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Resenha: O Círculo Rubi, Richelle Mead

É com muita honra e tristeza que hoje venho com a resenha de O Círculo Rubi, sexto e último livro da série Bloodlines, spin-off da saga Academia de Vampiros.

Então, como estarei falando sobre o final de uma série ou seja terá spoilers dos livros anteriores, sintam-se avisados.

Depois de conseguir sair da reeducação, Sydney parece está longe de se livrar dos problemas. Mesmo estando casada com o amor de sua vida, o Moroi Adrian, tudo segue de mal ao pior na vida das pessoas próximas ao casal. Eles só poderão ter a tão sonhada paz quando resgatarem Jill, a irmã da Rainha Moroi.

Quem acompanha o site, sabe o quanto eu sou apaixonado por Academia de Vampiros e Bloodlines. As duas séries possuem uma riqueza inestimável tanto no quesito de história quanto no de personagens. Creio eu que, ambas sagas são uma das únicas que eu gosto de todo o elenco. Sem exceção. Eu amo a vida que Mead dá à eles e a forma como ela cria os relacionamentos é sensacional. Eu já havia morrido de amores com o romance intenso de Rose e Dimitri, com Adrian e Sydney a coisa foi mais forte porque era um amor proibido e o que seria de mim sem essas histórias de paixões impossíveis? Quando eu comecei a ler Bloodlines, já conhecia bem o Adrian e a Sydney, mas com o decorrer dos livros, percebi que eles eram além daquilo que imaginei. Sydney tirou a máscara de durona e mostrou o quão sensível era. Já Adrian rasgou todos os panos que cobriam seus sentimentos e mostrou toda as suas qualidades. Tudo isso em seis livros, seis tomos que foram incríveis e apaixonantes.

Agora falando em O Círculo Rubi: o que se esperar de quando não se sabe o que lhe aguarda?
Sei que a frase deve ter parecido meio confusa, mas a verdade é que eu não sabia o que esperar desse livro. Mesmo a série não tendo grandes mistérios, ela também não é clichê. Quando terminei Sombras Prateadas, fiquei ansioso e triste por saber que estava perto do fim da história de Adrian e Sydney, porém, não tinha especulações sobre o que teria acontecido com Jill. Então comecei Círculo Rubi apenas na expectativa de que ele me deixasse todo derretido de amores com o romance principal. O livro cumpriu com êxito esse quesito. (Se forem contar o tanto de vezes que eu falei “awwwwww” na leitura de Coração Ardente, Sombras Prateadas e O Círculo Rubi, daria o número que eu gostaria de ter na minha conta bancária.)
Já em relação à conclusão das lacunas deixadas abertas nos volumes anteriores, foram condizentes e satisfatórias.
Existe uma coisa nesse livro que achei bem intrigante foi o fato de uma das tramas paralelas ter sido explicadas de forma superficial e, assim, dando ganchos para possíveis futuras séries. (Espero que isso se concretize!!)

Enfim gente, O Círculo Rubi fecha com congratulações uma das melhores séries de romance sobrenatural que eu já li. Se você ainda não leu Bloodlines, corre na livraria mais próxima e adquira! Adrian e Sydney, já estou morrendo de saudades de vocês.

Menções honrosas: Editora Seguinte, muitíssimo obrigado por traduzir essa série, não apenas traduzir, mas também publicá-la com edições extraordinárias. A experiência de leitura e de ansiedade na espera dos volumes não teria sido as mesma sem vocês. Mais uma vez, um grande obrigado!

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Resenha: O retorno de Izabel, J.A. Redmerski

Determinada a levar o mesmo estilo de vida do assassino que a libertou do cativeiro, Sarai resolve sair sozinha em missão, com o propósito de matar o sádico e corrupto empresário Arthur Hamburg. No entanto, sem habilidades nem treinamento, os acontecimentos passam muito longe de sair como o planejado. Em perigo, Sarai nem acredita quando Victor Faust aparece para salvá-la — de novo. Apesar de irritado pelas atitudes inconsequentes dela, ele logo percebe que a garota não vai desistir de seus objetivos. Então não há outra opção para ele a não ser treiná-la. Com tamanha proximidade, para eles é impossível resistir à atração explosiva. Nem Victor nem Sarai podem disfarçar o que sentem, ou negar o desejo que os une. No entanto, depois de tantos anos de sofrimento e tantas cicatrizes emocionais, será que eles conseguirão lidar com um sentimento como amor? Só que Sarai — novamente na pele de Izabel Seyfried — ainda terá que passar por um último teste; um teste para provar se conseguirá viver ao lado de Victor, mas que, ao mesmo tempo, poderá fazê-la questionar os próprios sentimentos e tudo que sabe sobre esse homem.

Atenção! Este texto contém spoilers do livro #1 A Morte de Sarai

Foi com muita surpresa que recebi “O Retorno de Izabel” este mês. Não esperava uma continuação em tão pouco tempo, mas isso só demonstra que muitos outros leitores, assim como eu, estavam ansiosos pra saber o que acontece na história de Victor e Sarai. Calma, não tá lembrando? Vem relembrar tudo que aconteceu na nossa resenha do primeiro livro da série Na Companhia de AssassinosA Morte de Sarai (AQUI).

Após terminar o primeiro livro da saga de forma tensa e com as coisas meio no ar, J.A. Redmerski aposta novamente no suspense. Nossa história agora começa um pouco depois de Sarai ser deixada por Victor em uma nova cidade para tentar levar uma vida normal. Se sentindo abandonada pelo homem que ela não consegue esquecer, Sarai encontra dificuldades para conseguir ser uma jovem normal e passar despercebida. E vamos combinar, como ser uma pessoa normal após sair de anos de cativeiro? Como esquecer tudo que passou e tudo que viu de uma hora pra outra?

“Acho que a vingança sempre encontra um caminho, mesmo nos gestos mais insignificantes.”

É com esse pensamento que encontramos nossa heroína novamente. E são nesses argumentos que eu me agarro para tentar entender as ações de Sarai no inicio da leitura. Após conseguir se firmar e até construir relações com vizinhos, amigos e até um namorado maravilhoso, Sarai decide simplesmente ir atrás do assassino Arthur Hamburg, em busca da sua vingança. Ok Sarai, você pode estar revoltada e toda trabalhada no rancor, mas como uma jovem sem nenhum treinamento ou experiência pretende matar um importante empresário infiltrado na máfia??? Miga, melhore!

Esses momentos me deixam muito irritada em uma leitura. Você sabe que a mocinha está indo diretamente pra maior roubada da sua vida, e é previsível tudo que vai acontecer e todos os erros que ela vai cometer. E ela vai lá e comete! Aqui foi o momento em que fui de agonia e irritação com a mocinha para a empolgação: Victor volta para salvá-la, e com ele o maior plot twist da leitura, deixando quase impossível o leitor desgrudar desse livro.

É importante ressaltar que Victor não volta sozinho. Com ele, chegam Fredrik e Niklas, personagens secundários que conseguem roubar a cena mesmo com toda a trama centrada em Sarai. Estou muito ansiosa pra conhecer um pouco mais da história de Fredrik (que está no próximo livro! Yay!) e de Niklas (o irmão ora malvado, ora maravilhoso de Victor) que até hoje não me decidi se é um cara de confiança ou não, e devo continuar nessa dúvida por mais tempo, o livro de Niklas é o quinto e último da série!

Victor percebe que é impossível fazer essa menina desistir de sua ideia suicida de vingança e decide então treinar nossa mocinha, para que ela pelo menos tenha uma chance diante de tudo que pretende enfrentar. E é ai que temos de volta a explosiva interação entre os dois e fica difícil não imaginar o que está por vir…

“Parece que fomos feitos um para o outro, como duas peças de um quebra-cabeça que de início parecem não se encaixar, mas que se adaptam perfeitamente quando vistas pelo mais improvável dos ângulos.”

O livro continua com sua narrativa compartilhada (um capítulo de Victor e outro de Sarai) o que nos traz a enorme vantagem de compreender cada ação e pensamento do personagem. A Suma de Letras está (novamente) de parabéns pela edição e pela capa maravilhosa! Já estou ansiosa pelo terceiro e próximo livro da série “O cisne e o chacal“! Leitura recomendada!

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Resenha: Justiceiro Max – Mercenário, Jason Aaron & Steve Dillon

“Os planos de Wilson Fisk funcionaram e ele agora é de fato o Rei do Crime. Mas isso o mantém na mira de Frank Castle, um risco que o Rei não está disposto a correr por muito tempo. Para se livrar do Justiceiro, Fisk contrata o assassino mais letal que o mundo já conheceu. Embora seus métodos pareçam pouco ortodoxos, até mesmo insanos, dizem que ele jamais falhou em matar seu alvo. Ninguém sabe qual é seu nome, todos o chamam apenas de Mercenário.”

Frank Castle teve sua família brutalmente assassinada em uma troca de tiros entre gangsteres, retornando das cinzas como o Justiceiro. Castle então, decide vingar-se dos criminosos, executando-os violentamente, mas não para por ai, ele segue fazendo justiça com as próprias mãos, matando incontáveis bandidos e deixando vários com o pé na cova.

O Roteiro escrito por Jason Aaron é repleto de cenas agressivas e sangrentas, condizendo com o personagem que é conhecido por ser extremamente brutal, recorrendo a tortura e execuções para conseguir atingir o seu principal alvo e isso é muito bem abordado na história. A arte desenhada por Steve Dillon, o mesmo responsável pelos contornos da HQ “Mercenário – Anatomia de um Assassino”, é caracterizada por traços suaves e um contraste leve, sempre capturando bem a essência dos personagens.

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O Mercenário foi contratado pelo Rei do Crime para matar o Justiceiro, mas não será tão fácil como imagina, Castle prova-se um alvo difícil de ser eliminado, então, o assassino inicia um processo para entrar na mente do Justiceiro e assim prever os seus passos, recorrendo inúmeras vezes a métodos cruéis para recriar as experiências de seu alvo e sentir-se em sua pele para enfim executá-lo.

Do outro lado, percebendo que se tornou o novo alvo de um assassino mortal, o Justiceiro prepara-se para confrontar seu caçador e o Rei do Crime. Com todos os seus esconderijos sendo destruídos e cada vez mais próximo de ser capturado, Frank Castle está preparado para tudo, o anti-herói tortura, persegue e executa qualquer um que tenha informação sobre o paradeiro de seus inimigos, assim Mercenário e Justiceiro irão enfim se encontrar para uma batalha sangrenta, que decidirá quem vive e quem morre.

“Justiceiro Max – Mercenário” é uma das HQs mais violentas da Marvel, por se tratar do Justiceiro não chega a ser surpresa, mas ao juntar este com o Mercenário temos uma combinação que faz as páginas sangrarem, a expectativa criada a cada decisão tomada por ambos os personagens transformam o final em algo sensacional. Um roteiro bem elaborado e com cenas memoráveis, algo digno de o Justiceiro, um dos poucos personagens que fazem a faixa etária das HQs fazer sentido.

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Resenha: Objetos Cortantes, Gillian Flynn

Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago (EUA), Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida.

Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri (EUA), oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã, praticamente uma desconhecida. Mas, sem recursos para se hospedar na cidade, é obrigada a ficar na casa da família e lidar com todas as reminiscências de seu passado.

Entrevistando velhos conhecidos e recém-chegados a fim de aprofundar as investigações e elaborar sua matéria, a jornalista relembra a infância e a adolescência conturbadas e aos poucos desvenda os segredos de sua família, quase tão macabros quanto as cicatrizes sob suas roupas.

Objetos Cortantes, primeiro romance de Gillian Flynn, apresenta todo o talento da autora em conduzir tramas misteriosas e destrinchar a mente humana da maneira mais brutal possível. Cheio de reviravoltas, constrói personagens incríveis e é impossível parar de ler depois que iniciamos.

A narrativa, em primeira pessoa, nos apresenta Camille Preaker, uma repórter de um jornal em Chicago que recebe a missão de investigar em Wind Gap, sua cidade natal, um caso de assassinato e, mais recentemente, o desaparecimento de garotinhas. Mas voltar para casa significa voltar para o centro de sua dor, pois foi justamente nesse local que Camille viveu suas experiências mais traumatizantes e o que não faltam são fantasmas e marcas desse passado perturbador para lembrá-la.

“Eu estou aqui, falei, e essas palavras pareceram chocantemente reconfortantes. Quando entro em pânico eu as digo a mim mesma em voz alta. Eu estou aqui. Não costumo sentir que estou.”

O que encontramos com sua chegada é uma cidade perturbada pelos acontecimentos recentes. Camille busca a ajuda da polícia, que se recusa a colaborar com a imprensa. Enquanto isso, a cidade enche-se de fofocas e muitos querem fazer parte daquilo para ter seu nome aparecendo no jornal. A investigação nos permite conhecer as relações que permeiam a cidade. Intercalamos com o passado da jornalista e logo podemos começar a supor o que vem acontecendo. Vários suspeitos são apresentados e não temos a menor ideia se devemos ou não confiar em alguém. Afinal, essa não é uma trama onde existe pessoas totalmente boas ou totalmente más. Isso fica bem claro. Todos os personagens são bem reais e complexos.

Além da investigação, o outro foco da história é o relacionamento de Camille com sua família. Logo de cara fica evidente o quão desestruturada essa casa é. A mãe, Adora, parece abominar tudo que a filha mais velha faz. Entre as duas paira a morte da irmã de Camille, que era adorada pela mãe. Alan, o padrasto, parece ser uma pessoa pacífica e alheia a tudo que acontece. Já a meia irmã de Camille, Amma, é a nova princesinha da casa e assim é tratada, tendo todas as suas vontades atendidas.

“Sempre me senti triste pela garota que eu era, porque nunca me ocorrera que minha mãe poderia me consolar. Ela nunca me disse que me amava, e nunca supus que sim. Ela cuidava de mim. Ela me administrava.”

Usando esses ingredientes, Gillian Flynn cria uma história arrebatadora. Objetos Cortantes não é apenas um livro investigativo. Aqui, mergulhamos na mente humana, em sua parte mais obscura e complexa. Com temas polêmicos e diálogos extraordinários, é psicologicamente perturbador. Em cada página entendemos o peso que a protagonista carrega nas costas, que a fez recorrer à automutilação como mecanismo de escape.

O final, claro, não poderia ser menos que surpreendente. Se você gosta de suspenses psicológicos, a leitura está mais que indicada. Sendo esse o primeiro livro da autora e o primeiro contato que tive com uma obra dela, agora é praticamente impossível não ler o restante de suas narrativas.

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Resenha: Inferno, Dan Brown

No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado em uma das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história – O Inferno, de Dante Alighieri. Numa corrida contra o tempo, Langdon luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o arrasta para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo o sombrio poema de Dante, Langdon mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.

Inferno é o quarto livro de Dan Brown com o simbologista Robert Langdon à frente e, assim como os outros, traz uma trama bem amarrada e cheia de reviravoltas. A fórmula é a mesma que vemos em Anjos e Demônios, O Código da Vinci e O Símbolo Perdido. Portanto, se você não gostou desses livros citados, não encontrará algo muito diferente nessa nova história.

Dessa vez, o professor de Harvard acorda desmemoriado em um hospital e logo sofre um atentado contra sua vida. A partir daí, ele conta com a ajuda da Dra. Sienna Brooks para decifrar um enigma que envolve um objeto encontrado no seu paletó e o poema épico escrito por Dante Alighieri: A Divina Comédia.

“Os lugares mais sombrios do Inferno são reservados àqueles que se mantiveram neutros em tempos de crise moral.”

A principal característica da narrativa de Brown, e o que particularmente mais me agrada nela, é seu ritmo frenético e a estrutura da trama.  Como um quebra-cabeça, as peças vão sendo encaixadas e novos enigmas estão sempre surgindo. Nenhuma informação é dada antes da hora. Isso impulsiona o leitor de maneira ímpar e garante uma leitura bem rápida. Sem falar que o final sempre guarda pelo menos uma grande revelação de tirar o fôlego. Nunca sabemos em quem confiar.

As descrições de obras de arte e monumentos, assim como os fatos históricos, também são fatores que me agradam bastante nos livros desse autor. Conseguimos mentalizar muito bem o ambiente descrito, tornando tudo mais vívido e realista. Além disso, sempre existe a possibilidade de pesquisar o que está sendo mostrado, garantindo uma maior interatividade com o livro (nunca li nenhuma história de Dan Brown sem pesquisar no Google imagens dos locais e obras citadas). Mesmo assim, é compreensível que algumas pessoas achem tais descrições extensas demais, a ponto de “quebrar” o ritmo de leitura. Outro ponto negativo pode ser o fato de Dan utilizar a mesma fórmula, meio que roteirizada, em todos os seus livros (para mim isso não tem tanta influência).

No geral, a única coisa que me desagradou foi parte da explicação para alguns acontecimentos (que infelizmente não posso colocar aqui – seria um grande spoiler). Esperava algo mais elaborado. Mesmo assim, é um problema pequeno comparado à obra completa. Apenas uma questão de preferência.

Inferno cumpre seu dever de casa e garante uma excelente leitura. Promove uma boa reflexão sobre assuntos atuais (envolvendo ciência e o futuro da humanidade), possui cenários magníficos e nos permite conhecer mais a fundo a vida e a obra de Dante Alighieri, assim como sua influência, que perdura até hoje. Se você gosta de thrillers de conspiração, esse livro é perfeito.

– Portões do Paraíso? Mas eles não ficam… no Céu?

– Na verdade – disse Langdon, abrindo um sorriso de ironia e se encaminhando para a porta – se você souber onde procurar, Florença é o Céu.

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Resenha: O Teste, Joelle Charbonneau

O Teste – No dia de formatura de Malencia ‘Cia’ Vale e dos jovens da Colônia Cinco Lagos, tudo o que ela consegue imaginar – e esperar – é ser escolhida para O Teste, um programa elaborado pela Comunidade das Nações Unificadas, que seleciona os melhores e mais brilhantes recém-formados para que se tornem líderes na demorada reconstrução do mundo pós-guerra. Ela sabe que é um caminho árduo, mas existe pouca informação a respeito dessa seleção. Então, ela é finalmente escolhida e seu pai, que também havia participado da seleção, se mostra preocupado. Desconfiada de seu futuro, ela corajosamente segue para longe dos amigos e da família, talvez para sempre. O perigo e o terror a aguardam.

Será que uma jovem é capaz de enfrentar um governo que a escolheu para se defender?

Oi gente, eu sei que ando meio sumido com as resenhas por aqui, mas não tá fácil, enfim… Hoje eu vim falar com vocês sobre O Teste, uma distopia que foi lançada pela editora Única. Eu não vou falar sobre a história porque estou com medo de dar spoiler e meio que afastar vocês do livro, então fiquem com a sinopse acima.

Vamos lá comentar um pouco sobre a história da Malencia.

Quem me conhece ou acompanha o grupo do Beco no Viber, sabe o quão louco sou por distopias. Eu já li mais de 20 e realmente posso dizer que já vi tudo o que o gênero possa oferecer. Em O Teste, nos deparamos com diversas situações já vistas em outras histórias. Uma garota que é convocada para algo do governo e acaba descobrindo que a sociedade em que vive não é o que ela imaginou. Isso te lembrou algo, não é? Então, Charbonneau apesar de apresentar algo que der um tom de originalidade em sua obra, acabou utilizando muitos, muitos artifícios já utilizados, o que acabou deixando o livro não tão legal.

Além de não trazer nada de novo, os personagens não são nem um pouco cativantes. É difícil se apegar à eles, sentir algo por eles. E tudo isso misturado com uma narrativa não tão cativante, acabou acarretando uma leitura arrastada e cansativa do livro. Juro pra vocês que tentei ver algo de bom na obra em si. Mas a única coisa que ressalto com louvor, é a edição da editora Única. O livro tem folhas grossas, é bem diagramado e possui um trabalho visual de dar inveja. Outra coisa que gosto de destacar é a preocupação da Única com o leitor, além de possuir uma edição ótima, ainda colocaram um marcador de páginas do livro na orelha. Eu admiro muito esse cuidado com o cliente.

Enfim, O Teste vale a pena pela curiosidade e pela experiência. Espero que o segundo volume eleve o patamar deste. Estarei no aguardo para que Joelle Charbonneau me surpreenda.

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Resenha: A Escolha, Nicholas Sparks

“Às vezes, as pessoas não têm noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem”

Travis Parker possui tudo o que um homem poderia ter: a profissão que desejava, amigos leais, e uma linda casa beira-mar na pequena cidade de Beaufort, Carolina do Norte. Com uma vida boa, seus relacionamentos amorosos são apenas passageiros e para ele, isso é o suficiente. Até o dia em que sua nova vizinha, Gabby, aparece na porta.
Apesar de suas tentativas de ser gentil, a ruiva atraente parece ter raiva dele. Ainda sim, Travis não consegue evitar se engraçar com Gabby e seus esforços persistentes o levam a uma jornada que ninguém poderia prever.
Abrangendo os anos agitados do primeiro amor, casamento e família, A Escolha nos faz confrontar a questão mais cruel de todas: Até onde você iria manter o amor de sua vida?

Este não foi, nem de perto, o primeiro livro de Nicholas Sparks que peguei para ler. É sempre bom pegar um de seus livros para ler pois ele faz jus à fama que tem no quesito de “livros que te fazem chorar baldes d’água”. Obviamente, peguei uns lencinhos e me preparei psicologicamente para as lágrimas que deveriam aparecer no decorrer dessa leitura.

O livro é contado em terceira pessoa, de modo que temos a visão dos dois personagens principais: Travis e Gabby.

Gabby é uma assistente médica que trabalha incansavelmente numa clínica pediátrica. Ela muda-se de Savannah na companhia de sua cadela Molly para Beautford, uma pequena cidade do interior, para ficar mais perto de seu namorado perfeito, porém enrolado, Kevin. Tirando o fato de que ele vinha se esquivando há quase cinco anos de um evidente matrimônio, Gabby ficou feliz em poder estar ao lado dele e achava que, dessa forma, o relacionamento poderia atingir um novo patamar.
Já Kevin não tinha os mesmos planos. Era o tipo de cara que não pensava muito no futuro, e estava mais interessado em seu trabalho com seu pai, no ramo comercial.
Dessa forma, Gabby foi se sentindo cada vez mais sozinha nessa nova cidade, afinal, não tinha ali mais nada que ela conhecesse e pudesse passar o tempo, além de sua cadela Molly. Até que ela percebe que a cadela vem agindo de forma estranha, começa a ganhar peso e bom… ela estava grávida, algo que deixou Gabby extremamente furiosa. Tão furiosa que, sem nem pensar, ela toma a decisão de atravessar o gramado e a cerca que divide seu terreno com o de Travis, dono de Moby, um cachorro que ela havia visto rondando por ali e acreditava ter engravidado sua cadela, para tirar satisfações e fazer com que ele arque com a sua parte na responsabilidade do que houve.

Travis é vizinho de Gabby. Um solteirão bonito e apaixonado por esportes radicais. Todos os seus amigos de infância se casaram, formaram família e esperam que ele faça o mesmo.
Ele gostava de levar uma vida livre e radical. Até queria formar uma família algum dia, mas isso não era algo em que ele pensasse muito… até a noite em que Gabby atravessa seu gramado acusando Moby, seu cachorro, de ter engravidado a sua cadela.
Ela chega como um furacão. Num momento de extrema loucura e abalada por tantos problemas na cabeça, Gabby faz um escândalo por acreditar que o cachorro dele tinha algo a ver com o incidente com sua cadela.

Mas a partir daí, o rumo de suas vidas muda completamente.

A atração foi instantânea. Travis não teve como se defender, mas de alguma forma, ela tomou seu coração com todo aquele jeito louco e meio impulsivo. Ele tentou se desculpar, mas Gabby não permitiu que ele falasse de maneira nenhuma.
No dia seguinte, ela levou sua cadela numa clínica e, para seu espanto, Travis era o veterinário. E para piorar sua situação, apesar de Molly estar grávida, Moby não podia ser o pai, pois ele era castrado.
Depois de muito se desculpar por suas gafes, os dois acabam se tornando amigos. Em um final de semana em que Kevin não estava na cidade, Gabby aceitou um convite de Travis para um passeio de barco com ele e seus amigos, como forma de esquecerem o que houve anteriormente. E embora fique bastante claro que os dois não se parecem em nada, é inevitável que eles se apaixonem durante o tempo que passaram juntos.

Então Gabby precisa decidir se continua com Kevin que, apesar de se esquivar do matrimonio que ela tanto deseja, ela já o conhece e sabe como ele é, ou se deve abandoná-lo para ficar com Travis, que tem um jeito muito diferente do dela.

A essa altura da história, pensei que essa era a tal escolha a que se refere o título do livro e, para falar a verdade, fiquei bem desanimada, pois achei que o restante da história era só “encheção de linguiça”, pois se a história é sobre os dois, é óbvio que ela escolheria o Travis e fim do romance, certo?

Bem, eu estava enganada. Não sobre Gabby escolher Travis, pois isso realmente acontece, como já era de se esperar. Mas a tal escolha não era essa.
Considero Nicholas Sparks um bom autor, ele sabe como envolver e tem uma narrativa muito gostosa de se ler, mas ele não seria quem é se não introduzisse em suas histórias uma boa dose de drama ou tragédias.

Depois de alguns anos de casamento e duas lindas filhas, Gabby vai trabalhar no hospital da cidade e se depara com o caso de um senhor cuja esposa está em coma há alguns anos e acompanha o sofrimento do homem, e como todo o seu amor e devoção a esposa acabaram se tornando ressentimento devido ao seu quadro clínico que nunca mudara. Esse caso deixou Gabby tão chocada que ela chega a ter uma séria conversa com Travis exigindo que, caso ela se encontrasse nas mesmas condições, e seu quadro não mudasse em 3 meses, ele deveria prometer que desligaria os aparelhos e a deixaria morrer.

E como um bom clichê, isso realmente acontece. Gabby sofre um acidente e está há 3 meses em coma, sem sinais de melhora. Travis se vê obrigado a tomar uma decisão. Mas como prosseguir? Honrar com sua promessa e realizar o pedido de sua esposa? Permitir que ela morra e o deixe sozinho, junto de suas duas filhas? Impedir que ela parta, ignorando sua promessa e o testamento (que o obriga, por lei, a seguir o que foi escrito) deixado por ela?
Durante essa segunda fase acompanhamos todo o drama envolto a decisão que Travis deve tomar, mergulhando direto em suas emoções e sentindo sua angustia crescente a cada frase lida, conforme a história vai avançando.

Até onde devemos ir em nome do amor? Isso eu vou deixar que vocês descubram durante a leitura.
Uma conclusão surpreendente e uma história que nos faz refletir sobre nossas escolhas, como tudo o que fazemos gera consequências e como elas afetam a vida de outras pessoas.

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Resenha: Pantera Negra – Quem é o Pantera Negra? – Reginald Hudlin & John Romita Jr.

“Por séculos o reino africano altamente avançado de Wakanda foi protegido pelo seu nobre rei guerreiro, o Pantera Negra. Agora, o atual soberano, T’Challa, precisa lutar para proteger seu povo de um novo grupo de invasores que deseja saquear suas terras e os incríveis recursos naturais que lá existem.”

O Pantera Negra é o primeiro super-herói negro do mundo e é considerado um dos ícones culturais mais importantes da Marvel. Antes disso os personagens negros nunca eram os protagonistas das HQs. Dois anos após a aprovação da Lei Dos Direitos Civis nos EUA, um marco histórico, Pantera Negra fez sua primeira aparição.

O roteiro criado por Hudlin foi um grande acerto, lidando com temas políticos e com o protecionismo africano, o roteirista deu início a uma era de ouro do Pantera Negra, uma época em que o personagem se tornou famoso entre os fãs de quadrinhos. O artista escolhido para dar vida ao personagem, John Romita Jr, foi uma escolha que combinou perfeitamente com o roteiro, não sendo conhecido por fazer uma arte realista, mas sim algo mais cartunesco, os seus traços fortes e bastante expressivos fazem da HQ algo mais que apenas uma ótima história.

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Wakanda é o principal alvo de inúmeras invasões durante os séculos, porém sua maior vantagem sempre foi o Pantera Negra e a tecnologia avançada de seu povo, no século V eles já estavam 500 anos tecnologicamente a frente do mundo, e no século XIX sua tecnologia já era tão mais avançada que Wakanda era temida por magia negra e bruxaria, sem nunca atacar nenhuma outra tribo ou nação, o reino pacífico defendia seus recursos naturais sem nunca sofrer perdas e sempre dando a chance de seus inimigos recuarem ilesos, o que nunca acontecia.

Agora um novo inimigo surge e tentará conquistar as riquezas de Wakanda à força, criando um esquadrão poderoso que tentará destruir o Pantera Negra e abrir espaço para uma invasão em larga escala, T’Challa terá que enfrentar múltiplos inimigos para proteger seu reino, seus recursos e segredos.

“Pantera Negra: Quem é o Pantera Negra?” é uma HQ surpreendente, com temas importantes e fortes, marcando uma mudança nos quadrinhos. Antes do personagem não existiam super-heróis negros, o cenário africano criado e a própria ascensão de T’Challa ao se tornar o Pantera Negra, derrotando seu tio em batalha, já faz valer a pena a leitura da HQ. Além de Wakanda se mostrar um reino poderoso, sem o Pantera Negra não teriam sido capazes de deter todos os seus invasores, tendo em seu histórico derrotado tanto o Capitão América quanto o Quarteto Fantástico. Com tantos inimigos as portas de Wakanda é inevitável não torcer para o super-herói em uma HQ repleta de ação.

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Resenha: À Flor da Pele, Helena Hunting

Tudo na tímida Tenley Page intriga o tatuador Hayden Stryker de um modo que ninguém jamais conseguiu: do cabelo longo e esvoaçante com aroma de baunilha até a curva suave do quadril… E o interesse dele só aumenta quando ela pede que ele tatue um desenho incomum em suas costas.
Com seu jeito durão, Hayden é tudo que Tenley nunca se atreveu a desejar. A química entre os dois é instantânea e desperta nela o desejo de explorar o corpo escultural que há por baixo de tantas tatuagens. Traumatizada por um passado trágico, Tenley vê em Hayden a chance de um recomeço. No entanto, o que ela não sabe é que ele também tem segredos que o impedem de manter um relacionamento por muito tempo.
Quando os dois mergulham em uma relação excitante e enfim passam a confiar um no outro, lembranças e problemas batem à porta — e talvez nem mesmo a paixão entre eles seja capaz de fazê-los superar seus traumas.

Quando recebi “À Flor da Pele” em casa, logo me apaixonei. Não foi pela sinopse (na verdade, eu nunca nem tinha ouvido falar dessa série) mas sim pela capa maravilhosa (me atrevo a dizer que é uma das mais bonitas que já vi). Mas como aprendi a nunca julgar um livro pela capa (valeu pela lição, Easy!) fui interessada procurar saber mais. E confesso, me assustei demais com a notícia: são cinco livros!!!!!!!

Já comecei desconfiada porque achei um exagero! Conheço poucas outras séries que publicaram tantas sequências e o resultado disso pode ser ou maravilhoso (Harry Potter, Maze Runner) ou desastroso (A maldição do Tigre). Para sustentar cinco livros, a história tem que ser uma combinação de empolgante e misteriosa. Por exemplo: A Maldição do Tigre é uma história sensacional, e o primeiro livro da série é um dos meus favoritos da vida, mas ao esticar a história por muito mais livros que o necessário, eu senti que a história perdeu o fôlego e começou a embolar um pouco no meio de campo. Então pensei comigo como um livro new adult e sobre romance se estenderia tanto? Resposta: sendo maravilhoso.

Em A Flor da Pele, conhecemos Tenly, uma jovem que chega na cidade de Chicago para recomeçar. Após perder seu noivo e toda a sua família e amigos em um acidente, Tenly, se sentindo culpada e solitária se muda para um apartamento próximo ao seu novo emprego de meio período para se dedicar ao seu mestrado e esquecer de toda a solidão que carrega consigo. Determinada a afastar qualquer vínculo emocional e social com as pessoas (para não perdê-las de novo), ela vê seu plano ir por água a baixo quando conhece Hayden.

Hayden é completamente oposto ao seu ex noivo: um tatuador que não liga para regras ou em como se apresentar a sociedade. E é justamente isso que a atraí: a possibilidade de ser totalmente diferente, de se reconstruir. Ao se conhecerem, Tenley logo mostra a tatuagem que ela deseja fazer e essa aproximação é só um gostinho do quanto a sua vida vai mudar ao lado dele.

Qualquer tipo de alteração, seja para modificar as características físicas, como a cirurgia plástica, ou para decorar, como piercings e tatuagem, causa algum tipo de desconforto. Mas essa é a intenção, não é? É catártico porque é a promessa de mudança, de um jeito ou de outro.”

A Flor da Pele se desenvolve muito bem por diversos fatores. Entre eles, a narração compartilhada (um capítulo de Tenley e outro de Hayden) faz o leitor se solidarizar com todos os personagens e entender cada pensamento por trás das atitudes deles. Os personagens secundários também funcionam muito bem, sendo todos interessantes e participantes ativos da história do casal principal. A escrita é fluída (com algumas cenas bem 50 tons, vale ressaltar) e fácil. A edição está impecável com a capa mais linda do ano e a boa e velha folha amarelada.

Todo mundo tem cicatrizes,Tenley.Com sorte, elas permanecem só do lado de fora.

Ainda não sei se A Flor da Pele tem fôlego suficiente para se manter firme e nesse nível ótimo em mais quatro livros, mas após essa leitura sensacional, eu não duvido nem um pouco! Já estou ansiosa pelo próximo livro “Marcados para sempre“. Para quem se interessou ou quem já leu este título, a série conta com um ebook disponível na Amazon sobre os dois antes de se conhecerem “Doce tatuagem“. Leitura recomendada!

Não se iluda, não, Isabela Freitas
Atualizações, Resenhas

Resenha: Não se iluda, não, Isabela Freitas

Não se iluda, não é continuação de Não se apega, não. Depois de passar um ano sem namorado, Isabela está determinada a realizar o grande sonho de ser uma escritora reconhecida. Resolve dar os primeiros passos anonimamente, criando um blog onde assina como ‘A Garota em Preto e Branco’. Em seu diário virtual, ela desabafa, fala dos amigos, dos não tão amigos assim, e confessa suas aventuras e desventuras amorosas. Assunto é o que não falta. Durante uma temporada agitada em Costa do Sauípe, na Bahia, acompanhada por Pedro, Amanda e sua insuportável prima Nataly, Isabela conhece o irresistível Gabriel, um sujeito praticamente perfeito, a não ser por um pequeno detalhe… Entre shows e passeios na praia, Isabela precisa admitir para si mesma que sente uma atração cada vez maior pelo seu melhor amigo. Em seu segundo livro, Isabela Freitas dá sequência às histórias dos personagens de ‘Não se apega, não’. Dessa vez, com a cabeça nas nuvens e os pés firmemente no chão, a personagem Isabela vai em busca daquilo que seu coração realmente deseja, mesmo quando seu caminho é bem acidentado e cada curva parece esconder uma nova surpresa.

Começo essa resenha afirmando que eu criei muitas expectativas para essa leitura. A estrutura de livros da Isabela (meio história e meio comentários da personagem sobre os acontecimentos) nunca foi a minha preferida, mas ela conseguiu me conquistar em “Não se apega, não” de uma maneira que nunca achei ser possível, e quando terminei seu primeiro livro já comecei uma contagem regressiva para o segundo.

Confesso que sou uma pessoa sonhadora, e grande parte disso se deve aos livros. Passo boa parte do meu dia em um mundo literário que é maravilhoso, mas inexistente (entenda leitor, isso não é uma reclamação. Acredito que poder “viver” dentro de um mundo imaginário traz um pouco de magia às nossas vidas). Mas é cansativo ler sobre personagens maravilhosos quando de verdade, não conheço ninguém assim. Em um mundo onde os mocinhos são tão perfeitos e as heroínas tão intocáveis que nem um fio de cabelo sai do lugar, é bom ler um livro real. Em que as pessoas são como eu e você, onde elas cometem erros e se arrependem (ou não) deles. Onde existem dúvidas, incertezas e os sentimentos são mutáveis. Nessa temática, Isabela Freitas consegue atingir todas as melhores expectativas.

Em “Não se iluda, não” temos a sequência da história entre a personagem Isabela e seus amigos. Neste livro temos uma mocinha muito mais madura em relação aos seus sentimentos. É notável a evolução da Isabela do primeiro livro para o segundo. Em meio a continuação da sua vida amorosa, a personagem corre atrás do seu maior sonho: escrever.

“Escrever é como uma terapia pra mim, os sentimentos vêm e eu preciso colocá-los para fora. Em forma de palavras. Tem um modo mais bonito de sentir? Se tiver, desconheço. É como se o ato de colocar um sentimento em palavras fizesse com que ele se concretizasse.

Embora a temática gire em torno de relacionamentos, este está longe de ser o foco da autora. Acredito que o objetivo de seus textos tenha sido incitar o leitor a sempre correr atrás dos seus sonhos e não desanimar mesmo que a vida não se mostre fácil. Superar as suas dificuldades e ser capaz de sonhar (e não se iludir) é a mensagem passada ao fim de cada capítulo.

Pedir um tempo é admitir para o mundo que você é covarde demais para dar uma conclusão. Quem precisa de um tempo para viver um amor talvez precise de um tempo para entender um pouco mais a vida em si.

Assim como no primeiro livro, a linha do tempo da história se divide entre os momentos narrados pela personagens e alguns textos (maravilhosos) relacionados. A leitura é fácil e fluí numa rapidez que se você não tomar cuidado termina a leitura em uma sentada! Eu continuo não sabendo classificar essa série. Não é autoajuda, nem um romance, nem ficção, semi-baseado na realidade… E olha, rotular pra quê? Acho que é justamente o fato de o livro ser uma mistura que o torna especial.

O amor é engraçado, e pode acontecer de diversas formas. Você pode ajudar a reacender aquele amor de outra pessoa que está fraco, quase apagando. Você pode entregar o seu amor em uma bandeja e não deixar sobrar nada dentro de si… Ou você pode dividir esse amor com alguém e ter dois corações pulsantes em corpos diferentes.

Leitura mais que recomendada!  
P.S. Vale ressaltar para as leitoras de plantão: quanto ao final um tanto polêmico, fiquem tranquilas pois a série será uma trilogia!