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Crítica: Ex Machina – Instinto Artificial (2015)

O que diferencia o ser humano de uma máquina? O que nos faz seres humanos? Nossos sentimentos, nossa consciência, nossa alma? Esses são alguns dos questionamentos abordados por “Ex Machina”, um filme que gera uma série de reflexões sobre a nossa existência e traz aquela famosa questão: a inteligência artificial é capaz de superar a inteligência humana? A criatura é capaz de se voltar contra o criador?

“Ex Machina” é um filme de ficção científica que marca a estreia do diretor Alex Garland de maneira brilhante. Poderia ser mais um filme do gênero, abordando a criação de uma inteligência artificial, como estamos cansados de ver, mas a forma como o enredo é desenvolvido nos envolve do começo ao fim, os conflitos abordados são muito mais “humanos” que tecnológicos.

A trama se inicia com Caleb ( Domhnall Gleeson), um jovem programador, ganhando um concurso para passar uns dias na isolada e luxuosa casa do CEO de empresa que trabalha, Nathan (Oscar Isaac), que enriqueceu desenvolvendo um algoritmo de busca.

Caleb é designado por Nathan a fazer parte do Teste de Turing – teste no qual um ser humano interage com uma inteligência artificial e se não percebe que se trata de um computador, o teste é aprovado – mas no caso específico de Caleb, sua tarefa é comprovar se o robô criado por Nathan, Ava ( Alicia Vikander) é dotada de consciência ou apenas finge ter uma.

Ava é a primeira inteligência artificial do mundo, ela é mantida em um quarto, sem contato algum com o mundo exterior. Caleb conversa com ela através de um vidro, analisando a capacidade dela de se passar por um humano. Uma empatia e conexão começam a surgir entre os dois, os diálogos vão ficando mais intensos, e o desejo por conhecer o outro melhor é crescente.

É aí que entra a questão da sexualidade, Caleb questiona Nathan o porquê
dele ter feito a robô mulher e dotada de sensualidade, pergunta se isso não é um forma de distração e faz uma alusão às assistentes do mágico, que sempre são bonitas e tiram o foco do truque em si. Nathan argumenta dizendo que a sexualidade faz parte da essência humana, mais tarde, porém, descobrimos que fazer uma robô mulher foi uma escolha pessoal.

Ava usa diversos artifícios para conquistar Caleb, por isso fica claro que ela é sim, dotada de inteligência e consciência, tudo que ela faz é planejado, cada ação, fala, expressão, tudo é pensado por ela. A casa em que estão é totalmente tecnológica, há câmeras por toda parte, Nathan é ciente de tudo o que acontece em seu domínio. Mas quedas de energia são frequentes, e são nesses breves momentos que Ava e Caleb se aproximam ainda mais.

Falemos agora dos personagens. Ava, interpretada pela talentosíssima Alicia Vikander, é a melhor personagem, em minha opinião. Ava é hipnotizante, enigmática e cativante. Alicia usa cada expressão de forma perfeita e nos faz acreditar totalmente na humanidade e nas boas intenções de Ava.

Caleb, muito bem interpretado por Domhnall Gleeson, é um jovem muito inteligente, porém ingênuo e solitário, no começo ele tenta analisar tecnicamente a androide, mas depois acaba agindo pela emoção. Em determinada parte da trama, começa a duvidar da própria existência, não sabe mais se é um homem ou uma máquina, e não sabe mais em quem acreditar, colocando-nos em dúvida também.

Nathan é interpretado maravilhosamente por Oscar Isaac. Ele é um jovem misterioso e por vezes assustador. O tempo todo é difícil saber quais são suas reais intenções, se ele é o vilão ou se é o mocinho. Dedica-se muito à atividade física, mas vive se embebedando.

O filme traz uma temática religiosa muito forte. Nathan é o criador, que tudo sabe e que tudo vê, até sua criação Ava, remete a Eva. Ao todo, Caleb tem 7 sessões de conversa com Ava, em referência aos 7 dias de criação do mundo.

Outra questão muito pertinente abordada é o patriarcado é a violência contra mulher. Nathan criou outras robôs do gênero feminino para uso sexual, elas vivem presas sob seu domínio e para uso pessoal. Em referência às milhares de mulheres que passam a vida sob abusos e afastadas do mundo, submissas ao domínio masculino. A superação da inteligência de Ava sobre os homens na história e sua busca pela liberdade, faz alusão a luta da mulher pela igualdade de gênero.

O cenário de “Ex Machina” é basicamente representado pela residência de Nathan e a natureza ao redor dela. A casa tem poucas cores, parece um grande laboratório, limpo e frio, tem poucas janelas, cheio de portas, mas nem todas podem ser acessadas, pois escondem segredos por trás delas. É claustrofóbica e opressiva, quando há quedas de energia todas as portas ficam bloqueadas e uma luz vermelha é acesa, trazendo uma atmosfera ainda maior de aprisionamento. A música é utilizada nos momentos de mais tensão, alertando-nos que algo está prestes a acontecer e normalmente, não é algo bom.

Enfim, “Ex Machina” não é mais um filme de ficção científica. Ele te faz pensar sobre a existência humana, sobre até que ponto o desenvolvimento tecnológico nos é benéfico. Traz a questão da perda de privacidade e como as máquinas estão cada vez mais integradas a nós mesmos e ao nosso cotidiano. É um indicado de peso ao Oscar e um filme que eu recomendo.

https://www.youtube.com/watch?v=HtBuBJxDlU8

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Confirmado crossover entre The Flash e Supergirl!

A CBS e a CW anunciaram nesta terça-feira que The Flash e Supergirl farão um crossover, com o Velocista Escarlate aparecendo em um episódio da série da heroína.
Grant Gustin, que interpreta Barry Allen em The Flash, irá para National City lutar ao lado da Kara Danvers de Melissa Benoist.
“Estamos muito animados em anunciar algo que nós sonhamos desde que começamos a fazer Supergirl”, disseram Greg Berlanti e Andrew Kreisberg. “Queremos agradecer a Grant Gustin por ter arrumado um tempo em sua imensa carga de trabalho para vir nos visitar e a todo mundo na CBS, CW, Warner Bros e DC”.
Os produtores também aproveitaram a oportunidade para agradecer aos muitos fãs e jornalistas que “ficaram pedindo” por um especial de crossover.
O episódio com o encontro de Flash e Supergirl será lançado na segunda-feira, 28 de março na CBS.

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Crítica: Joy (2015)

Mimi é uma senhora esperançosa, que sempre procura observar o lado bom da coisa. O lado bom da vida (Você se lembra bem desse filme, não é JLaw?). Mimi é a narradora da fantástica e imprevisível vida de Joy, uma dona de casa que faz de mil e uma coisas para deixar seu lar na perfeita harmonia, mesmo que ele nunca tenha ouvido falar essa palavra. Harmonia. Joy mora com seus dois filhos, a mãe que não larga o controle remoto e nem levanta da cama, com o ex-marido que habita seu porão, o pai que volta e meia está por ali e sua avó, a nossa amada e primeira conhecida, Mimi. A história de Joy é confusa, para nós e para a própria. O filme é inspirado na história real de Joy Mangano, e por ser um longa biográfico aceitamos algumas técnicas que em um filme de outro gênero não conseguiríamos nem ver. Comumente apontamos os acertos da trama nas críticas por aqui, comumente. Mas hoje começaremos pelos erros, pelos graves erros de “Joy”, indicado pela academia em apenas uma categoria, essa fora a de melhor atriz, pois não deveria ter ganho nem esta indicação, mas acredito que a Academia observou a tentativa de Jennifer Lawrence de trazer uma boa personagem para as telas, a massante tentativa de encorporar alguém resiliente quando a própria fora muito resiliente para fazer esse papel. Imagino Lawrence nos bastidores, pensando, pensando… como isso é ruim.

Comecemos por nosso amigo, David O. Rusell. O diretor tentou repetir a dose de “O lado bom da vida”, chamou De Niro, Lawrence, Cooper, todos aqueles com quem vem trabalhando habitualmente em diversos filmes, Rusell sabia que poderia produzir um belo filme com esse elenco, com essa história, infelizmente correu em direção ao pote com muita sede. Nem se convocasse um batalhão de medalhões e revelações do cinema mundial ele conseguiria transformar “Joy” em um novo “O Lado bom da Vida”, mesmo que esse segundo não tenha sido grande coisa, mas para a Academia fora. Oito indicações não é para todos. Para “Joy” uma já é de grande valor. Rusell só não peca, como foi mostrado no início, na escolha de elenco, ao menos supervisionou bem esta parte junto à Mary Vernieu , mas em todo o processo do longa você simplesmente se perde no labirinto criado pelo diretor, labirinto esse que nem ele teve consciência de ter fabricado.

O enredo de “Joy” falha bruscamente em várias cenas, vou dar um exemplo. Existe um momento, em que Joy e sua amiga, Jackie (Dascha Polanco) estão conversando, e bem ai, no meio da conversa o diálogo congela, não propositalmente, mas porque ali, bem no roteiro que foi revisado milhões de vezes, tenho certeza, houve um intervalo longo sem falas, um intervalo que prejudica o desenrolar da história e deixa a coisa toda artificial demais. O rosto de Lawrence muda totalemente, e nem falemos de Polanco, você não acredita primeiramente. Volta a cena, duas, três vezes, enfim cai em si que não é técnica ou expressão adicional das atrizes, mas sim um tremendo buraco no roteiro que deveria nos emocionar, deixar explícito o desespero da personagem. Falho até demais. Quando pensamos que o filme vai engrenar, lá pelos setenta minutos, ele nos decepciona. É uma cena que tem tudo para dar certo, Joy está se mostrando para o mundo por meio da televisão, ela e seu produto, você deve pensar: AGORA VAI. Não, não vai. Aquele era o momento de superação da personagem, ela iria vender enfim sua maior invenção até aquele dia, iria por fim deslanchar, mas a própria JLaw, com seu rostinho bonito e todo crédito que o cinema mundial lhe oferece, não consegue efetuar isso. Não a culpo por tudo, longe disso, falaremos mais a frente como a atriz carregou o filme nas costas, por hora continuemos no roteiro, que em todo caso é o maior culpado aqui. Nesta cena vemos o sangue nos olhos de Joy, sentimos que está se aproximando aquele ápice que tanto aguardamos, aquela cena que pode salvar o filme inteiro. Se fui tolo? Ah, foi por horas. Não vem, não aparece, Joy fala mais do mesmo e fim, acaba ali toda a emoção contida para o clímax da produção, acaba ou não? Bem, segura essa informação, todas essas na verdade, sobre o roteiro trágico e vamos para o próximo quesito.

A bela fotografia, obrigado senhor, odoyá Iemanjá, um ponto que comentarei feliz e sorridente como criança que vê Harry Potter pela primeira vez. Que incrível fora a fotografia de Joy, e junto à ela a mixagem de som, tudo isso ficou bem encaixado. Sobre a fotografia guardo na mente dois momentos incríveis, um desses é a cena final, a que aparece no poster divulgado para divulgação, imagem essa em que Joy está olhando para cima, não sabemos para onde até assistir o longa. Belíssima cena (UMA LUZ NO ROTEIRO) e mais um acerto da fotografia. Em todos os indicados do Oscar vemos lindas produções na fotografia, Mad Max, Sicario e O Regresso nem se falam, mas se observamos a sutileza de Carol, Joy, Brooklyn e A Garota Dinamarquesa ficamos surpresos, por tanta delicadeza e sentimentalismo nas tomadas e ângulos usados.

Sobre JLaw, exclusivamente neste filme, prometo que não citarei nenhum outro (novamente). É uma atuação esforçada, uma constante de tentativas que fazem da atriz uma heroína, sem exagero algum, nesta produção. Lawrence consegue se destacar mesmo o longa tendo diversos problemas, ela carrega, como falei, o filme nas costas. Todo o tom cômico e sarcástico que tentaram empregar na obra, não funciona bem, mas Lawrence arruma um jeito de consertar isso, colocar o trem nos trilhos, que pena que ele não chega na última estação inteiro. Os vagões de “Joy” vão se perdendo estrada a fora, cai roteiro de um lado, atores coadjuvantes do outro, enredo no meio do caminho, direção, bem, nem chegou a embarcar.

Um filme biográfico geralmente nos trás mensagens claras, ou de superação ou de avisos alarmantes, sempre foi assim e sempre vai ser. “A Teoria de Tudo” ano passado foi claro quanto a isso, o mesmo com “O Jogo da Imitação”, “Selma” foi uma explosão de bom filme desta categoria, agora “Joy” não atinge o que tanto esperamos, atrai o fã do cinema, o leva a se preparar totalmente para um bom filme, mas decepciona. No meio desta crítica falei que vocês deveriam guardar uma informação, ou melhor, uma pergunta: Acaba a emoção ali? Quase na segunda metade do filme? Não, a pouca emoção ainda ressurge no fim da obra. Por incrível de pareça, “Joy” começa a ficar bom no final,  inicia sua largada na última curva da corrida e nos deixa palpitando e com raiva por só ter melhorado ali. É um filme que não deveria se fazer presente na lista dos indicados pela Academia, mas como está, o que temos para hoje é assistir e conseguir sair vivo após a exibição do longa, vivo e sem traumas.

Atualizações, Cultura, Filmes

Convenção de AHS no Brasil é ADIADA!

É isso mesmo, amigos. A Daydream Eventos, empresa responsável pela convenção, acabou de liberar um comunicado no facebook da empresa divulgando que a tão esperada convenção da série American Horror Story está sendo adiada pela dificuldade de trazer os atores para o evento. Confira o comunicado na íntegra abaixo:

Mesmo antes de anunciar uma convenção de AHS, já estávamos em negociação com alguns dos atores mais pedidos pelos fãs, mas após uma longa espera e diversas tratativas, acabamos nos deparando com algumas questões que inviabilizam a vinda dos atores principais, pelo menos nesse momento.
Ficamos, então, na dúvida sobre a aceitação de uma convenção sem os protagonistas da série e por isso pedimos a AHSBR para fazer uma pesquisa para saber a opinião dos fãs a respeito. Apesar de muitos ainda ficarem animados, vimos que uma boa parte não aceita a ideia. Como se trata de um investimento alto, tanto para a empresa quanto para os fãs e como entendemos que uma convenção precisa ser um momento maravilhoso, esperado e que traga alegria e não frustração para o fandom (claro que sabemos que é muito difícil agradar a todos…), preferimos adiar essa edição, até que tenhamos certeza da aceitação dos fãs quanto aos atores citados na pesquisa ou até que seja viável fazermos uma convenção com atores principais.
A edição de AHS continua sendo um projeto nosso e vamos continuar acompanhando a opinião do fãs para que o evento possa acontecer.

A Daydream possui um histórico de convenções bem-sucedidas e se prepara para realizar as convenções de The 100 (“Daydream Con: edição especial The 100”), Once Upon a Time (“Ever After”) e The Vampire Diaries + The Originals (“Vampire Attraction”).

Críticas de Cinema

Crítica: O Menino e o Mundo (2013)

É incrível a capacidade de um filme mexer com a gente fisica, psicologica e sentimentalmente – isso é fato. Penso que não é requisito para uma obra ser considerada bem elaborada ter duração de 3 horas (ou mais), recortes no roteiro e um proposital rebuscamento no enredo visando dificultar a compreensão por parte do público. Pelo contrário, um filme é bem melhor aproveitado quando preenche os aspectos pensados pelo diretor/roteirista com as impressões de cada ser humano. E é assim que Alê Abreu, ilustrador e diretor paulista, nos apresenta a animação “O Menino e o Mundo”: uma tela, inicialmente branca, sendo preenchida por formas geométricas, desenhos e repetições que assemelham-se às imagens coloridas produzidas por um caleidoscópio.

O pensamento de que animações só servem para entretenimento infantil é descartado logo no início. Conhecemos um menino, que faz sua primeira aparição de forma bem caricata, correndo por paisagens, pulando sobre árvores e brincando em cima de uma nuvem. Ele chega até a simples casa onde mora e avista seu pai segurando uma mala, preparado para ir embora. A mãe e o pai do menino conversam, embora não consigamos compreender o que eles estão dizendo porque as falas das personagens foram gravadas no idioma português e depois invertidas – aspecto que comentarei posteriormente. O menino abraça o pai num terno momento, sendo a despedida marcada por uma canção que o pai toca numa flauta, transformando a melodia num dos pontos mais criativos da animação, pois até as notas musicais ganham visibilidade na tela, apresentando-se como bolhas coloridas que flutuam em direção ao céu. O trem chega e, prestes a partir o homem, parte toda a criação do cenário formado por traços que trazem à memória os rabiscos e desenhos que fazíamos quando crianças, sem muita perfeição mas com a estética própria de quem começa a dar os primeiros passos (de forma mais literal possível) para a expressão e compreensão de seus sentimentos.

Após a partida do pai, o menino começa a ter vislumbres da presença dele. A figura paterna mostra-se trabalhando com uma enxada – evidenciando a origem humilde da família e que o sustento deles vem da agricultura – e logo depois desaparece à vista do menino. Outros momentos de devaneio acontecem e esses são os ponta-pés iniciais para a evolução da personagem do menino que agora apresenta-se em estado triste e depressivo. O garoto, então, arruma uma mala e a única coisa que ele coloca dentro é uma foto de família, partindo logo em seguida. Nessa cena é importante destacar o efeito de transição que Alê Abreu usou para demonstrar a saída da inércia do menino, mudando todo o preenchimento colorido e nostálgico por imagens negativas do cenário em questão (o ponto do trem onde o menino viu o pai pela última vez) acrescidas de flashs dos últimos acontecimentos vividos pelo protagonista. Ao acordar, em outro cenário, o menino encontra-se na casa de um homem velho, de aparência cansada, que se veste para trabalhar. Ele junta-se a um pequeno cachorro enquanto o homem os carrega dentro de um carro de boi, dando início à jornada de trabalho árdua num algodoeiro onde muitos lavradores trabalham sincronizadamente.

A semente pra toda a crítica social presente na animação é a troca dos trabalhadores rurais por máquinas, resgatando o tema da industrialização tão conhecido por nós – dessa vez pela visão de uma criança – fazendo com que todos os homens perdessem seus empregos. Antes disso ser mostrado no filme, o menino presencia um patrão carrasco realizando uma vistoria nos empregados da lavoura e é interessante o fato de que o patrão é caracterizado como um personagem de filme de faroeste, tanto no figurino quanto em toda a sua violência ensaiada e artificial. O homem que o menino passa a acompanhar acaba por ser demitido de sua função e numa espetacular degradação do cenário de uma coloração amarelada à escuridão de uma tempestade tornamos-nos visualmente participantes da situação que o homem e o menino estão vivendo. Tendo passado pelo algodoeiro, o menino agora encontra-se numa fábrica de tecidos, onde vários operários trabalham sincronizadamente, destacando, assim como no algodoeiro, a rotina de trabalho extenuante de movimentos repetitivos a que todos aqueles homens estavam submetidos.

O menino passeia pelas ruas de ônibus, assiste a uma marcha policial acompanhada por tanques e máquinas de guerra e conhece a realidade da vida urbana. O aspecto visual da animação agora mistura os traços iniciais com colagens de revistas e anúncios, presentes até na favela que o menino adentra ao lado de um jovem que trabalha na fábrica, numa crítica à presença da publicidade em massa nas cidades, vendendo produtos e estilos de vida quando existem milhares de pessoas alheias à toda essa superficialidade, vivendo em pobreza e miséria.

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Como antes mencionado, as falas das personagens são incompreensíveis pelo espectador, mas nem isso consegue dificultar o entendimento do filme. Os responsáveis pela trilha sonora da animação, Ruben Feffer e Gustavo Kurlat, tiveram a preocupação de fazer com que todos os elementos do cenário tivessem voz, logo nos acostumamos com os sons dos animais, do vento e até dos passos do menino. O grupo de percussão corporal Barbatuques levam os créditos pelos sons criados exclusivamente para preencher a obra de Alê Abreu, que ainda conta com a composição “Aos olhos de uma criança”, do rapper Emicida, como música tema.

Aproximando-se do final temos uma das cenas mais impactantes, que delimita o clímax. Depois de ver e conhecer mais da realidade da cidade, é como se a mente do menino entrasse num estado de combustão. Nesse momento, a animação é destruída e em troca surgem imagens reais de queimadas, desmatamentos e poluição (lembrando cenas de documentários) acompanhadas por uma mistura de vozes que transmitem um aspecto agourento e desesperador. Voltando ao menino, sujo e ofegante, entendemos que toda a inocência inerente à criança de certa forma foi afetada, senão perdida, por todos os acontecimentos que se precederam, conectando a realidade do menino com a do jovem operário e a do homem velho do início. As duas personagens que acompanham o menino nas suas andanças têm bastante importância na história e guardam surpresas para os espectadores, como veremos na conclusão do filme.

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O filme, à medida que mostra uma criança avançando em rumo ao conhecimento externo, nos faz regressar à mente infantil que tínhamos antes, de questionar, de ter curiosidades, de se machucar e só depois sentir dor, de correr e não se cansar. Com um desfecho emocionante, “O Menino e o Mundo” é uma prova de que assuntos sérios podem ser tratados em um filme através das fantasias de uma criança mas, acima de tudo, prova que as produções brasileiras estão ganhando destaque internacionalmente, dando oportunidade a artistas como Alê Abreu de mostrarem a realidade sem estereótipos e preconceitos, o que, na minha opinião, já seria totalmente merecedor de um prêmio. Uma crítica social em forma de animação envolta por personagens e cenários de lápis de cor, giz de cera e colagens, é assim que eu o resumiria.

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Mais detalhes sobre as Escolas de Magia pelo mundo

O Pottermore está fazendo parte do evento A Celebration of Harry Potter, e em seu estande há um mapa que mostra a localização das escolas bruxas de todo o mundo. Pode-se ver a Beauxbatons, Durmstrang, Hogwarts, a escola norte-americana, a brasileira, a africana e a japonesa. E é sobre estas últimas que foi liberado mais detalhes. Veja abaixo os textos sobre a escola Uagadou e a Mahoutokoro.

“Mesmo que a África tenha um número expressivo de escolas de magia menores, há apenas uma que continua funcionando mesmo após um longo período de tempo (pelo menos mil anos) e atingiu uma inegável reputação internacional: Uagadou. Sendo a maior de todas as escolas de bruxaria, ela aceita alunos de todas as partes do enorme continente. O único endereço já revelado é “Montanhas da Lua”: os visitantes falam de um edifício maravilhoso que se localiza em uma montanha e é envolto em neblina, o que dá a impressão que está flutuando no ar. Grande parte da magia (algumas pessoas diriam toda) foi originada na África e os graduados na Uagadou são especialistas em Astronomia, Alquimia e Transfiguração.

A varinha é uma invenção européia, e mesmo que bruxos e bruxas africanos tenham a adotado como um objeto muito útil no último século, muitos feitiços são feitos sem ela: apenas apontando o dedo ou através de gestos manuais. Isso confere aos estudantes da Uagadou uma ótima saída quando acusados de violar o Estatuto Internacional de Sigilo (“Eu estava apenas acenando, nunca quis que o queixo dele caísse”). Em um Simpósio Internacional de Animagos recente, a equipe da escola de Uagadou atraiu a imprensa quando exibiu uma transfiguração sincronizada. Muitos bruxos e bruxas mais velhos e experientes sentiram-se ameaçados por estudantes de quatorze anos que mostraram sua habilidade em transformar-se em elefantes e macacos quando bem queriam e uma queixa formal foi apresentada por Adrian Tutley, para a Confederação Internacional dos Bruxos. A enorme lista de aclamados ex-estudantes de Uagadou inclui Babajide Akingbade, que sucedeu Alvo Dumbledore como o “Cacique Supremo” da Confederação Internacional dos Bruxos.

Os estudantes recebem a notícia de que estudarão em Uagadou do “Mensageiro dos Sonhos”, enviada pelo diretor ou diretora do dia. O “Mensageiro dos Sonhos” aparecerá para a criança enquanto ela dorme e deixará um sinal, geralmente uma pedra inscrita que é encontrada na mão da criança quando ela acorda. Nenhuma outra escola emprega esse método de seleção de alunos.”

E sobre a Mahoutokoro

“Esta antiga escola japonesa tem o menor corpo estudantil das onze grandes escolas de magia e aceita alunos a partir dos sete anos de idade (embora eles não embarquem até que estejam com onze). Já que são estudantes diurnos, as crianças bruxas são trazidas e enviadas para suas casas todos os dias, viajando nas costas de um bando de painhos gigantes. O ornamentado e requintado palácio de Mahoutokoro é feito de nefrita, e fica na parte mais alta da “inabitada” (ou assim pensam os trouxas) ilha vulcânica Minami Iwo Jima.

Estudantes são presenteados com capas encantadas quando chegam, que crescem no tamanho quando eles crescem e mudam de cor gradualmente, à medida em que o conhecimento de seus donos aumenta, começando por um rosa fraco e tornando-se (se notas máximas forem conquistadas em todas as matérias) dourada. Se as capas se tornarem brancas, é uma indicação de que o estudante traiu o código bruxo japonês e adotou práticas ilegais (o que na Europa nós chamamos de ‘magia das trevas’) ou quebrou o Estatuto Internacional de Sigilo. A capa “ficar branca” é uma terrível desonra, que resulta na expulsão imediata da escola e um julgamento no Ministério da Magia japonês. A reputação de Mahoutokoro não reside apenas em sua impressionante proeza acadêmica, mas também em sua excelente reputação no quadribol, o qual, segundo a lenda, foi introduzido no Japão há séculos atrás por um bando de imprudentes estudantes de Hogwarts durante uma tentativa de dar a volta ao globo em vassouras totalmente inadequadas foram soprados para fora de seu caminho. Resgatados por um grupo de funcionários da Mahoutokoro, que estavam observando os movimentos dos planetas, eles permaneceram como convidados tempo suficiente para ensinar aos seus colegas as noções do jogo, um ato que eles viveram para se arrepender. Todo membro do time de quadribol do Japão e seus atuais vencedores da Liga dos Campeões (os Toyohashi Tengu) atribuem suas proezas ao difícil treino que eles recebem em Mahoutokoro, onde às vezes eles praticam sobre um mar turbulento e tempestuoso, forçados a ficar atentos não apenas aos balaços, como também aos aviões de uma base aérea trouxa de uma ilha vizinha.”

Também foi divulgado um texto com informações gerais sobre as Escolas.

“A quantidade de países que têm sua própria escola de magia é minúscula se comparada àqueles que não têm. Isso porque a maior parte da população de bruxos opta por estudar sem sair de seu país. Eventualmente, a comunidade mágica de um determinado local é pequena e cursos por correspondência são um meio mais eficaz em termos de custo para a educação dos jovens.

Há onze antigas e prestigiadas escolas de magia pelo mundo, todas registradas pela Conferência Internacional de Bruxos. As instituições menores e não regulamentadas surgiram e desapareceram, pois é difícil manter o controle delas e raramente são registradas por um Ministério adequado (além de que não podemos garantir a qualidade e o padrão de ensino). Qualquer um que deseje saber se há uma escola regulamentada em sua região, deve enviar uma coruja ao escritório oficial da Conferência Internacional de Bruxos.

A localização exata dessas escolas é um segredo muito bem guardado. Isso ocorre não somente por medo que os trouxas possam encontrá-la, mas sim porque infelizmente, em vários momentos da história, elas foram afetadas pelos efeitos das guerras bruxas além de serem hostilizadas por outras comunidades nacionais e estrangeiras (não é apenas na Grã-Bretanha que a educação de jovens sofre a intervenção ou pressão do Ministério). Como uma regra geral, as escolas de magia tendem a se situar longe do litoral, em áreas montanhosas (embora haja exceções notáveis, como veremos depois), porque são regiões de difícil acesso para os trouxas e mais bem protegidas dos Bruxos das Trevas.”

Mais informações serão liberadas hoje, então fique de olho para qualquer novidade aqui no Beco.

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Pottermore libera texto sobre escola de magia brasileira

O Pottermore liberou textos escritos por J.K.Rowling, com detalhes sobre as escolas de magias espalhadas pelo mundo. E uma delas, para nossa alegria, é a CasteloBruxo, Escola de Magia situada no Brasil, no meio da Floresta Amazônica.

Veja abaixo o que foi revelado:

“A escola brasileira de magia, que recebe estudantes de toda América do Sul, pode ser encontrada escondida dentro da floresta tropical. O castelo fabuloso parece ruínas para os poucos olhos trouxas que o olharam (um truque compartilhado com Hogwarts; a opinião é dividida sobre quem pegou a ideia de quem). Castelobruxo é um edifício quadrado imponente de pedra dourada, frequentemente comparado com um templo. Ambos o edifício e o terreno são protegidos por Caipora, espíritos pequenos e peludos que são extremamente travessos e astutos, e que emergem sob a escuridão da noite para vigiarem os estudantes e criaturas que vivem nas florestas. A antiga diretora de Castelobruxo, Benedita Dourado, foi uma vez vista rindo bastante em uma viagem de intercâmbio para Hogwarts, quando o diretor Armando Dippet reclamou do Pirraça, o poltergeist. A oferta dela de enviar alguns Caiporas para a Floresta Proibida para ver o que era realmente encrenca não foi aceita.

Os estudantes de Castelobruxo usam vestes verde brilhante e são especialmente avançados em Herbologia e Magizoologia; a escola oferece programas de intercâmbio populares para estudantes europeus* que desejam estudar a flora e fauna mágica da América do Sul. Castelobruxo produziu um número grande de ex-estudantes famosos, incluindo um dos mestres de poções mais famosos, Libatius Borage (autor de, entre outros trabalhos, Estudo Avançado de Poções, Anti-Venenos Asiáticos e Tenha Você Mesmo uma Festa em uma Garrafa!) e João Coelho, capitão de mundialmente renomado time de Quadribol os Tarapoto Tree-Skimmers.

*Foi uma dessas viagens que os pais de Gui Weasley não puderam pagar, causando desapontamento no amigo de correspondência de Gui de Castelobruxo, fazendo-o enviar algo nojento pelo correio.”

Filmes

Netflix confirma o retorno de “Gilmore Girls”

É isso mesmo que você leu! A série “Gilmore Girls”, exibida de 2000 a 2007, teve seu retorno confirmado pelo serviço de streaming Netflix.

Em postagem na página oficial do Facebook e no Twitter, a Netflix anunciou que a série voltará para a sua oitava temporada e que as temporadas clássicas serão adicionadas ao catálogo da empresa. A maior parte do elenco original já teve a participação confirmada. Entre os nomes que já assinaram o contrato para o revival figuram Lauren Graham, Alexis Bledel, Scott Patterson, Kelly Bishop, Sean Gunn e Keiko Agena.

A nova fase de “Gilmore Girls” será escrita e dirigida pela criadora Amy Sherman-Palladino e seu marido, o produtor executivo Daniel Palladino. Sem título e quantidade de episódios definidos, resta aos fãs torcerem para que o retorno a Stars Hollow aconteça logo logo!

Atualizações, Filmes, Livros

Kim Basinger como Mrs. Robinson?

E parece que a Kim Basinger – I am here –  foi contratada para atuar como Mrs. Robinson em 50 tons mais escuros, de longe o personagem mais odiado da trilogia.

tá arriscando a carreira.

As gravações para 50 tons mais escuro e 50 tons de liberdade vão começara no dia 15 de fevereiro. Isso mesmo, gravação simultânea.

Cinquenta tons mais escuro deve estrear em 10 de fevereiro de 2017 nas telonas e o último da trilogia, em 2018.

Particularmente, espero que o filme seja melhor que o primeiro da franquia, e talvez – só talvez- consiga algo “melhor” do que uma indicação para o pior filme do ano.