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Resenha: Boa Noite, Pam Gonçalves

Alina quer deixar seu passado para trás. Boa aluna, boa filha, boa menina. Não que tudo isso seja ruim, mas também não faz dela a mais popular da escola. Agora, na universidade, ela quer finalmente ser legal, pertencer, começar de novo. O curso de Engenharia da Computação – em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números -, a vida em uma república e novos amigos parecem oferecer tudo que Alina quer. Ela só não contava que os desafios estariam muito além da sua vida social. Quando Alina decide deixar de vez o rótulo de nerd esquisitona para trás, tudo se complica. Além de festas, bebida e azaração, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De uma hora para outra, parece que o que ela mais quer é voltar para casa

Boa Noite é o primeiro livro solo publicado pela publicitária e booktuber Pam Gonçalves que já havia publicado antes juntamente com mais três booktubers, Bel Rodrigues e os meninos do canal Pedrugo, o livro O Amor nos Tempos de #Likes.

Boa Noite irá trazer até nós a vida de Alina, uma jovem tímida e nerd que acabou de sair da casa dos pais pela primeira vez para morar em outro lugar, a República das Loucuras, uma república próxima a Universidade onde Alina irá estudar Engenharia da Computação. A partir daí a vida de Alina muda completamente, algo que ela já esperava, afinal de contas foi por isso que ela escolheu uma universidade longe de casa, por ter a esperança de que longe dali ela poderia ser quem quisesse, que poderia ser alguém totalmente diferente.

“Muita gente fala que a faculdade é a oportunidade ideal para escolher quem você quer ser. E não é que já estou vendo alguma verdade nessa afirmação?”

Ao chegar na república onde vai morar ela conhece seus novos colegas de moradia, Manu, Gustavo, Talita e Bernardo. O grupo que é bem diferente entre si logo se mostra cativante e aceita Alina de braços abertos fazendo de tudo para que ela passe pelas melhores experiências que uma caloura pode passar, conhecendo festas e caras pela universidade. É nessas festas que acontecem coisas que acabam mudando a vida de Alina não tão positivamente quanto ela esperava. Ao descobrir que várias garotas estão sendo abusadas durante as festas e que drogas estão sendo usadas para que todo o abuso seja realizado Alina se ver em um momento difícil da sua vida ao querer ajudar, mas sem saber o que fazer .

No meio de tudo isso Alina ainda precisa enfrentar o machismo em sua turma, composta quase que completamente por homens, que jorra piadas machistas e misóginas todos os dias com o intuito de fazer Alina e suas outras 3 amigas, as únicas mulheres da sala, desistirem do curso. Entretanto, ao se depararem com um desafio estabelecido por um professor, as garotas encontram não apenas uma oportunidade de provar para toda a turma que são sim dignas de está ali, mas também de ajudar as garotas que estão sendo abusadas na Universidade.

Confesso que Boa Noite foi uma grande surpresa para mim. Mesmo eu já tendo lido e amado o conto da Pam publicado em O Amor nos Tempos de #Likes antes de ler Boa Noite e também já ser um grande fã do seu trabalho, inicialmente com o blog Garota It e depois com o seu canal no youtube, peguei o livro para ler sem muitas expectativas, acho que por ser o primeiro livro solo dela acabei tendo um certo receio de criar muitas expectativas e no final não ter meus anseios satisfeitos. Mas foi aí que a Pam me surpreendeu.

Ao ver que o livro trataria de estupro e assédios dentro das universidades já comecei a me preparar psicologicamente pra enfrentar O drama, imaginei que fosse ser aquele tipo de livro que me faria mergulhar em melancolia e que acabaria de ler com aquele aperto forte no peito, porém a autora conseguiu retratar um tema forte de forma delicada. Por mais que seja uma discussão totalmente séria ela conseguiu trata-la com uma leveza que nos mostrou que isso pode sim ser um assunto debatido em qualquer momento, não apenas em rodas de discussões mais sérias, a cultura do estupro e o machismo pode e deve ser discutido no bar entre amigos, no intervalo da faculdade ou enquanto come uma pizza com os amigos.

Boa Noite nos mostrou também a força da sororidade, mostrou o quanto a união feminina trás benefícios. Vemos a força da mulher representada no despertar da Alina para a luta feminina dentro das universidades contra o machismo, a luta por poder ir em uma festa sem ser assediada, por poder dançar simplesmente porque gosta de dançar e não porque está se oferecendo para alguém. Vemos a força da mulher também representada na Manu que enfrenta fantasmas de um passado com abusos e preconceitos. Vemos a força da mulher em várias outras personagens marcantes criadas por Pam Gonçalves que nos mostram o quanto as mulheres necessitam ser fortes para colocarem os pés fora de casa ainda hoje e enfrentarem esse mundo que ainda tem muito o que melhorar. O livro trás, muito além dessas questões femininas, discussões sobre preconceito, homofobia e bullying, tudo isso com uma leveza que eu não imaginava que fosse encontrar ali.

A escrita de Pam é totalmente fluída e leve, ela aborda temas pesados de forma mais delicada entremeada de momentos divertidos para que possamos ver o avanço e o crescimento de Alina dentro dessa nova vida longe da família e em um lugar totalmente novo tendo que enfrentar os problemas do dia a dia de um universitário e as dificuldades de uma mulher em um mundo machista sem toda aquela carga pesada de uma drama que, apesar de trazer boas reflexões sobre o tema, não nos deixaria tão feliz com o final do livro como Boa Noite deixou.

No mais, o livro nos apresenta personagens cativantes, empolgantes e que nos fazem pensar sobre o que aconteceu com eles antes e depois de Boa Noite e torcer para que a Pam volte a escrever sobre eles um dia, não como uma continuação de Boa Noite, mas com seus próprios livros e histórias.

Se você quiser conhecer o canal da Pam deixo um vídeo dela abaixo pra vocês:

https://www.youtube.com/watch?v=-W4rRgbBm44

it
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Resenha: IT, Stephen King

“Todos flutuam aqui em baixo”… É assim que é conhecido It.

Essas são as últimas palavras que George Demborough ouve antes de morrer, mutilado por uma… Coisa. Uma coisa horrivel, metamorfa, que é também um palhaço chamado Pennywise.
30 anos depois, o estereótipo do palhaço monstruoso é um elemento comum nas obras de terror, mas na época foi uma novidade — e um grande susto pra quem leu e hoje diz que não consegue passar perto de um bueiro sem sentir calafrios.

“Quer um balão, Georgie?”

O livro conta a história de 7 amigos que enfrentam essa criatura macabra e quase onipotente não uma, mas DUAS vezes. São duas narrativas intercaladas: uma retrata a infância do “Clube dos Perdedores” como eles chamam a si mesmos; outra conta a história deles adultos, num segundo encontro com Pennywise, que está de volta na tenebrosa Derry.

Bill, Eddie, Ben, Richie, Stan, Bev e Michael desenvolvem uma amizade tão forte e verdadeira ao longo da história que você quase deseja ser amigo deles também. Cada um dos personagens tem personalidades marcantes e são essenciais não só para a história, mas para a construção de personagem de cada um dos outros. Eles literalmente não seriam os mesmos se não estivessem juntos.

“Talvez, pensou ele, não existam coisas como amigos bons ou ruins. Talvez existam só amigos, pessoas que ficam ao seu lado quando você se machuca e que ajudam você a não se sentir muito sozinho. Talvez valha a pena sentir medo por eles, sentir esperança por eles e viver por eles. Talvez valha a pena morrer por eles também, se chegar a isso. Não amigos bons. Não amigos ruins. Só pessoas com quem você quer e precisa estar; pessoas que constroem casas no seu coração.”

Da esquerda para a direita: Stan, Richie, Michael (atrás), Bill, Bev, Ben.

Vale a pena mencionar: Derry é maligna. Você vai aproveitar a obra bem mais se souber disso desde a primeira linha, desconfiando de tudo e todos que encontrar ao longo de suas 1104 páginas (sim, é monumental). Os protagonistas vão sentir isso na pele, ao sofrerem bullying e negligência, desde o valentão Henry Bowers até o farmacêutico Sr. Kleene. O que torna IT diferente da maioria das histórias de terror é justamente tratar de tais temas (inclusive a homofobia, o que é bastante corajoso para a época).

Outro tema da obra é o quanto você é definido pela sua infância — e principalmente pelos seus pais. Muitos medos e problemáticas dos personagens derivam de suas experiências nas suas casas, com pais controladores, ausentes, paranóicos ou até agressivos. E claro, também existe todo o lado metafórico da Coisa ( 😉 ). Um palhaço que assume a forma do que mais te assusta é uma forma genial de se tratar dos medos da infância, e como nós crescemos ao enfrentá-los. O “Clube dos Perdedores” são 7 crianças que enfrentam seus maiores medos e tornam-se adultos, seguindo suas vidas até que sejam confrontados novamente pela memória dos traumas que deixaram para trás.

Com uma narrativa envolvente, King não poupa palavras pra contar cada memória e momento crucial na construção de cada personagem central (e as vezes nem tanto) da trama. Diferente de alguns outros livros do autor, não tem muito o que cortar em IT que não fosse fazer falta de alguma maneira. Se no final do livro você estará vibrando pelos personagens e temendo por eles (ou, no caso de Henry Bowers, odiando), é justo pelo tempo que você passa acompanhando eles ao longo de sua jornada.

A esse ponto você já deve ter percebido que IT não ficou famoso por nada. Gostando ou não, é difícil contestar as qualidades técnicas e artísticas da obra, que consegue ser muito mais que um livro de terror: é uma história sobre crescer, e sobre a vitória do amor sobre o medo.

E também sobre um palhaço metamorfo assassino.

Tomando banho com o crush

Se você gostou, confere aqui o trailer do filme baseado na obra que vai sair em setembro de 2017, e o da adaptação original para a TV de 1990 aqui. Não esquece de compartilhar o texto! 😉

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Resenha: Centelha, Amy Kathleen Ryan

Com as garotas de volta, parece que tudo ficará mais fácil. Bem, deveria ser assim, mas as coisas não são tão simples como parecem. Em Centelha, segundo volume da série Em busca de um novo mundo, Amy Kathleen Ryan nos traz um outro lado da história. Um garoto de 16 anos é capaz de se tornar o capitão de uma nave que tem uma missão tão importante? É capaz de ponderar suas ações e reconhecer seus erros? É interessante como vemos a complexidade do personagem Kieran e todas as facetas do ser humano, ainda mais, quando está em uma situação de risco, e sua maior luta é pela sobrevivência.

Bem, nesta continuação, Seth virou o indesejável número 1, Waverly não aceita a vocação de messias de Kieran e a noção de certo e errado dentro da nave fica meio distorcida. Para piorar tudo, ataques misteriosos começam a acontecer dentro da nave e Seth é o maior suspeito, já que conseguiu fugir da prisão de forma misteriosa. A história passa a ser narrada em vários cenários, já que os personagens passam a maior parte do tempo separados e temos várias visões diferentes da mesma história. Kieran e sua convicção de estar fazendo a coisa certa obrigando os serviços religiosos para manter todos unidos, Seth e sua busca pelo verdadeiro culpado, e Waverly e sua luta de instaurar a democracia e destituir o poder absoluto de Kieran.

Para piorar tudo ainda mais, os adultos sobreviventes da Empyrean continuam aprisionados na New Horizon, e um tratado de paz começa a ser discutido, o que é a única chance de verem seus pais de novo, de ter um pouco de normalidade restaurada novamente. O livro é intenso, não dá vontade de parar nem um minuto. Os conflitos nos deixam angustiados e a reviravolta na história é surpreendente. Depois de passar por várias distopias e livros de ficção, fiquei surpreendida com essa série tão pouco conhecida e de tanta qualidade.

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Resenha: Brilho, Amy Kathleen Ryan

Brilho é o primeiro volume da série Em busca de um novo mundo, da autora Amy Kathleen Ryan, publicado pela Geração Editorial. A primeira vez que ouvi falar sobre esse livro foi no Sarau mistérios da meia-noite, no Halloween de 2015, e fiquei encantada com a história. Uma mistura de distopia, ficção científica, uma pitada de romance e muita ação: a receita perfeita para uma obra de sucesso.

Tudo começa com a Terra entrando em colapso. Os recursos naturais acabaram, o povo está morrendo e não há mais nada que possa ser feito. Uma nova Terra é descoberta, um planeta cheio de água fresca, terras férteis e um ecossistema perfeito para habitar a raça humana. Duas naves são abastecidas com plantas, animais e pessoas, e é enviada para esse planeta a fim de que a humanidade não entre em extinção. A viagem é longa, a expectativa é mais de 40 anos, e a missão é clara: as pessoas devem sobreviver e se reproduzir para povoar a Terra nova e começar tudo de novo.

A história é, inicialmente, contada pela visão da vida na segunda nave, a Empyron, e somos apresentados a dois personagens que se mostrarão bem fortes no futuro, Kieran e Waverly, dois adolescentes vistos como grandes pilares do recomeço da vida na nova Terra. Tudo parece correr como planejado, as pessoas convivem em sociedade, cooperando para o bom funcionamento da nave, até que são surpreendidos pela primeira nave, a New Horizon, e um ataque catastrófico destrói tudo o que eles conheciam. Todas as meninas são sequestradas e levadas para a New Horizon, pois suas mulheres apresentaram um problema de fertilidade. Os adultos são mortos e Kieran e os outros garotos se vêem sozinhos, tendo que cuidar da nave e tentar resgatar as garotas.

Além da história fantástica e toda a ação, uma das coisas mais interessantes neste livro é o que as pessoas são capazes de fazer quando são arrancadas de sua zona de conforto e vêem sua sobrevivência ameaçada. Até onde uma pessoa é capaz de ir para salvar sua própria vida? O que é capaz de fazer para manter o poder? O ponto de vista de cada um pode acabar distorcendo um pouco o que é o bem comum e o egoísmo pode se sobressair em quem antes era visto como alguém tão bom. Adorei o livro e já comecei a ler o segundo, ansiosa para descobrir mais do desenrolar dessa história. Para quem gosta de distopias, mas está cansado do mesmo de sempre, Brilho chegou para surpreender.

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Resenha: O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida, Kate Eberlen

Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda. E pode ser que nunca se encontrem. Tess sonha em ir para a universidade. Gus mal pode esperar para fugir do controle da família e descobrir sozinho o que realmente quer ser. Por um dia, nas férias, os caminhos desses dois jovens de 18 anos se cruzam antes que os dois retornem para casa e vejam que a vida nem sempre acontece como o planejado. Ao longo dos dezesseis anos seguintes, traçando rumos diferentes, cada um vai descobrir os prazeres da juventude, enfrentar problemas familiares e encarar as dificuldades da vida adulta. Separados pela distância e pelo destino, tudo indica que é impossível que um dia eles se conheçam de verdade… ou será que não? O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida narra duas trajetórias que se entrelaçam sem de fato se tocarem, fazendo o leitor se divertir, se emocionar e torcer o tempo todo por um encontro que pode nunca acontecer.

 

O Primeiro dia do Resto da Nossa Vida é um livro sobre o destino e como mesmo tomando diferentes decisões, estamos onde deveríamos estar.

 

O livro gira em torno da vida de Tess e Gus, acompanhando cada decisão, cada momento, cada descoberta. Os personagens são incríveis e as histórias bem reais, daquelas que você já ouviu falar ou que se encaixariam perfeitamente na sua vida. Por isso é um livro fácil de se identificar. Os personagens secundários, apesar de serem apenas coadjuvantes são aqueles que desenvolvem a trama quando achamos que nada vai acontecer, eles aparecem. Bem desenvolvidos, mas rasos. Portanto, não se apegue a eles.

Ele trata daquela parte do romance que quase nunca vemos, a expectativa, os momentos antes do primeiro encontro que muda a vida dos personagens, de como tudo conspira e os levou a chegarem ali. Em vários momentos eles se encontram no mesmo lugar mas o mistério do livro é realmente esse, se eles ficarão ou não juntos. O ponto de vista de cada um, a narrativa singular, faz com que a história cresça. O amadurecimento dos personagens durante a leitura é evidente. Nos fazendo assim conhecer a história de cada um e torcendo para um encontro a cada capítulo.

Porque se você acha que alguém é seu Par Perfeito e ele não for, então talvez você tenha perdido a chance de encontrar sua alma gêmea de verdade…

É um romance diferente, com uma narrativa atemporal e íntima. Nos leva a questionar várias vezes as situações problemáticas e reais do livro. Você acaba torcendo por um casal que nem se conhece ou sequer vai se conhecer. Você acaba desejando, mais do que o final feliz, que cada um consiga superar seus problemas e ser realmente feliz.

As mensagens que o livro carrega, a reflexão, foram alguns dos pontos que me surpreenderam. A autora soube trabalhar bastante o simbolismo, os pequenos detalhes que fazem toda a diferença.

Às vezes, as melhores coisas estão bem debaixo do seu nariz. Entende o que quero dizer?

Vale muito a pena a leitura! Destino, histórias que se entrelaçam, a expectativa, vemos que apesar dos desencontros, dos problemas que cercam a nossa vida, tudo tem o tempo e o momento certo de acontecer. O primeiro dia do resto de nossas vidas é todo dia!

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Resenha: Vingadores – Primordiais, Brian Michael Bendis & Alan Davis

“Em tempos recentes, o Universo Marvel vivenciou um período de grande agitação. Na esteira do catastrófico cerco a Asgard, Capitão América, Homem de Ferro e o poderoso Thor foram espalhados pelos Nove Reinos. Agora, esses antigos irmãos de armas devem colocar suas diferenças de lado para enfrentar um inimigo mortal que ameaça dilacerar seu mundo.”

Durante grande parte da longa história dos vingadores, sempre existiram três membros centrais em torno dos quais o grupo se arma: Homem de Ferro, Capitão América e Thor. Um trio de campeões cuja coragem só se equipara à sua dedicação e camaradagem pelos demais colegas de equipe. Porém, esses três pilares do grupo não poderiam ser mais diferentes entre si. Um soldado, um genial homem de negócios e um deus. Mas apesar das grandes diferenças eles ainda são grandes amigos. Ou, pelo menos eram.

Em 2010, os laços que uniam o trio se romperam. Tudo graças aos eventos que fragmentaram o Universo Marvel, mostrados principalmente em Guerra Civil, de 2006, Capitão, Thor e Homem de Ferro não se encontravam nos melhores termos. Mas graças ao recente cerco sofrido por Asgard, os três acabaram se reunindo em prol de um objetivo em comum. Após lutarem lado a lado por um bem maior, ficara óbvio que algo precisava ser feito para que o trio percebesse o quanto precisavam uns dos outros, e para que as mágoas do passado fossem esquecidas. O evento responsável por essa reconciliação foi Vingadores – Primordiais.

O cerco acabou, Asgard caiu, os heróis caminham sobre as ruínas, prendendo os vilões e resgatando sobreviventes. Capitão América e Homem de Ferro discutem ferrenhamente diante de seus colegas, mas Thor logo se aproxima para separá-los, ambos param de discutir, afinal, estão diante dos escombros de Asgard, lutaram para salvar a casa do deus do trovão, e agora brigam diante de seu colega. Com a discussão encerrada os três caminham entre os restos do reino asgardiano, Thor consternado começa a explicar sua maior preocupação, pois a ponte do arco-íris fora destruída, o portal está danificado e isso afetará os nove reinos. Porém, enquanto Thor está explicando, um portal se forma subitamente, engolindo o poderoso trio em um vórtex, e fazendo-os sumir diante de seus colegas.

O Vórtex os lança separadamente em lugares distintos, deixando-os isolados e sem qualquer conhecimento do que acabara de acontecer. Não demora para que eles voltem a si e percebam que estão sozinhos, o trio fora separado através dos nove reinos, e agora deverão encontrar uma maneira de se juntarem para que possam retornar a Asgard. Porém, enquanto procuram o caminho de casa, terão que lidar com as inúmeras raças que habitam esses mundos, raças que em sua grande maioria são agressivas e perigosas. Além de todos esses problemas, uma poderosa entidade visa dominar os nove reinos, e ela destruirá tudo em seu caminho para que possa atingir seus objetivos. Mais uma vez o trio terá de esquecer suas diferenças, deverão se unir para que possam sobreviver, e assim, além de salvarem suas próprias vidas, salvar também a vida de bilhões de inocentes.

Vingadores – Primordiais é uma ótima HQ, pondo um fim aos conflitos que afetavam não só os vingadores, mas também todo o Universo Marvel. As desavenças entre esse trio durou anos, criando uma grande expectativa em relação ao futuro da terra, pois com os heróis desunidos, os vilões prosperaram como nunca na história da Marvel. O roteiro de Bendis é cem por cento focado na reconciliação, e apesar de o objetivo ser o relacionamento entre os três heróis, a trama em si e o vilão são bem trabalhados, criando um perigo real para todos nos nove reinos. A arte é outro ponto forte, principalmente nas cenas de ação, criando um clima épico e fantasioso. Uma HQ recomendadíssima, afinal, não é todo dia que se vê o Capitão América empunhando uma espada.

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Resenha: A Escola do Bem e do Mal 3 – Infelizes para Sempre, Soman Chainani

ATENÇÃO: A Escola do Bem e o Mal 3 – Infelizes para Sempre é o último livro da trilogia de Soman Chainani, então, se você ainda não leu os outros 2 livros, pode haver SPOILERS.

Após Sophie aceitar o diretor da escola como seu verdadeiro amor beijando-o e mandando Ágatha e Tedros para o Mundo dos Leitores, o mal domina a escola. Agora, a Escola do Bem se chama a Escola do Novo, onde os alunos aprendem a ser maus, como de praxe. Já a Escola do Mal é a Escola do Velho, onde os antigos vilões, após voltarem à vida, têm a chance de matar seus inimigos e reescrever suas histórias. Sophie é professora e divide o reinado com o diretor, o qual acredita ser o único que a conhece e ama de verdade.

No Mundo dos Leitores, Ágatha e Tedros vivem um dilema. Tedros, desiludido com o mundo “real” e saudoso de seu reino, culpa Ágatha por sua sorte. Essa, por sua vez, amargurada por não ser o bastante para o seu príncipe, o culpa por sua tristeza. Ambos começam a duvidar se o que sentem é mesmo o verdadeiro amor e se tomaram o rumo certo em sua história. Mas, em uma coisa eles concordam: sentem falta de Sophie. Assim, com essa certeza e com a ajuda da mãe de Ágatha que esconde mais segredos do que aparenta, os dois conseguem voltar para o Mundo das Histórias a fim de resgatar Sophie e reconstruir seu conto de fadas.

O que eles encontram, porém, não é nada do que esperavam. Sophie não é prisioneira do diretor da escola, mas sim, sua aliada, sua rainha. Os antigos heróis dos contos de fadas estão sendo assassinados por seus antigos inimigos que, inexplicavelmente, voltaram à vida. Os poucos heróis sobreviventes vivem, agora, escondidos por Merlim, e o único jeito de colocar tudo no lugar novamente é fazer Sophie matar o diretor da escola, algo praticamente impossível.

Neste último volume da saga, Soman Chainani nos mostra que o céu é o limite. Ele vai muito além do que podíamos imaginar, amarrando todas as pontas soltas e nos mostrando que os contos de fadas, por mais antigos e batidos que sejam, sempre podem ser reinventados. Em uma história a qual pensávamos ter um triângulo amoroso como trama principal, o autor expande muito mais com vários mistérios sendo revelados. Personagens antes insignificantes tomam proporções gigantescas e mostram o motivo de estarem ali. Finalmente, conhecemos toda a história da mãe de Sophie e descobrimos a razão do maior de todos os mistérios: por que, afinal, Sophie é má e Ágatha é boa? Qual é a ligação entre as duas? Ágatha e Tedros são, realmente, o verdadeiro amor um do outro? E, se o diretor da escola precisa morrer, quem vai ser o verdadeiro amor de Sophie?

Terminamos o livro 2 cheios de perguntas e expectativas e, em A Escola do Bem e do Mal – Infelizes para Sempre, todas são respondidas, até as perguntas que nem achávamos que tínhamos! Soman Chainani criou um mundo magnífico, reinventou os contos de fadas, mostrou uma nova face de personagens tão conhecidos e, principalmente, nos mostrou que o Felizes para Sempre nem sempre é igual para todos, cada um tem o seu.

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Resenha: Projeto Manhattan Vol. 2, Hickman e Pitarra

Como prometido semana passada, postamos agora a resenha de Projeto Manhattan Vol. 2. O segundo livro da série continua sendo assinado por Hickman e Pitarra, mas as cores ficaram por conta de Jordie Bellaire – exceto o capítulo 10, colorido por Ryan Browne. Bellaire é uma colorista de histórias em quadrinho estadunidense; entre outros trabalhos, ilustrou a HQ Nowhere Man, que foi vencedora do Eisner Award de “Melhor Colorização” em 2014. Browne, além de colorista, é o criador de duas histórias em quadrinhos, God Hates Astronauts e Blast Furnace.

O que Hickman nos apresenta agora é a sua versão do período conhecido como Guerra Fria, momento da História marcado por uma disputa ideológica entre Estados Unidos e União Soviética (URSS). Nesse período, a disputa entre os países não aconteceu pela via do combate armado, mas por conflitos indiretos. Um dos mais famosos deles foi a Corrida Espacial, e adivinhem só qual grupo estadunidense de cientistas supergênios estava envolvido. Isso mesmo, o do Projeto Manhattan.

Do outro lado, no território que hoje conhecemos como Rússia, somos apresentados ao projeto Cidade das Estrelas, que seria a versão soviética do P.M. Ele era ultra secreto no período soviético, e assim como o P.M., sequestrou os principais cientistas do nazismo no final da Segunda Guerra. Foi a URSS, aliás, a responsável por construir e lançar o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik I.

Mas falemos propriamente do livro. Nele vemos o Projeto Manhattan tomando proporções ainda maiores, não só porque os conflitos se intensificaram, mas porque a capacidade tecnológica deles aumentou, bem como seu poder, o que mexeu com suas cabeças.

Já sabemos desde o volume 1 que Hickman e Pitarra gostam de explorar várias histórias simultâneas, com vários personagens em cada uma delas. Neste volume os autores intensificam a prática, nos entregando várias narrativas que se conversam para formar o contexto geral, o seu pano de fundo. Vejamos um pouco de cada uma dessas histórias.

1) Lembram-se daquele cientista nazista, Helmutt, que se esconde dos companheiros e é dado como morto durante o ataque dos EUA à cidade científica alemã? Pois bem, ele volta no volume 2 sequestrado pelo exército da URSS, e através dessa história Hickman faz uma comparação entre nazistas e soviéticos (que nessa época estavam já sob o comando stalinistas). Quando é encontrado e sequestrado, Helmutt enfrenta dificuldades, mas acaba acreditando que lá na URSS as coisas seriam diferentes, que lá encontraria respeito e liberdade. Não foi o que aconteceu. Tanto servindo aos nazistas quando aos soviéticos, Helmutt é tratado como simples peça na engrenagem do sistema, seja ele qual for.

2) A equipe do Projeto Manhattan, que agora parece ter o nazista von Braun como porta-voz oficial, se encontra com a da Cidade das Estrelas e propõe uma parceria que aconteceria sem o consentimento ou o conhecimento do Estado. Aparentemente, alienígenas furiosos representariam um perigo muito maior para a humanidade do que o sistema capitalista ou o comunista, algo que os governos e seus antigos representantes não poderiam compreender. Dessa forma, caberia apenas a eles lidar com a situação.

3) Quando os cientistas do projeto se rebelam contra o Estado, agindo como se tivessem uma compreensão superior da situação da Terra, os representantes do poder tradicional precisam tomar medidas drásticas. Truman e Roosevelt I.A. se unem a outros poderosos líderes: um príncipe catalão, uma figura misteriosa que serve de canal para a riqueza das Organizações Religiosas, um egípcio que serve de conexão  com a Magia do velho mundo e um representante do que chamam de mundo emergente. Eles se opõem aos cientistas e usam todo o poder do Estado para pará-los, nos dando muitas cenas sangrentas e reveladoras.

4) No último capítulo do quadrinho, que é colorido por Ryan Browne, adentramos ao maravilhoso (ou terrível) mundo dos Oppenheimers. Este capítulo interessantíssimo nos mostra um pouco mais do funcionamento da mente de Joseph, que a essa altura é como uma cidade repleta de cópias, cada qual com sua personalidade e função. O capítulo, assim como o livro, se encerra deixando muitas possibilidades em aberto, e sem esclarecer de que forma os problemas de Oppenheimer irão interferir na história e no Projeto a partir dali.

 

Projeto Manhattan Vol. 2 é ainda melhor do que o primeiro. Os autores constroem um todo cada vez mais complexo, mas conseguem manter uma história bem coerente, com boas ligações entre todas as narrativas paralelas. Novas figuras históricas são apresentadas, como o presidente Kennedy, a cadela laika e o Ministro Ustinov. Além deles, conhecemos personagens que não foram tão diretamente baseados em personalidades reais, como todos aqueles que se uniram aos presidentes contra o P.M. e que eu já mencionei.

Terminada a leitura, fica a sensação de que todos estamos a mercê de decisões tomadas muito acima de nós, por indivíduos que nem sempre agem de acordo com necessidades maiores. Nazismo, Stalinismo e Capitalismo… Em nenhum desses contextos apresentados por Hickman o avanço tecnológico, o domínio da natureza e o conhecimento científico aparecem como neutros, porque estão sob o controle de alguém, e quanto mais a ciência avança, maior o poder de quem a detém. É nesse sentido que podemos entender o subtítulo da série: “Ciência. Ruim”

É claro que a história que Hickman e Pitarra nos contam é fictícia, e é importante ter isso em mente. O fato de seu tema ser extraído da História é só um elemento a mais no todo que ela representa. Projeto Manhattan é um desses livros que a gente só para de ler quando acaba, a história te prende e a última página de cada capítulo praticamente te obriga a ler a próxima. Para quem não conhece a HQ, recomendo muito a leitura. Para quem já chegou até aqui, nos resta esperar que a Devir publique o volume 3 o mais rápido possível, para solucionar as questões deixadas em aberto até agora.

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Resenha: Não Olhe!, FML Pepper

ATENÇÃO: Não Olhe! é o volume 2 da série Não Pare! de FML Pepper, então, se você ainda não leu o livro 1, CUIDADO! Esta resenha pode conter spoilers.

Após a disputa entre os quatro clãs no meio do deserto do Saara, Nina acorda do outro lado do portal e descobre que está em Zyrk. Cuidada por Richard, sua Morte/badboy/lindo/amor, ela é levada para o clã do resgatador, Thron, um lugar sombrio, frio e escondido no meio de um vulcão adormecido. Possuir a híbrida traz o poder ao clã e, junto com ele, glória eterna a Richard, o responsável por tal proeza. Isso, de certa forma, parte o coração de Nina que acredita ter sido usada o tempo todo como uma moeda de troca pelo trono de Thron.

Após alguns probleminhas básicos no lugar que mais parece o mundo inferior, Nina é transportada para o clã de Storm, onde é entregue aos cuidados de John. Tudo parecia resolvido já que o rei de Storm era o único interessado em manter a híbrida viva. Mas, como nem tudo são flores na vida de Nina, o rei começou a ficar meio esquisito, então, se aproveitando do interesse do resgatador John por sua pessoa, Nina o convence a levá-la para Windston, o clã de seu falecido pai e que, até onde sabe, é governado por seu avô. John trai seu pai e parte em uma missão suicida pelos lugares mais perigosos de Zyrk a fim de proteger Nina e, finalmente, levá-la para um lugar seguro.

Eles até chegam em Windstom, Nina reencontra o avô e tudo parece que vai ficar bem, maaas… o clã é muito fraco em questão de exército e, assim que a notícia de que a híbrida estava com eles se espalhou, os outros três clãs vieram atrás, principalmente Thron, o mais forte de todos. É nessa hora que Richard ressurge das cinzas para salvar Nina e poupar Windston de um massacre desleal e cruel, mas as feridas ainda não cicatrizaram e a híbrida ainda acredita que seu tão amado resgatador a entregou de mão beijada para o rei de Thron em troca do trono e uma porção de ouro.

A partir daí, John (de novo) e Nina enfrentam as paisagens mais hostis de Zyrk em direção a um portal para a segunda dimensão (Terra). Fugir de volta para casa é a única chance que Nina tem de se manter viva e salvar o clã de seu avô da destruição.

Existe vida após a morte? Bom, isso depende. Depende do que você considera ‘vida’. Depende do que a morte significa em sua vida. Para mim, dependia do fato quase incompreensível de que, para me sentir viva, tudo o que eu mais desejava era estar nos braços da minha morte. Uma morte personificada na figura de um rapaz cheio de cicatrizes, fulgurantes olhos azuis-turquesa e um rosto tão perfeito e atormentado quanto suas atitudes. Uma morte que poderia me tirar a vida com um simples sopro, porém, vil e inescrupulosa, resolveu fazer isso com requintes de crueldade, reduzindo meu coração em pedaços. – Nina.

Nesse segundo volume da série, Não Olhe! se passa dentro da terceira dimensão. Conhecemos mais sobre os perigos de Zyrk, bem como seus clãs e seus habitantes. Aos poucos, Nina vai se distanciando daquela menina ingênua que achava que seu maior problema era ter uma mãe super protetora e se conscientizando mais sobre o que significa ser uma híbrida e seu papel na história de Zyrk.

Já Richard, bem… Vamos do amor ao ódio por ele. Sentimos junto com Nina a decepção, mas, ao mesmo tempo, não queremos acreditar que ele é ruim. Bem, no fundo, sabemos que ele é um zirquiniano, mas não qualquer zirquiniano, e sim, o melhor representante da espécie. O resgatador principal de Thron, aclamado pelo seu povo, um guerreiro nato capaz de tudo para conseguir o que quer não usaria a híbrida para isso? Um zirquiniano pode se apaixonar? Ou tudo não passou de um jogo?

Junto com as cenas de aventuras pelo mundo de Zyrk e seus clãs, Não Olhe! vai bem mais fundo nas emoções humanas e zirquinianas, esse povo amaldiçoado a ser a Morte de todo um mundo e incapaz de amar.

Livros, Novidades, Resenhas

Resenha: Sem Limites para o Prazer, JC Ponzi

Eles desconhecem limites e pudores.
A única coisa que importa é concretizar seus desejos.Sem Limites para o Prazer conta a história de Jessica Becker, que é o tipo de garota invejada por todos. Linda e nascida em berço de ouro, ela sabe o poder que tem nas mãos e utiliza seus atributos para satisfazer suas vontades. Nem mesmo homens mais velhos, de reputação ilibada, conseguem resistir aos encantos da aluna mais popular da MVA.
Com planos bem traçados e prestes a concluir o último ano de high school, Jessica se vê balançada pelo novato Theodore e começa a questionar os meios que utiliza para alcançar seus objetivos.
Será o ingênuo rapaz capaz de despertar sentimentos verdadeiros na garota mimada e sem escrúpulos?

Que eu amo fanfics, livros do Wattpad, contos eróticos e coisas do gênero não é segredo pra ninguém. No entanto, na última Bienal do Livro, eu fui além nos meus níveis de fanboy quando vi o livro da JC Ponzi, que era do Wattpad, ser publicado em forma física. Claro, tive que comprar e ainda sofrer por conseguir ler só há pouco tempo.

O livro conta a história de Jessie, vinda de uma família rica e famosa de Nova Iorque, numa aura meio Gossip Girl. Ela é a típica loira de aparência estonteante, que transmite a imagem de santinha, mesmo não sendo. E seu “irmão postiço” que o diga: afinal, a relação entre eles não pode negar.

Isso mesmo, altas doses de incesto. Se você começou o cursinho com Cassandra Clare, JC Ponzi é uma boa forma de se pós-graduar no assunto, porque é pesado! O livro tem cenas de sexo explícito, pegação, e não é nada leve! Não vai achando que é só mais um Cinquenta Tons, porque realmente não há limites na narrativa.

Além do irmão, Jess mantém relações com o reitor da escola, um homem casado, seu filho recém-chegado e outras pessoas. Acostumada a sempre ter todos na palma de suas mãos, a garota se vê em um jogo de chantagens, descobertas, paixão, amor e muito, mas muito sexo!

O mais interessante, é o fato de termos narrativas em várias visões, o que nos faz conhecer os personagens de maneira mais ampla, dentro deles mesmos. Não só a visão do narrador. JC consegue te envolver do início ao fim e terminei já querendo reler. Sem Limites para o Prazer é muito bem escrito, cheio de reviravoltas completas, é uma leitura com certeza obrigatória para quem gosta do gênero.