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The Epic Battle: Sou de Esquerda sim, e você?

O compositor e cantor, Chico Buarque de Holanda, junto a um grupo de amigos, fora surpreendido em uma rua do Rio de Janeiro por senhores bem vestidos e encharcados de sarcasmo barato. Sim, você pode conferir esse vídeo no youtube ou no próprio facebook, está circulando há alguns dias. Chico Buarque, com dezenas de discos e livros nas costas, esse Chico que contribuiu e contribui para a identidade cultural do país, fora agredido verbalmente por conta de suas atitudes e escolhas políticas. Pararam Chico Buarque em uma esquina qualquer, lhe chamaram de santo e ainda por cima se acham no direito de se autonomearem “salvação do Brasil”. Tudo isso porque Chico é apoiador fiel do Partido dos Trabalhadores, filiado e membro ativo da instituição. Chico foi chacoteado em via pública porque não apresenta opinião semelhante a daqueles senhores de bem. Vou lhe dizer o que está acontecendo: É um sentimento fascista que se disfarça na democracia que por tanto tempo fora cultivada. Fascistas sim, esses que defendem uma unificação da ideologia. Eu sou de esquerda, e digo mais, não teria toda a paciência que Chico Buarque teve.

Para começo de conversa, está estampado em todas as vias, em qualquer placa de bom senso, de lei, que intolerância é crime. Agredir pessoas verbalmente e fisicamente por conta de suas escolhas políticas (ou por qualquer motivo) é algo inaceitável e não pode ficar impune por que fulano é filho de tal juiz, ou de um empresário com suas diversas posses. Tenhamos em mente que o exemplo dado aqui, o de Chico Buarque, não é caso isolado, isso ocorre diariamente. Certa vez vi um vídeo de um ato parecido (de proporção gigantesca) no centro do Recife. Um senhor, com camisa vermelha, com a foice e o martelo estampados nesta mesma camisa, foi perseguido por bem mais de cem pessoas. Ele corria enquanto dezenas de pessoas lhe xingavam de “Ladrão” “Comunista safado” “Vai pra Cuba” entre outros adjetivos criados por aqueles que se acham “a direita que vai endireitar” o Brasil. Após esse vídeo tive medo de sair na rua com qualquer que seja o artefato referente ao meu partido (Que faço questão de divulgar aqui, pois não preciso me esconder sob máscaras, assim como o partido do qual faço parte também não precisa. O “Rede Sustentabilidade” sempre buscou o diálogo, divulga diariamente essa fusão de ideias, sejam elas de esquerda ou direta. Mas hoje vou contra à ideologia do Partido, vou porque se faz necessário e digo: Sou de Esquerda sim). Em épocas como essa que vivemos é obrigação de todos defenderem suas bandeiras, dizerem sim: Eu sou de Direita. Eu sou de Esquerda. Mas antes de tudo, essas pessoas devem saber que o respeito entre os lados não machuca, não denigre, não é falta de coragem. Cordialidade na política é algo que está faltando, não só nas ruas, mas até no próprio Congresso.

Você, meu caro leitor, pode ligar a qualquer hora do dia na “TV Câmara” e esperar alguns minutos e verá nem que seja uma ofensa direcionada a qualquer que seja o parlamentar. Não digo que isso seja o fim do mundo, claro que não, as pessoas se exaltam e muitas vezes soltam palavras que naquele momento parecem ser convenientes, mas são essas mesmas palavras que se transformam em discurso de ódio nas ruas (Claro, existe, e como existe, discurso de ódio explícito no senado e na câmara, esses já vão pré-fabricados para a população). O que se deve praticar é o respeito e nada além disso, se encararmos a opinião alheia, opinião essa que não vá de contra à Constituição, com respeito teremos um avanço na política. Como disse, todo esse respeito está para as ideias que buscam o fortalecimento da democracia, que tentam criar um estado de segurança e dignidade. Agora para com os discursos que denigrem as correntes políticas, para os ideais que defendem extermínio, intolerância e soberania de uma determinada classe, bem, para esse tipo de pensamento devemos responder com a lei e a justiça que durante esses vinte e quatro anos de democracia tentamos deixar estável. Para essas pessoas que dizem “Eu sou de Esquerda” e buscam o ódio, respondamos com o que já está escrito, o que consta na legislação. Para os que falam “Eu sou de Direita” e saem nas ruas para ridicularizar os outros, respondamos com esse mesmo peso e medida. Para a intolerância não revidamos, apenas aplicamos a lei e essa irá resolver o problema. Agora fica a pergunta: Qual a eficácia desta tão falada “Lei”? Será que os homens que a representam também não servem à intolerância e ao ódio?

No fim, te respondo: Do jeito que está, do modo que vemos as coisas, ou se defende o seu, ou nada resta. Ou abandonamos esse estado de inércia ou nada acontece, não, pior, acontece sim, mas não quer dizer que seja algo de bom. Acontece, mas não se evolui.

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Feliz aniversário, Ralph Fiennes!

Completando 53 anos, hoje é aniversário do nosso querido Lord Voldemort, Ralph Fiennes.

Além de Harry Potter, o ator atuou em vários outros grandes filmes, como A Lista de Schindler, Dragão Vermelho, Fúria de Titãs, entre tantos outros.

É através dessa postagem que nós do Beco desejamos a ele todas as felicitações, e que ele possa continuar nos encantando com suas atuações por muitos e muitos anos. Parabéns!

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Há exatos sete anos, grupo RBD dava adeus aos fãs

Hoje faz sete anos desde quando Poncho, Any, Christian, Christopher, Dulce e Maite, após anunciarem a resolução de seguir seus caminhos sozinhos, colocaram fim então, a toda uma geração, que tenho certeza que marcou a vida de muita gente, inclusive a minha.

Rebelde e o posterior grupo RBD foi a infância de muitos que leem este texto agora, assim como foi a minha. Nossos primeiros ídolos, primeiras músicas de outra língua que sabíamos de cabeça… E quantos de nós não tirou boas notas em espanhol só por acompanhar a banda e tentar entender as entrevistas sem precisar das legendas? Era uma conquista.

E hoje, há exatos sete anos, ainda sabemos seus nomes, ainda lembramos suas músicas e tenho certeza, ainda acompanhamos, meio que de longe, a carreira solo de cada um deles. Ainda temos nossas revistas, CDs ou DVDs… Surtamos com o último encontro, e surtaremos caso algo parecido venha a acontecer no futuro, não importa nossa idade.

Porque, contradizendo o que eu disse acima, RBD se separou, mas a geração criada por eles ainda continua vivíssima na memória de cada um de nós. E não importa se são sete ou setenta anos, ainda continuará por toda a eternidade.

RBD 7 AÑOS DEL ADIÓS

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Feliz aniversário, Thais Pizzinatto!

Hoje, nessa sexta-feira ensolarada, nossa sagitariana, deus que me perdoe linda Thais Pizzinatto faz aniversário, e claro, que tínhamos que prestar essa singela homenagem para alguém que sempre deu 110% de si para o crescimento do Beco!

A Thaís entrou para o site há mais de um ano, com a proposta de cuidar apenas da parte de marketing e divulgação. Tempo vai, tempo vem, e agora ela é responsável por nada mais, nada menos que todas as nossas parcerias com editoras, toda a parte de recursos humanos e muito mais! E devo dizer, não é fácil, não…

Mas além disso, a Thais se tornou uma grande amiga pessoal, compartilhadora de segredos na madrugada no Clube dos Sluts, devedora de trufas e comidas gostosas… Ainda estou esperando sua visita, viu?

Enfim, esperamos que você esteja tendo um dia maravilhoso, mas não confunda isso como uma folga, tá? Aqui não tem isso, não, queridinha! Brincadeira.

Que você consiga realizar todos os seus sonhos, e seja a pessoa mais feliz do mundo, porque eu, além de muitas outras pessoas aqui, sabemos que você só merece o melhor. E saiba que, apesar das nossas tretas quase diárias por assuntos profissionais, estarei sempre aqui por você!

Feliz aniversário, idosa!

PS.: Relembrar, é viver!

Atualizações, Autorais, Colunas, Críticas de Cinema, Cultura, Filmes, Livros, Lugares, Música, Novidades, Resenhas, Reviews de Séries, Séries

O que mudou? – Conheça o Beco Literário 4.0!

Olá, #BecoLovers, como estão?

Nos últimos dias tiramos o site do ar para passar pela nossa maior e melhor reformulação até o momento. Instigamos vocês ao máximo pelas redes sociais e enfim chegou a hora de lhes apresentar o Beco Literário 4.0!

O Layout
Optamos por não fazer mudanças drásticas no layout, uma vez que elas já estariam presentes no conteúdo. Então, em uma reunião com toda a equipe, que conta com designers, jornalistas, publicitários e outras pessoas do ramo, mantemos o mesmo estilo, modificando apenas poucos detalhes. Foi o que chamamos de releitura da nossa versão 3.0, uma vez que melhoramos, consertamos erros e mantemos o mesmo formato que já era ótimo para todos nós.


Novas Seções
Talvez essa tenha sido a maior bomba da versão 4.0, mas o que seria do Beco só mudando o layout, não é mesmo? Mas Gabu, o site não chama Beco LITERÁRIO? Sim, precisamente. No entanto, sentimos a necessidade de expansão, assim como surgiu demanda do público e esperamos que tenha uma boa aceitação. Então agora, além de Literário, somos Lifestyle, Gourmet, Gossip…


O que esperar?
Bom, cada seção nova tem sua proposta única:

Literatura: A literatura sempre foi nosso carro-chefe e portanto, não mudaremos isso. O foco principal do Beco, continuará sendo nela, para sempre! Aqui você verá sempre as novidades sobre seus livros preferidos e claro, nossas resenhas, autorias e crônicas de sempre.

– Cinema e TV: Mantendo os padrões, continuaremos a informar vocês sobre tudo o que acontece no mundo do cinema e da televisão, incluindo seriados e Netflix! O que antes era exclusivo para adaptações literárias, agora se expande para novas vertentes.

– Música: Quem vive sem música? Ninguém! As boas e velhas notícias sobre o mundo musical, nossas indicações de playlist, e as opiniões no formato fucking de sempre.

– Colunas: Aqui nós falamos de tudo, sem tabus ou qualquer tipo de bloqueio. Opiniões sobre diretores, filmes, política, história… O que der na telha, tem coluna sobre!

– Eventos: Presente nas versões anteriores, apesar de inativa, a seção de eventos agora contará com coberturas mais periódicas de tudo o que acontece na mídia, e claro, que o Beco participou!

– Lifestyle: Inspirações para fotografias, dicas de todos os tipos, coisas aleatórias… Nisso consiste o Beco Lifestyle. Tudo para os mais variados estilos de vida, num lugar só.

– Mundi: Quer viajar mas está com dúvidas? Você está no lugar certo. Dicas de viagens e o que fazer nelas, orçamentos, fotos, hotéis…

– Gourmet: Sábado a tarde, sozinho em casa. Nada melhor que preparar aquele brigadeiro. Mas que tal conhecer novas receitas tão simples e saborosas quanto? Além, é claro, de saber como se manter na dieta!

– Gossip: Tudo sobre o mundo dos famosos e seus bastidores! Porque no final das contas, todos nós queremos saber o que acontece quando as cortinas se fecham.

– Tech: Últimas novidades sobre tecnologia, reviews de aparelhos eletrônicos e a parte mais nerd do novo Beco!

– College: Dúvidas sobre o que fazer após o ensino médio? Quer saber como se portar na faculdade? Vem que nós ajudamos você, e compartilhamos experiências.


Esperamos que tenham gostado da nova apresentação do Beco Literário, e fiquem despreocupados: nosso foco jamais mudará, apenas se ampliará!

Sejam bem-vindos ao Beco Literário 4.0 e lembre-se: Qualquer coisa é possível se você tiver coragem!

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O crítico e o diretor: os dois cinemas de Ozualdo Candeias

O início da carreira de Ozualdo Candeias, um dos mais importantes diretores do cinema brasileiro, deu-se de forma curiosa. No final dos anos 1940, trabalhando como caminhoneiro e viajando por todo o país, Candeias decidiu compra uma câmera com o objetivo de registrar discos-voadores.

Tal objetivo nunca foi alcançado, mas se iniciou aí uma carreira no cinema que muito tem relação com essa origem: o cinema de Candeias muitas vezes se propôs a mostrar o lado feio, sujo e pobre do país, aquele encontrado pelas suas andanças como caminhoneiro. Em entrevista, disse certa vez que fazia filmes que precisavam ser feitos: aqueles que mostram o Brasil e personagens que vivem às margens.

Foi considerado por muitos o mais marginal dos diretores e teve participação ativa nas produções da chamada Boca do Lixo, o principal centro de produção cinematográfica de São Paulo entre os anos 1960 e 1990. A Boca reunia produtores, atores, atrizes, diretores e técnicos e tinha como rua principal a Rua do Triunfo, no bairro Santa Ifigênia, e como ponto de encontro o Bar Soberano, onde muitos projetos foram concretizados e equipes formadas.

A importância de Candeias é tamanha, que muitos críticos o consideram o precursor do Cinema Marginal com seu filme A Margem, de 1967, obra que também seria responsável pelo nome do movimento.

O CINEMA POLÍTICO E SOCIAL DE CANDEIAS

Durante sua carreira no cinema, Candeias exerceu 14 funções diferentes. São elas: diretor, roteirista, produtor, ator, diretor de fotografia, cinegrafista, editor, diretor e gerente de produção, desenhista (de cenários e de roupas), diretor de segunda unidade, fotógrafo de cena e assistente de direção.

Considerando apenas as obras em que trabalhou como diretor/roteirista, temos 20 produções entre curtas, médias e longas metragens, tanto de ficção quanto de documentário. Dono de um cinema que ele mesmo chamou de “vanguardista”, as obras de Candeias se caracterizam pelo pouco uso de diálogos, poder de expressão do olhar das personagens, montagem fragmentada e poder dos enquadramentos.

Ozualdo rejeitava o epíteto de cineasta “intuitivo” e dizia que seu cinema era produto de muito estudo e dedicação, produto do uso de técnica, não de intuição. Por isso a valorização da montagem, da experimentação e do poder dramático dos enquadramentos e objetivas.

Assim como outros diretores da Boca do Lixo, alguns filmes de Candeias não chegaram a ter lançamento comercial (como o caso de As Bellas da Billings, 1987) sendo as exibições restritas a universidades, cineclubes e cinematecas. Mesmo assim, suas fitas ganharam alguns prêmios, como: Coruja de Ouro (direção, música e atriz coadjuvante – A Margem), Festival do Cinema Brasileiro de São Carlos (menção honrosa por Meu nome é Tonho), Air France e Governador do Estado de São Paulo (pela direção de A Herança), entre outros.

Em Candeias temos não só a importância da linguagem e técnica cinematográficas, mas também da temática de seus filmes. Em vários deles vemos histórias que discutem a violência, a prostituição, a pobreza, a presença do negro na sociedade, a desilusão, a burguesia, o caipira, a cidade, o sertão, o governo, o operário, o explorado, entre outras questões e personagens que compõem a realidade nacional, mas que são esquecidos ou não problematizados, são deixados à margem. Segundo o próprio Candeias:

“Reconheço que meus filmes não são bonitos nem engraçados e não me interessa fazer fitas que as pessoas vão ver pra rir, chorar ou levantar o pinto. Eu procuro outro tipo de reação em outro tipo de plateia” (REIS, 2010, p.78).

Filmografia

  • Tambaú, Cidade dos Milagres , P&B, 14 min (1955).
  • A Margem , P&B, 96 min (1967).
  • O Acordo, P&B, 42 min (1968).
  • Meu Nome é Tonho, P&B, 95 min (1969).
  • A Herança , P&B, 90 min (1971).
  • Uma Rua Chamada Triumpho, P&B, 11 min (1969/70) e P&B, 9 min (1970/71).
  • O Desconhecido, P&B, 50 min (1972).
  • Zézero , P&B, 31 min (1974).
  • Caçada Sangrenta, cor, 90 min (1974).
  • Candinho, P&B, 33 min (1976).
  • A Visita do Velho Senhor , P&B, 13 min (1976).
  • Boca do LixoCinema ou Festa na Boca, P&B, 35 min (1977).
  • História da Arte no Brasil , cor (1979).
  • Aopção ou As Rosas da Estrada, P&B, 87 min (1981).
  • Manelão, o Caçador de Orelhas, cor, 81 min (1982).
  • A Freira e a Tortura , cor, 85 min (1983).
  • As Belas da Billings , cor, 90 min (1987).
  • Senhor Pauer, cor, 15 min (1988).
  • Lady Vaselina, cor, 15 min (1990).
  • O Vigilante, cor, 77 min (1992).

A MARGEM (1967)

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Em depoimento para o jornalista Moura Reis, Ozualdo justifica a temática de A Margem: “resolvi então fazer um filme sobre uma realidade nossa, principalmente paulistana” (REIS, 2010, p.69). Com roteiro escrito a partir da observação das pessoas que passavam pela margem do rio Tietê em São Paulo e também a partir das notícias que lia nos jornais, Candeias criou uma história que pretende falar da realidade nacional, do lado “feio”, pobre, violento, recusando o cinema que se debruça sobre um Brasil rico, branco e de natureza exuberante.

Por isso uma protagonista negra, para falar “da presença e importância do negro na formação do Brasil” (REIS, 2010, p.71-72). Por isso um burguês desesperançoso que caminha pelas margens e aos poucos transforma seus belos trajes em farrapos. Por isso também um homem meio louco que se apaixona por uma vendedora de café. Por isso personagens marginais: para falar sobre um Brasil marginal.

O filme se inicia com a passagem de um barco pelo rio e nos mostra a reação das quatro personagens principais ao vê-lo. Nesses planos iniciais já temos contato com duas características que irão aparecer por todo o filme: as tomadas subjetivas e a falta de diálogo, dando grande importância às expressões das personagens.

A Margem apresenta uma narrativa fragmentada com planos que não mostram uma ligação lógica. As personagens andam a esmo, sem destino certo, pelas margens do rio Tietê. Nessas andanças, os espectadores se deparam com a miséria, a fome, a prostituição, a violência, a desigualdade e a loucura.

O fim inevitável é a morte, simbolizada no filme por uma mulher, “guia” daquele barco que vemos no início. Ainda que Candeias tenha negado a referência nas entrevistas que deu sobre a obra, impossível não associarmos a barca ao Mito de Caronte, o barqueiro do Hades, na mitologia grega, que transporta as almas dos recém-mortos.

Numa atmosfera realista (com toques surrealistas) o filme apresenta a morte como o momento de libertação no qual as personagens podem sorrir e correr livremente para um destino comum e, talvez, de esperança.

A obra, com um baixo orçamento, foi rodada toda em locações e se passa basicamente em dois ambientes: as margens do rio e algumas (poucas) cenas pelas ruas de São Paulo. A precariedade da produção acarreta em um momento cômico na obra, quando o louco e uma grávida brigam, o preenchimento da roupa desta, o qual fazia às vezes de barriga, cai no chão.

O crítico Jean-Claude Bernardet, ao comentar sobre a obra de Candeias, menciona que encontrou “dois cinemas” nesse diretor:

Um deles eram os filmes que ele fazia, com suas preocupações. Outro, eram os filmes que nós víamos. Esses dois cinemas ficavam superpostos, mas não se entrelaçavam necessariamente. Pouco nos importavam as recomendações morais (BERNARDET, 2002).

Seja pela temática de engajamento e denúncia social da obra, valores importantes para o diretor, ou pelas técnicas de filmagem e montagem, importantes para o crítico, a obra de Ozualdo Candeias é inegavelmente um marco no cinema nacional.

REFERÊNCIAS

BERNARDET, Jean-Claude. O filme de lugar nenhum. Folha de São Paulo: 2002. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2807200204.htm>. Acesso em 27/11/2015.

REIS, Moura. Ozualdo Candeias: pedras e sonhos no cineboca. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010.

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The Epic Battle: Como se portar no Brasil europeu

Hoje tive uma choque de realidade, daqueles que te deixam no fundo do poço e por lá se fica, sem mais nem menos. Estávamos nós, eu e vovó, vendo mais um programa da tevê aberta. Da Globo, como sempre. E uma atriz, negra, apareceu. Vovó, que por muito tempo permanecia em uma cochilo interminável na sua cadeira, virou e me disse: Que cabelo feio o dessa menina. Engraçado, que vovó, branca, de olhos verdes, tem um neto negro e pobre, assim como ela. Bem, o choque de realidade me veio porque ele sempre por aqui esteve e eu não conseguia tatear o problema, o preconceito em si. Vovó está entre tantos que reproduzem o preceito de que belo é o limpo, o branco, o de cabelo liso e perfeito, perfeito em suas percepções, de que lindo é ter olho azul e lábios finos, ter corpo esteticamente branco, de que o certo é branco e fim. O ruim nem está somente nisso, a coisa piora quando não é só vovó, com seus oitenta anos que pensa assim, mas meu primo, com seis, que tem pele negra, tem rosto negro, tem voz de negro e me vira, em qualquer dia desses e diz: Eu sou branco. Vamos falar um pouco sobre isso.

Minha geração tem como lema “Ser cópia”. Não tem essa coisa de singular não, tem que ser igual a tudo e a todos. Chega a ser cansativo de ver isso, não consigo parar para observar as pessoas se deteriorando para que no fim de tudo consigam ser parecidas com esse e aquele ser. Eu sei, isso é comum ao homem independente da época, seguir tendências que de uma hora para outra mudam, mas também é comum ao homem ter esses momentos de inquietação. A literatura nacional é um exemplo grotesco disso, pode procurar, lhe desafio a fazer isso, pesquise os “grandes nomes” da escrita do Brasil na atualidade, pode conferir todos os resultados, se encontrar mais de dez negros ou indígenas nesse seu senso, faço toda a questão de me retirar desse site, deixar de escrever o que for por toda a minha vida, não que isso signifique algo para você, mas para mim tem toda a importância. Tenho toda a certeza que seu resultado vai ser quase, mas um quase pendendo para o unanime. Entre esses escritores seus temas geralmente são: “juventude precoce” “olá, eu sou um youtuber” “Não tinham o que publicar, me publicaram”. Podemos dividir entre dois blocos, os seguidores da onda “conformista”, onde a escrita não resulta em nada de útil para o leitor, onde não o faz pensar em coisa alguma, e outro bloco, formado pelos “vamos ser iguais”. Esse segundo bloco é o mais perigoso, é onde o íntimo do leitor se transforma, ele necessita, tem toda a pressão para se tornar aquilo que o autor é, esteticamente perfeito, sem uma espinha, de cabelo perfeito e sorriso desenhado por alguma divindade. Vamos falar sobre esses escritores também.

Não estou aqui para debater sobre o dinheiro de seu ninguém, claro que não, mas também me aponte um autor destes que são de classe média, só um e fico satisfeito. Não, você não irá encontrar nenhum, que seja ou que tenha advindo de uma classe social pobre, não existe esse. Está se formando uma quadro de autores que são modelados para influenciar os jovens a serem seus retratos. As redes sociais estão atoladas desses exemplos. A forma como se fala, o jeito que se portam em determinadas situações. Parem, em nome de qualquer que seja o deus, parem porque está se tornando exaustivo. É maçante conviver com pessoas que não apresentam senso, que não conseguem filtrar o conteúdo que lhe é arremessado. O que temos hoje são pessoas que compram um violão porque é legal ter violão, mas não conhecem uma música para tocar naquele instrumento, não sabem manejar. Compartilham fotos de Chicos e Caetanos, mas só conhecem “Construção” e afasta de mim esse cálice, porque nem o título sabem. Pai, afasta de mim esses milhões de jovens que não conseguem discernir sem pedir ajuda aos múltiplos fazedores de moda. Pai, não permita que todos e todas se tornem assim, meras cópias que de nada servem para a criação de conhecimento. Mas eis que ainda existe esperança, sabemos que sim, tem-se estudantes lutando para que suas escolas não fechem, outros correndo atrás de causas que parecem inalcançáveis. Ainda existe esperança mas ela é pequena por demais. O que existe é uma tendência maldita onde quem é negro tenta ser branco, porque eles são brancos, de quem é pobre tentar se comportar como filho de empresário. Sai dessa, favelado, porque você é favela e sempre vai ser, não adianta se disfarçar, tuas raízes, teu povo, eles estão impregnados no teu rosto por mais que você tente modificá-lo. Essa gente que tu renega, ah, ela vai te perseguir até o fim. Corre dela, mas corre muito, porque essa gente é rápida e astuciosa. Escravo é assim, não é, cheio das artimanhas. Pois bem, somos escravos, mas não nos rendemos a esse perfil europeu, a esse modo de ser totalmente elite. Meu desprezo a esses senhores e senhoras que defendem o não preconceito mas o multiplicam diariamente, minha resistência aos que negam suas origens. Como diria Pessoa, “fechem tudo isso a chave, e joguem a chave fora”. Façamos isso, juntamos toda a pressão existente nas crianças e adolescentes que por ai existem e joguemos fora. Quem dera, quem dera pudêssemos fazer isso. Mas concluindo essa confusão que é ser Brasil em uma Brasil que aparentemente não existe. Quem for do seus, que o faça, que não deixe se padronizar a cultura, a música e a literatura, o homem em todas suas expressões, que não se transforme tantos em um só.

 

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ESPECIAL STAR WARS #02 | Por dentro da saga

Hoje é o nosso segundo dia de especial e eu resolvi falar sobre as armas utilizadas na história. Por que? Porque eu acho elas legais e é sempre bom falar de algo que nos empolga. Certamente quem é iniciante na série vai adorar saber um pouco mais do mundo de Star Wars, e quem é fanático como eu vai amar saber mais sobre o mundo, não é mesmo?

Então vamos lá! Todos sabem que em Star Wars o brilho é todo dos sabres de luz, mas primeiro vamos falar da PISTOLA BLASTER!

Pistola Blaster
A pistola blaster é a arma de alcance padrão de militares e civis na galáxia. Ela dispara explosões coesas de energia luminosa que são denominadas tiros – parece óbvio, eu sei, haha. Elas são disponíveis em vários tamanhos e diferentes formas. Além dos tiros, as pistolas podem ter suas funções ampliadas, podendo lançar pontas de gancho e afins, ou seja: elas tem uma capacidade enorme de danos. Grande parte das pistolas possuem também a opção de atordoamento que deixa o alvo incapacitado, sem causar danos físicos. Mas se você está pensando que elas são as armas mais incríveis da galáxia está muito enganado! Elas causam sim danos enormes, mas podem ser paradas por vedações magnéticas e escudos defletores justamente por ser uma explosão de energia.

Agora vamos falar dos queridinhos da galáxia – e dos fãs, afinal… quem nunca sonhou em ter um sabre de luz?

O sabre de luz é a arma dos Jedis. É usado para atravessar portas resistentes a explosões ou para enfrentar inimigos. Usando a Força, um Jedi pode prever e devolver tiros da blaster. A maioria dos sabres tem um punho simples de metal e possui somente uma lâmina, porém alguns são bem mais complexos. Darth Maul possui um sabre de luz duplo, o que traz uma vantagem muito grande no duelo com Obi-Wan Kenobi e Qui-Gon Jinn.

O irônico disso tudo é que a arma é a marca dos Jedis, mas também é usada pelos inimigos deles, os Sith. A diferença está nas cores. Geralmente a lâmina do sabre de luz de um Jedi é verde ou azul (não são as únicas cores permitidas, um exemplo disso é a lâmina púrpura do Mestre Jedi Mace Windu), enquanto a dos Sith são geralmente de um vermelho intenso e agressivo.

Como acontece essa escolha? Bem, existe um rito de passagem essencial para os Jedi. Esse rito é chamado de Encontro. No Encontro os jovens vão até o planeta Ilum, onde buscam cristais kyber para criar seus primeiros sabres de luz. Os cristais ficam na Caverna de Cristal e são eles que “chamam” os Jedi com o qual sentem uma sintonia.

Depois de encontrar o cristal correto os jovens se reunem com Huyang (um droide) que escolhe o resto da estrutura do sabre. Só então os jovens concluem o ritual e constroem suas armas Jedi usando a Força.

E você, já escolheu sua arma?

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ESPECIAL STAR WARS #01 | Qual a ordem dos filmes?

Fala galera, tudo bom com vocês? Como prometido, hoje iniciamos nossa contagem regressiva e preparação para o lançamento do novo filme de Star Wars com um especial recheado do melhor conteúdo sobre a saga!

E não poderia ter forma melhor de começar esse especial do que falando sobre como assistir Star Wars. Cada um tem uma ordem preferida dos filmes, e nesse post eu vou contar e explicar para vocês qual é a minha ordem preferida e os motivos pelos quais eu prefiro assistir dessa forma.

Muitos não assistiram ainda Star Wars e sequer sabem sobre o que o filme fala. Sinto que é meu dever lhes apresentar essa maravilha! Mas qual a melhor ordem para assistir o filme? Existem duas opções básicas (e que é o que normalmente todo mundo segue): a ordem de lançamentos (episódios IV, V e VI primeiro) e a ordem da história (episódios I, II e III primeiro). A primeira vez que assisti segui a ordem de lançamento, porém tive problemas de spoilers durante todo o tempo que assisti. Para rever os filmes pela primeira vez segui um sistema conhecido como “Machete Order” – mesmo sistema que utilizei para rever novamente e poder fazer esse especial pra vocês. É sobre esse sistema que falaremos hoje.

A melhor ordem para assistir Star Wars, seguindo esse sistema é:

IV > V > II > III > VI > I

E é também nessa ordem que apresentarei para vocês as críticas dos filmes. Mas, tudo tem um porque. Vamos explicar melhor essa sequência. Porém, se você ainda não assistiu os filmes, pare de ler aqui, assista nessa ordem e depois volte para ver os motivos. Por que? Bem, é impossível de explicar a ordem sem dar alguns vários spoilers.

Os episódios IV e V foram escritos por George Lucas justamente para poder começar a contar a história pela metade – e devemos admitir que isso funcionou… e muito bem, por sinal. No final do episódio V, Vader revela que é pai de Luke (Luke, I’m your father). E é aqui que precisamos mudar um pouco a forma como assistimos a saga, inserindo os episódios II e III.

Nos episódios II e III, após a revelação sobre a família Skywalker, é contada a história de como Anakin acabou virando um dos maiores vilões do cinema. Inserindo esses episódios aqui o impacto da notícia dada no final do episódio V é muito maior, além de inserir na história outro personagem muito importante: o imperador. No episódio V também descobrimos que Vader possui um superior. Se assistíssemos o episódio I nesse momento, ficaria bem óbvio que Palpatine seria o imperador, mas deixando ele de lado as referências são mais sutis, tornando o golpe de Darth Sidious ainda mais impressionante. Outra coisa que funciona muito melhor assim é a revelação de que Luke e Leia são irmãos.

Seguindo essa ordem o episódio VI, que é considerado o episódio mais fraco da trilogia clássica, fica bem mais interessante. Depois de assistir os episódios II e III uma coisa fica clara: Luke está seguindo os passos de Anakin, indo para o lado negro. Essa era a ideia do filme. Mas os episódios II e III deixam isso mais claro e forte. Anakin assumiu seu lado Sith quando cortou o braço do Mace Windu, causando sua morte. E é exatamente isso que Luke faz com Vader.

Já o episódio I funciona muito melhor sendo um bônus da saga do que fazendo parte dela. Fica uma dica de algo extra para assistir, apesar de muitos seguidores do “machete order” ignorarem esse filme.

Seguindo essa forma de assistir o filme a experiência de Star Wars torna-se completa. As referências são ampliadas e dão muito mais consistência para os filmes. Conhecemos a história completa de Anakin Skywalker e seu final apoteótico e a cena com o Imperador e Darth Vader ganha um ar muito mais profundo.

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Let’s talk about… Phillip Phillips!

2012 foi o ano em que tudo mudou para Phillip. Mais precisamente no dia 23 de maio de 2012. Dia em que ele se tornou campeão da décima edição do American Idol.

O menino de 25 anos apresentou várias músicas durante o programa, mas o ponto alto foi o lançamento do seu álbum, ainda em 2012, chamado “The world from the side of the moon”. Nesse álbum duas canções tiveram destaque e foram as responsáveis pelo sucesso do cantor: “Home” e “Gone, Gone, Gone”.

Além do American Idol, Phillip também concorreu no World Music Awards de 2012, como melhor música com “Home” e melhor artista e, o Billboard Awards, no qual concorreu como melhor música com “Home” e melhor álbum.

O cantor tem como principais influencias Dave Matthews, Tool, Jonny Lang e Mumford & Sons.