Gosto de começar as coisas
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Autoria: Gosto de começar as coisas

É engraçado que esse ano de 2020 está me fazendo contradizer tudo o que eu já escrevi em meus quase vinte e quatro anos de vida. Sempre disse que eu era apaixonado pelos finais, mas recentemente descobri que gosto de começar as coisas.

Nós, seres humanos, temos uma tendência grande a reprimir as coisas, principalmente o que é doloroso. Isso é psicanalítico, até. Na linguagem técnica, a gente recalca certas coisas no nosso inconsciente e esse recalque, essa barreira, não deixa com que as coisas vazem de lá para a nossa consciência, para o nosso dia-a-dia.

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Eu tenho reprimido muitas coisas em mim há muito tempo. Sempre gostei de escrever sobre comportamento, sobre relacionamentos, sobre reflexões… Sempre me inspirei muito em nomes como Isabela Freitas, Daniel Bovolento, Igor Pires, Thalita Rebouças, Bruna Vieira. Meu primeiro livro foi inteiramente inspirado em um da Bruna.

Eu sempre quis escrever sobre o amor. Sobre mim. Sobre meus sentimentos. Quando foi que eu reprimi toda essa vontade e todos esses sentimentos? Quando foi que eu ignorei e segui outros caminhos? Quando foi que eu desisti de tudo isso? Quando foi que eu gostei de começar outras coisas tão longes do meu caminho?

Sempre que a gente reprime alguma coisa, ela vem à tona. Sempre. As coisas vem, e se não vem por bem, vem por mal, por meio de sintomas físicos e psíquicos. E essas coisas sempre esperam alguns momentos para irem de zero a um milhão.

Pode ser que espere um momento ruim, pra ir de zero a um milhão negativo. Mas também pode ser o contrário.

Desde o final da minha faculdade, minha presença na internet e no conteúdo que produzo não tem sido mais tão passiva. Eu não conseguia ficar só no entretenimento de resenhas sobre livros. Ou de opinar sobre romances de época. Eu precisava de mais. Eu precisava começar mais.

Eu comecei a questionar, entender que as coisas tem um buraco mais embaixo do que realmente vemos. Passei a cutucar, entender e então, exemplificar, falar, demonstrar. Eu gosto de dividir o meu conhecimento, as minhas reflexões e tudo o que aprendo.

Nunca pensei que seria um Jornalista da televisão. Sempre soube que seria da internet. E sempre soube que eu seria questionador, mas também, que eu escreveria sobre esses sentimentos que temos vergonha de sentir. Ou que recalcamos dentro do nosso inconsciente.

Esse ano, com a quarentena, foi o meu momento bom de ir de zero a um milhão. Eu fui. E as coisas explodiram dentro de mim. Eu entendi que deveria ter começado a escrever sobre sentimentos, autoconhecimento e comportamento há pelo menos cinco anos atrás. Eu só não podia ainda.

Agora eu posso e explodo por isso. Cada vez que você aceita quem você é de verdade, você explode, você cresce e começa a ir mais alto.

E aí, nos encontramos lá no topo?

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