Categorias

Resenhas

Resenhas

Resenha: Cartas de Henry, Ana Clara Medeiros

Henry é um menino depressivo e sem esperanças na vida, filho de pais ausentes e irmão de um garotinho vítima do câncer. Quando percebe que vai desabar, sua amiga de infância e primeiro amor, Louise, sempre o ajuda, todavia o destino os prega uma peça e o preço a pagar por isto será bastante alto. Em meio a novas experiências como faculdade, garotas, drogas e distúrbios mentais, o jovem deverá encontrar motivos para continuar a sobreviver, lutando contra seus demônios internos e falta de crenças.

O fruto de uma amizade. Seria essa a explicação para o livro. O cultivo de uma relação que a qualquer momento poderia se dissolver. “Cartas de Henry” desperta o mais antigo sentimento. Um livro que traduz o sentido de se amar. Não de forma comum, ou muito menos clichê. A obra é profunda. Ela emana realidade.

Capa: Cartas de Henry

Um breve resumo: Louise e Henry são grandes amigos, vivenciaram um pedaço da infância, o início da adolescência e o decorrer dela juntos em uma cidadezinha do Rio Grande do Sul. Eis que o ensino médio acaba e a hora de abrir as portas da faculdade chegou. É graças a ela que eles se separam. Louise, singela e doce, abandona o frio gaúcho pelo calor carioca, Henry, peculiar e acovardado, permanece onde deveria estar. Um obstáculo entre os grandes amigos é imposto: a distância. Uma palavra simples e sem problemas na pronúncia. Uma palavra que destruiria qualquer ser humano. Por aí tudo correria bem, eles iriam se despedir e um dia se veriam novamente. Mas essa não é mais uma das histórias que estamos costumados a ler. Ela é bruta. No meio de Henry e Louise encontra-se o medo. O medo do nosso eu lírico. Henry sempre amou sua melhor amiga, sempre a desejou… mas o temor do que poderia acontecer o impediu de pronunciar isso. Trocar olhares era fácil, fazer carinho era simples, mas falar parecia impossível. Desse modo ocorreu a separação. Sem nunca dizer uma palavra sobre o que sentia. Sem informar a Louise que a amava da melhor forma possível. O único meio que ele encontrou para exalar todo esse fardo foi escrevendo, colocando tudo no papel. Henry escreveu cartas. Elas eram endereçadas para Louise, falavam sobre ela. Falava sobre eles. Mas as cartas nunca seriam enviadas por Henry. Junto ao seu quadro mental abalado graças à perda, ainda lhe restavam pais ausentes e um irmão com sérios problemas de saúde. A partir do dia em que Louise embarcaria em um avião tudo iria mudar. Pessoas apareceriam em sua biografia. Pessoas evaporariam desta. A vida de Henry foi literalmente do céu ao inferno.

Muitos poderiam comparar a obra com o livro “As Vantagens de ser Invisível” (1999), de Stephen Chbosky. Essa comparação seria justa, pois ambos retratam a adolescência, isso é certo. Os dois livros são “pesados” e ao mesmo tempo leves. Mas o que difere “Cartas de Henry” de “As Vantagens de ser Invisível” é justamente o modo como o primeiro é interpretado e exposto. O segundo nos expõe Charlie e seus problemas. O primeiro retrata Henry, seus problemas, e uma coisa que é essencial em grandes livros: a escolha. Em cada página de “Cartas de Henry” o poder da escolha é dado ao leitor. Ele interpretaria da melhor forma que o coubesse. Comecei essa resenha com a frase: “Eu sinto um infinito por ela.” Foi proposital. A palavra “infinito” hoje está muito ligada com a história do garoto Charlie. A frase mais famosa do livro de Stephen é: “E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos”. Seria engraçado se não fosse trágico. Posso ir de encontro a muitos fãs, mas “As vantagens de ser invisível” não consegue obter o grau emocional que “Cartas de Henry” conseguiu para mim. A linguagem usada pela autora é totalmente diferente da de Chbosky. Ela emprega um nível altíssimo no enredo, e o mesmo é divergente com a vida de Charlie e suas vantagens de ser invisível. Por fim, eles se diferenciam de forma clara e ampla. As cartas são um detalhe em comum… apenas isso.

Um ponto forte em “Cartas de Henry” é o linguajar poético. A autora, Ana Clara Medeiros, impregnou cada trecho de sua obra-prima com a mais pura poesia. Não é um romance cansativo. Algo que se lê duas ou três páginas e deseja largar. Pelo contrário, graças à escrita em camadas o leitor começa uma viagem sem escalas. Entre tantas frases uma me chamou mais atenção. Entre tantas poesias embutidas eu escolhi a que transparece o significado da obra:

Amo-a em cada centímetro do meu corpo, a respiro por mais que quilômetros nos separem, a amo como acho lindo o jeito que ela sorri ao me ver sendo alguém melhor e faria de tudo para tê-la de volta”.

O mais belo em tudo isso é o resgate da verdadeira literatura nacional. “Cartas de Henry” é a personificação do ultrarromantismo que outrora fora os pilares da nossa literatura. Entre as linhas escritas por Ana Clara Medeiros senti o ar de amor platônico que muitas vezes se destacara nas obras de Álvares de Azevedo. Nas palavras de Henry pude relembrar Casimiro de Abreu. É a renovação por meio do antigo. Devo destacar que o tom mórbido usado na segunda geração do Romantismo é inexistente na obra de Ana Clara, o que ficou presente foi a essência de amar sem esperar algo em troca. Amar por amar, e assim afundar em um abismo profundo.

Atualmente nosso cenário literário está recheado de novos escritores. Mas em sua maioria são autores de histórias fantásticas ou relatos históricos. A criadora de Henry e Louise foi além. Descartou as opções mais fáceis. Ignorou o atual. A senhorita Medeiros navegou em um mar que há anos não recebia uma nova embarcação. O que seria um “neorromantismo” brasileiro encontra-se escasso. Hoje uma nova peça foi concebida para o mesmo. “Cartas de Henry” lembrou-me de várias músicas e sonetos. Entre elas está “Pétala”, música composta pelo cantor de música popular brasileira, Djavan. Em sua letra está realçado: “…Por ser exato, o amor não cabe em si…”. Uma frase que ajudaria o leitor a compreender essa gigantesca história. Por mais que se tente, o amor, nunca será explicado inteiramente. Por mais que se deseje… é algo que nos intrigará. Mas ao ler as cartas do jovem que tanto sofria pude compreender um pouco do que se tratava essa “coisa” (coisa sim, do modo que Durkheim definiu os abstratos e reais). Interpretar da forma simples o que se parece mais complexo. Guardar quando preciso. Expor quando for a hora certa. Pensar além.

O ápice de “Cartas de Henry” é sua complexidade. Em seu romance de estreia, Ana Clara Medeiros mostra que é veterana. Passa de promessa para realidade. Por meio de cata-ventos azuis e gestos simples se aprende a dar valor. Nas palavras da autora:

Dar valor é querer todos os dias a mesma pessoa do seu lado, é temer perdê-la como quem teme na hora  da morte. Dar valor é entregar-se tão profundamente a alguém que a protegemos com unhas, dentes e com o que mais der. Valor é amor na língua dos cegos.”

É uma obra singular. Montada cuidadosamente e recheada de surpresas. Em cada capítulo pode-se sentir a agonia de Henry. A saudade que a tantos incomoda. A cada carta os laços se estreitam. A cada palavra o enredo toma vida. Henry, Louise e tantos outros vivem. São tão reais como qualquer ser humano. O poder da literatura está adornado em cada paragrafo. Todo jovem, adulto ou criança deve uma vez na vida ler as palavras do forte e sonhador jovem e com elas redescobrir o seu íntimo.   

Assista ao book trailer de “Cartas de Henry”:

https://www.youtube.com/watch?v=Azcy53o8l70

 

Resenhas

Resenha: Caveira Vermelha Encarnado, Greg Pak & Mirko Colak

Em 1923 quando a República de Weimar mergulha no caos e o Partido Nazista ascende ao poder na Alemanha, um órfão chamado Johann Schmidt atinge a maturidade. O jovem que vai se tornar o Caveira Vermelha luta para sobreviver – e triunfar – num mundo mergulhado no colapso econômico, crise política e violência implacável, até ganhar a afeição de um lojista amigável e sua filha. No entanto, conseguirá um garoto que abraçou a brutal supremacia do poder evitar seu terrível destino?

Caveira Vermelha Encarnado é uma HQ que aborda a infância de Johann Schmidt, uma infância delinquente com chances de redenção sempre ignoradas. Infelizmente não vemos o momento em que sua aparência se transforma através de uma máscara de caveira vermelha dada a Schmidt pelo próprio Hitler, mas tudo que constrói o psicológico e a frieza do personagem estão presentes na história.

Escrito por Greg Pak e desenhado por Mirko Colak, temos uma grande combinação de talentos, Mirko trabalha muito bem com contraste e sombras, conseguindo emitir a tensão através de sua arte, Greg Pak não deixa pontas soltas, entrelaçando fatos históricos à história do personagem com perfeição, cada capítulo remete a um momento sociopolítico importante na Alemanha.

Em 1923, Johann Schmidt e seu amigo Deiter moram em um lar para crianças rebeldes, administrado por um mal humorado simpatizante do partido nazista. Quando um cachorro surge no lar fugindo da carrocinha, Deiter demonstra seu lado bondoso, escondendo-o, Schmidt repreende seu amigo, mas mantém-se quieto para não chamar atenção, seria a sensibilidade uma das faces de Johann? Possivelmente, mas seu lado frio logo a sobrepõe. Quando acontece o Putsch Bierhalle, a tentativa de golpe do Partido Nazista juntamente com seu líder Adolf Hitler, Johann corre para ver a marcha, deparando-se com a polícia alvejando vários membros do Partido Nazista, e consegue pôr as mãos em uma pistola que foi derrubada por um dos atingidos, apontando-a para o malvado administrador do lar, que consegue desarmá-lo, obrigando Schmidt a fugir escondendo-se na multidão, avistando a carrocinha que sempre passa em frente ao lar, ele entra nela desesperado para despistar o administrador. O motorista reconhecendo o garoto fica surpreso ao vê-lo e, mais ainda, ao ouvir o seu pedido: “Ensine-me a matar”.

No canil acontecem vários episódios traumáticos na vida de Johann, o administrador do canil mata um cachorro na frente dele e o pede para fazer o mesmo com um filhotinho, mas ele se nega, então o perverso administrador joga o pequeno cãozinho em uma gaiola cheia de cães raivosos que atacam o filhote impiedosamente. Schimdt, em um ato desesperado, entra lá para tentar salvar o filhote, lutando com os cachorros maiores até matá-los, mas já era tarde demais, o filhote já estava desfalecido em suas mãos, por mais que tentasse salvá-lo. Com suas últimas forças, o filhote o morde antes de morrer. Esse acontecimento marca uma mudança profunda na natureza do personagem, a bondade que restava em seu coração se esvai, dando lugar à frieza e à indiferença com a vida.

A HQ é um ótimo exemplo de como deve ser construído o passado de um vilão, explicando como se formam alguns traços de sua personalidade através da sua infância traumática e do seu passado sofrido. Também nos é apresentada com clareza a ascensão de Johann Schmidt ao Partido Nazista, se tornando a mão direita de Adolf Hitler. Essa é uma leitura muito recomendada para quem gosta de ir a fundo na história dos personagens. Porém, sentimos falta de referências ao universo Marvel e seus personagens, como o Barão Zemo e o Barão Wolfgang von Strucker, este, um dos líderes fundadores da Hidra, uma organização subversiva cuja ambição é a dominação global.

Resenhas

Resenha: Diário da Seleção, Kiera Cass

Baseado na série de maior sucesso da Seguinte, este diário traz uma atividade para cada dia do ano. Com design especial, o Diário propõe que as fãs reflitam sobre o universo da série, escrevam sobre si mesmas, imaginem o que fariam caso fossem rainhas, criem desenhos, elaborem listas… e depois compartilhem tudo com as amigas! A partir de uma iniciativa inédita da editora, em outubro as leitoras brasileiras da Kiera Cass terão acesso a um diário oficial da série, o presente perfeito de final de ano.

O número de fãs da história criada por Kieira Cass “A Seleção” só faz aumentar e isso não passou despercebido pela Editora Seguinte. Após o fim[que não é fim de verdade, já que vão A Herdeira] da trilogia (A Seleção, A Elite, A Escolhida), o lançamento do livro de contos (O Príncipe e O Guarda), a editora lançou um livro totalmente interativo e voltado para o leitor, nascendo assim o Diário da Seleção.

Com o objetivo de aproximar cada vez mais os leitores de seus personagens, o livro (que veja bem, não é bem um livro) é um compilado de informações para você preencher sobre suas partes preferidas, alguns detalhes de vestidos, flores e coroas das escolhidas, tendo atividades divertidas para todos os dias do ano e você pode preenchê-lo na ordem cronológica ou de forma aleatória (tem até umas bolinhas na margem pra você escrever em que data você fez isso. Mais diário impossível, né?

O livro é extremamente caprichado: desde a capa até cada detalhe das páginas com a temática do universo de Kiera, a editora está de parabéns! Mas vai um aviso: ele contém spoilers da trilogia, então nada de folhear sem querer antes de terminar de ler a série completa. Vamos às fotos?

foto 1 (2)foto 2 (2) foto 2 (3) foto 3 (1)
DSC02004 DSC02002
Confesso que a proposta do livro é um pouco infantil pra minha idade, mas tenho certeza que muitas adolescentes gostaram e tiveram seus livros preenchidos e recheados das citações preferidas. Pra quem se interessou, a Companhia das Letras divulgou um booktrailer do livro muito bom:

 

Obs. Se você não conhece a trilogia, ela é recomendadíssima, e a resenha está aqui

Resenhas

Resenha: Sombras Prateadas, Richelle Mead

Sydney Sage arriscou tudo. Ainda infiltrada na organização, trabalhava contra os alquimistas e vivia um romance secreto com o vampiro Adrian Ivashkov. Qualquer deslize poderia trazer tudo por água abaixo, e foi exatamente o que aconteceu: sua própria irmã descobriu seu relacionamento proibido e a denunciou, fazendo com que Sydney fosse capturada pelos seus pares e mandada para a terrível reeducação. Cercada de inimigos e sem saber onde estava ou como sairia dali, Sydney luta para manter sua identidade, sua capacidade de pensar por si mesma e, principalmente, a esperança de que encontrará Adrian novamente.

Sombras Prateadas é o quinto e penúltimo volume da série Bloodlines, spin-off de Academia de Vampiros. Tem autoria de Richelle Mead.

Eu nunca leria um livro de novo. Esse último pensamento particularmente me atingiu forte hoje, porque tanto quanto sonhar acordada com Adrian me carregava através dessas horas escuras, eu teria matado para ter algo tão banal quanto um romance qualquer para ler.

HELP! Que livro foi esse?! Sim, eu já estava preparado para o que estava para vir, mas foi tudo tão absurdamente impressionante que não acreditei que as coisas iriam ficar críticas assim. Começamos com o nosso amado casal debilitado, separado, sem poder se comunicar e ai… Meu coração não aguenta! Sydney e Adrian são um dos meus casais prediletos da ficção e um carma os persegue e não conseguem ter um momento de paz! Mead, isso não se faz!

Esse de longe, foi o melhor tomo da série. Não querendo desmerecer os anteriores, porém, este teve de tudo e mais um pouco. Ação, luta, mistério e é claro, muito romance. Desde Coração Ardente, temos a visão do Adrian, ou seja, podemos ver os dois lados do relacionamento central da história e eu fiquei imensamente grato por ter o prazer de conhecer mais a mente de um dos melhores personagens literários sobre o qual já li. Além de trazer uma experiência fantástica, traz um sofrimento enorme. Vemos as dores, as dificuldades e os problemas de uma pessoa tão debilitada e carente de amor e para mim, isso traz um brilho extra para a jornada de Bloodlines.

Centrum permanebit. As palavras latinas brincaram na minha mente, fortalecendo-me. Traduzido, elas significavam “O centro vai permanecer” e eram um verso de um poema que Adrian e eu tínhamos lido. Nós somos o centro agora, pensei. E eu e ele iremos permanecer, não importa o quê.

Apesar de tudo o que foi dito anteriormente, a verdadeira estrela deste volume foram os alquimistas. Não, isso não é nada bom, porém, eles tiveram um imenso destaque. Tivemos a oportunidade de ver como essa organização é e age. Me assustei bastante em relação a isso, pois eu imaginava que eles eram cruéis, mas não ao ponto do que vemos durante toda a narrativa. Acho que eles dariam um ótimo governo distópico…

Bem, os personagens continuaram amáveis e até então não tive aborrecimento com nenhum. Gostei bastante da presença da Rose – apesar de ter sido em pouquíssimas partes -, e curti bastante os novos que apareceram, mas que logo sumiram.

Enfim, Sombras Prateadas excedeu minhas expectativas me deixando ainda mais ansioso para último volume da série. Se você ainda não leu Bloodlines, corre na livraria mais próxima e compra porque vale muito a pena!
E como considerações finais: editora Seguinte deu um show na edição como de costume!

Ela era a garota. Aquela que mudou tudo. Aquela que me mudou.

Crédito imagem de capa (x)

Livros, Resenhas

Resenha: Garoto Encontra Garoto, David Levithan

Nesta mais que uma comédia romântica, Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola… E, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah!

Garoto Encontra Garoto é um romance escrito por David Levithan.

Paul é um garoto gay que cursa o ensino médio em uma escola meio fora do normal (?). Um colégio onde um quarterback é uma drag queen e, olhem só, há um clube que é uma Aliança entre gays e héteros, onde ensinam os garotos a dançar.

Ok, até aí, tudo bem. Sendo que, certo dia, Paul encontra um garoto chamado Noah e aí começa uma história de amor e amizade.

AI MEU DEUS! Quem acompanha o site há um tempo, viu o quanto fui pego de surpresa por Will&Will e logo após a leitura de tal, já ansiava por algo do gênero escrito por Levithan. Eis que, assim que a Galera Record comunicou que ia publicar, ele já estava na minha lista. O livro saiu, passou mais de meses e tcharam, vim ler agora e, óbvio, passar minha impressão para vocês.

Tem como não amar o Levithan? O cara escreve histórias sobre pessoas normais em situações normais mas, claro, com toda aquela paixão que arranca suspiros e me faz sentir vivo. É como se apaixonar. Sentir borboletas na barriga e ai… Não tinha se passado nenhum capítulo inteiro e eu já estava delirando e sonhando, pensando em como tudo se desenrolaria e querendo saber quais rumos a história de Paul iria tomar.

A história é basicamente um romance clichê, porém, há momentos na vida que é preciso de um clichê como este. Geralmente, romances/dramas adolescentes são sempre aqueles temas bem batidos dos quais já sei todos os passos que os protagonistas vão tomar, neste, apesar de saber como iria acabar, não esperava as atitudes, situações e momentos que iriam levar ao desfecho. E isso foi uma grande surpresa, porque além de ser surpreendido, também fiquei extasiado com os fatos que aconteceram.

Os personagens… Ah, os personagens! Tão humanos, tão únicos, tão peculiares, tão amáveis. Outra característica que eu gosto bastante na escrita do David é a construção do elenco de suas tramas. Eles são bem elaborados e ficam longe de estereótipos. Isso é algo que deve ser levado em conta, pois é muito difícil ver personagens bem construídos e únicos. Não preciso nem falar da escrita e da narrativa, né? Levithan dá um show único! Com uma prosa totalmente fluida, é impossível deixar de lado a vida de Paul. O mundo literário precisa de mais autores como David Levithan.

Eu só tenho a falar que se você ainda não conhece o trabalho deste autor, dê uma chance. Vale a pena. Garoto Encontra Garoto me surpreendeu mais do que eu esperava, foi lindo e também foi uma lição. Levithan prometeu, fez e cumpriu com êxito. Não vejo a hora de ler outra obra do autor.

Resenhas

Resenha: Marvels, Kurt Busiek & Alex Ross

Numa cidade onde um homem em chamas caminha pelas ruas, justiceiros em fantasias coloridas sobem pelas paredes e alienígenas de pele prateada vindos de outro mundo trazem o presságio de uma destruição mundial, descubra como é ser um homem comum testemunhando o nascimento do Universo Marvel. Retorne aos primórdios da Era dos Heróis e mergulhe em um mundo repleto de MARAVILHAS.

Marvels aborda várias historias já conhecidas pelo público, porém o que mais se diferencia nessa HQ é a arte e a forma de contar as histórias que se passam do ponto de vista de um fotógrafo, Phil Sheldon, um homem comum, sem poderes ou habilidades.

Escrita por Kurt Busiek e desenhada por Alex Ross é, diga-se de passagem, um trabalho que beira a perfeição, de longe uma das melhores artes já feitas em HQs. Alex Ross trabalha com hiper-realismo, algo incomum em HQs, mas com um resultado incrível.

A historia toda se passa em Nova York, começando em 1939, Phil o fotógrafo jornalístico, quer cobrir a segunda guerra mundial, que é onde supostamente a ação está, mas logo com o surgimento de seres poderosos como o Tocha Humana e Namor ele desiste, afinal ambos estavam apavorando a população, e por serem intrigantes, captam a atenção de Phil. Durante os eventos em NY também vemos jornais com manchetes sobre o Capitão América e Bucky Barnes destruindo os Nazistas na Europa e um dos acontecimentos mais importantes dessa etapa se desenrola durante a batalha entre Namor e o Tocha Humana. Enquanto se confrontam, Phil Sheldon decide se aproximar o máximo possível para fotografar a batalha frenética, então o Tocha humana empurra Namor em uma parede de tijolos logo acima de Phil, que é atingido no olho e passa o resto da HQ com um tapa olho, o que lembra o nosso estimado Nick Fury. Também temos várias referencias a outros heróis durante a HQ, uma em especial é a de Danny Ketch, o terceiro Motoqueiro Fantasma, ainda garoto e simples entregador de jornais que um dia irá se tornar uma caveira em chamas que trará agonia às almas perversas.

Com o passar das décadas vemos a população temerosa e raivosa com o surgimento dos mutantes, então temos cenas do povo caçando mutantes com medo de serem atacados pelos “Homo Superior”, os problemas pessoais de Sheldon também surgem dando mais humanidade ao personagem, além de presenciarmos fatos memoráveis, como a invasão de Galactus, o casamento de Reed Richards e Susan Storm e o famoso fim de Gwen Stacy pelas mãos do Duende Verde.

Marvels é com certeza uma das melhores HQs da Marvel, não só pela qualidade artística e literária, mas pela visão do autor, que conseguiu com sucesso desenvolver um novo ponto de vista nas histórias da Marvel. Em uma única linha de tempo vemos Phil Sheldon casar, envelhecer e ter suas filhas ao mesmo tempo em que o mundo é constantemente ameaçado e constantemente salvo pelas “maravilhas”, como diria o próprio Phil Sheldon.

Resenhas

Resenha: Procura-se um Marido, Carina Rissi

Alicia sabe curtir a vida. Já viajou o mundo, é inconsequente, adora uma balada e é louca pelo avô, um rico empresário, dono de um patrimônio incalculável e sua única família. Após a morte do avô, ela vê sua vida ruir com a abertura do testamento. Vô Narciso a excluiu da herança, alegando que a neta não tem maturidade suficiente para assumir seu império – a não ser, é claro, que esteja devidamente casada. Alicia se recusa a casar, está muito bem solteira e assim pretende permanecer. Então, decide burlar o testamento com um plano maluco e audacioso, colocando um anúncio no jornal em busca de um marido de aluguel. Diversos candidatos respondem ao anúncio, mas apenas um deles será capaz de fazer o coração de Alicia bater mais rápido, transformando sua vida de maneiras que ela jamais imaginou. Cheio de humor, aventura, paixão e emoções intensas, Procura-se um marido vai fisgar você até a última linha.

Quando comprei “Procura-se um marido”, eu já sabia que seria um bom livro. Não só pelas críticas, mas por se tratar da Carina Rissi. Eu sempre gostei muito do trabalho da autora. Em “Perdida” e “Encontrada” ela conseguiu algo que poucos autores conseguem comigo: me fazer ir adiante em uma história que envolve passado/futuro e viagens no tempo. Com “Procura-se um marido” tive a oportunidade de conhecer o trabalho da Carina no mundo real, nos dias de hoje e, olha, ela não me decepcionou!

Conhecemos a história de Alicia, uma jovem extremamente mimada que, após perdeu os pais quando jovem, mora com o avô – um velhinho fofo e podre de rico – que sempre fez de tudo para que sua neta apreciasse o valor das coisas que importam na vida: do amor, do trabalho, da ética e do certo e errado. Posso dizer que ele falhou miseravelmente: Alicia se tornou uma jovem que só quer saber de viagens e festas,  que não quer trabalhar, e que gasta dinheiro como se não houvesse amanhã. Embora seja visível a relação próxima e de admiração e amor que Alicia tem com seu avô, ela não consegue entender como um empresário poderoso vive a filosofia do “amor é a coisa mais importante na vida”.

Quando seu avô morre, Alicia se vê sem chão. Não apenas por perder a sua única família, mas também pela surpresa: ao abrir o testamento, seu avô não deixou nada pra ela. Nadinha. Ele alegou que sua neta era muito imatura para dirigir seu patrimônio, e que ela só poderia tomar posse de tudo que é seu por direito após um ano de casada. Alicia, criatura extremamente feminista e audaciosa, acha um absurdo. Diz não a essa condição e passa a ter que trabalhar pra viver.

Uma observação pra Alicia: lendo assim, pode parecer que Alicia é uma protagonista detestável e mimada, mas ela não é! Ela é mimada? Sim, mas de um jeito muito engraçado. Ela não é má, nem arrogante. Ela apenas cresceu sem a noção de dinheiro. Alicia é extremamente bondosa, mas isso não a impede de ter todas as características que protagonistas deveriam ter: ela não engole sapos, não sai por baixo na situação. Ela responde, fala palavrão, luta pelo que é seu e se atrapalha um pouco fazendo tudo isso.

E contrariando todos os filmes que mostram que “trabalhar pra viver valeu a pena, eu consigo me sustentar”, Alicia não consegue. Ela vê com os próprios olhos como os funcionários de uma grande empresa tem seus direitos cortados por besteiras, como um incentivo aos trabalhadores faz toda a diferença na produção, e como seu (pequeno) salário não dá pra bancar nem o tanque de gasolina do seu antigo carro. Então, qual a solução a não ser se casar? É então que ela tem a brilhante ideia: colocar no jornal um anúncio de casamento especial – ela quer um marido, pelo tempo provisório de um ano, sem relações íntimas, emocionais ou sexuais, onde ambas as partes estejam cientes da data de inicio e fim – e então ela encontra Max.

Max é um empresário da empresa do seu avô, que para conseguir o cargo desejado, precisa de uma esposa para parecer “estável” e então aceita de cara a proposta de Alicia. Super pragmático e certinho, Max vê sua vida virada do avesso quando passa a morar com Alicia, ela desorganiza tudo: sua sala, seus horários e seu coração. <3

– Obrigada. Tenho medo de perder, por exemplo. Estou cansada de perder as pessoas que amo – respondi sinceramente, sem saber por que fiz aquilo. Algo no rosto dele me instigava abrir a boca e despejar a primeira coisa que surgisse em minha cabeça.

E eu sei que a partir desse momento você vai dizer: “Rafa, é meio óbvio o que vai acontecer”, mas acredite, Carina Rissi consegue nos surpreender! Eu fiquei muito ansiosa lendo esse livro, brigava com Max, e na outra página lá estava eu, apaixonada por ele de novo. Eu achava que sabia quem era do bem, quem era o ambicioso, mas lá estava eu, errada de novo. E eu achava qual seria o final perfeito pra Alicia e Max, e lá estava eu, me surpreendendo pela escrita da autora, de novo. “Procura-se um marido” é um livro extremamente engraçado e doce, que recomendo para todo mundo.

A cálida ternura que eu sentia por ele ganhou proporções gigantescas naquele momento, até que se tornou insuportável e achei que eu fosse explodir em um milhão de cores.

A edição é muito bem feita e acho a capa maravilhosa! Resumindo: leitura aprovada e com nota máxima! Pra quem se interessou, a Carina Rissi vai estar em turnê do seu novo livro “No mundo da Luna” em várias capitais! Já aguardo ansiosa pra conhecê-la em Salvador!

Resenhas

Resenha: Perfeitos, Scott Westerfeld

Tally finalmente é perfeita. Agora seu rosto está lindo, as roupas são maravilhosas e ela é muito popular. Mas por trás de tanta diversão – festas que nunca terminam, luxo e tecnologia, e muita liberdade – há uma incômoda sensação de que algo importante está errado.

Então Tally recebe uma mensagem, vinda do seu passado, que a faz se lembrar qual é o problema na sua vida perfeita. Agora ela precisará esquecer o que sabe ou lutar para sobreviver – as autoridades não pretendem deixar que alguém espalhe esse tipo de informação.

Perfeitos é o segundo volume da série Feios, escrita por Scott Westerfeld.

Então, depois de muito, mas muito tempo, li a continuação do maravilhoso Feios. Confesso que estava bem ansioso para esse tomo da jornada de Tally, mas como se diz, nunca vá ao pote com tanta sede. Quanta decepção que eu tive com esse livro…

Tudo bem, tinha tudo para ser perfeito como o título, mas Westerfeld acabou perdendo o fôlego do primeiro volume. Sim, a premissa deste estava ótima. Esperava uma Tally como símbolo de uma “rebelião”, mas o que vi foi uma garota estúpida, sim, estou usando este adjetivo porque não vejo outro melhor para a protagonista. Mas aí, a garotinha encontra a cura para as lesões e mesmo assim fica com os mesmos sentimentos fúteis e isso, para mim, foi inaceitável.

Como falei anteriormente, tinha tudo para ser bom. As decisões que Westerfeld tomou para os diversos rumos da história não me agradaram nem um pouco, tanto quanto as personalidades dos personagens. Outra coisa que não me agradou foram os acontecimentos do clímax e do final. Isso foi o maior deslize e burrice que vi um personagem fazer. Não tem como aceitar.

Bem, o romance, ah, o romance… Até agora estou me perguntando o que diabos deu para Scott Westerfeld ter colocado aquela relação do Zane com a Tally. O pior, a garota ainda menospreza David, sua paixão na fumaça. Já vi várias personagens prepotentes, mas Youngblood se supera…

Enfim, não sei falar o quanto estou decepcionado com os rumos que a jornada escrita por Westerfeld tomou, porém, como sou teimoso, vou ler Especiais para saber como a história termina e assim ter uma opinião melhor sobre toda a jornada. Nunca se sabe o que pode ser explicado em último livro. Por hora, vou dar um tempo nessa trilogia que me arrancou sorrisos em sua primeira parte e me deixou bravo na segunda. Quem sabe eu não apareça fazendo elogios rasgados ao fechamento? Pode ocorrer também de a decepção aumentar ainda mais, se é que isso é possível.

Você pode ler a resenha de Feios clicando aqui.

Resenhas

Resenha: Em Janeiro, Caio Bersot

Os protagonistas de Em Janeiro poderiam ser jovens normais. Isso se não tivessem de lidar com segredos guardados por anos, relacionamentos perigosos e um brutal assassinato. Assim, esses sete jovens amigos, que mal terminaram a escola, precisarão fazer escolhas que podem mudar suas vidas de vez: lidar com os traumas do passado ou negar para sempre um grande amor? Permanecer tranquilo com a família ou arriscar a própria vida por um romance? Viver numa casa detestável ou trilhar caminhos estreitos para fugir dela? Com suas vidas entrelaçadas por um passado obscuro, eles terão de encontrar respostas que os libertem das correntes que ainda os prendem.

Em Janeiro foi o tipo de livro que me deixou com uma pulga atrás da orelha desde que assisti ao trailer e li sua sinopse. Aliás, o título já havia me intrigado bastante.

O livro de Bersot conta a história de sete adolescentes centrais, que vivem no Rio de Janeiro e estão aprendendo a lidar com suas próprias vidas. Aprendendo a tomar decisões sozinhos, com seus acertos, erros, triunfos e derrotas. Mas a vida deles não é, nem de longe, normal. Suicídios, assassinatos, traições, alcoolismo, depressão… Tudo parece assolar suas realidades de uma só vez.

Seus enredos se entrelaçam e se soltam com uma maestria inigualável, e que me deixou, como leitor, confuso inúmeras vezes e ansioso pelas próximas páginas. É praticamente impossível pegar o livro para ler aos poucos, mas acabei tendo de fazer isso porque o tempo não me permitiu ler tudo de uma só vez.

Adolescentes sentem uma necessidade imensa de se sentirem infinitos. E para isso, eles tentam de tudo. Em Em Janeiro nós vemos isso retratado da maneira mais bruta, humana e precária, sem máscaras, sem a fantasia na qual os livros não ficcionais são embalados ao irem para as prateleiras.

Não pude deixar de perceber a semelhança notável dessa obra com Morte Súbita, de J.K. Rowling, que também retrata humanos sendo… humanos. Nada além disso.

A mensagem que Caio Bersot passa de que a juventude é algo totalmente efêmero e que, para morrer, basta estar vivo, serve de lição de vida para muitos casos que vemos nos dias de hoje, seja nos noticiários ou nas redes sociais, onde jovens maximizam seus sofrimentos mínimos, conjugando-os com dramas desnecessários, pela exclusiva necessidade de se sentirem vivos. Parece até que estamos vivendo a geração romântica do mal do século. Mas nada disso é necessário para ser vivo ou aproveitar a vida. E, no livro de Caio, as personagens aprendem isso da maneira mais brutal possível. Achei incrível o sangue frio do autor para acabar com alguns personagens que eu considerava tanto (Lúcio e Rosemeire </3). Exemplo de que vida de leitor que shippa casais em livros não é fácil, também.

Outro ponto bastante explorado é a superação. Quando adolescentes perdem um amor, se descabelam, quase se matam achando que nunca mais encontrarão ninguém na vida… Mas tudo é passageiro, até mesmo a vida. Nada é permanente, e o ponto final pode vir em um estalar de dedos. Superação, idas e vindas são uma parte fundamental da nossa formação humana e emocional, uma parte essencial do nosso amadurecimento.

Não existe uma maneira de eu introduzir vocês à história sem dar nenhum spoiler, porque ela já começa mostrando para que veio. Nada de brincadeiras, nada de rodeios desnecessários.

O livro não é leve, muito pelo contrário. Sua densidade vai muito além dos números de páginas e por este motivo, recomendo Em Janeiro para todos os adolescentes. Leitura obrigatória para estes seres dramáticos que culpam seus hormônios pelos humores bipolares. Leiam e aprendam lições valiosíssimas de vida. E guardem o nome de Caio Bersot, porque o cara é promissor!

Saiba mais sobre o livro (clicando aqui) e baixe-o (clicando aqui).

https://www.youtube.com/watch?v=oQsqP3F8Km0

 

 

 

 

Resenhas

Resenha: Psicose, Roberth Bloch

Psicose, o clássico de Robert Bloch, foi publicado originalmente em 1959, livremente inspirado no caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. O protagonista Norman Bates, assim como Gein, era um assassino solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora, construiu um santuário para ela em um quarto e se vestia com roupas femininas. Em Psicose, sem edição no Brasil há 50 anos, Bloch antecipou e prenunciou a explosão do fenômeno serial killer do final dos anos 1980 e começo dos 1990. O livro, assim com o filme de Hitchcock, tornou-se um ícone do horror, inspirando um número sem fim de imitações inferiores, assim como a criação de Bloch, o esquizofrênico violento e travestido Bate tornou-se um arquétipo do horror incorporado à cultura pop.

Psicose é um suspense escrito por Robert Bloch.

Em um hotel na beira de uma rodovia, uma mulher se hospeda para passar a noite. Até então, é bem acolhida, mas sua estada por lá não dura muito. A hóspede acaba sendo assassinada e aí vários segredos do hotel e da jovem morta começam a ser descobertos.

É bem difícil resenhar um livro como Psicose. Bem, para quem não sabe, existe um clássico do cinema que é inspirado na obra de Bloch. O filme tem o mesmo nome e conta com a direção do mestre Hitchcock. Como vi a adaptação há um tempão, não me lembrava mais de muitas coisas e fui surpreendido (novamente!). Confesso que, o início é bem chatinho, porém quando fui avançando e adentrando mais no mistério, fiquei totalmente enrolado na teia que Robert criou. Sério, a apreensão tomou conta! Não tem como não ficar absorto na trama.

O modo como vai se desenrolando, que as descobertas são feitas, que os pontos se ligam e principalmente quando estamos próximos de desvendar o grande mistério que envolve os Bates. É o tipo de narrativa que evolui, e o autor, que começa tímido, vai se mostrando voraz com o decorrer de sua narrativa. Isso é tão bom, pois me pegou de surpresa quando as coisas explodiram e só lendo para saber o quão impressionante é!

Se você já assistiu ao filme, sabe que Norman Bates, o protagonista e gerente/dono do hotel, é um dos personagens mais complexos e – diga-se de passagem – bem construídos da história. Sua personalidade misteriosa chega a ser insana! O homem é simplesmente uma caixinha de surpresa que vai se abrindo durante as páginas. Gostei bastante da relação dele com sua mãe. O tema que envolve os dois é bem elaborado e a forma como Bloch tratou, a meticulosidade de todo o assunto, foi incrível.

Não tenho nem palavras que exprimam completamente minha opinião sobre esta obra! É fantástica! Não foi à toa que um grande cineasta tenha usado o livro como inspiração para um filme magistral. Não é todo dia que o mundo literário é agraciado com uma história como esta. Precisamos de mais autores com a genialidade de Robert Bloch! Além de possuir tudo isto, ainda fui agraciado com uma edição fantástica. DarkSide com as melhores edições, sempre!