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Resenha: O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald

O grande Gatsby é o romance americano definitivo sobre os anos prósperos e loucos que sucederam a Primeira Guerra Mundial. O texto de Fitzgerald narra a história de amor de Jay Gatsby e Daisy. Ela, uma bela jovem de Lousville e ele, um oficial da marinha no início de carreira. Apesar da grande paixão, Daisy se casa com o insensível, mas extremamente rico, Tom Buchanan. Com o fim da guerra, Gatsby se dedica cegamente a enriquecer para reconquistar Daisy. Já milionário, ele compra uma mansão vizinha à de sua amada em Long Island, promove grandes festas e aguarda, certo de que ela vai aparecer. A história é contada por um espectador que não participa propriamente do que acontece – Nick Carraway. Nick aluga uma casinha modesta ao lado da mansão do Gatsby, observa e expõe os fatos sem compreender bem aquele mundo de extravagância, riqueza e tragédia iminente.

Se você está procurando um livro emocionante, cheio de aventuras e reviravoltas, já deixo avisado que é melhor não ler este livro. Mas se você é paciente, gosta de leituras clássicas, uma narrativa mais lenta, mas que traz uma enorme reflexão sobre a vida e a relação entre as pessoas, eu recomendo que leia.

“O Grande Gatsby” se passa na década de 20, pós primeira guerra mundial, uma época muito próspera para os Estados Unidos. A história é contada por Nick Carraway, um jovem de classe média, que deixou o interior para morar em Nova York e trabalhar como corretor da bolsa de valores. Ele aluga uma humilde casa em Long Island em um bairro repleto de mansões e se torna vizinho de Jay Gatsby.

Nick nos apresenta a todos os personagens da história, servindo como narrador, observando os fatos que acontecem ao seu redor e tendo um conhecimento privilegiado dos segredos de vários personagens.

Gatsby é um milionário que ama fazer festas grandiosas e extravagantes em sua mansão, que vivia aberta a todos os que quisessem participar. A princípio ele é um personagem misterioso, envolto de diversos mitos sobre como tinha adquirido sua riqueza. Nick ouve as mais absurdas teorias sobre a vida de Gatsby quando frequentava as festas, mas na realidade muitos dos convidados nem sabiam quem era o anfitrião e muito menos Gatsby os conhecia.

Aos poucos vamos descobrindo a verdadeira história de Gatsby. Suas festas constantes e luxuosas escondiam o fato de Gatsby ser extremamente solitário e sonhador. Vivia com a cabeça em seu amor do passado, Daisy. Enriquecera com esperança de estar a sua altura (já que ela era de uma família muito rica) e conquistá-la, construíra sua casa em um local em que era possível ver a casa em que a amada vivia com o marido Tom Buchanan e sonhava com o dia em que ela aparecesse em uma de suas festas.

Daisy é prima de Nick, e ele ajuda Gatsby e Daisy a se reencontrarem e reviverem a relação que tinham na juventude, mas que fora interrompida pois Gatsby foi chamado para lutar na 1ª Guerra Mundial. Esse reencontro gera uma série se consequências que resulta em um final trágico. Mas que não irei contar, é claro.

Vamos agora a uma breve análise dos personagens, seguindo meu ponto de vista, fiquem livres para discordar. Para mim, Gatsby é o ponto forte do livro, no começo não sabia direito o que pensar dele, pois não se tinha muita informação. Mas quando o conhecemos de verdade, vemos que ele é o personagem mais profundo e apaixonado do livro, além de ser extremamente educado com todos.

Sobre Nick, não tenho muito o que falar, ele é um mero contador da história, nos conta sobre tudo que ocorre, mas revela-se o único amigo verdadeiro que Gatsby teve.

Daisy é uma pessoa extremamente vazia. É fútil, mimada, age como criança em diversas situações e é facilmente manipulável. No começo senti pena dela, pois vivia em um casamento infeliz, o marido a tratava mal e tinha um caso com outra mulher. Mas no final só senti desprezo e duvida se ela tenha amado qualquer pessoa na vida.

E por último, o personagem mais desagradável, Tom, marido de Daisy. Não gostei dele desde o princípio, sempre se mostrou arrogante, preconceituoso, soberbo, mal educado. Mantinha uma relação com Myrtle Wilson e chegou a agredi-la fisicamente (o que me fez odiá-lo ainda mais).

Enfim, devo confessar que me decepcionei um pouco com o livro, achei o ritmo lento, fiquei lendo na esperança que algo emocionante acontecesse e não aconteceu. É um livro que requer muita atenção, fiquei perdida diversas vezes, sem entender o que estava acontecendo e tive que reler algumas partes.

A obra traz uma crítica muito forte aos costumes da época, à bebedeira, às festas, ao dinheiro, ao adultério e as relações humanas superficiais, baseadas em interesses e status. Problemas que continuam presentes na atualidade, quase 100 anos depois da publicação do livro.

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Resenha: Na ilha, de Tracey Garvis Graves

Anna Emerson é uma professora de inglês de 30 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicago e de seu relacionamento que não evolui, ela agarra a oportunidade de passar o verão em uma ilha tropical dando aulas particulares para um adolescente.
T.J. Callahan não quer ir a lugar algum. Aos 16 anos e com um câncer em remissão, tudo o que ele quer é uma vida normal de novo. Mas seus pais insistem em que ele passe o verão nas Maldivas colocando em dia as aulas que perdeu na escola.
Anna e T.J. embarcam rumo à casa de veraneio dos Callahan e, enquanto sobrevoam as 1.200 ilhas das Maldivas, o impensável acontece. O avião cai nas águas infestadas de tubarão do arquipélago. Eles conseguem chegar a uma praia, mas logo descobrem que estão presos em uma ilha desabitada.
De início, tudo o que importa é sobreviver. Mas, à medida que os dias se tornam semanas, e então meses, Anna começa a se perguntar se seu maior desafio não será ter de conviver com um garoto que aos poucos torna-se homem.

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Não sei se sou só eu, mas toda vez que eu vejo que mais um livro/filme sobre um casal estar perdido em uma ilha foi lançado, já imagino algo como Lagoa Azul misturado com Lost e Largados e Pelados. A maioria das vezes é algo totalmente fora da realidade. Mas esse livro lançado pela Intrínseca é uma agradável surpresa.

Longe de ser mais um romance sem sentido, essa é uma obra que vai se construindo gradualmente e o principal foco é o relato bem conduzido da sobrevivência em uma ilha perdida e a adaptação forçada de T.J. e Anna. A autora consegue narrar uma história até que realista diante das circunstâncias, com uma narrativa simples e sem enrolações. Para quem gosta de longas descrições e sentimentos esmiuçados, esse livro não é para você. Assim como se você procura uma leitura erótica, esse também não é seu livro. As ~coisas~ demoram para acontecer e nem são o foco principal da obra.

Uma das principais questões que ela aborda, é claro é o relacionamento da professora de 30 anos e de seu aluno de 16. Não há envolvimento entre os dois de imediato, o que mudaria toda a ótica do livro. O que ela escreve é a evolução do relacionamento entre os dois, assim como seus sentimentos e ideias que um tem do outro. A autora prepara o terreno que está por vir. E ao invés da ideia parecer inadmissível e incabível, faz todo o sentido.

Mais pro final, o livro começa a ficar monótono, apesar de sua lucidez se manter. Não é uma leitura extraordinária, mas me apeguei aos dois e o fim é satisfatório (não sendo muito exigente, já que é meio clichê). Como vão lançar um filme em breve baseado na história, vamos torcer para que não deturpem toda a trama que a autora construiu.

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Resenha: Caça ao Tesouro, Sara Shepard

Caça ao Tesouro é o quarto livro da série Jogo da Mentira, da autora de Pretty Little Liars, Sara Shepard.

Depois de Emma descobrir que Thayer Vega não era o assassino de sua irmã, suas suspeitas foram para Laurel, a irmã de Sutton. Agora, mais do que nunca, Emma precisará ter cuidado na busca do criminoso que matou a Sutton. Só que, agora, o inimigo pode estar de baixo do próprio teto que ela e, se der um passo em falso, pode acabar morta.

Mais uma vez eu venho aqui falar sobre essa série e, infelizmente, mais uma vez vocês vão ouvir minhas reclamações sobre os mesmos problemas que aconteceram nos anteriores. Eu sou o Louco da Sara Shepard. Tudo o que essa mulher publica eu estou lendo e posso afirmar que já conheço muito bem a autora, porém, quero saber que diabos está acontecendo com ela em Jogo da Mentira. Sara sempre me surpreendeu com os seus livros repletos de intrigas, segredos e acontecimentos bombásticos, mas isso não está acontecendo direito com a história de Emma e Sutton. Há grandes mistérios e tudo mais, só que, como falei para vocês na resenha de Duas Verdades e Uma Mentira, eu estou percebendo um certo padrão. Todo livro tem um culpado e aí, no final, esse culpado não é mais culpado e aparece outro e, em cima disso, que vai focar o próximo volume. Então, apesar de acontecer diversas revelações bombásticas e intrigas sensacionais, acaba sendo previsível e, assim, tirando a magia daquela ansiedade que eu sinto lendo os livros de Pretty Little Liars. Sei que Shepard tem capacidade o suficiente de fugir do óbvio, principalmente com essa história que é tão interessante e instigante. Eu só estou dando continuidade à série porque quero muito saber quem é o assassino e como a Emma vai descobrir, mas sinceramente, não aguento mais essa marmota em todo livro.

Agora, em Caça ao Tesouro, aconteceu uma coisa que eu não esperava no meio do livro. Tipo um plot twist, mas mesmo com isso, continuou partindo para o óbvio. Só que, existe um porém, ocorre uma revelação bem grande sobre as gêmeas e isso é, de fato, interessante. Pra mim, isso foi o ponto alto desse tomo.

Sobre os personagens, eu gosto bastante de todos. São bem construídos e desenvolvidos. Tenho um grande apego à Emma. Sua personalidade é forte e apesar de sua vida está um turbilhão, não desiste de ir atrás do assassino de sua irmã. Pontinho para Jogo da Mentira.

Enfim, é isso. Apesar dos problemas, eu indico sim Jogo da Mentira porque é uma série super rápida e gostosa de ler. Tem uma história instigante e que faz você ficar bem curioso por respostas.

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Resenha: Mulher-Hulk – Mulher Solteira Procura, Dan Slott, Juan Bobillo & Paul Pelletier

“Ninguém disse que a vida de solteira em Nova York é fácil, mas quando se trata da superadvogada Jennifer Walters, mais conhecida como a Sensacional Mulher-Hulk, as coisas podem se tornar bem mais complicadas! A gigante de jade mais querida do mundo está prestes a enfrentar um dos maiores desafios de sua vida… trabalhar para a Goodman, Lieber, Kurtzberg & Hooliway – uma firma de advocacia especializada em direito super-humano.”

Meio período Vingadora, meio período advogada. Temos que reconhecer: é um belo contexto para uma série, claro que ter alguém como a Mulher-Hulk versada em Direito não é novidade para a Marvel. O Demolidor já tinha esse papel anos antes de Jennifer Walters ser criada, porém, diferente de Matt Murdock que trabalha com ações legais e perigosas envolvendo chefes mafiosos intocáveis, os problemas da Mulher-Hulk são mais cotidianos.

A leitura de “Mulher-Hulk – Mulher Solteira Procura” é ótima e é um grande exemplo do quanto um escritor pode se divertir com o mundo da Marvel. Os responsáveis pela arte: Juan Bobillo e Paul Pelletier, trabalharam em conjunto fazendo um grande trabalho com desenhos que retratam a personalidade brincalhona e extrovertida da Mulher-Hulk.

A vida de Jennifer Walters tem sido bastante agitada, uma heroína bastante irreverente que entre seu trabalho como advogada e vingadora, adora uma boa festa, porém, sua vida está prestes a mudar. Ela será expulsa da mansão dos vingadores por conta de sua postura desregrada, ao mesmo tempo o caso em que vem trabalhando na sua firma de advocacia terá o julgamento anulado e por conta de sua mesma postura ela é demitida.

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Desolada ela faz o que precisa para superar suas dificuldades, vai a um bar e enche a cara, enquanto relaxa com uma caneca de cerveja na mão ela é atacada pelas costas e congelada pelo vilão conhecido por Nevasca. Claro, não dura muito, ela se livra do gelo, mas invés de quebrar a cara do seu adversário ela o convida para beber, surpreso ele aceita, claro que seria melhor beber cerveja invés de levar uma surra da Mulher-Hulk.

Ambos estão completamente bêbados e um homem aparece no bar pouco depois que Nevasca desmaia aos pés de Jennifer Walters, o homem que surgira é Holden Holliway um dos donos da firma responsável por anular o julgamento do caso em que a Mulher-Hulk trabalhava, para o espanto da heroína ele veio para lhe oferecer um novo emprego no escritório mais conceituado da costa leste: “Goodman, Lieber, Kurtzberg & Holliway”. Porém, existe uma condição para que ela trabalhe nesta firma, ela terá que trabalhar como Jennifer Walters e não como a Mulher-Hulk, sem pestanejar ela aceita e logo após desmaia sobre o corpo inerte de Nevasca.

“Mulher-Hulk – Mulher Solteira Procura” é uma HQ divertida e bem diferente das outras, focando principalmente na vida pessoal da protagonista, seus relacionamentos amorosos ou não, problemas no trabalho e o ocasional vilão que quer destruir o mundo. Uma história cativante e engraçada que fará o leitor se apaixonar pela Mulher-Hulk de imediato.

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Resenha: A Quinta Onda, Rick Yancey

Admito que só peguei esse livro pra ler, por causa do lançamento do filme essa semana. E ainda bem que fiz isso. Comecei o livro com baixas expectativas, mas ao longo das descobertas e sufocos passados pelos personagens, fui me apegando cada vez mais a Cassie e seu irmão Sammy. Os personagens são bem caracterizados e a história é tão envolvente que em certas partes, parar a leitura é algo fora de cogitação.

Bom, uma das coisas que o livro começa ensinando, é que devemos esquecer tudo que achamos que sabemos sobre alienígenas. O mundo foi tomado pelo ”os outros” (que é como Cassie chama os alienígenas), em uma série de ondas. Na primeira onda, um pulso eletromagnético tira a eletricidade do planeta, já causando um grande estrago. Na segunda onda, ocorreram desastres como tsunamis, deslizamentos e etc. Na terceira onda, um vírus devastador toma conta, já dizimando mais da metade da população. A quarta onda foi a mais perigosa, pois seu objetivo era destruir a humanidade por dentro. Já não havia mais confiança entre os sobreviventes, quem era humano e quem não era? Os próprios humanos estavam se matando, porque tudo chegou ao ponto de, ou se mata, ou morre.

“Regra número um; não confie em ninguém. O que leva à regra número dois: a única forma de ficar viva o máximo de tempo possível é ficar sozinha o máximo de tempo possível.”

O livro não é narrado só pela Cassie, o que deixa a coisa mais interessante, pois com isso, temos várias perspectivas das visões de outros personagens, mais cenários e isso ajuda o leitor a ficar com aquela dúvida sobre o que realmente está acontecendo e em quem confiar. De um lado da história, temos Cassie com o seu objetivo principal, que é encontrar seu irmão e durante essa jornada, não perder a humanidade dentro de si. Do outro lado temos Zumbi, ou como Cassie o chamava, Ben Parrish. O galã do ensino médio, por quem Cassie era completamente apaixonada, mas que no máximo, trocaram duas frases por anos. Algo bem explícito, é o amadurecimento dos personagens, em base de alguns flashbacks no início do livro, principalmente do Zumbi, que se tornou o melhor personagem da história, na minha opinião (sorry Cassie).

“Sabe quando, às vezes, você diz a si mesmo que tem escolha, mas na verdade essa escolha não existe? O simples fato de existirem alternativas não significa que elas se apliquem a você.” Pág. 83

Ao longo do livro, alguns personagens aparecem(não vou falar, porque se não, seria spoiler) deixando a historia cada vez mais intrigante e misteriosa. Chega numa parte do livro, que você pode ficar meio perdidinho, mas NÃO abandone, porque o desandar desse livro distópico com uma pegada de ficção cientifica é fantástico! Bom, gostei bastante do livro, o autor conseguiu mesclar um romance gostosinho de ler com bastante ação e garanto que quem curte essas distopias tipo ”Jogos Vorazes”, ”Divergente”, ”A Hospedeira” e etc, vai curtir ”A Quinta Onda” também! Provavelmente irei ler a continuação da trilogia, ”O Mar Infinito”, e quando terminar faço resenha para vocês também.

“Deus não chama o preparados, filho. Deus prepara os que chama. E você foi chamado” Pág. 111

 

PS: Já lançou o filme também! Se você ficou curioso pra saber, se o filme é tão bom quanto o livro, dá uma passadinha na crítica que já fizemos aqui no blog: https://becoliterario.com/critica-de-cinema-a-quinta-onda-2016/

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Resenha: O Lado Feio do Amor, Colleen Hoover

Quando Tate Collins se muda para o apartamento de seu irmão, Corbin, a fim de se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imaginava conhecer o lado feio do amor. Um relacionamento onde companheirismo e cumplicidade não são prioridades. E o sexo parece ser o único objetivo. Mas Miles Archer, piloto de avião, vizinho e melhor amigo de Corbin, sabe ser persuasivo… apesar da armadura emocional que usa para esconder um passado de dor. O que Miles e Tate sentem não é amor à primeira vista, mas uma atração incontrolável. Em pouco tempo não conseguem mais resistir e se entregam ao desejo. O rapaz impõe duas regras: sem perguntas sobre o passado e sem esperanças para o futuro. Será um relacionamento casual. Eles têm a sintonia perfeita. Tate prometeu não se apaixonar. Mas vai descobrir que nenhuma regra é capaz de controlar o amor e o desejo.

Posso começar essa resenha dizendo que esse livro foi um tormento na minha vida. Por causa desse bonitinho ai, eu parei completamente de realizar minhas necessidades diárias como comer, dormir ou respirar. Você acha que é exagero? Então tenta aí, amigo. Pegue “O Lado Feio do Amor” e tente parar de ler.

Começamos a leitura conhecendo Tate Collins, uma jovem determinada que se muda para casa do seu irmão, Corbin, com o objetivo de realizar seu mestrado em enfermagem. Ao chegar no prédio, dá de cara com um bêbado semi-morto na porta do seu futuro apartamento, e ao tentar se livrar do sujeito, descobre que é ninguém menos que Miles Archer, melhor amigo do seu irmão. E é tentando carregar essa criatura para dentro de casa com um pouco de dignidade que Tate conhece a pessoa que vai mudar toda a sua vida e nem imagina…

Assim como todos os livros da Colleen Hoover, Miles é irresistível, mas é um dos mocinhos da autora que tem história bastante carregada de mistério. Depois de tentarem, sem sucesso, evitar a atração muito forte que existe um pelo outro, Miles e Tate resolvem entrar numa relação de puro e simples sexo e Miles deixa bem claro que isso só irá acontecer com apenas duas regras: não perguntar sobre o seu passado e não esperar um futuro.

“Alguma coisa estranha está acontecendo com o meu peito. Um tipo de flutuação. Eu odeio isso, porque eu sei o que significa. Significa que meu corpo está começando a gostar de Miles. Eu só espero que meu cérebro nunca faça isso.”

Tate, completamente encantada com o pouco que conhece do rapaz, aceita essas condições acreditando que pode lidar com isso e afinal aproveitar um pouco da vida e se distrair. Mas os pequenos vislumbres que ela tem da verdadeira personagem de Miles já são suficientes para fazê-la se apaixonar.

“Eu acho que eu finalmente tenho minha única regra (…) não me dê falsas esperanças de um futuro, especialmente se você sabe no seu coração que nós nunca teremos um.”

O livro, conforme esperado, é o mais sexual da autora quando comparado aos seus outros títulos. Nada da vibe “50 Tons de Cinza”, mas ainda assim, bastante detalhista. Uma coisa muito interessante que, na minha opinião foi fundamental para o sucesso do livro, é a narrativa intercalada entre os dois personagens. Enquanto lemos sob a perspectiva de Tate os momentos atuais, os capítulos de Miles são de seis anos atrás, onde aos poucos vamos desvendando seu passado intrigante e como seus traumas foram responsáveis por seu comportamento atual.

“Se eu fosse capaz de amar alguém… Seria você.”

Previsivelmente, Tate acaba completamente e perdidamente apaixonada por Miles, mas continua recebendo o mesmo tipo de tratamento da parte dele: só o sexo. Muitas vezes tive vontade de socar Tate na cara por se humilhar atrás desse cara, mas também eu não posso julgá-la. É impossível não amar Miles Archer. Imprevisivelmente, ao descobrirmos o real motivo de toda a fachada de gelo do personagem ficamos completamente desarmados. O choro vem e ele não é pouco! Colleen Hoover consegue mais uma vez nos encantar, nos destruir e nos recriar com sua genialidade e capacidade de criar histórias magníficas.

Quer mais uma notícia boa? A adaptação cinematográfica de “O Lado Feio do Amor” já está em produção e o teaser você pode conferir aqui:

E ai? Gostaram? Já vamos separar esse ingresso do cinema!

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Resenha: Aristóteles E Dante descobrem os segredos do Universo

Dante sabe nadar. Ari não. Dante é articulado e confiante. Ari tem dificuldade com as palavras e duvida de si mesmo. Dante é apaixonado por poesia e arte. Ari se perde em pensamentos sobre seu irmão mais velho, que está na prisão.
Um garoto como Dante, com um jeito tão único de ver o mundo, deveria ser a última pessoa capaz de romper as barreiras que Ari construiu em volta de si. Mas quando os dois se conhecem, logo surge uma forte ligação. Eles compartilham livros, pensamentos, sonhos, risadas – e começam a redefinir seus próprios mundos. Assim, descobrem que o amor e a amizade talvez sejam a chave para desvendar os segredos do Universo.

Aristoteles e Dante descobrem (2)

Esse é um dos livros mais puros que  já li. O personagem principal, Aristóteles, é um adolescente desajeitado que vive em uma família normal, com a qual não consegue se comunicar direito. Além de estar passando por todos os problemas da adolescência, como a timidez, as mudanças de comportamento e personalidade, ele ainda não consegue falar com os pais sobre seu irmão mais velho, seu herói, mas que se tornou um tabu entre eles desde que foi preso. Uma das poucas alegrias de Aristóteles é nadar e é ali que ele conhece seu melhor amigo, Dante.

Esse não é um livro com longas descrições, que esmiúça pensamentos e razões. É um livro bem simples, escrito de maneira clara e objetiva. O personagem principal não entende a maior parte de suas emoções e essa é uma das grandes sacadas da obra: nem todo mundo sabe o que está acontecendo a maior parte do tempo. Não sabe por que está triste, com raiva, infeliz. Às vezes não é nada. Às vezes é tudo misturado. Mas o objetivo desse livro não é o de fazer um estudo sobre a adolescência. É o de contar a história de dois garotos, ambos perdidos, que se acham e se salvam de modo como nenhuma outra pessoa, nem eles mesmos, poderia fazer.

Aristóteles é um personagem muito complexo, com todas as nuances e os desentendimentos de uma pessoa comum. Dante é um personagem mais fácil de entender e gostar.

Esse é um dos aqueles romances tão descomplicados, tão gostosos, que a leitura é fluída e de um supetão só. Mesmo que tenha sido lançado pela Seguinte (selo juvenil da Companhia das Letras), é indicado para qualquer idade.

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Resenha: Um Destino Ignorado, Agatha Christie

Durante uma conferência em Paris, o cientista nuclear Thomas Betterton desaparece misteriosamente. Ele é apenas um entre vários acadêmicos de elite que sumiram sem deixar rastros, causando inquietação entre as autoridades de diversos países. Cabe ao Serviço Secreto de Inteligência Britânico investigar o paradeiro dos pesquisadores, bem como descobrir quem os está sequestrando e por quê. A chave para este mistério parece estar nas mãos de uma mulher enigmática , que se encontra à beira da morte…Em Um Destino Ignorado, Agatha Christie demonstra mais uma vez seu talento como escritora de suspense , envolvendo o leitor em uma surpreendente trama de espionagem e intriga internacional.

Primeiramente, gostaria de ressaltar a autora de Um Destino Ignorado, Agatha Christie (1890- 1976), que em sua vida publicou mais de 66 obras de mistério, 163 contos, dezenove peças e muitas outras obras que a consagraram como uma das maiores escritoras de todos os tempos. Sinto até vergonha em dizer que nunca tinha lido nenhum livro dela antes, mas tenho certeza que esse é o primeiro de muitos.

Em diversas partes do mundo, cientistas, médicos, físicos e acadêmicos estão desaparecendo sem deixar nenhuma pista, não se sabe se foram sequestrados ou se decidiram ir por conta própria e para onde foram. O agente Jessop, do Serviço Secreto de Inteligência Britânico é então, encarregado de investigar o paradeiro do mais recente desaparecido, Tom Betterton. Ele resolve interrogar mais uma vez sua esposa, Olive Betterton, como o livro foi escrito em 1954, essa é a hora em que é possível ver, de forma marcante, a bipolaridade da Guerra Fria, já que Jessop pergunta diversas vezes se Tom tinha alguma ligação com o comunismo.

Em paralelo a essa história, outra personagem é introduzida ao enredo, Hilary Craven, uma mulher britânica que acabou de perder a filha, vítima de meningite e foi abandonada pelo marido. Hilary deseja escapar de Londres, está extremamente deprimida e decide fazer uma viagem à Casablanca, Marrocos, pensando que se livrará de suas angústias longe de casa. Chegando lá, percebe que não tem como escapar dela mesma e decide se suicidar. Nesse momento as duas histórias se encontram e o livro começa a ficar interessante, porque até o momento eu já estava me sentindo mal com o estado de espírito de Hilary.

Olive Betterton, enquanto era interrogada, disse que ia para Marrocos, mudar um pouco de ambiente e se afastar dos jornalistas que constantemente lhe incomodavam. Jessop decidiu segui-la, suspeitando que fosse atrás do marido, porém ela morre em um trágico acidente de avião. Já em Casablanca, Jessop encontra Hilary, que chama sua atenção por ser parecida com Olive e por estar comprando uma grande quantidade de pílulas para o sono e suspeita do que ela poderia fazer com elas. Então, invade o quarto do hotel em que ela estava, no exato momento em que ela tomaria a primeira pílula e lhe oferece um jeito mais “emocionante” de morrer.

Ela se passaria por Olive Betterton (convenientemente ninguém conhecia a aparência da verdadeira Olive) e trocaria de identidade com ela, sendo assim Hilary Craven teria morrido no acidente e Olive continuaria sua viagem. Hilary aceita a proposta e segue com a missão perigosa rumo ao desconhecido para desvendar o mistério do desaparecimento dos cientistas (falando assim parece meio Scooby-doo, mas é realmente muito legal).

Ironicamente, Hilary embarca nessa missão, que teria como fim a sua morte, mas no caminho encontra uma razão para viver e se agarra a ela como não fazia há tempos, o que eu achei maravilhoso.

Um Destino Ignorado prende do começo ao fim, possui uma atmosfera de viagem que te envolve, a cada página a curiosidade aumenta e é impossível parar de ler (tanto que perdi 4 aulas de gestão por causa do livro, não sigam meu exemplo). As únicas críticas negativas que tenho a fazer: o uso de várias expressões em francês, porque se você, assim como eu, não fala francês, pode ficar um pouco confuso e o fim; que poderia ter sido mais detalhado, a leitura ficou um tanto corrida. Mas tirando isso, só tenho elogios, os fatos se encaixam de maneira surpreendente e, como em todo livro de suspense, há muitas reviravoltas e alguns personagens revelam ser outras pessoas no final, portanto, fique atento a eles.

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Resenha: A Escola do Bem e do Mal, Soman Chainani

“Na floresta primitiva

Há duas torres erguidas,

Na Escola do Bem e do Mal,

A Pureza e a Malícia.

Quem nelas ingressar

Não há como escapar

Se um conto de fadas

Não vivenciar.”

Foi com esses versos que começou uma paixão. Eu, Mariana Bernicchi, uma fã incondicional de diversas variações de contos de fadas e suas releituras, finalmente encontrei no livro “A Escola do Bem e do Mal” uma teoria que não só faz muito sentido, como também engloba várias histórias diferentes numa só.

Quanto ao criador deste magnífico universo sem sequer uma ponta solta, trata-se de um escritor formado em Literatura Inglesa e Americana em Harvard e participante do programa de filmes da Columbia University. Soman Chainani tem raízes indianas, nasceu em Miami e mora atualmente (2016) em Nova York. Sua maior paixão, assim como a minha, são os contos de fadas. Após severas pesquisas sobre os escritos de Grimm, Andersen e Perrault, o autor decidiu unir todas as histórias numa só, adicionar seus próprios personagens, reaproveitar personagens existentes e dividi-los em duas escolas.

Mas antes de falar dessas escolas, vamos introduzir a situação inicial das protagonistas. Ambas vivem numa vila amaldiçoada e cercada por uma floresta sem fim, para a qual a cada quatro anos são levados dois jovens- um bom e um mau- que nunca mais são vistos nessa vila novamente. No entanto, são vistos em livros de contos de fadas, que chegam magicamente à livraria local, deixando como pista o selo de uma escola. Há uma lenda, portanto, que diz que um diretor leva as duas vítimas, cada uma para uma escola, para aprender como ser um herói ou um vilão em histórias infantis.

Uma das protagonistas, Sophie, sonha desde sempre em ir para a Escola do Bem e tornar-se uma princesa, ao passo que sua melhor amiga, Agatha, é vista por todos como bruxa e como o perfeito exemplo do Mal em pessoa.

Quando ambas são raptadas, há uma reviravolta: Sophie vai para a Escola do Mal e Agatha para a Escola do Bem.

Romance, magia, discórdia e muita aventura são explorados ao longo dos três livros da série, “A Escola do Bem e do Mal”, “Um mundo sem príncipes” e “The last ever after”, ainda não traduzido pela Editora Gutenberg, que comprou os direitos da saga no Brasil.

Ps.: Essa foi minha primeira postagem, então espero que gostem. Beijo pra vocês, becudos! Continue lendo

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Resenha: Duas Verdades e Uma Mentira

Duas Verdades e Uma Mentira é o terceiro livro da série Jogo da Mentira, da autora Sara Shepard.

Bem, não tem como eu falar muito sobre a história desse livro porque, por incrível que pareça é a mesma desde o primeiro livro. Então vamos lá para um resumão. Emma é uma órfã que, desde sempre, teve uma vida muito difícil. Vivendo em diversas casas com famílias adotivas problemáticas, a garota nunca teve muita sorte, até que certo dia, logo após ser expulsa de casa por uma de suas mães, descobre que tem uma irmã gêmea que vive muito bem etc e decide entrar em contato. Só que tudo dá errado. Ao marcarem de se encontrar, Emma recebe uma mensagem que Sutton, sua irmã gêmea está morta e ela terá que assumir o lugar dela e não para por aí. Se ela ousar revelar a verdade, terá o mesmo destino de Sutton.

Agora vamos para onde Duas Verdades e Uma Mentira parou. Depois de desconfiar que as melhores amigas de Sutton poderiam ser as assassinas, que logo depois provaram terem álibis, Emma começou a duvidar da índole das Gêmeas do Twitter, sendo que essas também se provaram inocentes. Agora o principal suspeito é Thayer, o misterioso irmão de Madelaine. O garoto, no passado, teve alguma relação muito íntima com Sutton e pode ter diversos motivos para ter causado a morte da irmã de Emma.

Ok. Eu sempre digo nas resenhas dos livros da Sara Shepard. Ela sabe brincar com o leitor como nenhum outro autor consegue. Mas se há uma coisa que eu estou percebendo nessa série é que ela está seguindo um padrão. Cada livro, um novo suspeito que no final acaba se provando inocente e no final, com uma revelação, uma nova pessoa aparece para ser o foco das investigações do próximo volume. Olha, eu conheço muito, mas muito bem mesmo a forma de escrita da Shepard e posso afirmar com muita propriedade que ela sempre foge do óbvio, só que, infelizmente, não é isso que eu estou vendo em Jogo da Mentira. Não que a história seja previsível ou coisa do tipo, mas o fato de existir esse padrão e o leitor já saber que no final vai acontecer certa coisa, acaba perdendo toda a graça. E se tem uma coisa que eu admiro na Sara é a capacidade dela de criar coisas que surpreendem até mesmo que já viu de tudo nessa vida e não é bem isso que tá acontecendo. Apesar de a trama se mostrar cheia de revelações e mistérios, essa previsibilidade que eu mencionei, acaba atrapalhando um pouco diversas cenas de ação do livro.

Passado o meu momento reclamação, vamos conversar sobre os personagens. Eu gosto muito da Emma, acho que para uma pessoa que está na situação dela, ela tem bastante garra e destreza pra conduzir a sua personalidade como Sutton, apesar de, claro, demonstrar suas fraquezas. Mas além de nossa protagonista ser bem simpática, o resto do elenco da história também são muito bem construídos e trabalhados. Com o decorrer das páginas podemos ver que eles são mais profundos do que pensamos e isso é bom, porque como todos nós sabemos,  as pessoas são uma caixinha de surpresas, não é mesmo?

Num panorama geral, Duas Verdades e Uma Mentira é uma continuação que faz jus ao seus anteriores e deixa com um gostinho de quero mais e aquele clima de mistério, aliás, apesar dos pesares, Sara Shepard é a rainha das surpresas.

Enfim, nem preciso dizer que vocês devem ler Jogo da Mentira, né?