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Resenha: A Desconstrução de Mara Dyer, Michelle Hodkin

Um grupo de amigos… Uma tábua ouija… Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto… até que todos os presentes com exceção de Mara morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente perturbada de Mara. Mas depois de sobreviver à traumática experiência é natural que a menina se proteja com uma amnésia seletiva. Afinal, ela perdeu a melhor amiga, o namorado e a irmã do rapaz. Para ajudá-la a superar o trauma a família decide mudar para uma nova cidade, um novo começo. Todos estão empenhados em esquecer. E Mara só quer lembrar. Ainda mais com as alucinações – ou seriam premonições? – Os corpos e o véu entre realidade, pesadelo e sanidade se esgarçando dia a dia. Ela precisa entender o que houve para ter uma chance de impedir a loucura de tomá-la….

A Desconstrução de Mara Dyer é o primeiro volume de uma trilogia escrita por Michelle Hodkin.

Mara Dyer nunca ligou muito para o sobrenatural até que, no dia do aniversário de sua amiga, usou um tabuleiro ouija. Meses depois, todos os seus amigos estavam mortos. Depois do acidente que acabou acarretando a morte de Claire, Rachel e Jude, Mara não é mais a mesma. Junto com sua família, a garota acaba se mudando para outro estado. Chegando lá, Mara fica mais tensa ainda, pois, totalmente desconcertada, acaba se sentindo deslocada, porém, não é só isso, memórias e sombras do acidente circundam sua mente.

E é assim que começamos o aclamado romance best-seller “A Desconstrução de Mara Dyer”, com um início totalmente sombrio e atraente, o livro agarra o leitor de primeira.

Com um começo totalmente desconcertante, a obra de Michelle consegue deixar a pessoa que está lendo absorta. Diante da diversidade dos elementos que tinha a sua disposição, Hodkin conseguiu utilizar todos muito bem. A história contém uma certa carga de “terror”, mas ao mesmo tempo possui altas doses de romance. Apesar de ser uma junção improvável, a autora fez com que tais elementos se encaixassem perfeitamente bem no contexto da narrativa e isso foi o que realmente me surpreendeu.

O livro tem um romance clichê? Tem. Mas não se engane, a forma como o relacionamento de Mara e Noah vai se desenvolvendo é intensa e impactante, mas senti falta de um planejamento maior, tudo aconteceu rápido demais. Foi um caso evidente de instalove(amor repentino e sem base). Fora isso, o romance principal é muito envolvente.

Uma coisa que não me agradou muito foi a protagonista no começo do livro. Vazia de emoção, me fez lembrar de várias outras personagens insossas, mas com o decorrer da história ela foi evoluindo e assim começando a mostrar suas qualidades e sentimentos. Já Noah é o típico personagem romântico de tramas voltadas para o público adolescente. Os personagens pecam no quesito de serem únicos, sendo bastante parecidos com os de outros livros do gênero.

Apesar de seus pequenos deslizes, A Desconstrução de Mara Dyer é um livro ótimo. Repleto de momentos sufocantes e impressionantes, a trama consegue ultrapassar todas as expectativas.

Com uma escrita voraz e expressiva, Michelle consegue deixar o leitor totalmente fissurado e enclausurado na vida de Mara Dyer. Com tons de suspense e terror, o enredo se mostra bastante inovador apesar de personagens comuns. De arrancar todo tipo de sentimento, o livro é tão desconcertante e intenso quanto o romance contido nele.

Com um final de deixar qualquer um boquiaberto, o leitor irá clamar pelo segundo volume.

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Resenha: A Comissão Chapeleira, Renata Ventura

Atormentados pelos crimes que cometeu em seu primeiro ano como bruxo, tudo que Hugo mais queria naquele início de 1998 era paz de espírito, para que pudesse ao menos tentar ser uma pessoa melhor. Porém, sua paz é interrompida quando uma comissão truculenta do governo invade o Rio de Janeiro, ameaçando uniformizar todo o comportamento, calar toda a dissensão, e Hugo não é o único com segredos a esconder. Para combater um inimigo inteligente e sedutor como o temido Alto Comissário, no entanto, será necessário muito mais do que apenas magia. Será preciso caráter. Mas o medo paralisa, o poder fascina, e entre lutar por seus amigos, ou lutar por si próprio, Hugo terá de enfrentar uma batalha muito maior do que imaginava. Uma batalha com sua própria consciência.

Aviso: Pode conter spoilers do volume anterior, A Arma Escarlate.
Leia nossa resenha aqui.

Sinceramente, não sei como iniciar ou escrever a resenha desta obra de arte magnânima, mas vou tentar, juro que vou. Mas tenham certeza que, posso escrever um livro enorme falando de A Comissão Chapeleira e ainda assim não conseguirei explicar o que realmente senti lendo este livro.

Depois do sufoco que Hugo Escarlate causou em sua escola de bruxaria do Rio de Janeiro, Nossa Senhora do Korkovado, no ano anterior, tudo o que o garoto queria, era paz. Paz para tentar ser uma nova pessoa, paz para se redimir de todos os seus erros, cujas consequências não só o atingiram, mas também, seus amigos e pessoas próximas.

O garoto agora ganha o próprio dinheiro como aprendiz de varinheiro, mora junto com a mãe e a família de Caimana Ipanema e parece que sua vida finalmente tomará o rumo certo, apesar de ainda estar pagando pelos erros do ano anterior, a começar, pelo roubo de sua varinha escarlate, que a primeira vista, não pareceu uma grande coisa.

O ano é de eleições, e assim como o mundo mequetrefe, o mundo bruxo fica rodeado de propagandas, com muitos candidatos corruptos e mentirosos, como não poderia ser diferente. Só um salva, Átila Antunes, aquele que Viny nutre o mais profundo respeito e admiração e que tem tudo para ganhar as eleições.

Após um prólogo assustador, a primeira parte do livro se baseia nessa introdução a nova vida do Hugo e como seus amigos se adaptaram a ela, mostrando também, seu retorno a escola e uma série de acontecimentos que desencadeiam o resto do enredo deste livro. Não dá para eu me estender muito falando sobre estas pequenas histórias sem contar um spoiler porém, devo confessar que um fato em particular deste início me surpreendeu bastante e me fez pensar, será a Renata uma vidente? Afinal, algo idêntico havia acabado de acontecer no mundo azêmola… E o livro já estava escrito faz um bom tempo. Bom, aqueles que leram, saberão do que estou falando e aqueles que não, corram para a livraria mais próxima ou, lidem com a curiosidade. Ela não vai te deixar dormir, não vai te deixar pensar…

Com o fim das eleições inicia-se uma reforma no mundo bruxo, começando pela educação. Uma misteriosa comissão de controle chega à escola, liderada por um homem um tanto misterioso, que até então chamarei de Adriano para manter a devida identidade do ilustríssimo senhor preservada. Ele, extremamente misterioso, tira suspiros de qualquer pessoa por sua aura de extrema sofisticação, como se nada o abalasse. Ironicamente, Viny apelida este grupo de homens vestidos de preto e chapéu coco de A Comissão Chapeleira, sem saber então, do duro futuro que os aguardaria a partir de então.

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Agora tem outro livro fotogênico para acompanhar o primeiro! Coloquei até uma baianinha ali, para ilustrar a Cidade Média, terra dos Caramurus, escola de magia da Bahia que nos é apresentada nesse segundo volume.

Ao ler os comentários da contracapa do livro, já aguardava por uma história um tanto sofrida, fato que se comprovou durante a segunda parte do livro, que me prendeu de maneira sobrenatural e me arrancou as mais variadas emoções. Como leitor, me senti dentro da história, um pixie que estava ao meio de toda a truculência que o enredo me apresentou. Não existiam palavras na minha frente e sim, os cenários mágicos que a autora descreveu de maneira tão majestosa. O jeito que a Renata descreve, conjugado com o fato da história se passar em território brasileiro, te faz entrar nas páginas do livro de uma maneira inexplicável, e conhecer seus personagens como se eles fossem seus melhores amigos, como se você fosse a pessoa que os criou. É um laço forte que conquistamos com eles, que os torna reais. Tão reais como você, lendo esta resenha e eu, tentando colocar em palavras o que senti ao ler esta história fantástica.

Mas as surpresas não param por aí. A Comissão Chapeleira, não é um simples órgão do governo, que propõe uma simples ordem no país. É uma organização corrupta e doentia, que traz para dentro do mundo bruxo, a realidade mequetrefe dos anos ditatoriais, mesclado com o advento mágico, o que torna aquilo que já conhecemos um tanto pior de ser lido, e vivenciado. Eu, como grande curioso, conheço bastante (através de pesquisas e histórias) a subjugação do Brasil aos anos ditatoriais, que até então pareciam algo bem distante, alheio a realidade, fato que mudou durante a leitura da obra de Renata Ventura, que fez uma mistura espetacular com toda a criatividade possível, e trouxe até mim, aquilo que antes estava distante, e isso é incrível. A capacidade da autora de produzir magia com palavras combinadas. Uma aura mágica emana de A Comissão Chapeleira.

Bom, finalmente chegamos a terceira e última parte do livro, que me fez parar de lê-lo inúmeras vezes, sem forças para continuar e acreditar naquilo que estava se desdobrando a minha frente. Devo ter lido cada frase no mínimo umas duas vezes, meu cérebro não processava, é inacreditável… Muitos livros são capazes de despertar emoções nos leitores, e sabemos que existem aqueles mais propensos a elas, e os menos propensos. Claro que a maioria dos livros me faz rir, me deixa angustiado mas A Comissão Chapeleira me fez chegar ao extremo. Fechei o livro inúmeras vezes, só para retomá-lo no segundo seguinte. Nunca fiquei tão aflito, com o rumo que meus personagens preferidos tomaram, em especial o Capí, que me deixou mais angustiado que qualquer coisa nesse mundo.

Quanto mais me aproximava do fim, mais minha aflição para saber mais aumentava, assim como o meu medo. O livro dá medo. Não tenho palavras suficientes para comentar sobre esta terceira parte em especial. Enquanto eu lia, ficava aflito para comentar com alguém o que eu tinha acabado de presenciar, para tornar aquilo real, mas não havia ninguém por perto! Mandei mensagens para vários amigos, comentando sobre o livro, mas ninguém entendia o porquê da minha aflição e como eu poderia ficar daquele jeito por um simples livro. Mas garanto uma coisa para você que leu até aqui: A Comissão Chapeleira não é um simples livro. É um portal para uma realidade alternativa, um livro transformador. Você pode achar exagero meus elogios a ele nesta resenha mas, antes de julgar, peço que o leia e volte para discuti-lo. Não se arrependerá, tenho certeza.

E eu, que havia sofrido com o conflito na Lapa durante A Arma Escarlate, mal sabia que o que me esperava nessa sequência seria mais arrasador em proporções inimagináveis. Dito isso, só me resta confirmar o que já é alertado na contracapa: encomende um coração a mais, ou até dois, e ainda não serão suficientes. Se ainda não era minha série preferida, acabou de se tornar e, ainda estamos no segundo livro. O que será que nos aguarda nos próximos volumes? Mal posso esperar para saber, porém, preciso de um tempo para me recuperar dessa surra literária que a narrativa inigualável de Renata Ventura me deu.

Quantas estrelinhas eu dou para o livro? Acho melhor você clicar aqui.

Aviso: Dei um aviso parecido ao final da minha resenha de “A Arma Escarlate”, dizendo que este causa dependência mas, este segundo livro causa ainda mais! A escrita da autora evoluiu em escalas gigantescas, o que nos fez amadurecer junto com os personagens. Antes de finalizar porém, quero reforçar que este livro é extremamente raro. Não me lembro da última vez que me senti tão ativo dentro de uma história, como me senti nesta.
PS: Shippo Nádia e Índio <3

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Renata Ventura assinando meu livro na Bienal de São Paulo <3

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Resenha: Perdida, Carina Rissi

Sofia vive em uma metrópole, está habituada com a modernidade e as facilidades que isto lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor a menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Mas tudo isso muda depois que ela se vê em uma complicada condição. Após comprar um novo aparelho celular, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem ter ideia de como ou se voltará. Ela é acolhida pela família Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de voltar para casa. Com a ajuda de prestativo Ian, Sofia embarca numa procura as cegas e acaba encontrando algumas pistas que talvez possam leva-la de volta para casa. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos…

Perdida é meu livro de escolha para releituras. Quando eu estou triste, leio “Perdida”. Quando estou estressada, leio “Perdida”. Quando estou feliz e quero passar o tempo, adivinha o que eu leio? “Perdida”. As palavras doces e carinhosas de Ian e as frases hilárias de Sofia são responsáveis por me acalmar quando quase nenhum outro livro acalma. E hoje superei meu ciúme e vim dividir esse livro sensacional com vocês.

Sofia é uma típica garota do século XXI. Completamente viciada em smartphones, ipods, computadores e toda a tecnologia que temos hoje em dia, e ela surta completamente quando seu celular cai no vaso sanitário e ela fica sem o aparelho. Ao chegar na loja para comprar um novo, ela se depara com uma vendedora um pouco estranha. Com umas frases de efeito e uns olhares inusitados, a vendedora convence Sofia a levar um novo aparelho, que segundo as expectativas, iria ser “tudo que você mais precisa”. E é andando na rua, ao tropeçar numa pedra que nunca tinha existido ali, que Sofia cai – em pleno século dezenove!

Sofia pensa em todas as explicações possíveis: uma pegadinha, um mal entendido, uma encenação teatral, mas após esgotar todas as possibilidades ela começa a entender que, aquele rapaz que desceu de um cavalo e usava roupas formais realmente estava falando a verdade e queria ajudá-la a levantar. Que aquelas construções que pareciam um castelo realmente eram casas, e que ela estava realmente perdida!

Eu sempre tive minhas desconfianças com histórias que continham viagens no tempo. Acho complicado manter um raciocínio lógico em uma história que já começa sem explicação, mas “Perdida” conseguiu me fazer superar toda e qualquer desconfiança, e me conquistou com maestria.

O tal rapaz que tentou ajudar Sofia a se levantar, como citei lá em cima, mostra-se extremamente atencioso e solícito, e Sofia logo desconfia de toda aquela boa intenção  “olha, de onde eu venho, ninguém ajuda ninguém sem querer nada em troca”, mas mal sabe ela que acabou de tropeçar no melhor cara de todos os séculos. Ian leva Sofia para casa, chama um médico (não vamos culpá-lo, afinal, a pessoa não para de falar que não é desse século) e se oferece para ajudar no que for preciso. Sofia, sem ter para onde ir e ainda sem entender o que aconteceu, aceita.

Sofia consegue errar em todas as regras da sociedade da época, teima em usar seu all star em festas, e é por sua sinceridade que ela consegue ser tão engraçada e conquistar os leitores. Ela é inteligente, ativa, e não descansa enquanto não encontra respostas pra sua situação.

Enquanto tenta se adaptar para não levantar suspeitas sobre de onde (ou quando) realmente é e ajuda no que pode na nova residência, Sofia se aproxima cada vez mais de Ian, que se mostra um amigo fiel, uma companhia engraçada e inteligente, além de tantos outros sentimentos que Sofia ignora, pois seu objetivo é outro: voltar para sua casa. O que Sofia não esperava era que justamente no século errado ela iria se encontrar…

Minha visão ficou turva pelas lágrimas e não pude ver quando sua boca me capturou num beijo desesperado. Respondi com a mesma paixão, como se minha vida dependesse daquele beijo. Ian me apertava tanto que pensei que pudesse quebrar alguma coisa dentro de mim. Era como se tentasse me segurar ali apenas com a força de seus braços. E eu queria, desesperadamente, que ele fosse capaz disso, que não me deixasse voltar, por que eu já estava em casa.

“Perdida” consegue prender o leitor em todos os sentidos: na comédia, no romance, na aventura e no mistério. Além de sua história sensacional, o livro tem uma escrita super bem trabalhada – tanto nos termos do século dezenove, quanto nas gírias de Sofia – e você se vê preso e sem querer fazer outra coisa além de chegar no próximo capítulo!

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Resenha: O Doador de Memórias, Lois Lowry

Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora – o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes.
Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz idéia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.

O Doador de Memórias é o primeiro livro de uma série escrita por Lois Lowry. A história se passa em um local chamado Comunidade, onde não há pobreza, crime, doença, medo nem dor. Todos seguem regras de conduta, cada um tem sua função na sociedade e a paz e a ordem dominam o ambiente em que Jonas vive.

Ao completar doze anos, toda criança passa pela cerimônia dos doze. Em tal cerimônia, o grupo de anciãos escolhe qual profissão a criança ocupará. Jonas é escolhido para o ofício de Recebedor de Memórias, um dos mais importantes cargos da Comunidade. Ao ter seu primeiro encontro com o Doador, o garoto começa a ver o mundo onde vive de uma forma completamente diferente.

Com uma premissa bastante atraente, O Doador de Memórias nos apresenta uma sociedade perfeita, porém, as pessoas são privadas de sentimentos e escolhas. Apesar de viverem em paz, sem fome e sem violência, os moradores do local vivem na mesmice, não mudam e, muito menos, querem mudar. São conformadas com aquela vida que seguem porque é o que foi designado a elas.

Repleto de críticas ao conformismo das pessoas, o livro mostra que nenhuma sociedade é perfeita. Chega a ser um alerta ao leitor que se conforma com tudo que está sendo-lhe dado. O Doador de Memórias abre a mente e os horizontes da pessoa que lê a jornada de Jonas. Sem sombra de dúvidas, a sociedade que nos é apresentada é a parte mais interessante da trama. Cheio de limitações, o governo, aparentemente perfeito, é tão controlador quanto um regime ditatorial.

Uma coisa que não me entrou muito bem foi a falta de sentimentos durante a narrativa, o livro não me passou nenhuma emoção ou algo do tipo. A narração mais lembra um texto informativo, tão inexpressiva quanto os membros da Comunidade, portanto o livro falha no quesito “passar qualquer sensação ao leitor”, seja ela de angústia ou de amor.

Apesar de possuir ser uma leitura rápida, a história peca nos detalhes. Não sabemos o que aconteceu para a situação chegar aonde chegou e isso me desagradou. Sei que como se trata de uma série, haverá explicações nos próximos volumes, mas eu precisava de pelo menos uma justificativa para a situação que eu estava lendo.

Um fator que pode desagradar muita gente é como as coisas acontecem. São rápidas e sem pausas. Particularmente, esse fator me agradou bastante, pois não houve tempo para a autora prolongar-se e acabar colocando fatos que não contribuiriam para a evolução da trama. O clímax é tão rápido que quando vemos já terminamos o livro. O final faz com que o leitor deseje descobrir o que vem depois, apesar de não acabar com grandes fatos.

O Doador de Memórias é um livro que deve ser lido por todos. Apesar dos seus pontos baixos, a história é recheada de uma critica social importantíssima, leva o leitor a pensar sobre o local onde vive e, além disso, questioná-lo. Isso supera qualquer defeito que o livro tenha tido. Com momentos de tirar o fôlego, a obra de Lois mostra que livros são muito mais que passatempos, livros são uma arma importante para que as pessoas possam questionar e começar a abrir os olhos para o que lhes rodeia. Muito mais do que recomendado.

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Resenha: Coração Ardente, Richelle Mead

A alquimista Sydney Sage não é mais a mesma. Criada desde criança para desprezar os vampiros, ela acabou vencendo seus preconceitos em sua última missão. Aos poucos, a garota não só criou laços de amizade com esses seres como acabou se apaixonando por um deles – o irresistível Adrian Ivashkov – e, surpreendendo até a si mesma, decidiu levar o relacionamento proibido adiante, em segredo. Tudo se complica quando Zoe, sua irmã, se junta à missão. Apesar de querer resgatar a amizade entre elas, Sydney precisa guardar seu segredo enquanto tenta fazer com que a caçula perceba como as crenças alquimistas estão equivocadas.
Enquanto isso, Adrian sofre com os fortes efeitos do espírito – um elemento mágico que, ao mesmo tempo em que lhe confere poderes, como curar as pessoas, pode levá-lo à loucura, através de alucinações e mudanças de humor extremas. Sydney é seu maior incentivo para abrir mão desses poderes e buscar uma saúde mental equilibrada, mas Adrian nem consegue imaginar como seria vê-la machucada e não poder fazer nada. Neste quarto volume da série Bloodlines, ele precisa escolher entre sua sanidade e a capacidade de ajudar a todos – especialmente aqueles que ama.

Coração Ardente é o quarto volume da série Bloodlines, spin-off da série Academia de Vampiros. As duas séries tem a autoria de Richelle Mead.

Meus princípios são de amor e de fazer as coisas com significado e compromisso.

Depois de muito tempo, Sydney Sage percebeu que a organização a qual pertencia era uma grande farsa, decidiu ir atrás de respostas e soluções para acabar com o controle dos alquimistas sobre ela e agora está em um caminho sem volta; Se vendo em uma situação complicada, ela terá que descobrir a fórmula da tatuagem que aniquila a dos alquimistas o mais rápido possível.

Nós fazemos nossa própria sorte, Sage.

Adrian tem uma missão importante a cumprir, devido a alguns acontecimentos surge à possibilidade de poder tornar o sangue de Dampiros e Morois intragável a Strigois. Se vendo em uma posição de tamanha importância, lorde Ivashkov terá que se esforçar mais do que nunca.

Enquanto o Moroi e a Alquimista vivem um romance impossível, pois os alquimistas têm um alto preconceito com essa raça de seres sobrenaturais. Totalmente apaixonados, eles terão que esconder mais do que nunca a paixão que sentem um pelo outro; Zoe, a irmã de Sydney foi inserida na missão, e a nossa alquimista terá que ter bastante cuidado para que seu romance não seja descoberto.

Pela minha experiência, o amor costuma ser uma série de desventuras malucas.

 

O amor é uma chama na escuridão. Uma brisa quente numa noite de inverno. Uma estrela que nos guia pra casa.

Depois de um final fofo em O Feitiço Azul, Coração Ardente chega para arrancar os suspiros dos amantes do romance de Sydney e Adrian. Começamos com um clima bastante calmo e apaixonante e por incrível que pareça, o livro tem na sua maior parte uma imensa carga emotiva e romântica. Mas claro que Richelle Mead não deixaria só flores para o casal, teve espinhos, mas não tanto quanto eu esperava.

Nunca aleguei ser forte diante dos seus encantos, Sage.

A narração desse volume é totalmente diferente da dos outros três. Em Coração Ardente contamos com a narração de Adrian, sendo assim, podemos ter uma visão mais ampla dos acontecimentos. Particularmente eu simplesmente amei a ideia de colocar o ponto de vista do outro protagonista, assim conhecemos o rapaz de outra forma. Já gostava dele antes e depois de ler o seu ponto de vista, comecei a ter uma enorme admiração por ele. Um romântico para ninguém colocar defeito.

Ficar triste ao ouvir Pink Floyd não me fazia entrar em depressão. Meu amor por Sydney continuava forte como sempre.

 

Essa imperfeição me levaria mais longe do que qualquer perfeição.

 

Como você foi virar a romântica e eu o pessimista?

Mais uma vez Richelle arrancou todos os meus sentimentos, me fez delirar totalmente quando fez com que um dos meus casais prediletos ficassem juntos. Depois de três livros sem muito romance, esse traz o amor na sua forma mais pura. Depois de ler diversas histórias criadas por Mead, ainda me surpreendo na forma como ela constrói o romance e faz com que ele seja ativado lentamente. Esse é um dos grandes atrativos da série. Fazer com que o leitor veja o romance crescer e evoluir, não como em alguns livros que em cem páginas os personagens já estão perdidamente apaixonados.

Já disse: esse capítulo da sua vida é passado. Não somos mais as mesmas pessoas. Estamos sempre mudando, sempre ficando melhores.

 

Não importa se é uma união de animais selvagens ou uma junção sublime de almas; ela é minha e eu sou dela.

 

A vida e a morte eram tão próximas, e oscilávamos entre elas. Mas naquela noite, vencemos a morte. Estávamos vivos e o mundo era belo. A vida era bela, e eu me recusava a desperdiçar a minha.

Para mim, este foi o melhor volume da série até agora. Apesar de não ter muitos momentos de ação, o livro compensou mostrando a relação de Adrian e Sydney vista por ambos os lados. Totalmente apaixonante e avassalador, Coração Ardente supera todas as expectativas e faz com que o leitor deseje o próximo passo da história para saber em qual rumo à jornada de Sydney e Adrian vai dá.

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Resenha: Pausa, Colleen Hoover

Destinados um ao outro, Layken e Will superaram os obstáculos que ameaçavam seu amor. Mas estão prestes a aprender, no entanto, que aquilo que os uniu pode se transformar, justamente, na razão de sua separação. O amor pode não ser o bastante.
Depois de testado por tragédias, proibições e desencontros, o relacionamento de Layken e Will enfrenta novos desafios. Talvez a poesia desse casal acabe num verão solitário… Sem direito a rimas ou ritmo. A ex-namorada de Will retorna arrependida de ter deixado o rapaz. E está disposta a tudo para reconquistá-lo. Insegura, Layken começa a ler novas reações no comportamento do rapaz. E na insistência para adiar a “primeira vez” de ambos.
Presos em uma ironia cruel do destino, eles precisam descobrir se o que sentem é verdadeiro ou fruto da extraordinária situação que os uniu. Será que é amor? Ou apenas compaixão? Layken passa a questionar a base de seu relacionamento com Will. E ele precisa provar seu amor para uma garota que parece não conseguir parar de “esculpir abóboras”. Mas quando tudo parece resolvido, o casal se depara com um desafio ainda maior – e que talvez mude não só suas vidas, mas também as vidas de todos que dependem deles.

Lá vou eu, mais uma vez, fazer uma resenha de Colleen Hoover. A mulher escreveu meu livro favorito de 2014 – Um caso perdido, resenha aqui – e o primeiro livro de uma das trilogias mais emocionantes que já tive a honra de ler: Métrica – resenha aqui – Então não posso dizer que li “Pausa” tranquila. Não mesmo! Li cheia de expectativas e com medo. Medo de me decepcionar, medo de depois de um final tão singelo e bonito em “Métrica” sentir que a continuação não faria jus a história.  Acho que todos nós quando nos apaixonamos por um livro temos esse medo em relação a sequência: que ela não vai manter o nível e vai botar tudo a perder. Mas o que posso dizer senão que Colleen Hoover é deusa e nunca me decepciona?

No segundo livro da série, começamos no lugar onde paramos. Temos Lake encarando uma difícil tarefa: a de ser mãe após a perda de sua própria mãe. As vezes penso que a autora pegou muito pesado na vida de Lake, sério! A menina perdeu o pai e menos de um ano depois, perdeu a mãe. E ainda carrega a responsabilidade de cuidar do seu irmão menor. Como que para tentar compensar tanta tristeza, Lake tem Will em sua vida: aquele rapaz maravilhoso, que além de ser todos os clichês que mocinhos literários devem ser, consegue compreender suas dores e responsabilidades, uma vez que ele tem tarefas muito semelhantes para si mesmo. Com todos os acontecimentos, termino o primeiro volume achando que Will, Lake e seus irmãos vão formar uma grande família feliz. Mas a vida de Lake não seria fácil assim, né?

Eis ai o motivo do meu segundo pé atrás com a leitura: odeio esse plot de ex-namorados(as) que retornam para perturbar a vida do casal. Acho bobagem, acho sem necessidade. Mas, como que pra provar que consegue me conquistar com qualquer história que ela invente, Colleen Hoover samba na minha cara com uma história linda e só me faz crer que eu leria qualquer coisa que ela postasse. Até mesmo sua lista de supermercado.

“Meu coração dispara no peito. Não por eu estar nervoso. Nem porque nunca a desejei tanto. Ele está disparado porque nunca tive tanta certeza de como vai ser o restante da minha vida. Essa garota é o restante da minha vida.

“Pausa” é narrado por Will e aprovei bastante essa mudança! Achei super necessária para o segundo volume. Will consegue nos conquistar sempre mais ao demonstrar sua maturidade com a situação. É bom conhecermos um pouquinho mais do seu passado durante a leitura, já que o primeiro livro foi muito mais focado em Lake. Além de todos os personagens secundários queridos que adoramos como Kel e Caulder, Eddie e Gavin, temos o aparecimento de Sherry, a nova vizinha que é providencial na vida dos meninos. É muito interessante acompanhar o crescimento de todos eles, suas reações e adaptações as surpresas que a vida os impõe. Assim como o primeiro livro, temos uma lição aprendida a cada capitulo e após finalizar a leitura as reflexões ainda ficam na sua cabeça por muito tempo.

“O amor é a coisa mais bela do mundo. Infelizmente, também é uma das coisas mais difíceis de se manter, assim como uma das mais fáceis de se desperdiçar.”

“Pausa”  consegue manter a profundidade de “Métrica” e ainda acrescenta uma pitada a mais de romance.Resumindo, gostei mais desse segundo volume do que até mesmo de “Métrica” e olha, isso não é pouco elogio!  Já no aguardo do terceiro e último volume – This Girl.

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Resenha: Lola e o Garoto da Casa ao Lado, Stephanie Perkins

A designer-revelação Lola Nolan não acredita em moda… ela acredita em trajes. Quanto mais expressiva for a roupa — mais brilhante, mais divertida, mais selvagem — melhor.

Mas apesar de o estilo de Lola ser ultrajante, ela é uma filha e amiga dedicada com grandes planos para o futuro. E tudo está muito perfeito (até mesmo com seu namorado roqueiro gostoso) até os gêmeos Bell, Calliope e Cricket, voltarem ao seu bairro.

Quando Cricket — um inventor habilidoso — sai da sombra de sua irmã gêmea e volta para a vida de Lola, ela finalmente precisa conciliar uma vida de sentimentos pelo garoto da porta ao lado.

Bom, para fazer uma resenha de Lola e o Garoto da Casa ao Lado, não tem como deixar de fora Anna e o Beijo Francês, primeiro livro de Stephanie Perkins, que li e me encantei pela história! Por conta deste livro, fui procurar mais sobre esta autora e acabei achando Lola e o Garoto da Casa ao Lado, e se eu disser que me apaixonei por Anna e o Beijo Francês, não tenho outra definição para o que eu senti lendo Lola e o Garoto da Casa ao Lado. O livro é simplesmente espetacular se você gosta de um bom romance clichê.

Lola é uma garota que desde pequena, sempre amou se vestir de forma única, e até mesmo fazer alguns de seus próprios figurinos. Singular de todas as outras pessoas de seu bairro, Lola é uma garota extrovertida, filha de pais homossexuais e estudante do último ano escolar. Lola não podia estar numa fase melhor em sua vida, com um namorado Estrela do Rock, sendo uma filha dedicada e finalizando o Ensino Médio, e tendo também uma lei ao qual segue “nunca usar a mesma roupa mais de uma vez”, tudo na vida de Lola corre perfeitamente bem, até que seu maior medo volta para assombra-la: os gêmeos Bell, Calliope e Cricket Bell.

“E não quero que ele pense que Cricket Bell significa para mim algo que não significa mais. Esse capítulo de minha vida já era.”

Com a volta dos gêmeos, e seus sentimentos mais profundos retornando, Lola vai ter que entender o que está se passando consigo mesma e também procurar o que irá fazer com sua vida, que decisões tomar, que sentimento seguir…

Perkins consegue nos prender do começo ao fim com este livro, um típico romance clichê, cheio de expectativas e decisões a serem seguidas, e também há a aparição de Anna e Étienne, protagonistas de Anna e o Beijo Francês, para matarmos um pouco a saudade desses incríveis, maravilhosos e apaixonantes personagens.

Confiram também a resenha de Anna e o Beijo Francês clicando aqui

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Resenha: Crepúsculo, Stephenie Meyer

Quando Isabella Swan se muda para a melancólica cidade de forks e conhece o misterioso e atraente Edward Cullen, sua vida dá uma guinada emocionante e apavorante. Com corpo de atleta, olhos dourados, vez hipnótica e dons sobrenaturais, Edward é ao mesmo tempo irresistível e impenetrável. Até então, ele tem conseguido ocultar sua verdadeira identidade, mas Belle está decidida a descobrir seu segredo sombrio.

Crepúsculo é o primeiro livro da série de vampiros escrita por Stephenie Meyer.

Ao se mudar para cidade de seu pai, Bella nem imaginava o que iria acontecer em sua vida. Toda mudança é difícil, principalmente para um adolescente. Quando Bella chega à pequena Forks, a garota vira o centro das conversas, ainda mais quando Edward Cullen a salva de um possível atropelamento, tornando-a o assunto da escola em que estuda.

Até hoje muitas pessoas se perguntam o porquê desse livro tão simples, ter feito um sucesso estrondoso no mundo editorial. Crepúsculo no geral é um livro simples, não tem grandes mistérios nem muitos momentos de ação. O grande charme do livro é o romance, e Stephenie conseguiu atrair milhões de leitores ao redor do mundo com uma história que narra à jornada de uma garota que se apaixona por um vampiro, com isso vem o dilema de que ela não pode ficar com o garoto por qual é perdidamente apaixonada porque ele pode querer matá-la a qualquer momento. Acreditem ou não,mas foi isso que atraiu boa parte dos leitores da série.

A trama do livro fica longe de ser algo totalmente fantástico ou espetacular, mas fica longe de ser ruim também. É uma história simples e comum, só que envolve seres fantásticos como vampiros e lobisomens. Mas Meyer soube utilizar os artifícios que tinha em mãos e tornou a história de Bella e Edward envolvente, a forma como ela colocou o romance entre os dois é espantosa. A tensão de desejo entre eles chega a ser inebriante.

Com uma narrativa totalmente diferente e ao mesmo tempo simples, Stephenie Meyer consegue passar as emoções da narradora para o leitor. É impossível você não ficar com aqueles sentimentos sombrios e depressivos que a protagonista sente. Isso me impressionou muito. Nunca tinha visto uma autora conseguir fazer o leitor sentir na pele as dores e os sentimentos do personagem.

Como nem tudo sempre é bom, o grande erro de Crepúsculo é os personagens. Começamos com Bella, a protagonista. A garota não foi convincente em momento algum, não conseguiu me conquistar em momento algum. Totalmente vazia de carisma, Bella é cheia de dúvidas e inseguranças. Mas vejo que isso foi outro grande fator para atrair uma parcela de leitores da série. A maioria das adolescentes também é assim, cheias de dúvidas e inseguranças, então é uma coisa que se pode relevar.

Outro deslize enorme do livro é a forma como Stephenie colocou os acontecimentos no decorrer da trama. Os acontecimentos a meu ver foram totalmente previsíveis e não me trouxeram nenhum tipo de espanto ou sentimento do tipo. Por ser um livro sobre vampiros, que são umas das raças fantásticas mais tenebrosas, esperava que houvesse uma coisa mais densa e profunda. Infelizmente, falhou.

Crepúsculo é um livro bom, a leitura ocorre de forma ágil e é um bom passatempo para uma tarde chuvosa de sábado. De arrancar suspiros dos leitores que gostam do gênero, o livro cumpre sua meta de ser um romance voltado para adolescentes que gostam de paixões perigosas e impossíveis.

Uma coisa que eu gostaria de ressaltar é o trabalho com as capas dessa série. São simples mas ao mesmo tempo tão impactantes e chamativas, em minha opinião, Crepúsculo é a série com as melhores capas.

Resenhas

Resenha: Correr ou Morrer, James Dashner

Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho. Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam “A Clareira”, um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar – chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo. Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr… correr muito.

Correr ou Morrer é o primeiro volume da saga Maze Runner, do autor James Dashner.

Lembre.

Corra.

Sobreviva.

Ao acordar em uma caixa, Thomas lembra apenas seu nome. Mas ele não acorda apenas em uma caixa, ele acorda em uma caixa que dá para um local totalmente misterioso. Um local denominado clareira. Quando a caixa abre, ele é recebido por um grupo de garotos totalmente desconhecidos e descobre que existe um labirinto no local.

É assim que começamos Correr ou Morrer, repleto de mistério e perguntas, o livro tem um começo totalmente interessante e envolvente, esses foram os fatores que me fizeram querer ler o livro. Certo dia estava eu na livraria olhando aquela sessão que fica bem escondida e eis que me aparece Correr ou Morrer, peguei, sentei e comecei. Fiquei totalmente absorto com o que tinha lido. Desejei desesperadamente esse livro até que minha mãe comprou e me deu de natal. Então, como ia viajar, o levei para a viagem. E eis aqui minhas impressões sobre o livro.

Sabe aquele livro que o começo é extremamente bom e depois vai ficando repetitivo e enrolado? Esse é o caso de Correr ou Morrer. As primeiras páginas são viciantes, é impossível largar ele, mas com o passar de mais páginas as coisas desandaram totalmente, pelo menos para mim. Não que a história fique chata ou coisa do tipo, mas é que a história não anda, só dá voltas e mais voltas. A forma como Dashner desenvolveu a história neste livro realmente não me agradou. Ele tinha uma infinidade de artifícios que poderia ter introduzido de uma forma incrível na trama, mas decidiu bater na mesma tecla.

A trama começou a engrenar depois da chegada de Teresa à Clareira. Ou seja, quase na metade do livro. Mas quando ela chegou, uma série de acontecimentos foram desencadeados e a história tomou um impulso impressionante e angustiante – angustiante no sentido de você querer respostas –, e depois de tais acontecimentos o livro mostrou para o que veio.

Os personagens, ah os personagens, tão característicos e peculiares. São um show a parte. Destaque claro, para Thomas, o “herói” da história. Ele não é aquele protagonista que já chega mandando em tudo, muito menos badass. Com o passar do tempo ele vai conquistando seu espaço e seu respeito entre os clareanos. É um protagonista que cresce com os acontecimentos e devido a sua necessidade.

Uma coisa que me chamou bastante atenção foi algumas palavras usadas pelos garotos. Palavras totalmente novas que caíram muito bem no contexto da história. Pontinho para Maze Runner.

Não querendo me prolongar mais, Correr ou Morrer, em si, é um livro bom, apesar de seus defeitos. Não vou falar que cumpriu todas as minhas expectativas, mas cumpriu boa parte delas. O final é totalmente de tirar o fôlego e de deixar o leitor ansioso para saber o que vai acontecer na próxima parte da saga de Thomas e os clareanos.

CRUEL é bom.

Deixo aqui meus parabéns pelo capricho da V&R com a edição deste livro. Diagramação impecável e o belíssimo trabalho na capa deixam o livro ainda mais valorizado. Continuem fazendo edições maravilhosas assim.

Resenhas

Resenha: Morra por mim, Amy Plum

Depois que seus pais morrem em um acidente de carro, Kate e sua irmã, Georgia, vão morar com os avós em Paris. Enquanto Georgia encontra na balada a cura para sua tristeza, Kate é mais introspectiva e se recusa a sair e se divertir, até resolver ir para um café com seus livros para tomar um pouco de sol. Ela conhece Vincent, um belo e misterioso garoto parisiense. Ao se relacionar com o menino e descobrir sua história, Kate tem que escolher entre deixar sua paixão de lado e seguir a vida em segurança, e assumir seus sentimentos e toda a complicação que seria namorar alguém imortal e com inimigos, e mudar para sempre sua vida.
“Eu sabia que existia algo diferente em Vincent. Eu tinha sentido isso, mesmo antes de ver sua foto no obituário. Era algo distante de mim, e muito obscuro para eu conseguir entender. Então eu ignorei. Mas agora vou descobrir quem ele é.”

Li “Morra por mim” dentro de um ônibus engarrafado. Sim, esse foi o nível: em uma sentada eu terminei. Agora me perguntem como: com essa narrativa maravilhosa, sinopse misteriosa e uma forte identificação com a personagem principal. “Morra por mim” foi uma dessas leituras arrebatadoras, que te deixam completamente imerso na história e ansiando pelo capitulo seguinte.

Logo no começo, conhecemos a história de Kate, uma americana de 16 anos, que juntamente com sua irmã mais velha, se muda para a casa dos avós na França, após a trágica morte dos seus pais nos Estados Unidos. Enquanto sua irmã Georgia enfrenta o luto não parando em casa e saindo para todas as festas, Kate fica trancafiada dentro do quarto, lendo um livro atrás do outro, com o único objetivo de não se apegar a mais ninguém e perdê-los de novo. Com a insistente preocupação dos seus avós para ela sair de casa e conhecer pessoas, Kate passa a sair com seus livros na bolsa e sentar em cafés tranquilos para lê-los sem ter que ficar lidando com as interrupções e sermões de sua família sobre a importância de socializar.

E é em um desses cafés que um belo dia, Kate conhece Vincent. Ou melhor, ela vê Vincent, e desde então, o visualiza em todos os lugares. Vincent é o mocinho clássico, um gentleman, inteligente e altruísta, mas o que me ganhou em Vincent foi a sua ironia! Ele é engraçado e divertido e tenta conquistar Kate sem revelar muito sobre seu passado para tentar protege-la de toda a sua história. Como se costume, não vou revelar aqui os mistérios de Vincent, porque acho que quem solta spoiler deveria arder no mármore do inferno, maaaas adianto que na resenha da continuação desse livro, “Até que eu morra” falarei bastante sobre o passado, a família e a história de Vincent.

A relação entre Kate e Vincent logo conquista todos os leitores: sarcásticos e extremamente fofos, não tem como não torcer pelo casal ou como não compreender suas angústias. Ao contrário de muitas mocinhas literárias, Kate me conquistou por não ser cheia de frescuras e indecisões. Ela tem seus valores, tem seus medos e seu passado – que por ser trágico, lhe traz uma desconfiança nas pessoas e uma descrença na vida e em finais felizes, mas tudo muito justificado. Kate não se deixa enrolar, quando tem uma dúvida na cabeça, pesquisa até o fim, invade casas e bibliotecas, faz tudo que for preciso para “resolver” sua situação, e olha, como isso faz falta nessas literaturas com: mocinhas românticas x moreno alto sensual x luta do bem e do mal! Ter uma personagem forte, que mesmo com todos os pesares não é burra, não é enrolada e não é passiva, nos estimula a continuar a leitura e pensar “poxa, eu faria a mesma coisa que ela!”

Outro fator positivo é o histórico: a história se passa em Paris, e é muito minuciosa e detalhada acerca dos pontos turísticos e sua importância histórica, o que fez aumentar (ainda mais) minha vontade de conhecer o lugar. Ao relatar a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, temos a impressão que a autora de fato estudou profundamente os assuntos e temos aquele fundo de veracidade maravilhoso para o desenrolar da história.

Como que para colocar uma cereja no bolo, o livro tem a capa mais linda da minha estante, além de páginas super bem trabalhadas!

Recomendo demais a leitura de “Morra por mim”, livro que li há um tempão mas quis guardá-lo só pra mim durante mais tempo antes de vir compartilhar aqui com vocês. A continuação “Até que eu morra” já está nas lojas e o terceiro e último livro da saga “If I Should Die” ainda não foi lançado no Brasil – estou no aguardo!!