Categorias

Livros

Livros, Resenhas

Resenha: A Prometida, Kiera Cass

Mais conhecida por sua famosa série A Seleção, que inclusive irá ganhar um filme pela Netflix, Kiera Cass retorna ao mundo literário com A Prometida, seu novo livro lançado em maio pela editora Seguinte e nos transporta para mais um mundo onde a realeza comanda tudo e percorremos os corredores de castelos repletos de conflitos palacianos e triângulos amorosos.

Dessa vez, no lugar de uma distopia, Kiera Cass nos leva por um romance de época que se passa em um país fictício chamado Coroa. Quem nos conduz pela história é a protagonista Hollis Britte, uma moça que, por fazer parte da elite de Coroa, mora no castelo do rei Jamerson, um jovem rei que está em busca de uma rainha para governar Coroa ao seu lado.

É a partir disso que Hollis, por ser uma garota divertida aos olhos do rei, acaba se tornando a grande escolhida para ocupar o tão cobiçado posto de Rainha, no entanto, como em A Seleção, as coisas mudam completamente quando um novo amor surge no castelo fazendo com que ela fique dividida sobre qual futuro quer para si. Todo esse conflito acontece após a chegada de uma família exilada de Isolte, um reino vizinho a Coroa que é conhecido por ser o oposto do país de Hollis. Enquanto Coroa é um país quente de muitas cores vermelhas e ensolaradas, Isolte é um país extremamente frio repleto de azul por todos cantos.

Silas é o filho mais velho da família Eastoffe e o jovem isoltano responsável por fazer com que Hollis comece a questionar o seu próprio futuro em Coroa, extremamente pálido e com olhos azuis, Silas é o total oposto do rei Jamerson e isso é uma das coisas que chamam a atenção de Hollis. Ao passo que Silas faz com que ela se sinta ouvida e vista por quem realmente é, Jamerson, mesmo sendo um ótimo rei e tratando Hollis muito bem, faz com que ela aos poucos perceba seu papel de rainha como algo muito mais ligado a imagem que ela irá representar para o reino, sendo tratada apenas como um troféu do rei.

Como se não bastasse o conflito interno que Hollis está vivendo, uma visita do rei de Isolte ao castelo acaba trazendo muito mais conflitos palacianos para a vida da futura rainha de Coroa. É nesse momento que ela começa a descobrir o porquê da família Eastoffe ter buscado asilo com o rei Jamerson e as coisas ruins que podem estar acontecendo em Isolte, trazendo uma leva de problemas políticos a história, sendo justamente as questões políticas e os conflitos entre os reinos os grandes responsáveis por salvarem o livro de Kiera Cass.

Ao que parece, a autora ouviu as críticas feitas sobre A Seleção e tentou ao máximo corrigir os erros em A Prometida, no entanto, a energia que ela utilizou corrigindo os erros e trazendo conflitos políticos consistentes que foram o grande trunfo desse novo livro, foi um tanto quanto que deixada de lado na construção, não apenas dos personagens, como em todo o romance criado na história. A impressão deixada ao ler o livro foi que muitos capítulos faltavam ali e que, provavelmente, alguns momentos a mais entre Hollis e seus dois amores fariam com que houvesse uma empolgação maior para continuar lendo. Nenhum personagem ganha muita profundidade na história, fazendo com que a gente não consiga se prender a nenhum deles em momento algum. Tudo isso se reflete, tanto no romance de Hollis com o rei Jamerson, quanto com o “plebeu” isoltano Silas.

Quando o rei Jameson se declara para a Lady Hollis Brite, ela fica radiante. Afinal, a jovem cresceu no castelo de Keresken, competindo com as outras damas da nobreza pela atenção do rei, e agora finalmente poderá provar seu valor. Cheia de ideias e opiniões, logo Hollis percebe que, por mais que os sentimentos de Jameson sejam verdadeiros, estar ao seu lado a transformaria num simples enfeite. Tudo fica ainda mais confuso quando ela conhece Silas, um estrangeiro que parece enxergá-la — e aceitá-la — como realmente é. Só que seguir seu coração significaria decepcionar todos à sua volta… Hollis está diante de uma encruzilhada — qual caminho levará ao seu final feliz?

Não existe na história uma construção do porquê Hollis ama Jamerson ou Silas, o romance não consegue convencer em nenhum momento, principalmente após ela escolher com quem ela quer ficar próximo ao fim do livro, levando ao ponto de me fazer torcer contra o que ela escolheu viver. Jamerson trata Hollis muito bem e a enche de presentes, já Silas faz com que ela se sinta ouvida e vista por quem realmente é, mas nada disso é muito sólido, visto que ela tem pouquíssimos momentos com ambos que justifique o amor que sente por eles.

A grande salvação da história fica mesmo a cargo das questões políticas entre os reinos e ao aparecimento de uma organização misteriosa intitulada Cavaleiros Sombrios que levam morte e desolação por onde passa. Acontecimentos próximos ao final do livro fazem com que você enxergue todos os conflitos por um novo olhar e ficar curioso para saber o que vem a seguir e são esses últimos capítulos que salvam a história nos levando a querer ler os próximos livros da série, mesmo que o romance em si ainda não tenha convencido.

O que resta agora é esperar pelos próximos livros que Kiera está escrevendo sobre a vida de Hollis e contar com que ela consiga, enfim, nos mostrar o quanto as escolhas amorosas dela foram importantes e como tudo isso irá afetar a relação entre Coroa e Isolte.

Livros

Dia da Língua Portuguesa: obras modernas e clássicas para celebrar a data

Em 10 de junho comemora-se o Dia da Língua Portuguesa. A data foi instituída pelo governo de Portugal no ano de 1981, escolhida em homenagem a Luís de Camões, que faleceu em 10 de junho de 1579 e é considerado um dos maiores autores de língua portuguesa de todos os tempos. Para celebrar o idioma, a Disal selecionou obras modernas e clássicas de celebres autores portugueses.

Confira os títulos:

Na obra “Poesia de Luis de Camões Para Todos” poemas sobre o amor e a vida, alguns contando pequenas histórias, outros de um humor irresistível. O livro é indicado para muitas crianças e jovens terem o primeiro contato com a obra de Luís de Camões, pois nele se reúnem poemas líricos de leitura mais acessível, a par de outros que, de tão conhecidos, ficaram guardados na memória desde a juventude.

Certamente a peça mais conhecida de Gil Vicente, Auto da barca do Inferno é uma representação alegórica do destino das almas humanas assim que deixam seus corpos, quando encontram duas barcas com seus respectivos arrais, um Anjo e um Diabo. As duas entidades acusam os vícios e faltas cometidos em vida pelas personagens, a fim de ensinar aos vivos os perigos e enganos da vida transitória. A peça, que foi escrita para a cena palaciana, mostra-se uma sátira impiedosa sobre os costumes da sociedade da época. Ninguém é poupado, nem mesmo padres, fidalgos e magistrados. Auto da barca do Inferno é a primeira parte da trilogia das barcas, seguido das barcas do Purgatório e da Glória. Estima-se que tenha sido escrita em 1516, mas foi publicada, assim como as demais obras de Gil Vicente, apenas em 1562.

Uma terrível “treva branca” vai deixando cegos, um a um, os habitantes de uma cidade. Com essa fantasia aterradora, Saramago nos obriga fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu. Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma “treva branca” que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar “a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”.

“Um ônibus incendiado em uma estrada poeirenta serve de abrigo ao velho Tuahir e ao menino Muidinga, em fuga da guerra civil devastadora que grassa por toda parte em Moçambique. Como se sabe, depois de dez anos de guerra anticolonial (1965-75), o país do sudeste africano viu-se às voltas com um longo e sangrento conflito interno que se estendeu de 1976 a 1992. O veículo está cheio de corpos carbonizados. Mas há também um outro corpo à beira da estrada, junto a uma mala que abriga os “”cadernos de Kindzu””, o longo diário do morto em questão. A partir daí, duas histórias são narradas paralelamente: a viagem de Tuahir e Muidinga, e, em flashback, o percurso de Kindzu em busca dos naparamas, guerreiros tradicionais, abençoados pelos feiticeiros, que são, aos olhos do garoto, a única esperança contra os senhores da guerra. Terra Sonâmbula de Mia Couto foi considerado pelo júri especial da Feira do Livro de Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX e agora reeditado no Brasil pela Companhia das Letras.

É o livro da vida de Fernando Pessoa, finalmente editado como o autor queria, respeitando todos os semi-heterônimos que fazem parte dele, devidamente assinados – Vicente Guedes, Barão de Teive e Bernardo Soares. Vale explicar que a expressão “semi-heterônimo” é do próprio Pessoa, que considerava como heterônimos apenas três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Ainda assim, são vozes muito próprias, que partem de biografias inventadas como personagens de teatro. Não estarem misturados ou até preteridos como em publicações passadas é a grande novidade dessa edição, preparada por uma das mais respeitadas especialistas na obra de Fernando Pessoa, Teresa Rita Lopes. Por isso a sugestão do plural do nome:  Livro(s) do Desassossego . Assim como o autor foi vários, o livro também é.

Atualizações, Livros

Escrito há 39 anos, livro ficcional apresenta fatos que coincidem com a atual pandemia

A obra mais polêmica de 2020, Os olhos da Escuridão do autor norte-americano Dean Koontz, que se popularizou por apresentar fatos que coincidem com o atual cenário em que vivemos e ganhou destaque nas mídias do mundo, como: CNN InternacionalDailymailThe GuardianFolha de S.PauloCorreio Braziliense e G1, chega com exclusividade ao Brasil pela Citadel Editora!

Publicada originalmente em 1981, o livro aborda a chegada de um vírus letal chamado Wuhan-400, e 39 anos depois, Wuhan é o mesmo nome da cidade chinesa que foi o primeiro epicentro da pandemia da COVID-19. Isso seria apenas uma incrível coincidência ou premonição sobre a atual pandemia?

Todos os detalhes dessa história você confere no Book Trailer do livro Os olhos da Escuridão.  É nessa apresentação perturbadora e realista que se passa a história de Tina Evans, uma mãe desesperada em busca respostas sobre a morte de seu filho, que faleceu em um acampamento de férias, onde todos presentes no local também tiveram o mesmo fim trágico: uma morte misteriosa.

Envolvida em um emocionante suspense, Tina começa a receber sinais que indicam que seu pequeno Danny possa estar vivo. Tomada por uma obsessão que a levará até a verdade por trás do que realmente aconteceu, ela encontrará segredos mortais sobre o vírus Wuhan-400 que podem estar relacionados ao seu filho.

Sinopse do livro: Um ano se passou desde a morte do pequeno Danny. Um ano desde que sua mãe iniciou o doloroso processo de aceitação. Mas Tina Evans poderia jurar que acabou de vê-lo dentro do carro de um estranho. Na última perturbadora noite sonhou com seu filho. Ao acordar, foi até o quarto de Danny e para sua surpresa lá estava uma mensagem. Três palavras perturbadoras rabiscaram no quadro-negro: NÃO ESTÁ MORTO.

Foi a piada sombria de alguém? Sua mente pregando peças nela? Ou algo … mais? Para Tina Evans, era um mistério que ela não podia escapar. Uma obsessão que a levará até as últimas consequências atrás da verdade por trás da morte de seu filho. Um terrível segredo que não foi visto por ninguém, apenas pelos Olhos da escuridão.

Sobre o autor: Dean Koontz, autor de vários best-sellers de ficção nos Estados Unidos, vive no sul da Califórnia com sua esposa, Gerda, sua golden retriever, Elsa, e os espíritos de seus pets, Trixie e Anna.

Sol da meia-noite
Atualizações, Livros

“Sol da meia-noite”: Stephenie Meyer lança primeira prévia do livro

É hora do surto, twilighters! A autora Stephenie Meyer, da saga Crepúsculo, divulgou há pouco por meio do seu blog, a primeira prévia do livro “Sol da meia-noite”, que será a visão de Edward dos fatos narrados por Bella no primeiro livro da série.

O livro, que será lançado no dia 4 de agosto, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, pela editora Intrínseca, foi muito esperado por todos os fãs e já teve seu lançamento cancelado no passado por conta de um vazamento na internet.

Sem mais delongas, leia o trecho abaixo, já traduzido:

Sol da meia-noite

Nós nos olhamos por um momento, enquanto eu processava que, enquanto ela era meu primeiro amor, eu também era sua primeira… paixão, pelo menos… Essa constatação me atingiu de uma forma estranha, mas também me deixou confuso. Certamente isso foi uma armadilha, uma forma nada saudável dela começar sua vida romântica.

A autora ainda acrescentou que a partir de agora, todas as terças e quintas teremos novas prévias de trechos de “Sol da meia-noite”. Preparados? Porque eu não tô!

Livros, Resenhas

Resenha: O garoto quase atropelado, Vinicius Grossos

O garoto quase atropelado foi um livro que me atropelou. Recebi a prévia dele de supetão, comecei a ler e logo comprei a versão completa porque era difícil de largar logo nas primeiras páginas.

Escrito na forma de diário, dia após dia de um mês de novembro, conhecemos a história do garoto quase atropelado. Não conhecemos seu nome em momento algum, mas isso é o que deixa a história mais única. Não descobrimos seu nome, mas embarcamos em uma longa viagem de autodescoberta e da recuperação dos poderes da nossa mente.

Quando me sinto tomado pela vergonha, o senso do ridículo me alcança com uma eficácia admirável.

Sabemos que o menino sofreu algum acontecimento muito traumático, logo de cara, e por isso, está lutando contra a depressão e este diário é um dos exercícios sugeridos pela sua psicóloga para lidar melhor com tudo aquilo que precisa descobrir e curar em si mesmo. Ele precisa escrever religiosamente os fatos de todos os dias. Nos primeiros relatos, percebemos sua relutância em narrar os acontecimentos, mesmo porque não acontece nada.

Até que ele é literalmente quase atropelado por uma garota com cabelo de raposa, que depois descobrimos ter o nome de Laís. Ela apresenta um novo mundo ao garoto quase atropelado e ele, claro, fica perdidamente apaixonado por ela. Mas, como Laís mesmo diz, ela tem a mente quebrada.

E são nesses altos e baixos que o garoto, juntamente com Laís, embarca numa montanha russa de sentimentos bons e ruins. Ele também conhece Acácio e Natália, que eram os melhores amigos de Laís e acabam por ser seus melhores amigos também. Em certa passagem do livro, a amizade deles é descrita como um triângulo com uma bolinha no meio. Laís, Acácio e Natália são o triângulo, uma amizade perfeita, mas com segredos que são escondidos uns dos outros e o garoto quase atropelado é a bolinha no meio, que transita entre cada um e conhece coisas que nem eles mesmos parecem conhecer logo de cara. Ele se torna o elo do grupo.

(…) apesar de legalmente ter se separado apenas da minha mãe, a separação também aconteceu comigo e com o Henrique. De um pai normal, aos poucos, ele foi se transformando num estranho.

Numa avalanche de sentimentos e pensamentos, vemos o desenrolar de toda a história no mês de novembro e de toda a recuperação do garoto com seu passado traumático, que descobrimos não estar tão no passado assim. A desgraça havia sido há poucos meses e ele ainda tentava fazer as pazes com os fantasmas que o assombravam. E ele consegue. A partir do momento que vemos que ele está preparado para nos contar tudo, o livro traz um turbilhão muito forte de emoções que mal sei descrever.

Me arrancou lágrimas, sorrisos, gritos de desespero e no seu clímax final, foi um dos poucos que me causou mal estar. A gente sente as dores do garoto quase atropelado, e esse mal estar, confesso que achei que não fosse ser curado até o final do livro: mas foi. Vinicius Grossos consegue conduzir a história de uma forma surreal, controlando não só os sentimentos do garoto quase atropelado, mas também do leitor. É uma avalanche, um incêncio e uma montanha russa, tudo ao mesmo tempo.

Devo confessar que eu, particularmente, me deliciei com a minha mãe, enfim, colocando meu pai em seu devido lugar. Não que eu sentisse ódio ou raiva dele, mas meu pai meio que não era mais meu pai. Ele nos abandonara e não tinha mais espaço em nossa família.

É perceptível também as ótimas referências musicais durante o livro (se eu surtei quando vi Arctic Monkeys e Marina and the diamonds? Nããaao, imagina!) e as referências de outras obras da literatura como As Vantagens de ser Invisível e História é tudo o que me deixou. É um livro cinco estrelas e a única coisa que me decepcionou, foi ter lido no Kindle e não ter conseguido prestar uma homenagem final para a Laís. Mas tenho certeza que Acácio, Natália e o garoto quase atropelado fizeram isso com magnitude e representando todos nós.

Livros, Resenhas

Resenha: Negras raízes, Alex Haley

Negras raízes é um livro que, assim como sua história, me foi passado pelas gerações anteriores. O pai do meu avô leu e deu a ele de presente e meu avô me deu de presente depois. Minha edição é bem surrada, porque ainda arrisco dizer que meu avô o emprestou para a rua inteira.

Negras raízes é um dos livros mais angustiantes que eu já li na vida. Lançado em 1976, ele acompanha a história de Kunta Kinte e seu povo Mandinga, na Gâmbia, África ocidental. Mas antes de entendermos a história, é preciso entendermos o contexto dela. O autor, Alex Haley, começou a escrever ainda muito jovem em um jornal da marinha dos Estados Unidos. Um dia, foi descoberto e convidado para a escrever a biografia de Malcolm X e depois disso não parou mais.

Ansioso por descobrir seus antepassados, Haley pesquisou muito e dessa pesquisa se originou Negras raízes. Há quem diga, inclusive, que o autor foi um dos únicos a chegar tão longe na sua pesquisa de árvore genealógica. E essa relação forte com a sua ancestralidade é o cerne do livro. É nela que a leitura se pauta e é nela que Kunta também se segura para sobreviver.

A história de Kunta Kinte e sua família, em suas terras natais é linda, com tradições fortíssimas que são interrompidas quando ele é vendido como escravo para a América. Há muitas páginas que relatam o suplício e a impotência dentro de um navio negreiro e tudo o que ele tem, a partir desse momento, é seu nome e seu idioma. Há muita violência, muito sangue e o livro consegue mostrar, com maestria (e não podia ser diferente depois dos anos de pesquisa de Alex) como a escravidão foi um atentado a memória do povo africano.

Nesse livro, conhecemos como as tradições eram destruídas, as identidades deixadas para trás e os seres humanos eram transformados em nada além de produtos comercializáveis. E Kinte foi contra tudo isso. Ele resistiu em manter a sua memória e ela foi sua arma contra esse sistema. Sua história foi contada e recontada para todos os seus decendentes e atravessou mais de dois séculos até que foi publicada em Negras raízes.

É um livro fortíssimo, mas obrigatório e necessário para todas as pessoas. É a história da consequência da escravidão na vida de todas as pessoas ainda nos dias de hoje, é a história do segregacionismo, do racismo e de tudo o que reflete na nossa sociedade.

A violência de ser retirado e vendido como mercadoria, de ter sua cultura e sua identidade renegadas de forma tão brutal é uma cicatriz que o povo carrega mesmo depois de séculos. E para a história não se repetir, é preciso conhece-la. Por isso, leia Negras raízes e repasse os conhecimentos nele contidos.

E se não quiser ler, o livro já foi adaptado para inúmeras séries na televisão que relatam os fatos com expressividade. Vale a pena também!

Livros

4 livros de viagens para se inspirar

As páginas dos livros de viagens são uma das melhores maneiras de “viajar” em tempos de isolamento social. De relatos de viagens a livros de fotografia, diversas obras são fontes de inspiração e conhecimento para planejar roteiros quando as fronteiras estiverem abertas novamente.

Um lugar ao sol – Slim Aarons

Slim Aarons atuou principalmente como fotógrafo de socialites, celebridades e do  jet-setter americano, após servir como fotógrafo durante a Segunda Guerra Mundial. No livro A Place in the Sun, uma coleção de 250 fotos coloridas e deslumbrantes mostra celebridades da Era de Ouro em destinos ensolarados – do Caribe a Mônaco, de Aspen a Gstaad.

Four Seasons: uma arte de hospitalidade 

As histórias do serviço excepcional e do savoir faire do Four Seasons Hotels and Resorts são contadas no “Four Seasons: A Arte da Hospitalidade”, livro da coleção Classics de 2018 da editora Assouline. Recheado de pinturas digitais lúdicas e evocativas do artista Ignasi Monreal, o livro retrata a essência da marca – uma empresa impulsionada por seus colaboradores, que entregam um serviço autêntico e de primeira linha em hotéis, resorts e residências ao redor do mundo.

Trem Fantasma Para a Estrela do Oriente – Paul Theroux

O americano Paul Theroux é autor de alguns dos melhores relatos da literatura de viagem. Em 1975 ele escreveu O Grande Bazar Ferroviário – De Trem pela Ásia, relatando sua jornada a partir de Londres, percorrendo a Europa, Oriente Médio, subcontinente indiano e Sudeste Asiático, e seu retorno via Ferrovia Transiberiana. Três décadas depois, Theroux refaz o roteiro para testemunhar e relatar as transformações tanto históricas como nas paisagens, registradas no Trem Fantasma Para a Estrela do Oriente.

Viajando com Charley–  John Steinbeck

Ganhador do Prêmio Pulitzer (1940) e do Prêmio Nobel de Literatura (1962), John Steinbeck percorreu os Estados Unidos a bordo de uma picape, em uma jornada de redescobrimento de sua terra natal. De Nova York à Califórnia, ao longo dos 16 mil quilômetros, o escritor registrou suas impressões e encontros com os moradores de diversas cidades, e também descreveu com detalhes alguns dos mais belos cenários do país.

VACA BRANCA
Livros

“Vaca branca, mancha preta” fala sobre estereótipos em história lúdica

Trabalhar as diferenças e combater estereótipos no imaginário dos pequenos é a proposta do título Vaca branca, mancha preta. A obra é um lançamento da Catapulta Editores, voltado para crianças a partir de cinco anos, e apresenta a história de uma vaquinha que se vê diferente das demais.

Na narrativa, a vaca mais vaidosa de uma fazenda se dá conta que tem o corpo cheio de manchas pretas. A partir disso, as crianças acompanham como a personagem se descobre diferente no meio em que está e o processo de autoconhecimento pelo qual a vaquinha passa.

A história e as ilustrações são de autoria de Pablo Bernasconi, conhecido mundialmente por técnicas de desenho e colagem. Além de livros infantis, Bernasconi contribui para veículos de imprensa, como The New York Times, dos Estados Unidos, e La Nación, da Argentina.

O título contém 32 páginas e traz aos pequenos o tema da diferença, de maneira lúdica. Com preço sugerido de R$ 34,90, o livro está disponível nas principais livrarias do país, em lojas físicas e online. 

Livros

Lançamento infantil aborda insegurança e autoconhecimento

Era apenas um pequeno trajeto, de sua casa até a livraria do outro quarteirão. O que tinha de arriscado, de desafiador? Na verdade, revelou-se uma viagem de descoberta e de autoconhecimento. O novo livro de Adriana Falcão, Lá dentro tem coisa, ilustrado por Lole e publicado pela Salamandra, acompanha uma menina insegura, que se considera diferente, e acha que está sempre errada no maior desafio de sua vida: sair pela primeira vez de casa sozinha.

Sem nome, a menina é uma figura arquetípica, mais uma pensando que não se encaixa neste mundo e com muito medo. Preocupados, os pais dela então resolvem dar um presente de aniversário no mínimo inusitado. A garota, para comemorar seus 11 anos de idade, poderia ir a qualquer lugar sem a companhia deles, algo que nunca ocorreu antes. O destino escolhido foi a livraria. Afinal, ela já conhecia o caminho e era ali pertinho. Não tinha segredo. Ou, pelo menos, não deveria ter.

Desde o momento em que ela sai de casa, o cenário muda completamente. O mundo concreto e racional dá lugar a um universo onde a realidade flerta com a fantasia, onde a garota tem contato com coisas que nunca tinha visto, ou percebido, como borboletas falantes, um menino gêmeo sem o outro gêmeo, uma rosa pedindo para ser colhida, portas para labirintos, buracos cheios de sentimentos e vários outros simbolismos.

Abordando a questão da insegurança, diferenças, ansiedades e expectativas, a autora mostra que as coisas mais corriqueiras escondem grandes descobertas quando encaradas de frente pela primeira vez.

Sobre a autora
Adriana Falcão nasceu no Rio de Janeiro, em 1960, mas passou boa parte de sua vida em Recife, onde se formou em arquitetura. Adriana nunca exerceu a profissão, mas com certeza usa suas habilidades arquitetônicas para criar as rocambolescas estruturas de suas histórias, sempre muito divertidas e influenciadas pelo folclore nordestino.
Livros, Resenhas

Resenha: contando estrelas cadentes, Gabu Camacho

A resenha de contando estrelas cadentes é um pouco diferente porque ele foi o livro do mês escolhido para discussão e debate no Beco Club, grupo de leitores VIPs do Beco Literário, e foi produzida por todos que participaram. Dessa forma, ela será apresentada aqui em forma de diálogo, com a devida assinatura de cada um dos Becudos que participaram.

Minhas primeiras impressões:

De início, foi aquele impacto o fato de não encontrar a grafia das letras maiúsculas.
Causou estranhamento, inquietação. Uma total quebra de paradigmas.
A nota do autor… Nossa!
Uma marquinha pessoal e especial para qualquer leitor. Proporcionou uma proximidade que chega a dar aquela sensação de estarmos frente a frente com o autor.
Quanto ao fator da interpretação, ela é realmente uma simbiose com nossos sentimentos.
Nunca temos a mesma percepção ao lermos a mesma obra em momentos diferentes, seja ela ficção ou não.
A leitura é permeada para além do que está escrito. A leitura é reflexo se quem somos e de como estamos.
Em tão poucas páginas já consegui emanar tantas emoções.
Essa leitura promete. – Wilderlane Oliveira

simmm, eu tbm levei um choque pelas letras maiúsculas. a nota foi muito intimista, mas também abrangente. quando fala sobre escrever pra ser lido e sentido. parei no “diga não aos canudos. por mim. pelas tartarugas.” e foi tão bonito, um crescimento e uma auto descoberta talvez. – Jessica

Eu também senti essa questão das letras e isso mostrou para mim que preciso me abrir mais as coisas. Eu achava que estava aberta, mas preciso ir além. A cada parte eu senti em suas palavras os momentos impressos ali.
Eu comecei a leitura mais cedo, em uma situação não muito boa, logo comecei a chorar, mesmo essa situação sendo completamente diferente do livro, suas palavras se encaixaram como uma luva. Agora em casa, li novamente e parece que vi polaróides, vi o hotel, vivenciei tudo como em um curta metragem ( poderia rolar um né😍) e até veio em mente outra playlist além da playlist. É um livro que entendo que posso ler em várias situações e em cada uma ele me dirá algo diferente, talvez como um tarot, mas sem precisar abrir nenhum baralho. – Talita

Comecei a ler e já deu para encontrar alguns poetas famosos no seu estilo de escrita até Clarice Lispector. Até onde li você já encanta na escrita e mostra uma maturidade nós textos. No máximo até amanhã termino estou com muitas leituras, mas está lindo.👋🏻👋🏻 – Sylvia Rainho

Eu amei aquela parte de “a sensibilidade de um livro lgbt dificilmente é captada por um não-lgbt”. Senti na pele mesmo sério. – Deivid Esterferson

Eu amei todas as músicas que você colocou no livro. Cada uma se encaixa perfeitamente na leitura, nos momentos. Um dos que mais me tocaram foi o [seis] desvio. Já passei por coisas parecidas na vida, por ser diferente, me identifiquei com cada palavra dessa parte. A vida realmente não é fácil, e gente percebe que quem mais amamos nos machucam mais. Me identifiquei muito com esse livro e com você também, ele me tocou e me comoveu muito. Não sou lgbt ( eu acho ) mas uma boa parte da minha vida eu fiquei sem saber realmente quem eu era, e às vezes tenho essa duvida até hoje. Estou passando pela fase mais difícil do ser humano, que é as adolescência. E não é fácil vc passar por ela sozinho e sem saber verdadeiramente quem você é, eu sei bem q n é. Eu amei esse livro com cada gotinha de sangue do meu corpo! Não pare de escrever nunca, vc é incrível, quero ler mais livros seus! Vc é uma pessoa linda por dentro e por fora, incrível pelo oq já passou e se tornou hoje. – Julia Lopes

O que dizer desse livro??
Eu amei…vou ler e reler e ler novamente kkk
Amei a mistura de elementos, a música, o horóscopo(escorpiano tem mesmo inimigo mesmo sem intenção), a paixão da Bella e o Edward…
O poema 6 com certeza é o preferido, me identifiquei com a história do nariz(Não com o desvio de septo kkk) Mas acostumei a não respirar direito por causa do nariz entupido, e NÃO devemos nunca nos acostumar com as coisas ruins.
Diga não aos canudos.por mim.pelas tartarugas. Se só tivesse essa frase no livro ele já me conquistaria kkk aí aparece UM BOM CORAÇÃO SEMPRE SERIA SUFICIENTE PARA A PESSOA CERTA é minha frase preferida da vida agora .
E quem nunca teve atritos com os pais?? Até seu pai e sua mãe que são as pessoas que mais te amam no mundo, vão te fazer chorar… vão mesmo…as vezes um tapa dói menos do que certas palavras.
É um livro que mexe muito com as emoções, faz lembrar a infância, a adolescência, a fase adulta, nossos erros, acertos…
Eu amei – Denise

Teve poemas que foi como se você estivesse falando sabe, de tão vivida que a experiência foi, também estranhei o fato de não contar letra maiúscula, achei bem massa a proposta, confesso que no começo deu uma certa aflição😂😂, porém ao decorrer da leitura tudo fluiu de forma fantástica. A playlist casou completamente com os poemas e o poema do desvio do septo foi o que mais mexeu sabe. Pq nós temos essa tendência de nós acostumarmos com o que temos, mesmo sendo algo ruim para nós e eu ia passei por situações assim de me conformar com algo não muito bom. – Cledja Ferreira

Sigo degustando cada poema. Paulatinamente. Indo e vindo.

Como estou me encontrando nessas palavras…

A queda.

E quem não passou por ela?
A questão não é o cair.
É o que fazer com ela.
Se não experimentamos, não vivemos.
E vivendo podemos tropeçar e cai em alguns momentos.

Aguenta coração! – Wilderlane Oliveira

Para participar da nossa comunidade fechada, do grupo de leitura coletiva e da próxima resenha, você pode se inscrever clicando aqui.