e aventuras, que ajudariam a Marvel a se tornar uma editora de histórias mais maduras e sofisticadas.

Walt Simonson é um ótimo exemplo desse efeito colateral, movido pela paixão por mitologia nórdica e grande fã das histórias em quadrinhos de Thor criadas por Stan Lee e Jack Kirby, Simonson enfim se viu com as chaves do reino para o título que mais amava, Thor. Ele foi responsável por quatro anos de glória para a HQ, período em que todo o universo Asgardiano mudou para sempre e Walt Simonson ficou conhecido como o criador do arquetípico de Thor.

Em “O último viking”, Thor está na forma do Dr. Donald Blake, vivendo na terra e protegendo-a. Um dia, caminhando tranquilamente pelo parque, agentes da S.H.I.E.L.D levam-no para Nick Fury, que necessita dos poderes do grande Thor em uma missão que vai bem além das capacidades mortais de Blake. O asgardiano tem vivido no anonimato, se passando por um homem comum, assim, para que seu poder seja liberado, ele precisa bater no chão com o cajado que sempre carrega consigo, dessa forma ele tem ficado irreconhecível, sem estar vulnerável aos seus inimigos, lutando sempre que necessário.

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Uma sonda espacial da S.H.I.E.L.D foi destruída e apenas Thor pode chegar a tempo de interceptar o objeto que a destruiu, chegando ao local, uma enorme nave bélica é revelada, apontando imediatamente seus canhões para o asgardiano, que consegue desviar de todos os disparos. Quando finalmente o deus do trovão adentra na nave aparentemente vazia, é surpreendido por um guardião extremamente poderoso.

O guardião Bill Raio Beta impressiona nosso herói com seu poder, assim, por um momento de descuido, Thor volta forma do Dr. Donald Blake, tornando-se frágil e mortal, o seu martelo, o Mjolnir é lançado para longe e retorna na forma de cajado, provocando a curiosidade do guardião, que apanha o objeto, ganhando assim os poderes do deus do trovão. Quando então, Odin convoca Thor de Asgard, quem é levado para lá é Bill Raio Beta, que empunha o martelo, enquanto o verdadeiro Thor, preso a forma de Donald Blake, fica para trás desolado.

Walt Simonson fez um grande trabalho em “Thor – O Último Viking”, sendo responsável não apenas pelo roteiro como também pela arte, algo bastante incomum de se ver, ainda mais na qualidade que é demonstrada, traços a frente de seu tempo e linhas expressivas ressaltam seu talento para o desenho, e a sua criatividade para a escrita renovou o personagem, trazendo um ar fresco para a Marvel, com aventuras instigantes. Uma leitura empolgante e emocionante que não deixa a desejar em nada.

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Resenha: Lugares Escuros, Gillian Flynn

 

Lugares Escuros conta a história de Libby Day que, quando tinha apenas 7 anos, sobreviveu a uma chacina diabólica ocorrida na década de 80, que pôs fim à vida da sua mãe e das suas duas irmãs pequenas. Agora, beirando os 30 anos e em busca de algum meio para manter o seu sustento, ela aceita a proposta (financeira) de um grupo de fanáticos por assassinatos famosos e resolve “reviver” a sua história em busca de falhas que possam ter levado, injustamente, o seu irmão para a prisão perpétua. Porém, o detalhe é que foi ela quem, aos sete anos, testemunhou contra ele.

Incrível e chocante, mais uma vez Gillian Flynn me surpreendeu com a sua escrita verossímil e impecável. A história se desenvolve de forma tão envolvente e realista, inclusive com relação à detalhes técnicos que, por vários momentos, você chega a crer que aquilo tudo é verdade.

Além disso, apesar de ser uma história fictícia (graças a Deus) é impossível não comparar com casos semelhantes que de fato aconteceram, até mesmo a reação da “sociedade” envolvida nos acontecimentos do livro refletem atitudes reais, que me levaram a pensar: “ainda bem que não é só no Brasil que as pessoas reagem dessa forma (rs)!”

As personagens são absolutamente complexas, com traços de caráter duvidosos, mas que em certo momento você se pega torcendo por elas, para que tenham um desfecho heróico e feliz, mesmo que isso seja um pouco impossível em uma história tão chocante, isso falando de um modo geral. Por sua vez, com relação à protagonista, tudo isso se multiplica, pois apesar de ser uma vítima e uma sobrevivente, de forma alguma pode ser considerada uma heroína ou uma coitada, pois a sua personalidade é feia, vergonhosa e contrária a tudo que lhe aconteceu.

O desfecho é brilhante e coerente com o restante da história, sem dar lições de moral ou revelar um pote de ouro no final do arco-íris, vez que depois da tormentosa história narrada seria impossível acontecer algo tão belo.

Apesar de ser assumidamente apaixonada pelas obras de Gillian Flynn, principalmente pelas mesmas serem desprovidas de clichês, Lugares Escuros me surpreendeu como seu eu nunca tivesse lido nada escrito por ela, enfim, me reapaixonei à terceira vista!

 

 

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Resenha: O Oceano no Fim do Caminho, Neil Gaiman

Logo após ler Deuses Americanos, um título pelo qual me apaixonei perdidamente, decidi me aventurar por outros amores e gêneros, então li Garota Exemplar (sensacional) e O Maravilhoso Agora (decepcionante). Na semana do Ano Novo, como iria passar sete dias na praia, não queria correr o risco de levar um livro que não fosse gostar. Avaliei minhas opções em casa e resolvi por O Oceano no fim do Caminho, por já conhecer o trabalho de Neil Gaiman. Confesso que mal toquei na obra enquanto estive lá, mas assim que voltei, acabei a leitura em questão de horas.

Tudo começa quando o inquilino da casa do narrador, um leitor voraz de sete anos e que em nenhum momento é identificado pelo nome, se suicida no carro de sua família, o que leva o menino a conhecer a família Hempstock: Lettie, sua mãe e avó, que moram no final do caminho de seu bairro. Essas mulheres são misteriosas e parecem possuir poderes e clarividências que nenhuma outra pessoa possui. São muito antigas em nosso mundo e seus conhecimentos sobre a vida, a morte e o que há entre elas são infinitos. O menino descobre a partir desse acontecimento, um terrível mal onde coisas ruins começam a acontecer com ele e com sua família e apenas Lettie Hempstock, uma menina sardenta de onze anos que acredita que seu lago é na verdade um oceano, pode salvá-lo.

Este é um livro surpreendentemente simples e complexo ao mesmo tempo. Não se deixe enganar pelo formato juvenil de poucas páginas e letra grande. Apesar da narrativa singela, a história é extremamente bem elaborada, onde se misturam os terrores comuns das crianças e a verdadeira essência da infância. São as memórias narradas em primeira pessoa por um adulto do ponto de vista de um menino de sete anos, décadas depois. É uma fábula mística e assustadora, onde acontecimentos estranhos levam a consequências que mudam para sempre a vida do protagonista.

Tudo é contado de maneira direta e não muito explicado ou detalhado. Assim como fala o protagonista sobre mitos, esse livro simplesmente é, claro e rápido, não existe melhor maneira de explicá-lo. Outro ótimo ponto é quão ambígua a veracidade da trama pode ser; todos os fatos podem ser tão reais quanto seriam se fossem inventados pela imaginação fértil de uma criança. O que pode tornar a obra realmente assustadora, além de melancólica.

Assim como em Deuses Americanos, aqui há uma forte crítica ao consumismo. Os protagonistas são crianças e as mulheres Hempstock são independentes em sua fazenda, não precisando de homens nem de posses. As coisas simples da vida, como uma boa comida depois de um dia difícil, são bem apreciadas em contraposição aos males “adultos”, como a luxúria e a veneração exacerbada ao poder.

Uma ótima leitura que agradará todos aqueles que sabem que a infância não é tão simples quanto nos lembramos.

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Resenha: Eu Nunca…, Sara Shepard

Eu Nunca… é o segundo livro da série The Lying Game, da autora Sara Shepard.

Emma Paxton era uma orfã que vivia em diversas casas até que um dia descobre que tem uma irmã gêmea. Ao receber uma mensagem de Sutton, sua gêmea, Emma não hesita em ir encontrá-la. Mas tudo muda quando ao chegar ao encontro, Emma descobre que sua irmã foi morta e  que agora ela terá que viver a vida de Sutton e, com isso, descobrir quem a assassinou.

Bem, não tem como eu falar muito sobre a história de Eu Nunca… porque é basicamente a mesma do primeiro, Emma à procura do assassino de sua irmã. Só que ao contrário de Jogo da Mentira, este tomo nos apresenta novos suspeitos do assassinato de Sutton.

Quem já leu os livros da Sara Shepard conhece como a autora gosta de brincar com os personagens e, consequentemente, com o leitor. Ela apresenta diversos fatos que nos levam a crer que foi fulano que fez aquilo, mas logo depois vem com mais informação e faz com que as atenções mudem de foco. E isso é exatamente o que ela faz em Eu Nunca…, brinca com a gente.

Grande parte dessa brincadeira fica a cargo de envolver as gêmeas do twitter, Shepard vai mostrando os motivos de elas serem as culpadas pela morte de Sutton, o que acaba nos levando de volta para o passado da irmã de Emma e aí podemos conhecer melhor quem era Sutton Mercers.

Uma coisa que eu gostei bastante nesse livro foi que Sara aprofundou os personagens e as relações entre eles. Pelo o que já li dela, ela opta por ir fazendo isso aos poucos, mas como ainda faltam quatro livros, eu não sei bem o quão ela mostrou, mas creio eu que ainda vem muita surpresa desses personagens por aí.

Apesar de esse volume a história não progredir, Shepard sabe segurar a atenção do leitor ao criar momentos tensos e de quebra ainda criou núcleos paralelos que prometem balançar as continuações (Pelo menos eu espero.). O que eu mais gostei foi que em Eu Nunca…, tivemos festas e bailes, e para quem conhece a autora, sabe que isso é um prato cheio para muita confusão e que esses acontecimentos levaram à um final de deixar o cabelo em pé. Já quero ler o Duas Verdades e Uma Mentira.

Outra coisa que gosto bastante em Jogo da Mentira é que temos a visão de Sutton e, às vezes, ela nos mostra flashbacks que são bastante interessantes. Gosto muito dessa jogada da autora.

Eu Nunca… não decepciona como continuação e faz com que o leitor fique ansioso para saber qual será o próximo passo de Emma na jornada à procura do assassino da irmã. Quando se fala de Sara Shepard eu nem preciso dizer que é leitura obrigatória, né? Leiam, leiam e leiam.

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Resenha: As Lendas de Saas – Parte I, Rebeca S. Melo

Ele conquistou todos os reinos do seu continente, tornando-se o primeiro Imperador da história de Saas. Ela escapou no dia em que seu reino foi tomado e sua família assassinada. E irá voltar para vingá-los. Ou pelo menos esse era o plano…
Ravel é a princesa perdida, a única que escapou com vida de seu continente; Leor é um garçom que sonha em ser médico; Nemat é a melhor amiga dele, uma jovem sem muita ambição; Hadin é um nômade caçador de recompensas em busca de vingança; e Shari é uma atriz de circo ambulante. Quando a vida dessas pessoas tão diferentes se conecta, um segredo é revelado. E a história de Saas está prestes a mudar… Outra vez.

Se fiquei surpreso com o que li? Bem, posso dizer que fui agitado e jogado no chão sem nem precisar sair do lugar. A história de Leor, Nemat e seus companheiros consegue fazer isso com o leitor, lhe tirar da zona de conforto com reviravoltas incríveis. Ocupa sim o lugar de um dos livros mais vendidos do país, porque merece, e porque não deve está em outra situação. Mas vamos começar do começo, nada de adiantar emoções e espantos.

O livro tem seu ponta-pé com uma espécie de explanação sobre o território onde este vai se desenrolar, desde as particularidades de cada lugar até a generalidade dos reinos. Esse é um ponto fortíssimo da obra, que para não voltarmos a este assunto mais a frente, abordarei agora, mesmo atrapalhando a introdução da história. Temos que encarar os tópicos básicos para dizer se um livro deste gênero (fantasia/aventura) é de boa qualidade, estabeleceremos três nesta resenha, o primeiro é ambientação. Não existe erro evidente sobre este assunto, é um acerto após o outro e fiquei admirado logo de início, não que estivesse esperando os erros, longe disso, mas é incomum que qualquer escritor consiga passar ileso por toda a obra sem cometer uma falha aqui ou ali, independente da época ou seguimento. Rebeca S. Melo consegue cumprir sua missão neste aspecto, primeiro porque nos é apresentado todo um mundo na quantidade de parágrafos necessária, nada muito extenso, que canse o leitor. O momento inicial é este, reconhecimento do terreno, somos inseridos em Saas aos poucos, como quem não quer nada, e de repente, estamos no centro da coisa toda. As particularidades, as que não são citadas na introdução, aparecem no decorrer do livro e de forma sutil.

O segundo ponto a ser observado é a estruturação dos personagens, como estes são colocados em cena e se conseguem atuar bem, sem parecerem forçados ou algo do tipo. Novamente um acerto imenso da autora, pois desde Shari, que aparece mais a frente no enredo, até Hadin, temos uma caracterização de personagens excelente. Mas vamos conhecer melhor os ditos para entendermos melhor a história. Tudo tem seu início com Ravel, princesa de Jope, o que ocorre com a princesa influencia os rumos de toda a história, podemos dizer que é por conta de Ravel que muita coisa chega a acontecer. Enquanto de um lado do Oceano que divide as duas porções de terra vemos um conflito, do outro lado encontramos um cenário totalmente diferente. É ai que as distinções existentes entre os mares ficam evidentes. Conhecemos Leor e sua amiga Nemat do outro lado do oceano, ambos trabalham em um bar (O Ninho) e são amigos por muito tempo. Em uma dessas noites de trabalho eles conhecem Hadin, um nômade misterioso que aparece na vila. Após a chegada de Hadin diversas coisas acontecem, algumas por conta deste outras por puro destino e Leor acaba por se separar da amiga, Nemat. O jovem embarca em uma missão entre reinos, tendo por guia uma garota que lhe abordara no inicio de sua aventura, chamada Shari. Enquanto Leor parte em busca de determinadas coisas terras a fora, Nemat estreita seus laços com o nômade, Hadin, que acaba por fincar bandeira na vila. Entre tantos eventos vemos uma série de reviravoltas, como foi dito no início, e isso deixa a história ainda mais atraente e prazerosa de ser lida, pois nunca sabemos se estamos seguros, se podemos confiar neste ou naquele personagem. Como o título deixa claro: Um mundo perigosamente humano. Tudo pode ocorrer em “As Lendas de Saas”, ninguém está a salvo, desde o início até a última página da obra.

Por fim, o terceiro ponto que levantamos neste comentário é o enredo. Posso dizer que o livro atende todas as necessidades para a construção de um bom enredo, não temos pontas soltas, é tudo muito bem encaixado. O modo como a autora comanda o trajeto dos personagens apresenta maestria e uma habilidade fora do comum. Podemos ver uma das revelações de nossa literatura em ação, sem tirar nem por. No mais, “As Lendas de Saas” cumpre o prometido, consegue encantar e prender o leitor como poucos livros o fazem, trás toda uma bagagem detalhista e transcendente, pois navega entre mundos colocando muito do que conhecemos à tona no meio da narrativa. Uma leitura que flui por ser bem elaborada e ter um vocabulário rico na sua construção.

A cada frase, a cada parte do livro vamos ficando cada vez mais maravilhados pela narrativa e por todo o mundo criado para o desenvolvimento da mesma. É encantador poder ter acesso a tanta coisa, adentrar em lugares que aparentam ter uma veracidade tremenda a medida que são desenhados e expostos. O primeiro volume da trilogia “As Lendas de Saas” enlaça todo e qualquer leitor, por todos os fatores citados acima e por muitos outros que você conseguira visualizar ao decorrer da leitura. Mexe muito com o particular de cada qual, nos identificamos com Leor, Nemat, Shari e outros personagens, entramos na vida deles e acabamos por passar horas com eles, como se fossemos velhos conhecidos. O talento da autora é singular, sua capacidade para destrinchar cada evento chega a ser fora do comum e temos que aplaudir de pé a escrita de Rebeca Melo. “As Lendas de Saas” é encantador e misterioso, um livro especial para os apreciadores da boa arte.

Você pode adquirir o livro na Amazon.com, seguindo este link. No mesmo site já é possível comprar o livro II, então não perca tempo. Confira ainda aqui no Beco Literário a entrevista cedida pela autora há algumas semanas, onde a mesma fala sobre assuntos como preconceito literário e processos de escrita, é só clicar aqui.

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Resenha: Eu, Wolverine – Chris Claremont & Frank Miller

“Das páginas de Fabulosos X-Men surge a primeira série solo de Wolverine! Viajando ao Japão para encontrar seu verdadeiro amor, Mariko. Wolverine descobre que ela se casou com outro homem a fim de pagar as dívidas de seu pai. Furioso pela traição, o mutante descarrega sua raiva contra a organização Tentáculo e ganha uma nova aliada na forma da ronin louca por combate Yukio.”

“Eu sou o melhor no que faço. Mas o que faço melhor, não é nada agradável!”

Nunca uma frase definiu tão bem um personagem quanto a que está logo acima, a abertura de “Eu, Wolverine”. Antes dessa HQ sair, Wolverine embora, sem dúvida o astro da renovada revista “Os Fabulosos X-Men”, era um personagem de um truque só. Tudo que se precisava saber sobre ele se resumia a uma frase, um canadense baixinho de pavio curto. Mas “Eu, Wolverine” mudou tudo isso.

O trabalho de Claremont e Miller faz com que Wolverine siga uma jornada onde será destruído, física e mentalmente para enfim receber sua chance de redenção. Com isso o personagem Logan é aprofundado de uma maneira como não havia sido antes e que viria a ser moldada e aperfeiçoada com o passar do tempo. Sem contar também com os desenhos de Frank Miller em parceria com Paul Smith, Basta dizer que a essência de Wolverine foi capturada de uma maneira nunca antes feita na história do personagem, traços com vida e expressões memoráveis.

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Logan Decide ir até o Japão depois de ser ignorado pela família da mulher de sua vida, Mariko. Ao chegar na terra nipônica ele descobre que sua amada havia se casado com outro homem para que pudesse pagar uma dívida de seu pai Shingen Yashida, mesmo assim Logan insiste e acaba por enfrentar o pai de Mariko, mas acaba perdendo em um combate completamente injusto e é jogado para fora da casa dos Yashida.

Logo ele conhece Yukio uma mulher durona que o encontra ferido depois de sua batalha com Shingen, ela é obcecada pelo Wolverine e também demonstra muita agilidade e habilidades de combate, uma verdadeira assassina. Frequentemente flertando com o herói e tentando seduzi-lo ela vai ganhando sua confiança pouco a pouco até o ponto em que ele decide ajudar a combater a organização Tentáculo que estava atrás da Yukio, mas logo Logan descobrirá toda a verdade sobre ela e a organização criminosa.

Eu, Wolverine” foi a primeira história solo do X-Man, também serviu de base para um dos filmes do Herói intitulado Wolverine – Imortal, essa é definitivamente uma das HQs que definem o personagem e cria-se um padrão de qualidade a ser seguido por décadas, ação constante e muito sangue fazem desta história um clássico de um dos preferidos dos fãs, o Wolverine.

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Resenha: O Alerta dos Irmãos Grimm, Chris Colfer

O Alerta dos Irmãos Grimm é o terceiro volume da série Terra de Histórias, escrita pelo Chris Colfer.

Quem acompanha o Beco, sabe o quanto eu adoro essa série, os seus personagens, sua história etc. Resumindo, amo tudo! Antes de começar, eu subestimava muito o Colfer, achava que ele tava escrevendo só pra ganhar dinheiro como vemos muitos atores/vlogueiros famosos fazendo, mas ao ler O Feitiço do Desejo, fiquei completamente pasmo com o talento do ator. Fiquei apaixonado por toda aquela versão dos tão famosos contos de fadas. Sério. A forma como Chris desenvolve e recriar personagens que já conhecemos tão bem é hilária.

O primeiro corte é sempre o mais profundo, mas nem todos os cortes deixam cicatriz.

Ao contrário dos dois volumes anteriores, O Alerta dos Irmãos Grimm não é tão infantil. Mas não se engane. A essência dos outros tomos é mantida. Só que é notável ver uma evolução na escrita de Chris, tanto nas palavras usadas, quanto na criação de novas tramas. É bom ver que ele está acompanhando o crescimento de seus leitores e deixando a sua história mais encorpada e contextualizada.

Suponho que ninguém é lembrado exatamente como gostaria.

Apesar de trazer boas sensações, eu tenho algumas ressalvas. Enquanto Feitiço e o Retorno haviam sido recheados com jornada e altas doses de aventura, em O Alerta, as coisas demoraram um pouquinho para se desenrolar e não pudemos viver tantas emoções assim. Mas como eu disse acima, este volume foi de aprofundamento, entendo o motivo de não seguir tanto o ritmo dos outros.

Tenham cuidado com o que desejam.

Em relação aos novos personagens que apareceram, eu os adorei. São tão divertidos quanto os que já conhecemos. Adorei ter uma presença maior da Chapeuzinho Vermelho porque ela é a melhor pessoa e rainha. Agora senti uma falta da Harpa que também é o melhor instrumento encantado.

Aventuras são sempre melhores quando há alguém com quem compartilhá-las.

Uma coisa que senti bastante falta foi de irmos conhecer mais a Terra de Histórias, já que o livro fica muito focado no palácio das fadas e no outromundo. Mas creio eu que no quarto volume poderemos nos deliciar em uma aventura pelos lugares dessa Terra maravilhosa. (BENVIRÁ, PUBLICA LOGO O QUARTO VOLUME)

Às vezes, você tem de fazer a coisa errada pela razão certa.

Em contrapartida aos dois primeiros livros, este não acaba com a história fechada. Termina de uma maneira abrupta, daquele jeito em que você fica maluco pra saber o que vai acontecer. É impossível você não ficar sedento por respostas.

Basta uma maça podre para desgraçar a árvore inteira.

Agora se teve algo de se admirar, foi diversas críticas sociais como ao preconceito de raça, que mesmo de uma maneira metaforizada, deixa a mensagem bem clara. Acho que os livros infantis além de entreter também tem uma enorme função de conscientizar sobre assuntos sociais. Parabéns, Chris Colfer.

Não há guerras sem perdas, eu receio.

Como eu sempre digo nas resenhas dessa série, se você busca uma fantasia leve e nostálgica de alta qualidade, Terra de Histórias é a pedida certa. O Alerta dos Irmãos Grimm não decepciona e, de quebra, ainda mostra que Chris Colfer pode ser mais capaz do que imaginávamos que ele poderia ser.

Mas, como todo os bons segredos, ele merece ser deixado guardado até o momento certo.

Não perca tempo, se dê de presente de natal esses livros incríveis. Além de terem uma história maravilhosa, ainda possuem uma edição maravilhosa com mapa e ilustrações. Vale muito a pena, vocês não irão se arrepender.

Um passarinho não deixa de ter asas quando constrói um ninho.

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Resenha: As Batidas Perdidas do Coração, Bianca Briones

Viviane acaba de perder o pai. Com a mãe em depressão, ela se vê obrigada a assumir o controle da casa com o irmão mais novo. Rafael teve o pai assassinado há alguns anos e agora viu quatro pessoas de sua família, incluindo a única irmã, morrerem em um acidente de carro. Viviane pertence a uma classe social que ele despreza. Rafael é tudo o que ela sempre ouviu que deveria evitar. Eles são opostos, porém dividem a mesma dor. Jamais se aproximariam se a morte não os colocasse frente a frente, e agora, por mais que saibam que são completamente errados um para o outro, não conseguem evitar uma intensa conexão, que poderá salvá-los ou condená-los para sempre.
As batidas perdidas do coração é uma história sobre perdas e como cada um lida com elas. É o encontro atormentado entre a dor e o amor. Com uma narrativa sexy, envolvente e repleta de música, este livro traz a última tentativa de duas pessoas arruinadas que, juntas, buscam desesperadamente se encontrar.

Começo essa resenha avisando que, se você veio em busca de um romance sobre o amor e perdas que vai tirar o seu fôlego, pule para outra resenha e escolha outro título. Que me desculpem os fãs, mas eu não recomendo a leitura de “As Batidas Perdidas do Coração”.

Eu aprendi com um livro maravilhoso chamado “Extraordinário” que, “quando você puder escolher entre ser gentil e estar certo, escolha ser gentil”. Então, utilizando o máximo da minha gentileza, digo que não gostei de “As batidas perdidas do coração”.

No livro, conhecemos Vivi e Rafa. Em mundos completamente diferentes, Vivi é uma jovem rica, que tem uma vida perfeita e é acostumada a sempre ter tudo nas mãos. Tudo isso muda quando seu pai morre, e sua mãe se entrega a depressão. A premissa do livro quer nos vender a ideia de que Vivi, obrigada a assumir a responsabilidade da casa e do irmão mais novo, se aproxima de Rafael, um jovem batalhador, que sempre conquistou tudo na vida com muito esforço, e que também está passando pelo luto de perder alguém que ama.

A questão é que Vivi não assume responsabilidade nenhuma. Tendo uma conta bancária inesgotável, um avô super protetor, um irmão carinhoso, um tio que é quase pai, Vivi tem  mais estabilidade familiar do que muitas mocinhas literárias que já li e nem por isso criaram todo esse drama em volta disso. Já Rafa, embora seja um personagem mais real e simpático, ainda assim não me conquistou completamente. Ele sempre teve uma vida de curtição, bebidas, mulheres e até drogas e de uma hora pra outra se vê disposto a mudar completamente por uma menina com a qual mal conversou até o momento. Sério, quase zero comunicação, apenas olhares, mas já estavam apaixonadíssimos.

Que me desculpem os fãs dessa série, mas eu não acredito em amor instantâneo. Acredito em identificação, onde você pode conhecer uma pessoa ontem e já ter falado mais com ela do que com alguém que você conhece há anos. Acredito em paixão, em uma vontade avassaladora de ficar perto de alguém que você acabou de conhecer. Mas amor? Não. O amor é outra coisa.

Talvez uma parcela dessa decepção seja culpa minha, por esperar tanto da leitura e já abrir o livro cheia de expectativas. Mas a verdade é que, mesmo que o sentimento da perda tenha aproximado os personagens, achei toda a situação um pouco irreal e mal explicada.

Quando se trata da perda, a autora consegue nos passar um sentimento um pouco mais verdadeiro com relação a dor, mas ainda assim, um pouco fantasioso. Não entendeu? Vou explicar. Acredito que eu tenho um pouco de propriedade para falar sobre o tema quando digo que, horas após a perda do pai, Viviane não estaria filosofando sobre trechos dos pensamentos do seu pai, como uma grande pensadora das reflexões que ele deixou. Sei, mais do que ninguém, que o luto não tem tempo, não tem parâmetros e é diferente para todos. Mas no caso da personagem, isso ainda não é luto. São as horas iniciais da perda de alguém que você ama, e o nome disso não é luto, é desespero. A sensação que tenho é que a protagonista tem lembranças aleatórias do pai, como alguém que se foi, mas deixou um passo-a-passo para seguir seu coração. Que ele vai e volta da sua mente sempre que ela precisa aprender uma “lição”. Mas essa dor tão forte que chega a mudar quem você é? Ela é mais do que lembranças perdidas em nossa mente. Ela é constante. É forte. É imutável.

Minha humilde opinião é que, caso você leitor, esteja interessado em um romance verdadeiramente sincero sobre luto e perda, procura a resenha de “Como eu era antes de você”,”Métrica”, “Quero ser Beth Levitt”, “Vinte garotos no verão” e tantas outras obras maravilhosas que fazem nosso coração quebrar em pedacinhos lendo. Classificação de uma estrelinha e leitura não recomendada 🙁

 

Atualizações, Resenhas

Resenha: Mundo Novo, Chris Weitz

Neste mundo novo, só restaram os adolescentes e a sobrevivência da humanidade está em suas mãos. Imagine uma Nova York em que animais selvagens vivem soltos no Central Park, a Grand Central Station virou um enorme mercado e há gangues inimigas por toda a parte. É nesse cenário que vivem Jeff e Donna, dois jovens sobreviventes da propagação de um vírus que dizimou toda a humanidade, menos os adolescentes. Forçados a deixar para trás a segurança de sua tribo para encontrar pistas que possam trazer respostas sobre o que aconteceu, Jeff, Donna e mais três amigos terão de desbravar um mundo totalmente novo. Enquanto isso, Jeff tenta criar coragem para se declarar para Donna, e a garota luta para entender seus próprios sentimentos – afinal, conforme os dias passam, a adolescência vai ficando para trás e a Doença está cada vez mais próxima.

Quando vi esse livro na Cultura (ano passado), foi amor à primeira vista.

Sim, e não foi pelo enredo, foi pela capa mesmo. Tenho problemas em relação a capas e lombadas bem elaboradas, e quando dei de cara com essa belezura, não resisti.

26 reais nessa lindeza e só parei para ler a sinopse em casa. Que atirem a primeira pedra.

Conheço Chris Weitz desde A Bússola de ouro, lógico. Fiquei um tanto temerosa para começar a leitura, não pelo seu trabalho como diretor que “destrói” livros que amo em adaptações cof fronteiras do universo cof, mas por ser um diretor cinematográfico escrevendo seu primeiro livro, e ainda por cima um livro distópico juvenil.

O quão surreal isso poderia ser?

Matei o livro em uma tarde. Fácil de ser lido, com uma linguagem quase que inteiramente coloquial, Mundo Novo me agradou bastante. De zero a dez, dou-lhe um 8.

É aquele tipo de livro que você pode deixar dentro da bolsa, e quando momentos tediosos chegarem, relê-lo.

O enredo a primeira vista me pareceu familiar, como normalmente distopias fazem parecer, mas o livro é bem singular no geral. Cheio de referências (insere capitão América aqui) e sátiras, Mundo Novo entrou para lista de distopias favoritas da tia rhay. Estilhaça-me e 5ª onda tão com ciúmes

O livro se desenrola contando a história de Jefferson, um garoto predisposto a salvar o mundo, que acaba de se tornar líder da “tribo” de adolescentes onde vive, a Washington Square. Assim que seu irmão mais velho – Wash- falece, por causa da “Doença”, Jeff se vê compelido a descobrir um meio de erradicar esse vírus, já que a partir do momento que seu corpo alcançar a maturidade, ele levará o mesmo fim que o seu irmão.

E não digo daqui a 20, 40 anos, mas talvez em um ano.

Não existem adultos há mais de dois anos em todo o planeta. Só crianças e adolescentes, procurando formas de sobreviverem.

Sem internet.

Sem energia.

Bom, não tem baratas mutantes, isso é uma vantagem.

Alimentos praticamente escassos. Nível de consumismo inexistente, juntamente com falta de senso de moda e governo.

Sim novamente, uma distopia sem o governo opressor.

Quando Crânio – o gênio super estranho da tribo, totalmente viciado em tecnologia – descobre um artigo cientifico que fala sobre o surgimento do vírus, eu tenho quase certeza que um anjo e um demônio apareceram sobre os ombros de Jeff, para ajuda-lo a decidir: ficar na tribo ou ir em busca da cura?

Já sabemos que ele escolheu o demônio, pois nenhum anjinho o faria decidir desbravar o novo mundo a procura de algo que pode nem existir.

Com os capítulos divididos entre as narrações de Jeff e Donna, a história se intercala entre momentos de puro idealismo e esperança para de repente despencar em humor negro e ceticismo. Além de conhecermos melhor os personagens que os seguem nessa aventura – Peter, Crânio, Ratso e Minifu- acompanhamos o desenrolar amoroso de Jeff e Donna.

Isso já aconteceu com você? Durante anos um cara está bem debaixo do seu nariz, e então, quando percebe que está louca por ele, há um tiroteio e vocês são separados por inimigos sanguinários?

Outra coisa bacana de avaliar é a estética da narrativa. Até a tipografia muda, dependendo de quem está narrando.

Quando é Jeff, com toda a sua síndrome de príncipe encantado no cavalo branco, a escrita é mais certinha. Já com Donna, as coisas são mais intensas. Narrações recheadas de palavras de baixo calão, raiva descontrolada e frases curtas. As conversações são indicadas por nomes (não todas), e ao invés de se iniciarem com travessão, é utilizado dois pontos.

Ex:

Eu nunca tinha tomado um Martíni. Tem gosto de decadência.

Eu: que nojo. O gosto é pra ser assim mesmo?

Peter (saboreando o seu): É sim.

Talvez para algumas pessoas isso se torne confuso. Pra mim foi bem tranquilo.

Como disse no inicio da resenha, o livro é fácil de levar. Pra quem gosta de tudo em uma coisa só, vai amar. Os personagens são cativantes, espirituosos e divertidos. É drama, suspense, romance sem clichê em cada pedacinho do livro.

Chris Weitz conseguiu unir o útil ao agradável nessa obra: mundo pós-apocalíptico + atualidade de uma forma bem bacana.

Mundo Novo é aquele tipo de livro que quando você termina de lê, quer ficar em posição fetal.

Eu pelo menos quis, por que meu deus, eu odeio qualquer coisa que me deixe ansiosa.

Para quem leu o livro ano passado como eu, foi preciso esperar um ano inteirinho para desvendar os mistérios e dúvidas entre abertas no segundo livro, que graças a deus foi publicado agora no final de novembro.

Que a propósito, meus amigos só digo uma coisa: Mais resenha.

Não há saídas. Nem armas.

É o fim.

Resenhas

Resenha: November, 9, Colleen Hoover

Fallon conhece Ben, um aspirante escritor, um dia antes de sua já agendada mudança para outra cidade. A prematura atração entre eles leva Fallon a passar o seu último dia em LA com ele, e sua vida cheia de acontecimentos torna-se a inspiração criativa que Ben sempre esteve procurado para o seu romance. Ao longo do tempo e em meio a várias outras relações e tribulações de suas próprias vidas separadas, eles continuam a se encontrar na mesma data todos os anos. Até que um dia Fallon começa a ficar em dúvida se Ben tem lhe dito a verdade ou se está fabricando uma realidade perfeita apenas para dar a história uma reviravolta no final. Pode o relacionamento de Ben com Fallon- e, simultaneamente, o seu livro – ser considerado uma história de amor, mesmo se terminar com corações partidos?

Comecei a leitura de November Nine morrendo de medo. Sabe quando sua banda preferida lança um novo álbum e enquanto você baixa vem aquela mistura de empolgação e nervosismo? Empolgação porque você pode estar prestes a ouvir sua nova música favorita e nervosismo porque suas expectativas são tão altas que você pode se decepcionar com algo que você adora? Foi exatamente assim, com esse nervosismo e empolgação, que peguei o novo livro da Colleen Hoover em minhas mãos.

Pra quem acompanha minhas resenhas aqui site não é novidade que eu sou apaixonada por essa mulher. Se um dia eu encontrar a Colleen andando pela rua, no mínimo vou pedir a mão dela em casamento. E hoje, depois de terminar mais um livro da autora, posso dizer  que ela não me decepcionou. E embora eu esteja aqui morrendo de ciúmes em compartilhar um dos meus livros favoritos com vocês, acredito que o mundo precisa ler um pouquinho mais sobre amor…

Começamos o livro conhecendo Fallon, uma jovem atriz de 18 anos que vive diariamente as dores de uma tragédia. Há dois anos atrás, dia 9 de Novembro, Fallon foi vítima de um acidente, onde a casa do seu pai pegou fogo. Enquanto esperava para ser socorrida e tentava escapar pela janela, Fallon teve 30% do seu corpo queimado. Ao ganhar as cicatrizes, Fallon perdeu. Perdeu a confiança em seu pai, que esqueceu que ela estava em casa no momento. Perdeu seu emprego, pois ninguém queria uma protagonista com uma parte do rosto queimada. Perdeu a confiança em si mesma, e desde esta data, vive se escondendo em suas roupas, cabelos e entre si mesma.

Hoje, dois anos depois, em 9 de novembro, somos apresentamos a uma protagonista reclusa e ácida. Decidida a se afastar do pai e tentar uma nova careira, Fallon se prepara para se mudar, e hoje é sua despedida. E é se despedindo em um restaurante, enquanto ouve seu pai reclamar sobre sua atitude diante da vida e sua reclusão, que Fallon (e nós, leitores) nos apaixonamos conhecemos Ben, um adolescente de 18 anos que sonha em escrever seu próprio livro. Sentado na mesa do lado e ouvindo toda a discussão absurda de um pai insensível com sua filha, Ben chega na mesa, com a maior naturalidade e se apresenta como namorado da menina, defendendo Fallon de todos os ataques gratuitos do seu pai, até o velho  ir embora.

– Então – diz ela – devemos romper agora?

Eu rio. – Não tem nem uma hora que estamos namorando e você já quer terminar?

– Isso está ficando muito estranho, para ser honesta. Este é o momento em que você quebra a ilusão de bom namorado e me diz que engravidou minha prima enquanto nós tínhamos dado um tempo?

Não posso me segurar e rio de novo. “Eu não a engravidei. Ela já estava grávida de sete meses quando dormi com ela”.

E é de maneira bem leve e divertida que vamos nos apegando a esse casal quando eles saem juntos para aproveitar as últimas horas que Fallon ainda tem na cidade. Embora tenham vivenciado a atração mais forte de suas vidas, ambos decidem que não é a hora de estarem juntos, e os motivos são inúmeros. Ela vai se mudar em poucas horas e ele ainda tem muitas questões enigmáticas pra resolver. E, roubo aqui as palavras de Ben, é muita sacanagem conhecer o amor da sua vida aos 18 anos, certo?

“Se ela não tomar cuidado, eu posso me apaixonar por ela. Essa noite.”

E é ai que o livro começou a ganhar forma. Os dois decidem se encontrar todo ano, dia 9 e novembro, não importa o que tenha acontecido em suas vidas durante esse tempo. Eles vão beber, sair, namorar outras pessoas, aproveitar tudo que a vida oferece, e mais importante ainda: não vão se falar, e manterão total distância, até o próximo 9 de novembro. Enquanto isso, Ben prometeu escrever um livro sobre dois jovens que se encontram uma vez por ano, durante cinco anos.

Sei que isso desanimou muitas pessoas que queriam ver o romance acontecer imediatamente. Mas eu – assim como Fallon – não acredito em amor instantâneo. O mais legal nesse livro é isso: acompanhar a história aos pouquinhos. Ver como dois desconhecidos passam a ser amigos e partes fundamentais na vida um do outro de maneira tão aleatória. Ver o crescimento dos personagens destacado em cada uma de suas atitudes. Perceber que a vida continua, pra todo mundo. Assim, passamos pelo primeiro 9 de novembro, pelo segundo, pelo terceiro… e cada ano que passa, meu coração ficava um pouco mais apertado pelas coisas que iam acontecendo na vida dos dois.

“Não quero ser o seu primeiro, Fallon. Eu quero ser o seu último.”

Em minha opinião, embora o livro seja dividido em seis  “novembros”, ele se divide de verdade em duas partes: inicialmente, ele é leve e muito engraçado. Eu ria alto lendo e ia me apaixonando cada vez mais. A segunda, partiu meu coração, e me faz ficar ainda mais apaixonada. Quem conhece os antigos livros da autora sabe que essa mulher adora um drama, e olha… dessa vez ela está de parabéns.

“Foram precisos quatro anos para me apaixonar por ele. Foi preciso apenas quatro páginas para parar.”

Sei que me alonguei nessa resenha, mas sinto que ainda não existem palavras na língua portuguesa que consigam expressar com precisão meus sentimentos por essa leitura. Tem romance, tem drama, tem crossover (fãs de “O lado feio do amor” vão gostar!), tem mocinho que não é macho alfa, tem muitas risadas, e mais que tudo isso, tem muito amor.

“Ela “me amava” nas cotações

Ela me beijou em negrito

EU TENTEI MANTER SUAS LETRAS em maiúsculas

Ela saiu com reticências…”

PS.Gostaria de deixar registrado aqui meu único ódio em relação a Colleen Hover: depois de Holder, Daniel, Will e agora Ben… ela arruinou pra sempre todos os outros homens do mundo.