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Resenha: Mundo Novo, Chris Weitz

Neste mundo novo, só restaram os adolescentes e a sobrevivência da humanidade está em suas mãos. Imagine uma Nova York em que animais selvagens vivem soltos no Central Park, a Grand Central Station virou um enorme mercado e há gangues inimigas por toda a parte. É nesse cenário que vivem Jeff e Donna, dois jovens sobreviventes da propagação de um vírus que dizimou toda a humanidade, menos os adolescentes. Forçados a deixar para trás a segurança de sua tribo para encontrar pistas que possam trazer respostas sobre o que aconteceu, Jeff, Donna e mais três amigos terão de desbravar um mundo totalmente novo. Enquanto isso, Jeff tenta criar coragem para se declarar para Donna, e a garota luta para entender seus próprios sentimentos – afinal, conforme os dias passam, a adolescência vai ficando para trás e a Doença está cada vez mais próxima.

Quando vi esse livro na Cultura (ano passado), foi amor à primeira vista.

Sim, e não foi pelo enredo, foi pela capa mesmo. Tenho problemas em relação a capas e lombadas bem elaboradas, e quando dei de cara com essa belezura, não resisti.

26 reais nessa lindeza e só parei para ler a sinopse em casa. Que atirem a primeira pedra.

Conheço Chris Weitz desde A Bússola de ouro, lógico. Fiquei um tanto temerosa para começar a leitura, não pelo seu trabalho como diretor que “destrói” livros que amo em adaptações cof fronteiras do universo cof, mas por ser um diretor cinematográfico escrevendo seu primeiro livro, e ainda por cima um livro distópico juvenil.

O quão surreal isso poderia ser?

Matei o livro em uma tarde. Fácil de ser lido, com uma linguagem quase que inteiramente coloquial, Mundo Novo me agradou bastante. De zero a dez, dou-lhe um 8.

É aquele tipo de livro que você pode deixar dentro da bolsa, e quando momentos tediosos chegarem, relê-lo.

O enredo a primeira vista me pareceu familiar, como normalmente distopias fazem parecer, mas o livro é bem singular no geral. Cheio de referências (insere capitão América aqui) e sátiras, Mundo Novo entrou para lista de distopias favoritas da tia rhay. Estilhaça-me e 5ª onda tão com ciúmes

O livro se desenrola contando a história de Jefferson, um garoto predisposto a salvar o mundo, que acaba de se tornar líder da “tribo” de adolescentes onde vive, a Washington Square. Assim que seu irmão mais velho – Wash- falece, por causa da “Doença”, Jeff se vê compelido a descobrir um meio de erradicar esse vírus, já que a partir do momento que seu corpo alcançar a maturidade, ele levará o mesmo fim que o seu irmão.

E não digo daqui a 20, 40 anos, mas talvez em um ano.

Não existem adultos há mais de dois anos em todo o planeta. Só crianças e adolescentes, procurando formas de sobreviverem.

Sem internet.

Sem energia.

Bom, não tem baratas mutantes, isso é uma vantagem.

Alimentos praticamente escassos. Nível de consumismo inexistente, juntamente com falta de senso de moda e governo.

Sim novamente, uma distopia sem o governo opressor.

Quando Crânio – o gênio super estranho da tribo, totalmente viciado em tecnologia – descobre um artigo cientifico que fala sobre o surgimento do vírus, eu tenho quase certeza que um anjo e um demônio apareceram sobre os ombros de Jeff, para ajuda-lo a decidir: ficar na tribo ou ir em busca da cura?

Já sabemos que ele escolheu o demônio, pois nenhum anjinho o faria decidir desbravar o novo mundo a procura de algo que pode nem existir.

Com os capítulos divididos entre as narrações de Jeff e Donna, a história se intercala entre momentos de puro idealismo e esperança para de repente despencar em humor negro e ceticismo. Além de conhecermos melhor os personagens que os seguem nessa aventura – Peter, Crânio, Ratso e Minifu- acompanhamos o desenrolar amoroso de Jeff e Donna.

Isso já aconteceu com você? Durante anos um cara está bem debaixo do seu nariz, e então, quando percebe que está louca por ele, há um tiroteio e vocês são separados por inimigos sanguinários?

Outra coisa bacana de avaliar é a estética da narrativa. Até a tipografia muda, dependendo de quem está narrando.

Quando é Jeff, com toda a sua síndrome de príncipe encantado no cavalo branco, a escrita é mais certinha. Já com Donna, as coisas são mais intensas. Narrações recheadas de palavras de baixo calão, raiva descontrolada e frases curtas. As conversações são indicadas por nomes (não todas), e ao invés de se iniciarem com travessão, é utilizado dois pontos.

Ex:

Eu nunca tinha tomado um Martíni. Tem gosto de decadência.

Eu: que nojo. O gosto é pra ser assim mesmo?

Peter (saboreando o seu): É sim.

Talvez para algumas pessoas isso se torne confuso. Pra mim foi bem tranquilo.

Como disse no inicio da resenha, o livro é fácil de levar. Pra quem gosta de tudo em uma coisa só, vai amar. Os personagens são cativantes, espirituosos e divertidos. É drama, suspense, romance sem clichê em cada pedacinho do livro.

Chris Weitz conseguiu unir o útil ao agradável nessa obra: mundo pós-apocalíptico + atualidade de uma forma bem bacana.

Mundo Novo é aquele tipo de livro que quando você termina de lê, quer ficar em posição fetal.

Eu pelo menos quis, por que meu deus, eu odeio qualquer coisa que me deixe ansiosa.

Para quem leu o livro ano passado como eu, foi preciso esperar um ano inteirinho para desvendar os mistérios e dúvidas entre abertas no segundo livro, que graças a deus foi publicado agora no final de novembro.

Que a propósito, meus amigos só digo uma coisa: Mais resenha.

Não há saídas. Nem armas.

É o fim.

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Resenha: November, 9, Colleen Hoover

Fallon conhece Ben, um aspirante escritor, um dia antes de sua já agendada mudança para outra cidade. A prematura atração entre eles leva Fallon a passar o seu último dia em LA com ele, e sua vida cheia de acontecimentos torna-se a inspiração criativa que Ben sempre esteve procurado para o seu romance. Ao longo do tempo e em meio a várias outras relações e tribulações de suas próprias vidas separadas, eles continuam a se encontrar na mesma data todos os anos. Até que um dia Fallon começa a ficar em dúvida se Ben tem lhe dito a verdade ou se está fabricando uma realidade perfeita apenas para dar a história uma reviravolta no final. Pode o relacionamento de Ben com Fallon- e, simultaneamente, o seu livro – ser considerado uma história de amor, mesmo se terminar com corações partidos?

Comecei a leitura de November Nine morrendo de medo. Sabe quando sua banda preferida lança um novo álbum e enquanto você baixa vem aquela mistura de empolgação e nervosismo? Empolgação porque você pode estar prestes a ouvir sua nova música favorita e nervosismo porque suas expectativas são tão altas que você pode se decepcionar com algo que você adora? Foi exatamente assim, com esse nervosismo e empolgação, que peguei o novo livro da Colleen Hoover em minhas mãos.

Pra quem acompanha minhas resenhas aqui site não é novidade que eu sou apaixonada por essa mulher. Se um dia eu encontrar a Colleen andando pela rua, no mínimo vou pedir a mão dela em casamento. E hoje, depois de terminar mais um livro da autora, posso dizer  que ela não me decepcionou. E embora eu esteja aqui morrendo de ciúmes em compartilhar um dos meus livros favoritos com vocês, acredito que o mundo precisa ler um pouquinho mais sobre amor…

Começamos o livro conhecendo Fallon, uma jovem atriz de 18 anos que vive diariamente as dores de uma tragédia. Há dois anos atrás, dia 9 de Novembro, Fallon foi vítima de um acidente, onde a casa do seu pai pegou fogo. Enquanto esperava para ser socorrida e tentava escapar pela janela, Fallon teve 30% do seu corpo queimado. Ao ganhar as cicatrizes, Fallon perdeu. Perdeu a confiança em seu pai, que esqueceu que ela estava em casa no momento. Perdeu seu emprego, pois ninguém queria uma protagonista com uma parte do rosto queimada. Perdeu a confiança em si mesma, e desde esta data, vive se escondendo em suas roupas, cabelos e entre si mesma.

Hoje, dois anos depois, em 9 de novembro, somos apresentamos a uma protagonista reclusa e ácida. Decidida a se afastar do pai e tentar uma nova careira, Fallon se prepara para se mudar, e hoje é sua despedida. E é se despedindo em um restaurante, enquanto ouve seu pai reclamar sobre sua atitude diante da vida e sua reclusão, que Fallon (e nós, leitores) nos apaixonamos conhecemos Ben, um adolescente de 18 anos que sonha em escrever seu próprio livro. Sentado na mesa do lado e ouvindo toda a discussão absurda de um pai insensível com sua filha, Ben chega na mesa, com a maior naturalidade e se apresenta como namorado da menina, defendendo Fallon de todos os ataques gratuitos do seu pai, até o velho  ir embora.

– Então – diz ela – devemos romper agora?

Eu rio. – Não tem nem uma hora que estamos namorando e você já quer terminar?

– Isso está ficando muito estranho, para ser honesta. Este é o momento em que você quebra a ilusão de bom namorado e me diz que engravidou minha prima enquanto nós tínhamos dado um tempo?

Não posso me segurar e rio de novo. “Eu não a engravidei. Ela já estava grávida de sete meses quando dormi com ela”.

E é de maneira bem leve e divertida que vamos nos apegando a esse casal quando eles saem juntos para aproveitar as últimas horas que Fallon ainda tem na cidade. Embora tenham vivenciado a atração mais forte de suas vidas, ambos decidem que não é a hora de estarem juntos, e os motivos são inúmeros. Ela vai se mudar em poucas horas e ele ainda tem muitas questões enigmáticas pra resolver. E, roubo aqui as palavras de Ben, é muita sacanagem conhecer o amor da sua vida aos 18 anos, certo?

“Se ela não tomar cuidado, eu posso me apaixonar por ela. Essa noite.”

E é ai que o livro começou a ganhar forma. Os dois decidem se encontrar todo ano, dia 9 e novembro, não importa o que tenha acontecido em suas vidas durante esse tempo. Eles vão beber, sair, namorar outras pessoas, aproveitar tudo que a vida oferece, e mais importante ainda: não vão se falar, e manterão total distância, até o próximo 9 de novembro. Enquanto isso, Ben prometeu escrever um livro sobre dois jovens que se encontram uma vez por ano, durante cinco anos.

Sei que isso desanimou muitas pessoas que queriam ver o romance acontecer imediatamente. Mas eu – assim como Fallon – não acredito em amor instantâneo. O mais legal nesse livro é isso: acompanhar a história aos pouquinhos. Ver como dois desconhecidos passam a ser amigos e partes fundamentais na vida um do outro de maneira tão aleatória. Ver o crescimento dos personagens destacado em cada uma de suas atitudes. Perceber que a vida continua, pra todo mundo. Assim, passamos pelo primeiro 9 de novembro, pelo segundo, pelo terceiro… e cada ano que passa, meu coração ficava um pouco mais apertado pelas coisas que iam acontecendo na vida dos dois.

“Não quero ser o seu primeiro, Fallon. Eu quero ser o seu último.”

Em minha opinião, embora o livro seja dividido em seis  “novembros”, ele se divide de verdade em duas partes: inicialmente, ele é leve e muito engraçado. Eu ria alto lendo e ia me apaixonando cada vez mais. A segunda, partiu meu coração, e me faz ficar ainda mais apaixonada. Quem conhece os antigos livros da autora sabe que essa mulher adora um drama, e olha… dessa vez ela está de parabéns.

“Foram precisos quatro anos para me apaixonar por ele. Foi preciso apenas quatro páginas para parar.”

Sei que me alonguei nessa resenha, mas sinto que ainda não existem palavras na língua portuguesa que consigam expressar com precisão meus sentimentos por essa leitura. Tem romance, tem drama, tem crossover (fãs de “O lado feio do amor” vão gostar!), tem mocinho que não é macho alfa, tem muitas risadas, e mais que tudo isso, tem muito amor.

“Ela “me amava” nas cotações

Ela me beijou em negrito

EU TENTEI MANTER SUAS LETRAS em maiúsculas

Ela saiu com reticências…”

PS.Gostaria de deixar registrado aqui meu único ódio em relação a Colleen Hover: depois de Holder, Daniel, Will e agora Ben… ela arruinou pra sempre todos os outros homens do mundo.

 

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O que mudou? – Conheça o Beco Literário 4.0!

Olá, #BecoLovers, como estão?

Nos últimos dias tiramos o site do ar para passar pela nossa maior e melhor reformulação até o momento. Instigamos vocês ao máximo pelas redes sociais e enfim chegou a hora de lhes apresentar o Beco Literário 4.0!

O Layout
Optamos por não fazer mudanças drásticas no layout, uma vez que elas já estariam presentes no conteúdo. Então, em uma reunião com toda a equipe, que conta com designers, jornalistas, publicitários e outras pessoas do ramo, mantemos o mesmo estilo, modificando apenas poucos detalhes. Foi o que chamamos de releitura da nossa versão 3.0, uma vez que melhoramos, consertamos erros e mantemos o mesmo formato que já era ótimo para todos nós.


Novas Seções
Talvez essa tenha sido a maior bomba da versão 4.0, mas o que seria do Beco só mudando o layout, não é mesmo? Mas Gabu, o site não chama Beco LITERÁRIO? Sim, precisamente. No entanto, sentimos a necessidade de expansão, assim como surgiu demanda do público e esperamos que tenha uma boa aceitação. Então agora, além de Literário, somos Lifestyle, Gourmet, Gossip…


O que esperar?
Bom, cada seção nova tem sua proposta única:

Literatura: A literatura sempre foi nosso carro-chefe e portanto, não mudaremos isso. O foco principal do Beco, continuará sendo nela, para sempre! Aqui você verá sempre as novidades sobre seus livros preferidos e claro, nossas resenhas, autorias e crônicas de sempre.

– Cinema e TV: Mantendo os padrões, continuaremos a informar vocês sobre tudo o que acontece no mundo do cinema e da televisão, incluindo seriados e Netflix! O que antes era exclusivo para adaptações literárias, agora se expande para novas vertentes.

– Música: Quem vive sem música? Ninguém! As boas e velhas notícias sobre o mundo musical, nossas indicações de playlist, e as opiniões no formato fucking de sempre.

– Colunas: Aqui nós falamos de tudo, sem tabus ou qualquer tipo de bloqueio. Opiniões sobre diretores, filmes, política, história… O que der na telha, tem coluna sobre!

– Eventos: Presente nas versões anteriores, apesar de inativa, a seção de eventos agora contará com coberturas mais periódicas de tudo o que acontece na mídia, e claro, que o Beco participou!

– Lifestyle: Inspirações para fotografias, dicas de todos os tipos, coisas aleatórias… Nisso consiste o Beco Lifestyle. Tudo para os mais variados estilos de vida, num lugar só.

– Mundi: Quer viajar mas está com dúvidas? Você está no lugar certo. Dicas de viagens e o que fazer nelas, orçamentos, fotos, hotéis…

– Gourmet: Sábado a tarde, sozinho em casa. Nada melhor que preparar aquele brigadeiro. Mas que tal conhecer novas receitas tão simples e saborosas quanto? Além, é claro, de saber como se manter na dieta!

– Gossip: Tudo sobre o mundo dos famosos e seus bastidores! Porque no final das contas, todos nós queremos saber o que acontece quando as cortinas se fecham.

– Tech: Últimas novidades sobre tecnologia, reviews de aparelhos eletrônicos e a parte mais nerd do novo Beco!

– College: Dúvidas sobre o que fazer após o ensino médio? Quer saber como se portar na faculdade? Vem que nós ajudamos você, e compartilhamos experiências.


Esperamos que tenham gostado da nova apresentação do Beco Literário, e fiquem despreocupados: nosso foco jamais mudará, apenas se ampliará!

Sejam bem-vindos ao Beco Literário 4.0 e lembre-se: Qualquer coisa é possível se você tiver coragem!

Livros, Resenhas

Resenha: Os Fabulosos X-Men: A Saga da Fênix Negra – Chris Claremont & John Byrne

“Reunidos pelo professor Charles Xavier para proteger o mundo que os amedronta e ameaça, os X-Men travaram diversas batalhas, viveram aventuras em outras galáxias e combateram incontáveis inimigos, mas nada seria capaz de prepará-los para a mais chocante batalha de suas vidas. Um de seus próprios membros, Jean Grey, adquiriu poder além da compreensão e foi corrompida por ele. Agora, a equipe de mutantes precisa decidir se a vida de sua amada companheira vale mais do que a existência de todo um universo!”

Jean Grey, com o poder de destruir todo o universo, tornou-se uma vilã dentro da própria casa dos X-Men, convertendo A Saga da Fênix Negra em um fenômeno que se tornou a base de todas as outras histórias, elevando os mutantes ao status de equipe mais popular da Marvel. Assim, podemos dizer que essa saga foi um divisor de águas na história dos X-Men, o termo “clássico” por si só, não chega perto de fazer justiça a essa HQ.

Com a Saga da Fênix Negra, Chris Claremont e John Byrne receberam status de heróis na comunidade dos quadrinhos, o roteiro criado por Claremont foi uma surpresa na época, ninguém havia feito uma história com tamanha magnitude e uma transformação tão radical em uma heroína, graças a essa HQ os X-Men se converteram em sucesso estrondoso no decorrer da década de 80 e 90, culminando na trilogia cinematográfica, em que a Fênix Negra é explorada livremente.

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A arte de John Byrne é muito bem detalhada, principalmente a heroína Jean Grey (Fênix Negra), o seu maior desafio foi diferenciar a heroína da vilã, mesmo ambas sendo a mesma pessoa, e ele conseguiu, o resultado foi incrível, mesmo a Fênix tendo as feições da Jean, sua aparência passa uma sensação de perigo iminente que a destaca.

Jean Grey ultimamente tem tido sua mente invadida por um homem que adotou a identidade de Jason Wyngarde, diretor do “Clube do Inferno”, grupo formado por vilões poderosos e com muitos recursos, que também influenciam o mundo corporativo. O que Jason quer com Jean Grey é libertar seu verdadeiro potencial e transformá-la na Rainha Negra, a rainha do Clube do Inferno. A invasão mental de Wyngarde resulta em ilusões em que Jean acredita ser o verdadeiro amor de Jason, até que ela volte a si.

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Logo os X-Men encontram mais dois mutantes e imediatamente enviam duas equipes para recrutá-los. Katherine Pryde , a “Lince Negra”, é uma estudante de apenas treze anos de idade cujo os poderes começaram a despertar recentemente e Allison Blaire, a “Cristal”, é uma jovem e bela cantora. Antes que consigam recrutá-las, os X-Men são interrompidos por vilões enviados pelo Clube do Inferno, que planejam mais do que apenas dominar Jean Grey, mas também capturar os novos mutantes e abusar de seus poderes. Será que a instável heroína irá se deixar levar pelas ilusões? Ou resistirá a corrupção?

Um verdadeiro clássico, “A Saga da Fênix Negra” é uma grande história, complexa e muito bem contada, os momentos de calmaria normalmente precedem uma grande sequencia de ação, onde a própria existência do universo corre um perigo iminente, que se agrava ainda mais com a força da perigosa Fênix Negra, uma criatura extremamente poderosa e desprovida de compaixão.

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Resenha: A de Mar – A história de Domar Della, Ana Clara Medeiros

Em sua obra anterior, “Cartas de Henry”, Ana Clara Medeiros conseguiu mostrar como e para quem escreve, o primeiro livro da autora foi publicado digitalmente pela editora Saraiva (Assim como o segundo, este que será resenhado a seguir), e narrou a história de um garoto depressivo e as diversas formas de lidar com as situações que o destino lhe oferecia. Você pode adquirir o livro clicando aqui e com toda certeza encontrara uma ótima leitura, mas vamos ao que interessa, com cortes cirúrgicos, semelhantes à obra que para o escritor que vos fala, não influenciando pelo espírito de fã, mas como crítico de toda a literatura, sabendo a metodologia e as fases que são submetidas para a produção de algo do porte, é o livro do ano no cenário nacional.

“A de Mar” para pularmos justamente essa parte introdutória e partirmos para o diálogo com os personagens e seu enredo, conta a história do jovem escritor, Domar Della, como o título sugere, e sua relação com uma inesperada moça, que se apresenta logo à primeira vista como Iara. Domar Della escreve crônicas para um Jornal que circula em Pernambuco, estado onde nasceu e reside. A história começa a desenrolar justamente quando Domar, após crônicas e mais crônicas aclamadas pelo público e pela crítica, acaba por escrever uma história que não condiz com sua linha produtiva, o público sente que a última história publicada por Domar no jornal é sua pior, por assim dizer. É nesse mesmo momento, antes da repercussão negativa da crônica, que Domar pede férias de seu trabalho, por se sentir esgotado e incerto sobre determinadas coisas, as férias são concedidas. Só que este seria incumbido, após sua última história ter sido rejeitada, de voltar ao Jornal com uma crônica que deve ser bem melhor de todas aquelas que este publicara, justamente para superar essa má fase causada pela última. Domar se vê com um mês para conseguir inspiração e colocar no papel algo que para início parece forçado.

“Viu que viver era isso, um mar a ser desbravado”.

É justamente neste mês que este se aproxima da prostituta Iara, conhecida por ele em uma de suas noites entre os bares do Recife Antigo. Iara se transformara de figurante para personagem de grande importância no enredo de “A de Mar”, é ela que comporá todo o quadro atual de Domar, neto de um grande marinheiro. Marinheiro esse que deixa sua sombra como plano de fundo do livro. O avô de Domar, Henrique Della, sempre está nas entrelinhas, aparecendo aqui, acolá, principalmente quando todo o rebuliço causado na vida de Domar ocorre justamente porque esse retratou a história do avó na crônica que foi debatida mais acima.

O livro é intenso, desde a primeira frase até sua última página, desde quando fala sobre Henrique Della e seu amor, Orun, bem no começo da narrativa, até quando adentra na história de seu neto, Domar, e sua relação com a história, com o humano, com o Ser tão intensificado no último bloco da obra. Estabeleceremos uma linha efetiva de avaliação sobre “A de Mar” a partir de agora, comecemos pelo enredo. O contexto adotado por Ana Clara Medeiros é contemporâneo, utiliza da paisagem de Recife como plano de fundo e em algumas partes como atuante desta história, é em Recife, principalmente no Marco Zero que pulsa “A de Mar”, tem o ar das vanguardas literárias Pernambucanas, tem ar e forma destas vanguardas, pois inova completamente não só na forma de se escrever, mas o que adota como tema, indo de mitologia Iorubá e o ocorrente sincretismo religioso ocorrido no Brasil, até a psique. Um ponto alto de toda obra é esse estudo bem calculado da psique humano, é um deleite para qualquer leitor. Vemos entre as páginas a exploração dos efeitos e defeitos que a mente oferece, de como o homem pode ser traído ou saber manejar suas ações, é magistral a habilidade da escritora, principalmente neste ponto e se preciso falaremos dele por muito tempo. Para quem leu sua primeira obra, já citada aqui, pode-se perceber uma maturidade, não só temporal como teórica, no momento da escrita. É algo que vem do íntimo, nada superficial como é retratado pela maioria dos “escritores” atuais, e parte para o macro, para a mentalidade não só do escritor, mas de todo e qualquer homem.

“A experiência de amar algo ou alguém até que me parecia bonita na poesia, mas não havia nada melhor do que atribuir aquele sentimento tão incrível para si mesmo. Viver nas condições de um amor próprio muitíssimo sadio me parecia melhor negócio. Não precisava de outra pessoa para me completar porque eu já me sentia inteiro o suficiente. A solidão vinha de bônus, tanto por sorte como por azar. Ao fim da cartada, ser humano também necessita da solitude”.

Assim como João Cabral de Melo e Neto apresentava toda uma intimidade exclusiva com o Rio, Ana Clara Medeiros é amiga de infância do Mar, todo o lirismo que este oferece é acolhido pela autora, é estudado e sentido, por fim escrito sabidamente, sem barroquismo, sem extravagâncias, é uma escrita concisa e poética ao mesmo tempo, não fica presa na necessidade de se mostrar bela, e por isso mesmo consegue ser poesia pura. A orla de Recife já ganhou diversos significados através do tempos, por dezenas de escritores, mas em “A de Mar” se vê algo totalmente diferente, não conseguirei conceituar o que senti lendo sobre o Mar, sobre o que o compõe, sobre como ele dilacera e une pessoas, nunca que terei consciência para isso, o mar não permite, e ficou claro bem mais que isso em “A de Mar”, o mar em seu vai-e-vem trás milhares de significados na escrita de Ana Medeiros, como disse, não serei capaz de traduzir concretamente tudo que se pode captar da relação homem-mar colocada à mesa pela autora, como diria Fernando Pessoa, “Sinta quem lê”, pois sintam com todo o prazer do mundo o que é exposto na história de Domar Della.

A estética não apresenta erros evidentes, pois procurarei por muito tempo e tenho certeza que não encontrarei, está tudo bem amarrado, como falei, é poesia pura que engrandece o real. Não se encontra palavras fora do lugar, frases dispersas apenas para interligar capítulos e/ou situações, o livro foi meticulosamente planejado e executado de forma limpa. “A de Mar” é além de tudo isso, um livro onde o sentimento vaga, literalmente, a flor da pele, se respira paixão, medo, naturalismo. A personagem que começa o livro sendo denominado Iara é um esplendor de tudo isso, é poesia viva que aparece para Domar desvendar, dedilhar música e transforma-la em literatura bruta. Ana Clara Medeiros faz tudo isso, e faz em dobro, pois consegue repetir com seu personagem, ambos senhores de seus mundos, ou não. Iara estaria para Domar como o verso da canção “A Beira e o Mar”, interpretada por Maria Bethânia em 84, quando esta diz “Você será sempre a beira, e eu toda água do mar.

“[…] Agora, quero deixar um tiro me invadir, jogar-me no escuro e te beijar mais tão profundamente até me enfiar por dentro do seu ser lá no fundo, no encobrimento dos pensamentos, onde nossas mãos irão de unir e eu finalmente descobrirei, ou melhor, descobri sem ao menos fazer isso que era no seu mar que este homem sem eira nem beira nem volta e meia deveria navegar, que foi através do partimento do cais, do dinheiro sujo, do sexo barato, que pude conhecer então a chave que me libertara do privilégio de não conhecer verdadeiramente o significado da palavrinha com vi.”

É uma história que cativa de imediato, sem precisa de entre meios para convencer o leitor, esquematizada da melhor forma para um livro do gênero e com um porte fantástico, composta por alegorias presentes na mentalidade de todo e qualquer ledor, que ao se deparar com este livro ficará surpreso, lerá cada página boquiaberto, o terá como um de seus preferidos. Intrigante, bem mais que provocativo e sobre todas as coisas uma obra para se ler com toda a atenção e apreço que possa existir. Quando chega-se o momento de mergulhar, não se encontra meias-voltas, desculpas, não, não se fala. Se mergulha.

Mergulhe na mais bela obra do ano. Obra essa que peca em apenas um ponto: Acaba num piscar de olhos.

 

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Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Especiais, Scott Westerfeld

Circunstâncias especiais. As palavras dão arrepios a Tally desde seus dias como uma repugnante e revoltada Feia. Naquela época, especiais eram um boato sinistro – assustadoramente bonitos, perigosamente fortes, chocantemente rápidos. Perfeitos comuns podem viver uma vida inteira sem conhecer um especial. Mas Tally nunca foi comum.
E agora ela se tornou um deles: uma super máquina de combate, construída para manter os feios humilhados e os perfeitos idiotas.
A força, a velocidade, e a clareza e foco de seus pensamentos é a melhor coisa que Tally consegue lembrar. Na maior parte do tempo. Uma pequena parte do seu coração ainda se lembra de algo mais.
Mesmo assim, é fácil ignorar isso – até Tally oferecer-se a acabar permanentemente com os rebeldes de New Smoke. Tudo se resume a uma escolha: escutar seu coração ou realizar a missão para que foi programada. De qualquer jeito, o mundo de Tally nunca mais será o mesmo.

Especiais é o último volume da trilogia distópica Feios, escrita por Scott Westerfeld.

Depois de ser pega duas vezes pelos Especiais, Tally Youngblood acabou sendo recrutada para esse grupo seleto da sociedade onde vive. Agora, como Cortadora, a garota está mais bela e forte do que nunca. Mas, a cirurgia para criar aversão aos Enfumaçados, não foi tão eficiente… Dividida sobre o que realmente pensa, Youngblood terá que se decidir.

Bem, quem acompanha o site e as minhas resenhas sobre a trilogia, sabe o quanto eu curti Feios e o quanto eu DETESTEI Perfeitos e devido a enorme repulsa que tive pelo segundo volume, fiquei bastante receoso em ler a conclusão, porque poderia crescer ainda mais a minha decepção. Mas eu não gosto de deixar séries pela metade e me proponho a terminá-las. E nessa de me dispôr à ler continuações de livros que me deixaram irritado, tive bastante surpresas, como Champion, último tomo da trilogia Legend. Foi a melhor surpresa literária que tive até hoje. Também posso citar Réquiem, outra surpresa que tive recentemente. Em ambos os casos, eu não tinha gostado nada do volume anterior. E, ainda bem, Especiais me reservou essa surpresa também.

Gente, vocês não fazem ideia do medo que eu tava de pegar nesse livro. Sério. Eu não queria perder o meu tempo e minha paciência como perdi com Perfeitos. Confesso que assim que comecei, eu estava meio nhem, porque ainda sentia aquela sensação ruim do volume anterior, mas com o decorrer das páginas, fui sentindo uma mudança de clima por parte da história. Tudo foi começando a se esclarecer, ficar mais lúcido. Em resumo, Westerfeld finalmente falou de forma legível o que vinha tentando falar nos outros dois livros e ainda colocou mais assuntos a serem trabalhados.

Para mim, a grande magia de Especiais vem de toda a questão filosófica e política que o cerca. No período de tempo que eu dei entre a leitura de Perfeitos e Especiais, foi que eu comecei a ver mais além das coisas que eu lia, assistia ou ouvia. (Obrigado Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451 e 1984 por ampliarem os meus horizontes!) E isso foi fundamental para entender o que Westerfeld queria tanto falar. Toda a sua mensagem e sua visão de mundo são incríveis. Juro para vocês que toda a teoria desse livro é incrível. Um banho de água fria. Vocês não fazem ideia do tamanho do recado que Especiais dá para os leitores jovens que acompanham essa saga. E para mim, não há nada mais satisfatório que uma história passar uma lição e conscientizar quem a lê.

Mas nem tudo são flores. Nos momentos de mais ação do livro, a narração de Scott se seguia tão rápido e, até mesmo confusa, que eu não conseguia imaginar o que estava se passando. Tirando esse nó que se fez na minha cabeça devido às mirabolantes cenas criadas por Westerfeld, eu não tenho nada a reclamar do livro. Já sobre os personagens, eu notei uma evolução, pois até que enfim, deixaram de ser cabeças ocas. Amém!

Em suma, Especiais termina a trilogia Feios da melhor maneira. Com tudo sob medida, o livro alerta e conscientiza da melhor maneira o seu público alvo. Eu, com certeza, indico a história de Tally Youngblood e o seu mundo onde todos, aos 16 anos, se tornam “perfeitos”. Não se assustem com os dois primeiros volumes, o último paga pela leitura dos dois.

Livros, Resenhas

Resenha: Thunderbolts: Fé Em Monstros, Warren Ellis & Mike Deodato Jr.

“Numa época em que a América perde a fé nos super-heróis, os Thunderbolts, ex-vilões sob o comando de Norman Osborn, nunca foram tão vitais. No entanto, as coisas não vão muito bem na Montanha dos Thunderbolts, pois conflitos internos ameaçam a ruptura do grupo. Com a equipe em alta nas pesquisas de opinião pública, a América está pronta para aceitar seus novos salvadores. Mas será que os Thunderbolts estarão à altura desse desafio?”

Os Thunderbolts, originalmente vilões, apareceram pela primeira vez na saga “Massacre”, de 1995, quando um megaevento fez com que a maioria dos heróis da Marvel fossem parar num universo paralelo. Entretanto, logo após os eventos de Guerra Civil, os Thunderbolts passaram a ser considerados heróis, perseguindo não só vilões, como também heróis não registrados, mas para que seus planos se realizem eles ainda tem um desafio, ganhar a confiança da América, pois, ainda que suas intenções nunca tenham sido nobres, consegui-la será imprescindível para levar a cabo os seus objetivos.

Os escolhidos para o relançamento da HQ foram Warren Ellis e o brasileiro Mike Deodato Jr, a dupla não poderia ser melhor. O roteiro de Ellis retrata com perfeição o mundo após a Guerra Civil, as dificuldades dos heróis não registrado e um tom sombrio, que encaixa perfeitamente na arte de Deodato, que sem duvido alguma é um dos melhores do ramo.

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Norman Osborn, antigo arqui-inimigo do Homem-Aranha, é agora o líder dos Thunderbolts, uma equipe de vilões formada por: Soprano, Suplicio, Homem-Radioativo, Venom, Espadachim e Rocha Lunar. O maior problema é que Rocha Lunar se tornou a nova líder, e agora os membros estão divididos, alguns apoiam a nova liderança e outros ainda acreditam que Soprano havia sido uma líder mais confiável. Além dos Thunderbolts, Osborn tem uma carta na manga para o caso de eles falharem, o Mercenário, que está sob seu controle graças a um dispositivo injetado em seu corpo que produz poderosas descargas elétricas caso ele desobedeça.

A primeira missão da equipe é capturar um herói não registrado que havia sido avistado em Cleveland, Ohio. Jack Flag, um antigo membro da equipe do Capitão América, é cercado pelos Thunderbolts e por não ser registrado, é considerado um criminoso. Uma grande batalha irá se desenrolar em meio a uma multidão curiosa, e mesmo que o herói se mostre difícil de ser abatido, sempre existe uma carta na manga a espreita, esperando a oportunidade de atacar ou se libertar.

“Tunderbolts: Fé em Monstros” é uma grande HQ e uma ótima maneira de apresentar personagens não tão famosos entre os leitores mais novos. As batalhas entre a equipe e os heróis não registrados são de tirar o fôlego e boa parte disso se deve a arte de Deodato, o tom sombrio é constante e deixa sempre a entender que Osborn tem planos ocultos e que todos estão a mercê de uma organização maquiavélica. Também é perceptível a obsessão de Osborn com o Homem-Aranha, isto é demonstrado em vários episódios de devaneios psicológicos. Uma HQ recomendadíssima.

Livros, Resenhas

Resenha: Réquiem, Lauren Oliver

No desfecho da trilogia em que o amor é considerado uma doença, Lena é um importante membro da resistência contra o governo. Transformada pelas experiências que viveu, está no centro da guerra que logo eclodirá. Depois de resgatar Julian de sua sentença de morte, Lena e seus amigos voltam para a Selva, cada vez mais perigosa. Enquanto isso, Hana, sua melhor amiga de infância, foi curada. Ela leva uma vida segura e sem amor junto ao noivo, o futuro prefeito. Às vésperas do casamento e da eleição – cujo resultado pode dificultar ainda mais a vida dos Inválidos -, Hana se questiona se a intervenção realmente tem efeito. Vivendo em um mundo dividido, Lena e Hana narram suas histórias em capítulos alternados. O que elas não sabem é que, em lados opostos da guerra, suas jornadas estão prestes a se reencontrar.

Olá galera, hoje eu vim aqui partilhar a minha opinião sobre o terceiro volume da trilogia Delírio, da autora Lauren Oliver.

Para quem ainda não sabe do que se trata a história, aqui vai um resumo: Aconteceu algumas revoluções nos Estados Unidos e aí, no cenário da trama, todo jovem de 16 anos deve se submeter à uma cirurgia para extinguir o amor. Sim, isso mesmo. As pessoas nessa sociedade não possuem amor. Mas claro, há uma parcela da população que ainda resiste em manter o sentimento e a trilogia vai narrar o drama de uma garota que acaba se apaixonando pouco antes de se submeter à cirurgia e com isso vai desencadear uma série de conflitos.

Eu, particularmente, não vou falar muito sobre a história desse volume pois qualquer coisinha seria considerada spoiler, então, mais uma vez, vou deixá-los com a sinopse oficial.

Quem acompanha o site sabe o quanto gostei de Delírio e o tamanho da minha decepção com Pandemônio. Antes de começar a ler Réquiem, eu estava bem receoso porque além de eu não ter gostado do volume anterior, eu havia visto MUITAS críticas negativas à esse desfecho. Mas por incrível que pareça, Réquiem foi uma surpresa para mim! Sim. Eu não esperava que fosse curtir tanto à conclusão da série.

É isso que me espanta: que as pessoas são novas todos os dias. Que nunca são as mesmas. Precismos inventá-las a todo momento, e elas precisam se reinventar também.

Mesmo com a grande derrapada que foi introduzir um triângulo amoroso na história, que até agora me pergunto o motivo disso, Réquiem não foca no romance, apesar de que no decorrer das páginas acontecem algumas coisas bem blehhhhhhh em relação aos dramas amorosos de Lena. Mas Oliver fez muito bem em não dar atenção à esse ponto da história, acho que esse fator foi uma das causas que muita gente reprovou o final.

Você não sabe que não é possível ser feliz a não ser que às vezes se sinta infeliz, certo?

Ao contrário dos livros anteriores, em Réquiem, além do ponto de vista da Lena, temos o de Hana, o que deixou o começo do livro menos chato do que seria se fosse apenas a visão da Lena. Além disso, podemos ver o que acontece dentro e fora dos muros e assim, acompanhar a trajetória da revolução que está se desenvolvendo. Eu gostei bastante dessa medida tomada pela autora porque geralmente só vemos um lado do conflito. Essa decisão da autora foi bem interessante.

Certas perdas a gente nunca supera.

Agora a coisa que paga pelo o livro é, sem sombra de dúvida, a mensagem que ele passa. Sério, apesar de não ser um 1984 da vida, a lição que Lauren quer dar aos leitores com sua história é incrível. Mesmo que haja diversos pontos baixíssimos na trama, o preceito que Oliver se propôs à dar com sua história foi passado com excelência. (Apesar de  que muitas pessoas acabaram esquecendo o verdadeiro propósito da obra devido à pensar APENAS no romance. Triste, né… Mas enfim.)

E ninguém ama, não inteiramente, se não for amado também.

Não vou dizer que Réquiem é o melhor fechamento de trilogia que já li, mas com certeza é um dos que conseguiu ir lá no fundo e me fazer pensar sobre diversas coisas ao meu redor. Outra coisa que preciso dizer antes de terminar esta resenha é que o livro termina em seu auge e deixa MUITAS lacunas abertas. Confesso que em alguns pontos isso foi bom mas em outros nem tanto. Pelo menos, para mim, o que se deixou foi um grande ponto de interrogação aberto sobre o que aconteceu depois da última página. ALÔ, TIA OLIVER, QUERO PELO MENOS UMA PÁGINA EXPLICANDO O QUE ROLOU DEPOIS DO TÉRMINO DO LIVRO, TÁ?  Mas voltando, apesar dos pontos baixos da trilogia no geral, eu a recomendo pela mensagem que ela traz. É preciso que mais pessoas acordem e olhem o que está acontecendo ao seu redor. Enfim, leiam e me digam o que acharam. E PAREM DE PENSAR APENAS NO ROMANCE E COM QUEM VAI FICAR COM QUEM, ABRAM OS OLHOS PARA AS MENSAGENS NAS ENTRELINHAS. E isso não apenas em Delírio, mas em todas as outras sagas que vocês lerem.

Quem pula pode cair, mas também pode voar.

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: Sweet, Tammara Webber

Boyce Wynn é um cara ferido e selvagem, mas resiliente. Pearl Frank sempre foi uma garota obediente, mas agora está inquieta. Quando volta para sua cidadezinha, em crise com sua escolha profissional, Pearl tem duas certezas: Boyce é exatamente aquilo que ela deveria evitar — e tudo o que ela mais quer. Ele é rebelde e barulhento. Indiferente ao que as pessoas pensam dele. Intenso. Forte. Perigoso. Mas Boyce tem mais uma característica — algo que ele esconde de todos, exceto de Pearl: ele é doce. Neste volume da série Contornos do Coração, você vai conhecer a história de dois amigos conforme eles descobrem que sempre foram mais que isso — além de rever personagens conhecidos, como Lucas e Jacqueline.

Antes de mais nada gostaria de dizer que foi preciso muita coragem para eu vir aqui recomendar esse livro pra vocês e o motivo é simples: eu queria guardar ele só pra mim. Quem acompanha minhas resenhas (ou nossa conversa no grupo aberto do Viber do Beco Literário) sabe que sou uma fã de young adults e romances em geral. Leio de tudo um pouco, mas com certeza meus 10 livros preferidos são românticos (talvez com exceção de Sherlock) e mais da metade dessa lista de favoritos é preenchida por duas autoras: Colleen Hoover e Tammara Webber. Eu leio qualquer coisa que essas duas criaturas escrevem e casaria com as duas, dava casa, comida e roupa lavada. Meu amor por Colleen é sobrenatural, mas hoje vim falar um pouco da Tammara, e seu mais novo lançamento, Sweet.

Para quem não sabe, Tammara Webber é a autora de Easy (que a resenha você encontra clicando aqui), Breakable e Entrelinhas. E hoje ela nos entrega mais uma história apaixonante: Sweet. Começamos a leitura conhecendo Boyce (quem já leu Easy e Breakable conhece um do pouquinho nosso protagonista, ele é o melhor amigo de Lucas) um jovem arredio, intenso e perigoso, tudo fruto de uma infância sofrida e uma adolescência pior ainda. Enquanto crescia vivenciando o inferno em casa, ele sempre teve uma amiga e paixão platônica, Pearl. Quando ele tinha apenas 7 anos, salvou Pearl de um afogamento, e desde então os dois mantém uma amizade um pouco colorida e estranha. Pearl é a nossa protagonista e, embora ela não tenha me ganhado completamente (como Jacqueline ganhou em Easy) ela faz muito bem seu papel. Após terminar seu relacionamento de 2 anos com um namorado um tanto quanto grosso, Pearl volta para a sua cidade de infância, decidida a mudar sua vida: mesmo após ter sido aceita em várias faculdades de medicina pelo país, ela resolve enfrentar sua mãe, que tem o sonho de ver sua filha médica, e entrar na faculdade de biologia marinha, e fazer o que sempre foi apaixonada durante toda sua vida.

Claro que essa decisão não é aceita de maneira tranquila pela sua família, e ao se deparar com um ultimato da sua mãe, Pearl decide sair de casa e fazer algo que nunca fez em toda sua vida, que é lutar pelo que ela realmente quer e não pelas expectativas que as outras pessoas colocam sobre ela. Para isso ela conta com a ajuda do seu melhor amigo de infância, Boyce, que convida Pearl para morar com ele, o que é muito conveniente uma vez que ele mora muito perto da faculdade.

Os dois começam então a dividir a mesma casa, e todos os sentimentos que foram abafados durante os anos de amizade começam a aparecer aos poucos, e cada aproximação dos amigos, por menor que fosse, já me fazia ficar toda ouriçada lendo, querendo que os dois se pegassem logo de uma vez.

“Meu último pensamento compreensível foi ‘Santa mãe de Deus’. Olhando para o chão e sem perceber meu interesse, ele esfregava o cabelo molhado com uma toalha de rosto. Cada músculo do braço, do ombro e do peito se expandia e contraía com o esforço, formando arcos e linhas definidas que mudavam a paisagem embaixo das conhecidas sardas e das gotas d’agua que ele ainda não havia enxugado. Se eu procurasse “injusto” na internet, provavelmente encontraria um GIF dele naquele momento e um link para uma explicação biológica do caos que se passava no meu corpo e da comoção mental que o acompanhava.”

Enquanto Pearl passa pelos perrengues de ter que se sustentar e se vê pela primeira vez sem o apoio da sua família, Boyce também não está passando por um momento fácil, tendo que lutar pela sua empresa contra sua própria mãe. E é justamente em meio a todas as dificuldades que um ajuda o outro de uma maneira que só melhores amigos se entendem e é isso que torna o livro ainda mais apaixonante.

“Você é a melhor coisa que um dia já foi minha.”

Minha única ressalva (que por sinal, é a mesma que fiz na resenha de Easy) é quanto as capas. Em minha humilde opinião, todas as capas dessa série (Contornos do coração) são de extremo mal gosto. Com a foto de uns rapazes com uns cabelos sebosos e umas mocinhas com a cara da prostituição se pegando etc. Dá uma vergonha de pegar pra ler na frente da sua avó (mas ai sigam a minha dica e coloquem um post-it no meio da ilustração, e parte pra história que tá tudo resolvido).

E aqui eu termino minha resenha e saio diretamente para minha prateleira, porque falar sobre Boyce e Pearl me deu vontade de reler essa história maravilhosa! Resumindo: obrigada Tammara Webber, por criar mais um mundo apaixonante! Leitura recomendada!

Atualizações, Livros, Resenhas

Resenha: 1984, George Orwell

1984 vai narrar a história de Winston, um homem que vive em uma sociedade completamente dominada pelo Estado. Todas as pessoas de forma igualitária, cada um desempenha um papel para o desenvolvimento do local onde vivem. Porém, tudo e todos são observados pelo Grande Irmão, a grande figura do Partido político vigente na Oceania. Só que Winston começa à ver além do que lhe é mostrado e aí irá acordar para o que realmente existe no mundo em que vive.

Antes de mais nada, vou contar meu histórico com 1984. Eu já estava querendo ler esse livro faz muito, muito tempo, pois sempre que lia reportagens sobre distopias, ele era citado como uma das obras-primas do gênero e, claro, a curiosidade tomou conta do meu ser. Mas eu só vim ter a oportunidade de lê-lo para um trabalho de filosofia sobre moral e ética, coisas que são abordadas por Orwell durante o desenrolar da trama. E bem, eis me aqui para conversar sobre esse clássico da literatura contemporânea.

Gente, eu não sou nenhum sociólogo político, mas com certeza, 1984 me incentivou a pesquisar mais sobre os diversos sistemas políticos criados, principalmente o socialismo e o comunismo. Foi a partir dessa minha pesquisa e da leitura do livro que tirei minhas conclusões sobre a jornada de Winston. Vamos lá.

Com um começo um pouco confuso, 1984 introduz um leitor em mundo onde todos são vigiados 24 horas por dia. Partindo disso, a história já começa a ficar agonizante e sufocante pois a sensação de você ser vigiado em todos os momentos, até na ação mais íntima, é bem apavorante. Com esse início que já bota o leitor para se questionar o que é liberdade, vamos acompanhando o desenvolver da vida de um homem que começa a perceber que há algo de MUITO errado naquele ambiente em que vive. E, a partir disso, começa a se questionar e se atentar às diversas facetas do governo. O leitor também é instigado à se perguntar sobre os motivos de aquilo ser assim o que acaba o levando à uma imersão dentro da mente de Winston. E isso é uma das coisas mais legais no livro. Você ficar com os olhos do personagem.

Mas a melhor parte vem quando começamos à desconstruir o governo do Grande Irmão. Gente, não irei entrar em muitos detalhes, mas sério, a forma como Orwell mostrou o quão cruel e manipulativo o Partido era, foi incrível! Eu parei MUITAS, mas MUITAS vezes para refletir sobre aquilo que era me mostrado. Na maior parte das vezes eu tive o sentimento de repulsa por haver pessoas que acreditam e defendem na VIDA REAL o segmento político adotado pelo Grande Irmão. Realmente difícil ver defensores desse tipo política ainda nos dias de hoje, mas né…

Voltando à história, uma coisa admirável no livro é a forma como George criou o seu protagonista. Winston é complexo como qualquer ser humano. Ele também é muito cético sobre diversos assuntos sociais e políticos. Com certeza, um dos melhores “heróis” da literatura. Mas esse é o tipo de detalhe que vocês só podem ver lendo.

1984 foi um livro escrito para refletir. Pensar sobre a sociedade que vivemos, sobre as posições políticas que defendemos, sobre o que realmente é liberdade e sobre o que realmente significa lutar por um ideal. Além de tudo isto, Orwell alerta sobre vários assuntos que mesmo sendo da época em que foi escrito (1949), perduram até hoje. 1984 é um tapa na cara de todos, mas um tapa que todos precisamos levar.

Impactante, impressionante, revoltante e real, 1984 se consolida uma das obras mais influentes da humanidade, na minha opinião.

Antes de mais nada, ABAIXO AO GRANDE IRMÃO.