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Sol da meia-noite
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Resenha: Sol da Meia-Noite, Stephenie Meyer

Sol da Meia-Noite, o livro de Crepúsculo, agora narrado pelos olhos de Edward Cullen demorou muito, mas finalmente saiu, lançado há pouco tempo. Até então, conhecíamos a história somente sob o olhar de Bella Swan, protagonista que vem a ser seu par romântico ao longo dos quatro livros da série.

Sou fã de Crepúsculo de carteirinha e como tal, esperei igual doido por Sol da Meia-Noite. Eis que ele chegou e eu devorei em pouco menos de um mês. A diferença é que li Crepúsculo no auge dos meus 13 anos. Já esse, eu li dez anos depois, com vinte e três, e quase me formando psicanalista. Não perdi a chance de analisar o Edward sob os olhos da psicanálise, é claro.

Separei alguns pontos e acho justo começar por um que já era presente em Crepúsculo, mas veio a ficar mais forte em Sol da Meia-Noite: a obsessão do Edward com relação a Bella. Ele acha que precisa sempre estar perto dela para protege-la, ou o encanamento de gás da rua pode estourar, um vampiro pode aparecer do nada…. Quer dizer, quais as chances disso acontecer normalmente? Nenhuma. Ele só quer justificar sua obsessão com base em que se tratando de Bella, essas coisas acontecem.

Além disso, vemos um Edward que briga muito consigo mesmo. O tempo todo ele fica encabeçando atritos entre seus desejos, suas pulsões (ID) e sua moral (superego), incapaz de encontrar um meio de satisfazer as duas. Ele não pode matar a Bella e ainda sim, continuar na dieta vegetariana de Carlisle e sua família, por exemplo. Ele acha que precisa silenciar, matar, esse monstro que há dentro de si, demorando para perceber que o monstro, isto é, seu ID, faz parte de si. Ele precisa conviver com ele e encontrar formas de dar vazão a essas pulsões, ainda é claro, agradando suas regras morais.

Uma pausa aqui é necessária pra gente analisar a Bella também. Ela não tem nenhum senso de autopreservação. Suas pulsões se sobressaem sem dificuldade nenhuma aos instintos, mesmo aqueles que são para deixa-la viva. Alô pulsões de morte? Temos alguém aqui com deficiência de pulsões de vida. Ela simplesmente não se importa que o Edward pode mata-la. Ela torna tudo mais fácil para ele, sem se preocupar um instante sequer com a própria vida.

A Bella tem um desejo incontrolável pelo Edward, que conseguimos ver sobressaindo quando ela dorme e sempre sonha que está com ele. Certas horas, o vampiro também deixa escapar que gostaria de dormir para poder sonhar com a Bella, porque sim, essa seria a única forma de satisfazer os desejos do seu ID sem estragar tudo. Nos sonhos, ele poderia matar a Bella no campo da fantasia, poderia ficar com ela, fazer tudo o que ele quisesse, sem causar danos maiores.

Um outro ponto que eu julgo ser o mais interessante de toda a história, é o enredo com a romã presente na capa. Para Edward, ficar com ele é como ficar para sempre no inferno. E ele acha que Bella é sua Perséfone, figura da mitologia grega que é condenada a ficar no submundo com Hades e a cada palavra que eles trocam, cada confissão e segredo é uma semente de romã que Bella ingere, condenada a passar mais tempo ao seu lado. No mito grego, cada semente de romã que Perséfone engolia, era um período que ela tinha que passar no inferno com Hades.

O que eu acho mais interessante de Sol da Meia-Noite é que com certeza, Stephenie Meyer estudou psicanálise para compor seus personagens. Os traços são fortes, muito bem pensados e planejados, o que não me deixa sequer imaginar que foram concebidos a esmo. Eu ainda amo Crepúsculo e toda a série, não se enganem, mas, precisamos debater esse outro lado da história. Romantizar relacionamentos neuróticos e obsessivos é romantizar relacionamentos tóxicos e abusivos, que lotam consultórios de psicanálise em todo o país. É preciso conscientizar, não romantizar.

a vida é o que você faz dela
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Resenha: A vida é o que você faz dela – Conselhos para pessoas criativas, Adam J. Kurtz

Inspiração e perspectiva para quem produz arte (ou qualquer outra coisa).

Da mente inquieta do designer Adam J. Kurtz vem um chamado para todos os que passam pelos desafios do processo criativo. A partir de uma série de miniensaios manuscritos, este livro oferece toda a sabedoria e empatia de Adam Kurtz, em uma conversa de artista para artista.

“Mestre da injeção de ânimo leve e brincalhona.” ― BuzzFeed

“Adam cruza a linha entre artista & terapeuta.” ― Vice

“Todas as palavras de Adam J. Kurtz são cheias de sabedoria, empatia, acolhimento e boas sacadas.” ― Alanis Morissette

A vida é o que você faz dela foi um livro que conheci por indicação de uma influenciadora que trabalha com artes e design, no Instagram. A promessa do livro é que ele seria uma série de conselhos para pessoas que trabalham diariamente com criatividade, com shots de inspiração e força. Porque sério, só quem trabalha com criatividade sabe o quanto é difícil.

Na época, procurei em e-book e não estava disponível, então esperei um pouco mais e comprei no formato físico mesmo. Quando recebi, entendi tudo. A vida é o que você faz dela vai além de uma leitura, ele te convida para uma viagem que se desdobra em uma linha tênue entre arte e terapia.

O livro é curtinho, pequeno, daqueles que você lê num tapa só. As folhas são lindas, bem decoradas e com frases de aconselhamento para lidar com o dia-a-dia pesado de depender da criatividade e da inspiração para se trabalhar. Cada página é destacável e você pode fazer quadrinhos com as que você mais gosta. Separei algumas que amei, mas ainda tenho dó de destacar e enquadrar:

Quando li “A vida é o que você faz dela” era início de pandemia e a adaptação com os novos modelos de trabalho ainda se faziam muito presentes. O livro é justamente sobre esse momento, com assuntos que permeiam nossa relação com o trabalho. Nele, vemos pautas sobre superar medos, trabalhar para parentes, como ser mais feliz, como se desligar do trabalho de forma leve e palpável.

Eu nunca tinha lido livros nessa linha, de criatividade, exceto Destrua este diário, em épocas áureas e amei a experiência. Agora só preciso da coragem para encher a minha casa com os quadrinhos das páginas destacáveis.

carry on
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Resenha: Sempre em frente – Carry On (Simon Snow #1), Rainbow Rowell

Simon Snow é o Escolhido. Segundo as lendas, ele é o feiticeiro que garantirá a paz no Mundo dos Magos. Isso seria extraordinário se Simon não fosse desastrado, esquecido e um feiticeiro pouco habilidoso, incapaz de controlar seus poderes. Ele está no penúltimo ano da Escola de Magia de Watford, e, ao lado de sua melhor amiga Penelope e sua namorada Agatha, já se meteu nas mais variadas aventuras e confusões — algumas causadas por Baz, seu arqui-inimigo e colega de quarto, outras pelo Oco, um ser maligno que há tempos tenta acabar com Simon.

Quando chega o novo ano letivo e Baz não aparece na escola, Simon suspeita que o garoto esteja tramando alguma coisa contra ele. As coisas começam a tomar um rumo ainda mais estranho quando o espírito da mãe de Baz, antiga diretora de Watford, aparece para Simon afirmando que quem a matou continua à solta. Quando Baz finalmente chega a Watford sob circunstâncias misteriosas, Simon não vê alternativa a não ser ajudá-lo a vingar a morte da mãe — o que pode ser o primeiro passo para que verdades avassaladoras sobre o Mundo dos Magos sejam reveladas. E para que tudo mude entre os dois garotos.

Carry on é um livro que me encontrou. Estava navegando no Twitter e fiquei sabendo de um livro que misturaria o mundo de magia e bruxaria com vampiros e relacionamentos gays. Eu parei, fiquei meia hora pensando em como eu nunca tinha lido esse livro antes? Fã órfão de Harry Potter desde que a J.K. Rowling se revelou uma tremenda transfóbica e doente por Crepúsculo desde que a série terminou, comprei a versão em inglês no dia seguinte porque achei a capa nova linda.

Eu leio em inglês, mas dessa vez, a leitura não fluiu. Abandonei. Uma semana depois, a Editora Seguinte manda uma caixa enorme pra minha casa com os dois livros da série com capa nova, adesivos, cadernetas e o livro que originou tudo isso, Fangirl. Surtei, né? Passei na frente de todas as leituras e devorei o livro em menos de uma semana.

Antes que falem, Carry on não é uma imitação barata de Harry Potter porque é melhor. Ele conta a história de Simon Snow, que é o nosso escolhido. Sim, misteriosamente ele é o feiticeiro mais poderoso do mundo e está destinado a salvar o mundo dos bruxos do Oco, criatura misteriosa que suga a energia, como se fosse a atmosfera, de ambientes com grande concentração de bruxos.

E claro que todo Harry tem seu Draco e não poderia ser diferente com Simon, que tem um arqui-inimigo: Baz. A diferença é que eles são colegas de quarto e Simon tem certeza que Baz é um vampiro e está tentando matá-lo ou prejudicá-lo enquanto ele dorme.

A história se desenrola com alguns flashbacks em que conhecemos o passado de Simon e Baz, enquanto o mundo da magia ameaça ruir sob ameaças constantes do Oco. Além disso, Baz está desaparecido e Simon está desesperado atrás dele. Uma parte tem medo de que ele possa estar tramando algo, mas no fundo, a gente sabe que é tudo preocupação.

A grande virada do livro e dos meus surtos é quando Simon recebe uma visita do além da mãe de Baz e juntos, eles resolvem embarcar numa jornada para descobrir quem a matou e, de quebra, destruir o Oco. O meu lado fangirl surtou em cada página de Carry on.

Simon e Baz se apaixonam perdidamente. Dão um beijo no meio do nada, depois de quase serem mortos. Baz é de fato um vampiro. Simon se torna uma criatura com asas. EU ESTOU SURTADO COM ESSA HISTÓRIA E ACHO QUE ELA É MINHA NOVA PREFERIDA DA VIDA!

Eu ainda não li Fangirl e não li a sequência, mas eu mal consigo escrever e descrever o quando Carry on foi aquele quentinho nesse coração órfão que vos escreve. Tem magia, tem vampiros, tem romance gay, tem ódio, tem TUDO O QUE A GENTE VÊ EM LIVRO HÉTERO E NÃO TINHA VISTO ATÉ AGORA EM LIVROS LGBTQIAP+.

Sim, vou mudar meu nome pra cadelinha de Carry on. Se eu tivesse que resumir essa resenha em uma frase, seria: AAAAAAAAAAAA LEIAM CARRY ON DESESPERADAMENTE! AAAAAAAAAAAAA

querido ex
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Resenha: Querido ex, Juan Jullian

Querido Ex, (que acabou com a minha saúde mental, ficou milionário e virou uma subcelebridade) é um livro do autor brasileiro Juan Jullian que tive o prazer de ler e analisar nas últimas semanas. Surtos à parte, vou me concentrar aqui nesse texto em fazer uma análise psicanalítica da obra, com alguns pontos que pude observar e achei importante trazer à luz, principalmente com a observação que dá título ao meu texto.

Querido ex é uma obra de escrita terapêutica do nosso protagonista, que não sabemos o nome até então, em sua batalha por ressignificar afetos de um relacionamento tóxico do passado, enquanto passa pelas fases do luto ocasionado pelo término repentino. O livro é como se fosse uma sessão de análise. Ele escreve cartas para o seu “Querido ex”, relembrando do passado enquanto apresenta seu presente e se projeta para o futuro.

Logo no começo do livro, sabemos que ele está claramente passando pelas fases do luto. Em alguns momentos, a negação está mais explícita, em outros, há a raiva, mas ele se percebe, na maior parte do tempo, na barganha. Aquela fase em que pensamos no que poderia ter sido feito de outra forma, no que poderia ter sido diferente. A narrativa se desenrola aqui, apesar de percebermos alguns momentos de depressão e por fim, a aceitação.

Mas, vamos começar falando do relacionamento abusivo que o nosso protagonista estava inserido com o seu “Querido ex”. Logo nos relatos iniciais, percebemos um chiste muito forte. E, segundo Freud, ele é uma das formas que o inconsciente encontra de escapar seus conteúdos recalcados, escondidos. E há muitos abusos disfarçados de chiste: você deveria fazer academia! Calma, é só uma brincadeirinha. Sabe aquele ditado que diz que toda brincadeira tem um fundo de verdade? Essa é a raiz do chiste, que está explícita bem quando começamos a conhecer o relacionamento entre os dois.

Em suas viagens entre passado e presente, percebemos também alguns momentos de negação. Ele chega a duvidar de sua percepção, dos seus sentimentos… Será que o Querido ex era abusivo assim mesmo? Será que as coisas foram dessa forma? Ou será que estou exagerando? E esse é um comportamento muito presente no abuso, principalmente sob a forma de gaslighting.

É então, que chegamos na parte que mais gostei de analisar do livro todo: o recalque. O protagonista se reconhece como recalcado em vários momentos da narrativa, mas sem saber, inconscientemente, que ele de fato, é recalcado sob a ótica da psicanálise. Ele tenta esconder várias coisas no seu inconsciente, fingir que algumas situações não aconteceram. E como isso se chama? Recalcar. Mas, essas coisas que ele gasta tanta energia tentando esconder, hora ou outra escapam e querem ser resolvidas. Seja por meio dos seus pensamentos destrutivos, seja por meio da conversão somática (ele tinha ansiedade e de vez em quando, seu sonambulismo voltava). É o que chamamos de retorno do recalcado. Tudo o que ele tenta jogar pra baixo do tapete, volta. Sempre volta. Sua analista no livro aponta essa questão de forma primordial com a frase: “Os traumas que você finge não existir.”

Durante toda a narrativa em que vamos conhecendo o Querido ex, é impossível não perceber uma inversão de papéis muito grande, que também é percebida pelo nosso protagonista em algumas horas: seu ex-namorado assumindo papel de seu pai. Ele constrói suas frases com tons paternalistas, sempre tentando repreendê-lo. O pai, na psicanálise, é aquela figura que impõe a ordem, que castra, impõe os limites e consequentemente, contribui para a formação do nosso superego. E o Querido ex assume esse papel. Ele castra a todo momento o narrador.

O Querido ex exerce para o protagonista um papel extremamente machista e falocêntrico, que condiz com o patriarcado. Por ser o ativo da relação, ele se acha o “mais macho” ou então, o “menos gay” e se vê na posição de castrar o nosso narrador, também por conta dele se achar superior por ser branco. De exibir um papel de poder, de impor regras, limites, morais… Esse poder excede a simples inversão de papeis que vemos no desenrolar da história e chega numa posição de ser uma herança social.

O falo, na psicanálise, representa o poder da superioridade masculina, o poder que um homem acha que exerce sobre alguém por ter um pênis (falo). O engraçado é que na relação que se desenrola no livro, ambos possuem o pênis (teoricamente, o falo), mas um acha que tem o poder sobre o outro só por ser o ativo da relação. O quanto isso diz sobre várias relações homoafetivas entre homens cisgênero por aí?

Além de todos esses pontos, ainda podemos observar mecanismos de defesa do ego do protagonista entrando em ação em diversas passagens do livro. Ele usa do humor e dos trocadilhos em vários momentos, anulando seu ego em função do princípio de prazer. Ele recusa a realidade, afirmando-se contra as circunstâncias reais e se refugiando no chiste. Ele também desloca sua tristeza para os fetiches, para as fantasias e ainda trilha uma longa jornada até entender que o desejo é uma coisa normal do ser humano e que seus pensamentos não são seus inimigos.

Falando em pensamento, percebemos sua subjetividade um pouco neurótica (talvez até mesmo obsessiva-compulsiva), quando ele acredita que seus pensamentos são capazes de mudar o mundo exterior. O animismo. Ele acredita, por muito tempo, que se chegar até o final da rua em dois minutos, vai passar na prova, por exemplo. Ou que se olhar para algum homem no carnaval, vai ter todos os seus relacionamentos arruinados…. Ele demora a perceber que todos os excessos fazem mal.

Enfim, Querido ex é uma ótima obra de ficção, com grande verossimilhança e que nos traz importantes reflexões sobre como os relacionamentos, sobretudo, os gays entre homens cisgêneros, são constituídos em nossa sociedade. Erra quem diz que só por ser gay, é desconstruído. Ainda há muita herança falocêntrica, patriarcal e  racista (como no caso desse livro) que reflete dentro desses relacionamentos. Nos resta perceber.

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Resenha: Tudo nela brilha e queima, Ryane Leão

Sinopse: Estreia em livro de Ryane Leão, criadora da página onde jazz meu coração, com mais de 150 mil seguidores nas redes Livro de estreia de Ryane Leão, mulher negra, poeta e professora, criadora do projeto onde jazz meu coração, com mais de 150 mil seguidores nas redes. ‘a poesia é minha chance de ser eu mesma diante de um mundo que tanto me silencia. é minha vez de ser crua. minha arma de combate. nossa voz ecoada. nossa dor transformada. nela eu falo sobre amor, desapego, rotina, as cidades que nos atravessam, os socos no estômago que a vida dá, o coração desenfreado, a pulsação que guia as estradas, os recomeços, os dias, as noites, as madrugadas, os fins, os jeitos que a gente dá, as transições, os discos, os tropeços, as partidas, as contrapartidas, os pés firmes que insistem em voar, e tudo isso que é maluco e lindo e nos faz ser quem somos.’

Tudo nela brilha e queima retrata por meio de poemas temas sobre o universo feminino, ressaltando os amores, sabores, encontros, desencontros e relações abusivas. Um livro de empoderamento, cada verso toca de maneira intensa e você não sairá ileso a nenhum deles, isso torna a leitura um pouco pesada, mas necessária.

“só há revolução
quando há amor
por nós mesmas”

Apesar disso, o livro é sem complexidade de entendimento, são frases e pequenos textos que você devora em poucas horas. Quando começa, dificilmente conseguirá parar!

Estava para lê-lo há tempos. Primeiro porque amo poemas, inclusive foi através desse gênero que me apaixonei pelo universo literário. Segundo porque sou fã da escritora, Ryane Leão, uma mulher forte e admirável que escreve para fortalecer e empoderar outras mulheres. Além da questão da representatividade negra, alguns dos seus escritos abordam a força da mulher negra.

“você até sugeriu que eu usasse
um prendedor de roupas no rosto
ou que eu guardasse dinheiro pras plásticas que apagariam todos os meus traços de mulher negra
uma lembrança tão agressiva
que me apavora

e tem gente que me pergunta se foi fácil romper silêncios”

É um livro incrível, de uma escritora incrível. Eu super recomendo para aqueles que gostam e aos que não se aventuraram ainda com o gênero. Para aqueles que não tem muita afinidade, convido a começar por Tudo nela brilha e queima , se encantar e querer mais.

Vou terminar com um dos meus poemas favoritos, mostra a força feminina. Ser forte nunca foi uma opção, nascemos assim e vamos descobrindo a intensidade ao longo da nossa jornada.

“olhe todas as que vieram
antes de nós
não há segredo
a potência de ser mulher
atravessa suas veias

somos fortalezas”

Encontre em: Amazon.

Resenha: O menino do dedo verde, Maurice Druon
Beco Literário
Livros, Resenhas

Resenha: O menino do dedo verde, Maurice Druon

O livro O menino do dedo verde, escrito por Maurice Druon, é um clássico da literatura infanto juvenil. Mas aconselho para todas as idades. Uma leitura leve e rápida com simbolismos e situações reflexivas que nos ensina a ver o mundo com mais esperança e ver situações alternativas.

+ Resenha: Dom Casmurro, Machado de Assis

O menino do dedo verde é Tistu, um menino que mora na cidade de Mirapólvara com os seus pais: Sr. Papai e Dona Mamãe. E cujo pai é dono de uma fábrica de canhões e consequentemente Tistu herdaria a direção da fábrica quando crescesse.

Canhão não é como guarda-chuva, que ninguém quer comprar quando faz sol. Ou como chapéu de palha, que fica na vitrina quando chove. Canhão sempre se vende, seja qual for o tempo!

Aos oito anos, Tistu foi mandado para a escola, porém não conseguia se concentrar e dormia todas as vezes durante a aula, devido isso foi expulso da escola.

“Prezado Senhor, o seu filho não é como todo mundo. Não é possível conservá-lo na escola.”

A partir disso, Tistu foi posto em um novo sistema de educação. A primeira lição foi no jardim com o jardineiro Bigode, ali descobriu o polegar verde.

O polegar verde é invisível. A coisa se passa por dentro da pele: é o que se chama um talento oculto.

A segunda lição foi de ordem com o Sr. Trovões por meio de uma visita a cadeia da cidade. Dessa vez, O menino do dedo verde notou que os prisioneiros pareciam infelizes e teve uma ideia:

E se a gente fizesse nascer flores para eles? A ordem ficaria menos feia e os prisioneiros talvez se tornassem mais comportados. Bem que eu podia usar meu polegar verde!

Depois teve lições na favela, no hospital e também na fábrica de canhões do Sr. Papai quando houve um conflito entre os Voulás e Vaitimboras. E adivinhem quem deu um jeito de usar o dedo verde e deixar as situações melhores? Tistu. No final há uma descoberta sobre Tistu que quase me fez chorar.

As histórias nunca param onde a gente imagina.

Li esse livro pela primeira vez há anos atrás e confesso que sem esperar muito, acabei me surpreendendo. Motivo que me fez relê-lo porque é um livro que vale muito a pena.

Sinopse de O Menino do Dedo Verde: Tistou não é uma criança como as outras. Ele os empurra seus polegares verdes para dentro da terra e coisas mágicas acontecem! Encantador e sensível como O pequeno principeO menino do dedo verde é um clássico da literatura francesa para crianças grandes e pequenas. 

Era uma vez Tistu…Um menino diferente de todo mundo. Com uma vidinha inteiramente sua, o pequeno de olhos azuis e cabelos loiros, deixava impressões digitais que suscitavam o reverdecimento e a alegria. As proezas de seu dedo verde eram originais e um segredo entre ele e o velho jardineiro, Bigode, para quem seu polegar era invisível e seu talento, oculto, um dom do céu.

O menino do dedo verde encanta gerações de leitores no Brasil e no mundo, há pelo menos cinco décadas, com a mensagem de esperança do menino que transforma tudo o que toca. A mágica história de Tistu, garoto com raro poder de semear o bem por onde passa, é uma aventura fantástica com final singelo e extraordinário.

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Resenha: O vermelho mais vibrante, Mithiele Rodrigues

Sinopse: Red não é uma garota normal, já passou por muita coisa nessa vida e simplesmente não lhe restou ninguém. Hian é um irlandês que conseguiu ganhar status e fama, mas tudo lhe parece falso, até encontrar Red, mas a mulher não quer toda atenção do mundo para si. Será que o amor é capaz de vencer todas as barreiras ou seria isso apenas uma fantasia da ficção?

A temporada de romances clichês está aberta e o romance da vez é O vermelho mais vibrante da escritora Mithiele Rodrigues.

O vermelho mais vibrante começa com uma reflexão a respeito dos amores dos contos de fadas, será se eles realmente podem se encaixar na vida real? É tão fácil assim encontrar uma pessoa na sua vida que te faça crer que aquela é a pessoa certa? Como saber pelo simples encontro que são perfeitos um para o outro?

“Na vida real há os empecilhos, e as pessoas que são muito ruins. Não do tipo de bruxas das histórias, mas algo pior. Pessoas que fazem de tudo para acabar com o romance dos protagonistas. Mas será que na vida real eles ficam juntos?”

E é justamente isso que acontece na história de Redherine Backer e Hian Foley, um encontro por acaso foi o bastante para o romance deles começar e ainda a certeza de que não importa os acontecimentos, o destino sempre os uniria novamente.

“Se eu já acreditava em destino, agora passo a amá-lo.”

Redherine divide seu tempo numa rotina cansativa como médica em um hospital que seus pais trabalhavam antes de falecerem ainda quando Red era criança, sempre foi muito próxima da avó e carrega as marcas de um abuso cometido pelo tio. Inclusive esse fantasma do passado volta para assombrar a vida de Red e quase que tudo acaba em tragédia.

“Certos hábitos nunca mudam, certas vontades nunca passam.”

Já Hian estrela as telas da TV como ator, convivendo com muitas pessoas que agem por interesse e benefício próprio, como se não existisse de fato um mundo real, fosse somente encenação.

Paralelas a história principal de Red e Hian, a narrativa realça as relações humanas como um todo, amorosas e também de amizade, a falta de empatia diante das diferenças, o preconceito que os casais homossexuais passam, o abuso infantil, as questões de confiança.

“Cada pessoa tem o direito da escolha. Em vez de criticar essas pessoas, as conheça. Seja amigo de uma pessoa homo, são apenas pessoas, uma escolha não muda a essência de ninguém.”

Fiquei com medo de terminar o livro e não ser o final que eu imaginei para os dois, porque um casal que enfrenta meses separados e voltam com o mesmo amor do passado merece o melhor.

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Resenha: Heart Bones, Colleen Hoover

Sinopse: Vida e um sobrenome sombrio são as únicas duas coisas que os pais de Beyah Grim já lhe deram. Depois de traçar seu caminho sozinha, Beyah está no caminho certo para coisas maiores e melhores, graças a ninguém além de si mesma. Com apenas dois curtos meses separando-a do futuro que ela construiu e do passado que ela deseja desesperadamente deixar para trás, uma morte inesperada deixa Beyah sem nenhum lugar para ir durante esse período. Forçada a chegar até seu último recurso, Beyah tem que passar o resto de seu verão em uma península no Texas com um pai que ela mal conhece. O plano de Beyah é manter a cabeça baixa e deixar o verão passar sem problemas, mas seu novo vizinho Samson joga uma chave nesse plano.
Samson e Beyah não têm nada em comum na superfície.
Ela vem de uma vida de pobreza e abandono; ele vem de uma família rica e privilegiada. Mas uma coisa que eles têm em comum é que ambos são atraídos por coisas tristes. O que significa que eles são atraídos um pelo outro. Com uma conexão quase imediata muito intensa para eles continuarem negando, Beyah e Samson concordam em ficar numa rasa aventura de verão. O que Beyah não percebe é que uma correnteza está chegando e está prestes a arrastar seu coração para o mar.

Heart Bones foi lançado dia 19 de agosto de 2020 sua edição original em inglês pela Amazon.

Nessa nova obra da Colleen Hoover temos Beyah Grimm, uma menina que desde muito jovem teve que virar adulta. Ela tem 19 anos e já passou por tudo na vida, desde fome a abuso de vários tipos.

Filha de uma ficada de uma noite, com uma mãe viciada em metanfetamina e um pai que mora em outro estado e só a vê uma vez ao ano.

Sua infância não foi fácil. Com uma māe ausente ela teve que aprender a se virar sozinha desde muito nova. Vive uma vida infeliz, mas mesmo assim é tão forte que conseguiu conquistar várias coisas por si mesma, como uma bolsa integral para a faculdade Penn State na Pensilvânia por jogar vôlei muito bem.

Só que nesse verão antes de ir para a faculdade acontece uma tragédia (?). Na verdade foi sua porta de saída para uma vida melhor.

“A coisa mais legal que minha mãe já fez por mim foi morrer.”

Quando sua mãe morre de uma overdose e ela a encontra no sofá do trailer que vivem e na mesma noite o dono do trailer comunicar que o aluguel está atrasado e ela tem que se mudar, Beyah se vê obrigada a ligar para seu pai que mora em Washington.

“Eu me pergunto que tipo de educação é pior para um humano. Do tipo que você é protegido e amado a ponto de não saber como o mundo pode ser cruel até que seja tarde demais para adquirir as habilidades de enfrentamento necessárias ou o tipo de casa em que cresci. A versão mais feia de uma família onde enfrentar é a única coisa que você aprende.”

Imediatamente o pai compra sua passagem de avião para perto dele. Mas ele não mora mais em Washington e sim no Texas. Ele também está casado e tem uma enteada, Sara.

Porém ela não contou para ele que sua mãe faleceu. Também não contou que passou na faculdade… Vários segredos são mantidos porque acredita ser questão de sobrevivência.

Bom, seu pai mora em Huston no Texas e tem uma casa de praia numa cidade próxima, e é aí que sua vida começa a mudar.
Quando Beyah conhece o amigo de sua irmã postiça e também seu vizinho, Samson.

“O lar ainda parece um lugar mítico que estive procurando por toda a minha vida.”

Samson é um garoto misterioso, rico, e eles tem um começo complicado, quando ela o pega tirando fotos sua na balsa indo para a casa de praia, até então ela não o conhece.

“Às vezes eu acredito que as personalidades são moldadas mais pelo dano do que pela bondade. A bondade não penetra tão profundamente em sua pele quanto o dano. O dano mancha tanto sua alma que você não pode limpá-lo. Ele fica lá para sempre, e eu sinto que as pessoas podem ver todos os meus danos apenas olhando para mim.”

Samson e Beyah são duas pessoas danificadas, por assim dizer, e lidam com seus próprios demônios.

Juntos, vão aprender a se abrir para outra pessoa e a lidar juntos com coisas que não se podem mudar, mas um pode estar lá para o outro para segurá-lo se precisar.

“Não se preocupe. Corações não têm ossos. Eles não podem realmente quebrar.”
“Se não há nada dentro de um coração que possa se quebrar, por que parece que o meu vai se partir ao meio quando chegar a hora de me mudar no próximo mês? Seu coração não se sente assim?’
Os olhos de Samson percorrem meu rosto por um momento. “Sim”, ele sussurra. ‘Sim. Talvez nós dois tenhamos crescido ossos no coração.”

O livro é maravilhoso. Tanto Beyah quanto Samson guardam segredos e juntos vão se descobrindo um no outro, porque ao final são mais parecidos do que se pode imaginar.

Outra coisa linda no livro é o desenvolvimento de Beyah, que é uma personagem com ódio do mundo pelos motivos do que viveu até agora.

“Eu me pergunto que tipo de educação é pior para um humano. Do tipo que você é protegido e amado a ponto de não saber como o mundo pode ser cruel até que seja tarde demais para adquirir as habilidades de enfrentamento necessárias ou o tipo de casa em que cresci. A versão mais feia de uma família onde enfrentar é a única coisa que você aprende.”

Porém no Texas ela aprende com o tempo a confiar na família, sim, família. Algo que ela jamais achou que teria. No meio de todo o caos de sua vida ela encontra em Sara uma irmã e melhor amiga e também encontra em seu pai o significado da palavra pai.

O livro traz uma mensagem que mesmo que você seja danificado, você pode encontrar amor. Você só tem que se permitir sentir.

“- Você pode preencher sua vida com coisas boas, mas coisas boas não preenchem os buracos em sua alma.’
– O que preenche os buracos em uma alma?
Os olhos de Samson percorrem meu rosto por alguns segundos. ‘Pedaços da alma de outra pessoa.”

Traz uma jornada de confiança, amor, família e desenvolvimento pessoal.

Colleen Hoover mais uma vez conseguiu escrever um livro que vai ficar comigo na cabeça por dias, semanas, meses… Igual a todos os anteriores.

Heart Bones merece toda uma galáxia de estrelas.

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Resenha: O JOGO, ELLE KENNEDY

Sinopse: Talentoso, inteligente e festeiro, Dean Di Laurentis sempre consegue o que quer. Sexo, notas altas, sexo, reconhecimento, sexo… É sem dúvida um galanteador de primeira, e ainda está para encontrar uma mulher imune ao seu charme descontraído e seu jeito alegre de encarar a vida. Isto é, até ele se envolver com Allie Hayes. Em uma única noite, essa jovem atriz cheia de personalidade virou o mundo de Dean de cabeça para baixo. E agora ela quer que eles sejam apenas amigos? Dean adora um desafio, e não vai medir esforços para convencer essa mulher tão linda quanto teimosa de que uma vez não é suficiente. Mas o que começa como um simples jogo de sedução logo se torna a experiência mais incrível e surpreendente de sua vida. Afinal, quem disse que sexo, amizade e amor não podem andar de mãos dadas?

Livro #3 da série Amores Improváveis, do gênero New-Adult, O jogo é cheio de romance. Confesso que da série de 4 livros, O Jogo é meu favorito.

Nele vamos ver a estória de amor de Dean Di Laurentis com Allie Hayes.

Dean como já conhecemos também é do time de hóquei na Briar e mora em uma república com seus amigos de time Tucker, Logan e Garrett, que já conhecemos do livro O Acordo, com resenha aqui.

Enquanto Allie divide o dormitório com Hannah, que também é sua melhor amiga.

A trama começa quando Allie termina com o namorado de longa data e quer se esconder dele, logo ela pede ajuda a amiga Hannah, só que está saiu para um fim de semana romântico com Garrett. Então ele sugere que ela fique em sua casa para o caso de o ex namorado aparecer no dormitório. E é aí que tudo começa.

Dean DiLaurentis mora nessa casa e está lá essa noite sozinho com a menina que está sofrendo pelo término.

“É a quarta vez que a gente termina em três anos. Não posso continuar fazendo isso comigo, esse looping doentio de alegria e dor de cotovelo, principalmente quando a pessoa com quem eu deveria construir um futuro está empenhada em me sabotar.”

Dean nos dois primeiros livros é descrito como o pegador e etc, e confesso que era bem secundário e jogado de lado em O Acordo e O Erro. O que não estavam errados, porque ele é mesmo o playboy que fica com todas as garotas da Briar.

“Queria poder dizer que este pequeno momento de perversão a três é uma experiência nova para mim, ou que o rótulo de pegador que meus colegas de time me deram é um exagero. Mas a experiência não é novidade e o rótulo é bem preciso.”

Mas em O Jogo que é sua estória, ele é apaixonante. Percebemos que é um menino que vai se transformando em homem e que tem um coração gigantesco.

Filho de pais milionários que o amam e uma irmãos que se dão bem, ou seja, ele é super mimado e tem tudo. Mas não é um idiota por isso.

“Ele continua sendo um cara com um ego do tamanho do mundo, ele é rico, faz o que quer, mas sua generosidade transborda.”

Allie, por sua vez, é uma jovem aspirante a atriz que é cheia de vida e entusiasmo, que termina com seu namorado porque quer o futuro e a carreira que ela escolheu.

Bom, como todo livro precisa de uma trama além do puro romance, a dessa narrativa são os problemas com drogas e bebidas. Não é uma grande questão que tudo gira em torno disso, mas ela é apresentada e tratada.

“Eu sei como é, a Vida de Dean é só sol e maravilhas…”, é a minha vez de ser sarcástica, “… mas a vida real não é assim. Na vida real, coisas ruins acontecem, e você precisa lidar com elas.”

O romance entre Dean e Allie é improvável e mesmo assim acontece, e é tão fofinho! Ela precisava de um novo começo e ele também. E o recomeço dos dois era para acontecer junto.

“Não esperava essa química intensa entre nós, mas ela existe e é viciante. E não sei se um dia vou conseguir ignorá-la.”

O destino uniu os dois e juntos vão aprender sobre o amor. Seja ele de qual forma for, amor pela vida, pelos amigos, pela profissão, pelo futuro, pelo que querem ser e por quem querem estar. E nisso o amor um pelo outro, que é bem mais que apenas um jogo.

“Quero estar com você porque parece ser certo”

Personagens que são extremamente importantes para moldar o caráter de Dean e Allie são os pais e irmã do garoto e o pai de Allie. Bem representados e de uma compaixão sem fim, sem contar que proporcionam cenas bem engraçadas.

Também temos um gostinho de ver um pouco dos casais dos dois primeiros livros.

Esse foi o livro que eu mais gostei. Sem brincadeira, eu cheguei a chorar de rir em algumas cenas!!! É leve e gostoso, uma leitura rápida e envolvente.

“Nossa. Não acredito que você me apagou daquele jeito. Sorte a sua que eu te amo, gata. Se fosse qualquer outra garota…”

“Você me ama?!”, exclamo.

Dean para no meio da frase. Por um segundo, parece genuinamente confuso, como se não soubesse do que estou falando. Como se não tivesse percebido o que falou.

O jogo é um romance com comédia e muito amor que envolve o leitor do começo ao fim, super recomendo.

Resenhas

Resenha: Um trono para irmãs, Morgan Rice

Sinopse: Sophia, 17, e a sua irmã mais nova Kate, 15, estão desesperadas para sair do seu orfanato horrível. Órfãs, indesejadas e mal-amadas, elas, ainda assim, sonham em chegar à maioridade noutro lugar, em encontrar uma vida melhor, mesmo se isso significar viver nas ruas da cidade brutal de Ashton. Sophia e Kate, também melhores amigas, apoiam-se uma à outra – e, ainda assim, querem coisas diferentes da vida. Sophia, uma romântica, mais elegante, sonha em entrar para a corte e encontrar um nobre por quem se apaixonar. Kate, uma lutadora, sonha em dominar a espada, em combater dragões, e em se tornar uma guerreira. Ambas estão unidas, porém, pelo seu poder secreto e paranormal de ler as mentes dos outros, a sua única graça de salvação num mundo que parece inclinado a destruí-las. À medida que cada uma delas embarca numa missão e se aventura à sua própria maneira, elas lutam por sobreviver. Confrontadas com escolhas que nenhuma delas podia imaginar, as suas escolhas podem impulsioná-las para o maior poder – ou mergulhá-las para as profundezas.

A trilogia escrita por Morgan Rice apresenta, respectivamente, os livros: Um trono para irmãs, Uma corte para ladras e Uma canção para órfãs. Falaremos aqui do primeiro deles.

São 27 capítulos narrados de maneira intercalada pelas irmãs órfãs Sophia, 17 anos, e Kate, 15 anos, que fogem do orfanato em que moravam em Ashton, a Casa dos Não Reclamados. Nele viviam sob condições deploráveis, um ambiente de medo e violência.

A realidade tinha sido dor, violência e medo. Tinha sido um lugar onde todos os dias lhe tinham dito que ela era menos do que os outros, e que ela deveria estar agradecida apenas pela oportunidade de lhe o dizerem.

Sem nenhum outro lugar para irem, nas ruas passaram por diversas dificuldades, apesar do poder de ler mentes que ambas as irmãs possuíam. Ashton era um lugar perigoso durante o dia e pior a noite, ainda mais tratando-se de duas fugitivas.

Movidas por sonhos diferentes, resolveram se separar. Enquanto Kate queria aprender a lutar, Sophia entraria na corte na tentativa de casar-se com um nobre.

Mas cada uma de nós precisa tentar o seu próprio caminho, pelo menos por um tempo.

Diante das novas realidades, cada uma seguiu sua vida. O livro nos mostra com bastante precisão o que as duas irmãs órfãs enfrentaram, você sente a dor, o sofrimento, a valentia e a coragem delas, e torce para que tenham um “final feliz”. Porém, quando o “final feliz” está próximo acontecem muitas reviravoltas. O que custava Morgan Rice fazer dar certo para Sophia e Kate?

Espero que no segundo livro, Uma corte para ladras, e no último, Uma canção para órfãs, as coisas sejam mais fáceis para as duas.