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Autoria: Janelas abertas, por Milênia Aquino

“Saliva, eca!” Pensou Sam ao imaginar seu primeiro beijo. Teria desistido daquilo pela milésima vez só na última hora, eram dúvidas demais para uma pessoa só.

Ainda mais que o seu primeiro encontro, marcado para às 20:00 horas daquele sábado, era com o cara mais lindo da escola, o Hendrik. O tipo popular, moreno, alto, sonho de qualquer garota da idade de Sam. Nem mesmo ela entendeu como sairia com Hendrik, nem era popular e muito menos se achava bonita. Analisava a situação novamente quando seu celular vibrou com uma mensagem de Hendrik:

“Daqui a pouco passo aí”

“Ok”

Aquele “Ok” era a certeza de que iria ou pelo menos queria. Tomou banho, colocou o vestido previamente escolhido, passou uma maquiagem leve e estava pronta. Trinta minutos depois recebeu outra mensagem de Hendrik avisando que havia chegado. Quando abriu a porta, lá estava a visão do paraíso, mais lindo que nunca.

Foram caminhando até uma lanchonete perto de sua casa, conversaram sobre histórias icônicas de família, dos amigos e futilidades do dia a dia. Na volta, Hendrik disse para Sam que a levaria à um lugar especial e que seria surpresa. O lugar surpresa era a casa de Hendrik, seus pais não estavam em casa, o que fez Sam ficar receiosa.

“Hendrik, estou com medo. Eu nunca…”

“Eu sei, fica tranquila. Será especial para nós dois”, tranquilizou Hendrik.

Foi quando ele chegou mais perto, perto demais para Sam, porém não conseguiu resistir. O primeiro beijo foi melhor do que imaginava e os outros que sucederam ainda melhores. O clima estava esquentando e Sam pediu a Hendrik que a levasse para casa. Ele o fez, porém dessa vez demonstrava frieza, não tocou-a e nem quis beijá-la novamente, além de não ter respondido quando ela o questionou sobre aquilo.

Sam foi dormir chorando e acordou com várias mensagens e ligações dos seus amigos. Hendrik havia espalhado fotos comprometedoras deles na noite anterior e inventado coisas. Sam não fazia a mínima ideia de como caíra naquela situação.

Naquela semana Sam não saiu de casa, precisaria de mais tempo para tomar coragem e fora que ainda recebia mensagens desagradáveis sobre aquela noite, estava envergonhada demais por acreditar que Hendrik era o cara ideal. O sonho do primeiro beijo virara pesadelo. Agora estava nítido que ele só quis usá-la para se vangloriar, típico dos caras que não compensam envolvimento. Sam descobriu tarde demais que há pessoas que passam pelas portas do coração e quando vão embora deixam janelas abertas e o coração em pedaços.

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