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O crítico e o diretor: os dois cinemas de Ozualdo Candeias

O início da carreira de Ozualdo Candeias, um dos mais importantes diretores do cinema brasileiro, deu-se de forma curiosa. No final dos anos 1940, trabalhando como caminhoneiro e viajando por todo o país, Candeias decidiu compra uma câmera com o objetivo de registrar discos-voadores.

Tal objetivo nunca foi alcançado, mas se iniciou aí uma carreira no cinema que muito tem relação com essa origem: o cinema de Candeias muitas vezes se propôs a mostrar o lado feio, sujo e pobre do país, aquele encontrado pelas suas andanças como caminhoneiro. Em entrevista, disse certa vez que fazia filmes que precisavam ser feitos: aqueles que mostram o Brasil e personagens que vivem às margens.

Foi considerado por muitos o mais marginal dos diretores e teve participação ativa nas produções da chamada Boca do Lixo, o principal centro de produção cinematográfica de São Paulo entre os anos 1960 e 1990. A Boca reunia produtores, atores, atrizes, diretores e técnicos e tinha como rua principal a Rua do Triunfo, no bairro Santa Ifigênia, e como ponto de encontro o Bar Soberano, onde muitos projetos foram concretizados e equipes formadas.

A importância de Candeias é tamanha, que muitos críticos o consideram o precursor do Cinema Marginal com seu filme A Margem, de 1967, obra que também seria responsável pelo nome do movimento.

O CINEMA POLÍTICO E SOCIAL DE CANDEIAS

Durante sua carreira no cinema, Candeias exerceu 14 funções diferentes. São elas: diretor, roteirista, produtor, ator, diretor de fotografia, cinegrafista, editor, diretor e gerente de produção, desenhista (de cenários e de roupas), diretor de segunda unidade, fotógrafo de cena e assistente de direção.

Considerando apenas as obras em que trabalhou como diretor/roteirista, temos 20 produções entre curtas, médias e longas metragens, tanto de ficção quanto de documentário. Dono de um cinema que ele mesmo chamou de “vanguardista”, as obras de Candeias se caracterizam pelo pouco uso de diálogos, poder de expressão do olhar das personagens, montagem fragmentada e poder dos enquadramentos.

Ozualdo rejeitava o epíteto de cineasta “intuitivo” e dizia que seu cinema era produto de muito estudo e dedicação, produto do uso de técnica, não de intuição. Por isso a valorização da montagem, da experimentação e do poder dramático dos enquadramentos e objetivas.

Assim como outros diretores da Boca do Lixo, alguns filmes de Candeias não chegaram a ter lançamento comercial (como o caso de As Bellas da Billings, 1987) sendo as exibições restritas a universidades, cineclubes e cinematecas. Mesmo assim, suas fitas ganharam alguns prêmios, como: Coruja de Ouro (direção, música e atriz coadjuvante – A Margem), Festival do Cinema Brasileiro de São Carlos (menção honrosa por Meu nome é Tonho), Air France e Governador do Estado de São Paulo (pela direção de A Herança), entre outros.

Em Candeias temos não só a importância da linguagem e técnica cinematográficas, mas também da temática de seus filmes. Em vários deles vemos histórias que discutem a violência, a prostituição, a pobreza, a presença do negro na sociedade, a desilusão, a burguesia, o caipira, a cidade, o sertão, o governo, o operário, o explorado, entre outras questões e personagens que compõem a realidade nacional, mas que são esquecidos ou não problematizados, são deixados à margem. Segundo o próprio Candeias:

“Reconheço que meus filmes não são bonitos nem engraçados e não me interessa fazer fitas que as pessoas vão ver pra rir, chorar ou levantar o pinto. Eu procuro outro tipo de reação em outro tipo de plateia” (REIS, 2010, p.78).

Filmografia

  • Tambaú, Cidade dos Milagres , P&B, 14 min (1955).
  • A Margem , P&B, 96 min (1967).
  • O Acordo, P&B, 42 min (1968).
  • Meu Nome é Tonho, P&B, 95 min (1969).
  • A Herança , P&B, 90 min (1971).
  • Uma Rua Chamada Triumpho, P&B, 11 min (1969/70) e P&B, 9 min (1970/71).
  • O Desconhecido, P&B, 50 min (1972).
  • Zézero , P&B, 31 min (1974).
  • Caçada Sangrenta, cor, 90 min (1974).
  • Candinho, P&B, 33 min (1976).
  • A Visita do Velho Senhor , P&B, 13 min (1976).
  • Boca do LixoCinema ou Festa na Boca, P&B, 35 min (1977).
  • História da Arte no Brasil , cor (1979).
  • Aopção ou As Rosas da Estrada, P&B, 87 min (1981).
  • Manelão, o Caçador de Orelhas, cor, 81 min (1982).
  • A Freira e a Tortura , cor, 85 min (1983).
  • As Belas da Billings , cor, 90 min (1987).
  • Senhor Pauer, cor, 15 min (1988).
  • Lady Vaselina, cor, 15 min (1990).
  • O Vigilante, cor, 77 min (1992).

A MARGEM (1967)

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Em depoimento para o jornalista Moura Reis, Ozualdo justifica a temática de A Margem: “resolvi então fazer um filme sobre uma realidade nossa, principalmente paulistana” (REIS, 2010, p.69). Com roteiro escrito a partir da observação das pessoas que passavam pela margem do rio Tietê em São Paulo e também a partir das notícias que lia nos jornais, Candeias criou uma história que pretende falar da realidade nacional, do lado “feio”, pobre, violento, recusando o cinema que se debruça sobre um Brasil rico, branco e de natureza exuberante.

Por isso uma protagonista negra, para falar “da presença e importância do negro na formação do Brasil” (REIS, 2010, p.71-72). Por isso um burguês desesperançoso que caminha pelas margens e aos poucos transforma seus belos trajes em farrapos. Por isso também um homem meio louco que se apaixona por uma vendedora de café. Por isso personagens marginais: para falar sobre um Brasil marginal.

O filme se inicia com a passagem de um barco pelo rio e nos mostra a reação das quatro personagens principais ao vê-lo. Nesses planos iniciais já temos contato com duas características que irão aparecer por todo o filme: as tomadas subjetivas e a falta de diálogo, dando grande importância às expressões das personagens.

A Margem apresenta uma narrativa fragmentada com planos que não mostram uma ligação lógica. As personagens andam a esmo, sem destino certo, pelas margens do rio Tietê. Nessas andanças, os espectadores se deparam com a miséria, a fome, a prostituição, a violência, a desigualdade e a loucura.

O fim inevitável é a morte, simbolizada no filme por uma mulher, “guia” daquele barco que vemos no início. Ainda que Candeias tenha negado a referência nas entrevistas que deu sobre a obra, impossível não associarmos a barca ao Mito de Caronte, o barqueiro do Hades, na mitologia grega, que transporta as almas dos recém-mortos.

Numa atmosfera realista (com toques surrealistas) o filme apresenta a morte como o momento de libertação no qual as personagens podem sorrir e correr livremente para um destino comum e, talvez, de esperança.

A obra, com um baixo orçamento, foi rodada toda em locações e se passa basicamente em dois ambientes: as margens do rio e algumas (poucas) cenas pelas ruas de São Paulo. A precariedade da produção acarreta em um momento cômico na obra, quando o louco e uma grávida brigam, o preenchimento da roupa desta, o qual fazia às vezes de barriga, cai no chão.

O crítico Jean-Claude Bernardet, ao comentar sobre a obra de Candeias, menciona que encontrou “dois cinemas” nesse diretor:

Um deles eram os filmes que ele fazia, com suas preocupações. Outro, eram os filmes que nós víamos. Esses dois cinemas ficavam superpostos, mas não se entrelaçavam necessariamente. Pouco nos importavam as recomendações morais (BERNARDET, 2002).

Seja pela temática de engajamento e denúncia social da obra, valores importantes para o diretor, ou pelas técnicas de filmagem e montagem, importantes para o crítico, a obra de Ozualdo Candeias é inegavelmente um marco no cinema nacional.

REFERÊNCIAS

BERNARDET, Jean-Claude. O filme de lugar nenhum. Folha de São Paulo: 2002. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2807200204.htm>. Acesso em 27/11/2015.

REIS, Moura. Ozualdo Candeias: pedras e sonhos no cineboca. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010.

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The Epic Battle: Como se portar no Brasil europeu

Hoje tive uma choque de realidade, daqueles que te deixam no fundo do poço e por lá se fica, sem mais nem menos. Estávamos nós, eu e vovó, vendo mais um programa da tevê aberta. Da Globo, como sempre. E uma atriz, negra, apareceu. Vovó, que por muito tempo permanecia em uma cochilo interminável na sua cadeira, virou e me disse: Que cabelo feio o dessa menina. Engraçado, que vovó, branca, de olhos verdes, tem um neto negro e pobre, assim como ela. Bem, o choque de realidade me veio porque ele sempre por aqui esteve e eu não conseguia tatear o problema, o preconceito em si. Vovó está entre tantos que reproduzem o preceito de que belo é o limpo, o branco, o de cabelo liso e perfeito, perfeito em suas percepções, de que lindo é ter olho azul e lábios finos, ter corpo esteticamente branco, de que o certo é branco e fim. O ruim nem está somente nisso, a coisa piora quando não é só vovó, com seus oitenta anos que pensa assim, mas meu primo, com seis, que tem pele negra, tem rosto negro, tem voz de negro e me vira, em qualquer dia desses e diz: Eu sou branco. Vamos falar um pouco sobre isso.

Minha geração tem como lema “Ser cópia”. Não tem essa coisa de singular não, tem que ser igual a tudo e a todos. Chega a ser cansativo de ver isso, não consigo parar para observar as pessoas se deteriorando para que no fim de tudo consigam ser parecidas com esse e aquele ser. Eu sei, isso é comum ao homem independente da época, seguir tendências que de uma hora para outra mudam, mas também é comum ao homem ter esses momentos de inquietação. A literatura nacional é um exemplo grotesco disso, pode procurar, lhe desafio a fazer isso, pesquise os “grandes nomes” da escrita do Brasil na atualidade, pode conferir todos os resultados, se encontrar mais de dez negros ou indígenas nesse seu senso, faço toda a questão de me retirar desse site, deixar de escrever o que for por toda a minha vida, não que isso signifique algo para você, mas para mim tem toda a importância. Tenho toda a certeza que seu resultado vai ser quase, mas um quase pendendo para o unanime. Entre esses escritores seus temas geralmente são: “juventude precoce” “olá, eu sou um youtuber” “Não tinham o que publicar, me publicaram”. Podemos dividir entre dois blocos, os seguidores da onda “conformista”, onde a escrita não resulta em nada de útil para o leitor, onde não o faz pensar em coisa alguma, e outro bloco, formado pelos “vamos ser iguais”. Esse segundo bloco é o mais perigoso, é onde o íntimo do leitor se transforma, ele necessita, tem toda a pressão para se tornar aquilo que o autor é, esteticamente perfeito, sem uma espinha, de cabelo perfeito e sorriso desenhado por alguma divindade. Vamos falar sobre esses escritores também.

Não estou aqui para debater sobre o dinheiro de seu ninguém, claro que não, mas também me aponte um autor destes que são de classe média, só um e fico satisfeito. Não, você não irá encontrar nenhum, que seja ou que tenha advindo de uma classe social pobre, não existe esse. Está se formando uma quadro de autores que são modelados para influenciar os jovens a serem seus retratos. As redes sociais estão atoladas desses exemplos. A forma como se fala, o jeito que se portam em determinadas situações. Parem, em nome de qualquer que seja o deus, parem porque está se tornando exaustivo. É maçante conviver com pessoas que não apresentam senso, que não conseguem filtrar o conteúdo que lhe é arremessado. O que temos hoje são pessoas que compram um violão porque é legal ter violão, mas não conhecem uma música para tocar naquele instrumento, não sabem manejar. Compartilham fotos de Chicos e Caetanos, mas só conhecem “Construção” e afasta de mim esse cálice, porque nem o título sabem. Pai, afasta de mim esses milhões de jovens que não conseguem discernir sem pedir ajuda aos múltiplos fazedores de moda. Pai, não permita que todos e todas se tornem assim, meras cópias que de nada servem para a criação de conhecimento. Mas eis que ainda existe esperança, sabemos que sim, tem-se estudantes lutando para que suas escolas não fechem, outros correndo atrás de causas que parecem inalcançáveis. Ainda existe esperança mas ela é pequena por demais. O que existe é uma tendência maldita onde quem é negro tenta ser branco, porque eles são brancos, de quem é pobre tentar se comportar como filho de empresário. Sai dessa, favelado, porque você é favela e sempre vai ser, não adianta se disfarçar, tuas raízes, teu povo, eles estão impregnados no teu rosto por mais que você tente modificá-lo. Essa gente que tu renega, ah, ela vai te perseguir até o fim. Corre dela, mas corre muito, porque essa gente é rápida e astuciosa. Escravo é assim, não é, cheio das artimanhas. Pois bem, somos escravos, mas não nos rendemos a esse perfil europeu, a esse modo de ser totalmente elite. Meu desprezo a esses senhores e senhoras que defendem o não preconceito mas o multiplicam diariamente, minha resistência aos que negam suas origens. Como diria Pessoa, “fechem tudo isso a chave, e joguem a chave fora”. Façamos isso, juntamos toda a pressão existente nas crianças e adolescentes que por ai existem e joguemos fora. Quem dera, quem dera pudêssemos fazer isso. Mas concluindo essa confusão que é ser Brasil em uma Brasil que aparentemente não existe. Quem for do seus, que o faça, que não deixe se padronizar a cultura, a música e a literatura, o homem em todas suas expressões, que não se transforme tantos em um só.

 

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Autoria: É um tempo de guerra

Ando com o andar de quem vai para o abate, de quem está pronto para ser sacrificado. Ando por ai sem saber com quem vou esbarrar e como essa pessoa vai reagir a tal erro da natureza. Passaram-se os anos, muitos anos por assim dizer, mas chegou o maldito dia em que a realidade fez de minha consciência seu abrigo e por fim revoltei-me. Rasgo tudo que me ensinaram desde pequeno e jogo tudo isso aos leões, jogo no mais profundo inferno e esses predecessores, esses inúteis reprodutores de preconceitos, esses senhores e senhoras que se dizem de bem, se joguem junto a ele, vão em busca de seu produto imensurável, vão e mergulhem no inferno que me colocaram. É um grito de alívio e medo, este que coloco por aqui. Medo por não saber as reações, o que isso causará à minha pessoa no fim de tudo, como verei tudo isso no fim da semana que vem, quando parar para ler os escritos, absurdos, mal feitos, não capazes para uma pessoa de meu porte. Tem absoluta certeza que foi você que escreveu isso? Já me perguntaram por diversas vezes. Tem certeza que não copiou de algum lugar? Sim, copiei do ódio que aprendi a dar fermento, fiz cópia de todo mal que já me lançaram “sem querer”. Não sou mais a criança que sofria por ter a cor que tem, não sou mais o filhote de uma mãe sozinha, não sou mais um sem voz. Em uma dessas aventuras desse sistema imbecil, consegui obter nem que seja alguns minutos de poder, consegui colocar para fora minha súplica contida em Castros e Alves, medo, é o que tenho diariamente, hora após hora, de não se rejeitado como sempre fui por milhares. Alívio por saber que esses milhares não importam. Sou dono de herança tão grande, herança que vem de atlânticos transplantados, que vem de longe e de tão perto. Sou cada sangue derramado nos navios brancos que conduziam homens para o abate, aquele que tanto falei e falarei. O abate da liberdade. Sou terços de corajosos vermelhos tupinambás, xavantes, guaranis, sou feito deles e por eles continuarei minha estadia nesse lugar que chamam de casa. Não, eu não sou daqui. Sou de onde o sol, quando acorda clama por Oiá e quando se põe abraça seus filhos em nome de mamãe Oxum, mas esse mesmo sol banha o recôncavo, o marco zero, a Pessoa de todos nós, é desse sol que falo, é ele que me guia no meio de tantos negativos, é esse sol que me faz acordar e clamar por um pouco de coragem. Sol esse que não brilha para todos, não, ele brilha para os ofendidos, para os que sofrem e mesmo assim continuam por lutar, esse sol brilha para aqueles que não conseguem aceitar tais modelos a serem seguidos, tais vitrines a serem contempladas. Meu sol é totalmente meu e não divido com seu ninguém, que julguem, que desfaçam, que tentem me puxar para sua escuridão, mas em nome de todos aqueles que me fizeram, continuo, persisto. Sou sangue, sofrimento e crença, sou parte de tribos e tribos trazidas e excluídas por entre as eras. Sou batuque no fim da tarde, flecha que transpassa as floretas, sou a resistência de uma voz que ainda canta. Canta a mais bela canção de revolta, que chora seus mortos, mas os comemora, porque estes não desistiram quando todos achavam que fariam tal coisa. Sou desse povo que grita por justiça, que não espera sentado vendo o tempo passar, sou dessa gente que não consegue absorver os insultos, que os repudia e continua a levar a vida como sinônimo de bravura. Não, por fim, perco o medo e deixo explodir o que por tanto ficou entalado no meio da garganta. Que tentem nos derrubar com seus padrões pré-fabricados, que façam de tudo para nos extinguir, que façam. Até aqui chegamos e por muito mais continuaremos com essa saga, de raça e suor. Seja na terra ou nas frases mais que bem fixadas, frases feitas não por mera vontade, mas por forças que não condizem com o normal. Força que é motivo para que isso exista.

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Autoria: Apenas Sabe

Você sabe, você simplesmente sabe.
É uma sensação diferente. Ela não vem de um único lugar, não vem de dentro de você, das pessoas ao seu redor.
Não.
Está por toda parte. Te pressionando, tocando com as mãos geladas, corações entalados na garganta, borboletas que explodem de dentro dos casulos.
Você respira, come, dorme, vive.
Às vezes demora para perceber, às vezes não. Não existem mais planos, metas, momentos, desejos, lembranças, partidas e chegadas.
Só existe o agora, aquele agora.
O agora do agarradinhos numa cama, do sol no seu rosto e um beijo nas covinhas.
O agora do som da voz, da risada nervosa, dos dedos úmidos e rosto corado.
O agora dos pensamentos frustantes, das palavras não ditas, mas interpretadas.
O agora dos gestos errôneos porém singelos, da possessividade manhosa e dos ciúmes sem motivos.
Não se tem futuro, não se tem passado. É uma coisa nova.
Um novo “simplesmente é”.
Você cai de cabeça e se afoga de corpo e alma.
Se molha até os ossos e se conforta no abraço mais quente e seguro, aquele que nunca imaginou ser possível existir.
Aquele abraço que é um misto de saudades sem lógica e desejo que corre pelas veias.
Ele te sufoca, te anima, te alegra, muda teu dia.
O mundo conspira, luta, finge afirmar, pra que você desabe bem no buraco da morada do medo, mas sem um motivo aparente, você ignora. Por que acredita naquilo, lá no fundo você acredita em cada centelha. Cada motivo.
É bem assim, você sabe quando é para ser, simplesmente sabe.

Autorais

Autoria: Ponta Cortante

Fiz da lâmina minha caneta.
Escrevi em cursiva, seu nome na minha pele, marcando-te em mim pela eternidade.
Descrevi nosso amor em pequenas palavras:
Submissão entre os prazeres, suspiros e falta de coragem nos meus lábios.
Um riso abaixo da clavícula, um beijo na bochecha. Segredo foi sussurrado pela faca na minha orelha. Eternidade, cumplicidade e jovens, foram rasgados como uma ciranda em meus pulsos.
E redenção, bem na minha nuca.
Deixei minhas costas nuas para um dia você poder terminar de me escrever.
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ESPECIAL STAR WARS #02 | Por dentro da saga

Hoje é o nosso segundo dia de especial e eu resolvi falar sobre as armas utilizadas na história. Por que? Porque eu acho elas legais e é sempre bom falar de algo que nos empolga. Certamente quem é iniciante na série vai adorar saber um pouco mais do mundo de Star Wars, e quem é fanático como eu vai amar saber mais sobre o mundo, não é mesmo?

Então vamos lá! Todos sabem que em Star Wars o brilho é todo dos sabres de luz, mas primeiro vamos falar da PISTOLA BLASTER!

Pistola Blaster
A pistola blaster é a arma de alcance padrão de militares e civis na galáxia. Ela dispara explosões coesas de energia luminosa que são denominadas tiros – parece óbvio, eu sei, haha. Elas são disponíveis em vários tamanhos e diferentes formas. Além dos tiros, as pistolas podem ter suas funções ampliadas, podendo lançar pontas de gancho e afins, ou seja: elas tem uma capacidade enorme de danos. Grande parte das pistolas possuem também a opção de atordoamento que deixa o alvo incapacitado, sem causar danos físicos. Mas se você está pensando que elas são as armas mais incríveis da galáxia está muito enganado! Elas causam sim danos enormes, mas podem ser paradas por vedações magnéticas e escudos defletores justamente por ser uma explosão de energia.

Agora vamos falar dos queridinhos da galáxia – e dos fãs, afinal… quem nunca sonhou em ter um sabre de luz?

O sabre de luz é a arma dos Jedis. É usado para atravessar portas resistentes a explosões ou para enfrentar inimigos. Usando a Força, um Jedi pode prever e devolver tiros da blaster. A maioria dos sabres tem um punho simples de metal e possui somente uma lâmina, porém alguns são bem mais complexos. Darth Maul possui um sabre de luz duplo, o que traz uma vantagem muito grande no duelo com Obi-Wan Kenobi e Qui-Gon Jinn.

O irônico disso tudo é que a arma é a marca dos Jedis, mas também é usada pelos inimigos deles, os Sith. A diferença está nas cores. Geralmente a lâmina do sabre de luz de um Jedi é verde ou azul (não são as únicas cores permitidas, um exemplo disso é a lâmina púrpura do Mestre Jedi Mace Windu), enquanto a dos Sith são geralmente de um vermelho intenso e agressivo.

Como acontece essa escolha? Bem, existe um rito de passagem essencial para os Jedi. Esse rito é chamado de Encontro. No Encontro os jovens vão até o planeta Ilum, onde buscam cristais kyber para criar seus primeiros sabres de luz. Os cristais ficam na Caverna de Cristal e são eles que “chamam” os Jedi com o qual sentem uma sintonia.

Depois de encontrar o cristal correto os jovens se reunem com Huyang (um droide) que escolhe o resto da estrutura do sabre. Só então os jovens concluem o ritual e constroem suas armas Jedi usando a Força.

E você, já escolheu sua arma?

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ESPECIAL STAR WARS #01 | Qual a ordem dos filmes?

Fala galera, tudo bom com vocês? Como prometido, hoje iniciamos nossa contagem regressiva e preparação para o lançamento do novo filme de Star Wars com um especial recheado do melhor conteúdo sobre a saga!

E não poderia ter forma melhor de começar esse especial do que falando sobre como assistir Star Wars. Cada um tem uma ordem preferida dos filmes, e nesse post eu vou contar e explicar para vocês qual é a minha ordem preferida e os motivos pelos quais eu prefiro assistir dessa forma.

Muitos não assistiram ainda Star Wars e sequer sabem sobre o que o filme fala. Sinto que é meu dever lhes apresentar essa maravilha! Mas qual a melhor ordem para assistir o filme? Existem duas opções básicas (e que é o que normalmente todo mundo segue): a ordem de lançamentos (episódios IV, V e VI primeiro) e a ordem da história (episódios I, II e III primeiro). A primeira vez que assisti segui a ordem de lançamento, porém tive problemas de spoilers durante todo o tempo que assisti. Para rever os filmes pela primeira vez segui um sistema conhecido como “Machete Order” – mesmo sistema que utilizei para rever novamente e poder fazer esse especial pra vocês. É sobre esse sistema que falaremos hoje.

A melhor ordem para assistir Star Wars, seguindo esse sistema é:

IV > V > II > III > VI > I

E é também nessa ordem que apresentarei para vocês as críticas dos filmes. Mas, tudo tem um porque. Vamos explicar melhor essa sequência. Porém, se você ainda não assistiu os filmes, pare de ler aqui, assista nessa ordem e depois volte para ver os motivos. Por que? Bem, é impossível de explicar a ordem sem dar alguns vários spoilers.

Os episódios IV e V foram escritos por George Lucas justamente para poder começar a contar a história pela metade – e devemos admitir que isso funcionou… e muito bem, por sinal. No final do episódio V, Vader revela que é pai de Luke (Luke, I’m your father). E é aqui que precisamos mudar um pouco a forma como assistimos a saga, inserindo os episódios II e III.

Nos episódios II e III, após a revelação sobre a família Skywalker, é contada a história de como Anakin acabou virando um dos maiores vilões do cinema. Inserindo esses episódios aqui o impacto da notícia dada no final do episódio V é muito maior, além de inserir na história outro personagem muito importante: o imperador. No episódio V também descobrimos que Vader possui um superior. Se assistíssemos o episódio I nesse momento, ficaria bem óbvio que Palpatine seria o imperador, mas deixando ele de lado as referências são mais sutis, tornando o golpe de Darth Sidious ainda mais impressionante. Outra coisa que funciona muito melhor assim é a revelação de que Luke e Leia são irmãos.

Seguindo essa ordem o episódio VI, que é considerado o episódio mais fraco da trilogia clássica, fica bem mais interessante. Depois de assistir os episódios II e III uma coisa fica clara: Luke está seguindo os passos de Anakin, indo para o lado negro. Essa era a ideia do filme. Mas os episódios II e III deixam isso mais claro e forte. Anakin assumiu seu lado Sith quando cortou o braço do Mace Windu, causando sua morte. E é exatamente isso que Luke faz com Vader.

Já o episódio I funciona muito melhor sendo um bônus da saga do que fazendo parte dela. Fica uma dica de algo extra para assistir, apesar de muitos seguidores do “machete order” ignorarem esse filme.

Seguindo essa forma de assistir o filme a experiência de Star Wars torna-se completa. As referências são ampliadas e dão muito mais consistência para os filmes. Conhecemos a história completa de Anakin Skywalker e seu final apoteótico e a cena com o Imperador e Darth Vader ganha um ar muito mais profundo.

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Entrevista com Rafael Cortez, sobre seu livro "Meu azar com as mulheres"

Rafael Cortez é um artista de vários talentos. É ator, humorista, músico e jornalista. Autor do livro “Meu Azar com as Mulheres”, que teve o seu lançamento recentemente.

O livro é uma coletânea dos contos de humor que o Rafa tem escrito nos últimos dois anos e que acabou formando uma história sobre a sua vida amorosa. A Monica Iozzi foi convidada pelo querido amigo para escrever o prefácio de sua obra.

O Rafa, muito simpático e gentil, concedeu esta entrevista para os nossos parceiros do Monica Iozzi Brasil. Conversamos sobre o seu livro e ele deu conselhos para quem também tem o desejo de escrever uma obra literária. Confira:

– Rafa, você é humorista, ator e já lançou dois CDs. Da onde surgiu a ideia de escrever um livro?
Eu sempre quis, desde moleque. Na verdade, queria e quero ainda lançar vários. Meu Azar com as Mulheres é o primeiro de muitos, espero. Ano que vem sai o Memórias de Zarabatanas, de prosas e poesias. Um trabalho sério/ em nada ligado ao humor.

– Antes de escrever o livro “Meu Azar com As Mulheres”, você gravou quatro obras do escritor brasileiro Machado de Assis. Quem é a sua inspiração na literatura?
Machado, sem dúvida, mas eu não tento (que pretensão!) copiá-lo. Luis Fernando Veríssimo é o meu Deus do humor literário; eu o acho genial. O pai dele, Érico, é sagrado – O Tempo e o Vento é uma das obras mais lindas da Humanidade. E gosto da simplicidade de José Mauro de Vasconcellos, ainda que muitas coisas dele me soem piegas demais.

– Que conselho você dá para as pessoas que querem escrever uma obra?
Ralem muito. Comecem desde já. O processo é extenuante. Mas não vale nada se matar para escrever e lançar algo se não houver o mínimo de qualidade no que está sendo produzido. Lançar por lançar, não vale.

– Em seu livro, você conta em um capitulo que não sabe dirigir. Ficamos curiosos… Por que nunca aprendeu?
Um misto de coisas/ limitação financeira dos 18 aos 30 (aprender a guiar pra que se não tenho carro e nem posso ter tão cedo?), medo, preguiça, comodismo, falta de necessidade concreta… Tudo junto e misturado. Hj o que reina é a preguiça.

– O seu livro é uma coletânea de humor de várias histórias que envolvem a sua vida amorosa, acredito que muitos jovens que lerem possam se identificar em algumas situações. Quais expectativas você tem das pessoas ao lerem a sua obra?
Espero que elas se divirtam e vejam algum valor literário ali. Não creio ser um mero passatempo esse livro. Há algum valor nele sim; não escrevi de qualquer jeito e não deixei lançaram de qualquer jeito.

– No mundo tecnológico em que vivemos, com tantos apps e sites de namoro, você acha que o conceito de amor está banalizado?
Pelo contrário. Por trás de todas essas coisas, há um interesse comum: encontrar alguém para ser feliz e fazer família. O mundo está banalizado e o acesso a tudo é muito rápido e simples, se comparado com o passado. Naturalmente , alguns valores batem mais forte como resposta: tem um momento em que todo mundo se pergunta – de que vale tudo isso sem alguém?

– Qual é o seu conselho para os homens que não tem sorte com as mulheres?
Não se coloquem como “loosers” do amor. Insistam, vão em frente, quebrem a cara quantas vezes for. “Nóis é brasileiro e num disiti nunca”, reza o dito mega popular.

– A Monica Iozzi escreveu o prefácio do seu livro e ficou muito legal! Como surgiu essa ideia?
Eu pedi a ela pq acho que a Mô me conhece bem. E eu sabia que ia ficar engraçado e, ao mesmo tempo, carinhoso. Ela sabe fazer bem essas coisas.

– Você acha que o seu livro, talvez, possa inspirá-la a escrever um livro no futuro? Ela é uma mulher de vários talentos.
Ela é sim. E gostaria de vê-la inspirada para escrever, fazer teatro, empreender projetos. Mas conheço bem minha amiga e sei dos tempos dela. Ela sabe o que faz – ou não, como diria Caetano Veloso! Hahaha!

 

E aí, gostaram? Não deixem de adquirir o livro “Meu Azar com as Mulheres” na Saraiva (cópia autografada) ou em uma livraria mais próxima!

O Rafa:

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Entrevista com Rebeca Melo

Uma das autoras mais lidas do atual cenário literário nacional, Rebeca S. Melo é nome recorrente entre as histórias fantásticas publicadas nesta década. A escritora de “As Lendas de Saas”, livro este que você pode conferir e adquirir clicando aqui, nos concedeu entrevista exclusiva, sobre seus livros, o que já estão disponíveis e os que virão, sobre a carreira e principalmente sobre a escrita. Você pode conferir a matéria na íntegra abaixo:

Pergunta: Nossa literatura é intimista, explora demasiadamente a mentalidade do homem entre os tempos, foi assim com Machado, Lima Barreto, Drummond, Clarice e hoje vemos isso acontecer não só no âmbito literário, mas extrapolar em todas as artes, mas por outro lado, graças ao mercado internacional a produção “fantástica” começa a ganhar força. Escrever fantasia no Brasil chega a ser uma tarefa ainda mais complicada do que publicar um livro com outra temática e gênero? Sabemos que a aceitação de “As Lendas de Saas” foi tremenda, comentaremos sobre mais a frente, mas mesmo assim, é complicado produzir algo na linha Martin ou Tolkien por conta de preconceitos literários?

  • Resposta:  Bom, na verdade eu não me preocupo com os preconceitos literários ou com “o que está na moda”, não é assim que funciona pra mim… Se eu tenho uma boa ideia e acredito que o mundo precisa conhecer aquela história, então eu vou escrevê-la. E durante a escrita eu tento focar em contar a história dando sempre o meu melhor.

 Pergunta:Você nasceu em Brasília, passou por Minas, Guiné-Bissau e hoje reside em João Pessoa, o que cada lugar te ofereceu no momento da produção? Como eles influenciaram e influenciam na hora da escrita?

  • Resposta: Guiné-Bissau foi onde morei durante minha infância. Por não ter televisão ou computador, eu mesma inventava minhas brincadeiras e acredito que esta seja a razão da minha imaginação fértil. Quando morava em Minas Gerais comecei a escrever, nada muito sério na época. Foi só aqui em João Pessoa, durante o curso de Administração, que “assumi” o meu amor pela escrita e decidi ser escritora.

Pergunta: As influências, falemos delas. Quais escritores impulsionaram e deram base para Rebeca S. Melo produzir, e não só escritores, mas músicos, atores, filmes?

  • Resposta: Meu Deus, pergunta difícil! Eu gosto muito, muito mesmo de filmes/séries, músicas e livros. Então seria impossível selecionar um de cada! Acredito que somos uma mistura de tudo o que acreditamos, vemos, ouvimos e gostamos ou não. Mas posso citar o autor que foi o motivo de eu ter me tornado escritora: Sidney Sheldon.

Pergunta: Após todo o sucesso no Wattpad, começastes a publicar pela editora Bookstart, outras editoras já te procuraram? Podemos esperar novidades em breve sobre outros projetos além dos divulgados?

  • Respsota: Sim, antes da Bookstart eu já tinha recebido outras oito propotas de publicação para Rainha dos Corações Congelados. Atualmente estou fazendo TCC e tentando escrever mais um livro que não é ligado a nenhuma das séries (ALDS ou RDC). Mas não posso falar muito sobre ele, porque ainda estou tentando decidir como vou publicar o projeto (concurso, independente, wattpad ou por editora).

Pergunta: O que podemos aguardar da série “Rainha dos Corações Congelados”? E sobre a continuação de “As Lendas de Saas” que como sabemos tem lançamento para esse mês?

  • Resposta: Eu AMO surpreender, então a única coisa que os leitores podem esperar de Rainha dos Corações Congelados e As Lendas de Saas é o meu jeito de escrever. Sobre o segundo livro de ALDS, com lançamento para este mês, eu pessoalemte fiquei muito satisfeita com o resultado. O primeiro livro de uma trilogia geralmente é construção de mundo, por isso o segundo tem mais aventura e ação que o primeiro.

Pergunta: Quando você começou a escrever tinha a consciência de que escrevia para se tornar uma das escritoras mais lidas do país ou isso ocorreu gradativamente?

  • Resposta: Na verdade eu sonhava com isto, porém confesso que não pensei que o meu desejo fosse se realizar. Ainda mais tão cedo! Sabe, eu tenho muito sonhos e a maioria deles são bastante ambiciosos, mas eu nunca coloco esperança nos meus sonhos, coloco minha esperança em Deus. Assim eu estou sempre me surpreendendo…

Pergunta: Qual foi tua reação ao ver a avalanche de visualizações no wattpad tanto de “As Lendas de Saas” quanto de “Rainha dos Corações Congelados”, que como foi divulgado recebeu 5 mil em apenas um dia?

  • Resposta: Essa avalanche não foi algo que aconteceu “de repente”. Quero dizer, ela foi o trabalho gradativo de muita divulgação. Lembro que eu percebi que estava mesmo ganhando destaque quando Rainha dos Corações Congelados atingiu duzentas mil leituras. Na época eu tinha uma média de cinco mil leituras por dia. Foi quando eu pensei: é, acho que estou no caminho certo.

Pergunta: Em “As Lendas de Saas” temos aquele personagem “predileto” da autora, que não morreria por nada e que estará a salvo até o fim da trilogia? E por trás da cortina, quanto tempo de pesquisa e o que foi usado de material externo para que a primeira parte da história ganhasse forma?

  • Resposta: Isso é uma tentativa de conseguir spoiler? (Kkkk) Olha, por mais estranho que pareça, eu não mando na história. Ela se desenvolve sozinha, de acordo com as decisões dos personagens. Tenho muito amor por cada um deles (em especial pelo Tenazd, mas não contem para os outros!), porém o meu carinho por eles não é o suficiente para definir o destino do livro. Eu demorei cerca de três anos no primeiro volume. Durante este tempo eu pesquisava, escrevia e tentava superar bloqueios.

Pergunta: Sobre o quadro atual de escritores, como você vê o cenário nacional tanto em produtividade, temáticas e abordagens quando os livros físicos mais vendidos do país são autorias de youtubers e/ou pseudo-famosos da televisão?

  • Resposta: Bom, eu acredito que, se temos uma boa história, devemos nos empenhar em contá-la. As modas existem porque, em algum momento, uma pessoa teve uma boa ideia e investiu nela. Isso não significa que o mercado é imutável ou que só há espaço para um gênero. Então fico feliz pelos brasileiros que estão conseguindo publicar seus livros, independentemente de onde venham: youtube, amazon ou wattpad.

Pergunta: Para encerrarmos, qual o conselho de Rebeca S. Melo para aqueles que pensam em publicar algo?

  • Resposta: Não existe fórmula para o sucesso. Por isso descubra aquilo que só você sabe fazer e aposte na sua ideia. Será necessário muito trabalho duro e apoio dos amigos, mas vale a pena!

Para ficar de olho em todas as novidades sobre os novos livros da autora, acesse a página no facebook, ou seu site oficial, clicando sobre o destino desejado. Em breve você poderá ler a resenha do Beco Literário sobre o primeiro volume de “As Lendas de Saas”. Para mais informações sobre as obras de Rebeca S. Melo e sua trajetória é só acompanhar a página do Beco durante esta semana, pois divulgaremos detalhes que podem não ter aparecido na matéria. Nossa série de entrevistas volta a ativa em duas semanas, com uma escritora Pernambucana que revelaremos em breve.

 

Autorais

Autoria: Veredas

Tópico I (Louvação à Iansã)

E quando você disser não
Pois bem
Serei o sim que não se muda
E que o faça de erro
Que se transforme em transtorno
Que se jogue do mais alto prédio
Sou presente e não arredo
Sou todo um horizonte, e ai
Ai daquele que fechar os olhos
Os feche e nunca mais consiga abrir.

Tópico II (Dos filhos)

Derrubei os muros que nos transformaram em estranhos
Cada qual com seu dialeto, com seu mundo
Derrubei a mesmice que nos impossibilitava a dança
Mas você acostumou-se com o cativeiro
Não sabe viver além do que já foi visto
Acabei com sua crença
Com sua falsa alegria
Derrubei e despenquei junto ao pesado concreto
Melhor não por aqui ficar do que ser o seu
Quando você nunca desejou posses
Ser sua nova prisão
Sou sim a entrada para os carnavais que por ai vierem
Sou a cidade quando queima e clama
Grita por um pouco de paz
Paz essa que sempre foi tua
Mas és cega, minto, te fazes disto para ocultar os olhos atentos
a malícia escorrendo pelo canto da boca
Podridão de meus esforços
Motivo pelo qual morro a cada dia que passa
Os derrubei
Os levei cá comigo
Para o sem fim do inferno que me colocastes ao se libertar de ti.