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Milênia Aquino

Autorais, Livros

Algoz, por Milênia Aquino

Casa- escola; escola- casa. Fiz isso durante o ensino médio, mesmo ônibus, mesmo caminho até chegar em casa. Uma caminhada de uns trinta minutos com pouca iluminação, passava por casas conhecidas da minha família e isso nunca me preocupou, sentia alívio por estarem no trajeto. De certa forma, reconfortava meu retorno solitário.

O mal de toda situação que nos deixa assim é fazer perder o medo e confiar. Eu confiei demais. Não devia. Errei.

Numa dessas noites, voltando da escola, senti que alguém me seguia. Virei-me, mas não vi sequer vestígios de quem ou o que seria. Apesar disso, a sensação de perseguição me assombrava. Segui o trajeto por mais uns quinze minutos, até alguém me agarrar por trás.

Naquele momento, gelei, fiquei impassível de reação. Com uma mão percorria meu corpo, com a outra mantinha minha boca fechada. Ele sabia o que queria, havia um ponto fixo e desejado, sabia que o tempo era curto e precisaria ser ágil e certeiro nos próximos movimentos.

Parou a mão livre onde queria, desceu minha calça jeans e me virou para vê-lo. A pouca luz da lua que iluminava a noite, revelou traços conhecidos, um homem por volta dos seus cinquenta anos. O medo crescia em ritmo acelerado, sua vontade que eu soubesse meu invasor, a minha de escapar o quanto antes.

Aquilo fez forças surgirem de onde outrora o pavor tomava conta. Reagi então, empurrei-o e corri, o quanto e o mais que pude. Trêmula, ofegante, traumatizada, cheguei em casa. Sem acreditar na sorte que tive.

Contei o ocorrido para minha família, meus pais contataram a polícia. Ele negou, sua palavra contra a minha. No final não ficou preso, eu abandonei a escola. Mudei o rumo e minha vida por ele, ex amigo dos meus pais, que frequentou por anos minha casa e parecia confiável.

Carrego as consequências daquela invasão e ele continua vivendo como se nada tivesse acontecido.

florada de recomeços
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Florada de recomeços, por Milênia Aquino

recomeçar, verbo que significa começar de novo. junção de ré e começar, por vezes temos que voltar um passo ou dois para retomar caminho. acalmar o coração e tentar outra vez, duas ou três. é andar três léguas e decidir depois por outro lugar. é se destemer. encerrar ciclos. escrever em folha branca.

ir sem medo, se aprende muito mais pelo desconhecido que por aquilo que já se é sabido. nunca sinônimo de fraquejo, recomeçar é coragem mesmo para quem tem medo. querer mais uma vez, é ir catando os pedaços para transformá-los em coisa nova e assim ser gente nova. são os erros com cara de aprendizado.

é não pensar muitas vezes e ir logo fazendo. quando o nadador toma fôlego para mais uma braçada, porque sabe que no final há medalha. é fazer curva numa reta. é ver arco íris logo depois da tempestade.

é ser florada para cultivo de outros frutos. poder acordar todos os dias com vontade em fazer diferente. viver mil quatrocentos e quarenta minutos em um dia e saber que o relógio começará a contar a cada amanhecer os minutos mais uma vez. ser agradecimento pelas novas oportunidades.

é isso que estou fazendo agora, depois de muito tempo. por mim. por você.

Sementes de amor próprio
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Autoria: Sementes de amor próprio, por Milênia Aquino

que o amor é um sentimento nobre, todo mundo está careca de saber. uns escolhem explaná-lo ao mundo sem medo. outros o guardam a sete chaves numa espécie de segredo. e há também aqueles que acham que amor é só doação. esse costume em distribuí-lo por aí, para qualquer um, coloca em questão o mais importante dos amores: o próprio.

nenhuma relação é saudável quando você coloca seu parceiro em um pedestal e abre mão de quem é por ele. também não compensa colocar o bem estar alheio em primeiro lugar, numa situação de sacrifícios. isso é reflexo de dependência, não de amor. e muito menos de amor próprio. está muito longe de egoísmo se colocar em primeiro lugar, porque no final será você por você e seu amor por si que te salvará.

o amor próprio é o principal ingrediente para qualquer tipo de relação. é libertador, exercício de prática diária. é andar de mãos dadas consigo mesmo. ser a melhor companhia nos dias nublados, bem como nos ensolarados que pedem praia e água de coco. é auto cuidado. querer seu bem antes de qualquer outro. viajar bem acompanhado, levando na mala as lembranças, cicatrizes, feridas, dores e amores; mas sem querer jogá-la pela janela. é carregar a bagagem da vida sem pender para os lados. é se auto satisfazer. promete que nunca vai amar ninguém antes de si amar? como dizem por aí, não se pode dar o que não tem.

só desejo que de todos os amores, o próprio seja o mais tranquilo. mais afetuoso. em maior quantidade. que jamais você se diminua para preencher espaços apertados, onde o amor seja pouco. e que o próprio crie inquietação para ir embora desses lugares que não cabem sua imensidão. que você não tenha medo da descoberta. em si descobrir, principalmente, em si amar. a jornada pode ser longa, mas quando nascer as primeiras sementes do cultivo de amor próprio e posteriormente,as flores, nunca mais vai olhar para trás e sentir culpada. vai saber o que merece, por onde e quanto tempo ficar.

Autorais

Autoria: Conexões

O amor é mesmo um negócio complicado. Digo isso porque todas as vezes que achei que agora vai, nunca foi e para ser bem sincera meus romances dão marcha ré e caem direto no precipício. Se alguém sobrevive, esse alguém não sou eu. Pelo menos não imediatamente, leva um tempo para a cicatrização completa do coração.

Até aqui você deve me achar uma exagerada (e talvez seja), mas tudo começou quando Ele, vou chamá-lo por uma forma mais impessoal, me mandou direct. Conversamos durante um mês. A conversa fluía muito bem, tem pessoas que você mal conhece e já tem conexão rápida como se conhecesse há anos.

Depois desse mês apenas no virtual marcamos um encontro. Era a hora de tirar a prova dos nove, saber a realidade nua e crua, tal qual como ela é. Engraçado pois a conexão continuou e durou pelos meses seguintes. Quase um ano.

Vou pular os detalhes da parte que deu certo e focar na obscura. Lembra que esse texto é sobre o que deu errado, né?! Iremos logo aos episódios em que a Bela adormecida acorda e descobre que o príncipe encantado nunca existiu.

Marcamos de sair em um domingo a tarde, iríamos ao cinema e posteriormente, lancharíamos na praça de alimentação do shopping. Esse foi o nosso ritual de praticamente todos os domingos desde que nos conhecemos. Quando a ida ao cinema não acontecia, ficávamos em casa para fazermos nosso programinha de casal. Mesmo sem a relação oficializada, eu nos considerava um casal. Além de exagerada, vejo coisas onde não tem.

Porém naquele domingo senti um clima estranho, Ele estava distante. Pressentia que algo estava por vir. Depois do filme, sentamos para lanchar e foi aí que descobri toda a verdade. Ele estava apaixonado por outra garota, difícil ouvir que já saíam há meses também, ou seja, ao mesmo tempo que comigo. Se você não entendeu o porquê dessa conversa ainda, te digo, Ele me dispensou naquela tarde. Sem demonstrações afetuosas, vi um completo estranho sentado a minha frente.

Trágico? Muito, porém aguentei e só desabei quando estava em casa. Apesar disso, ainda me resta um pouco de orgulho para evitar vê-lo me olhar com piedade. Dói saber que foi uma despedida fria que romperam as conexões que quiçá existiram. Um dia essa dor cessará e ficará somente as lembranças. Ainda bem.

tesouro
Autorais

Autoria: Tesouro em mãos erradas vira frangalhos

Há muito tempo o amor vem salvando vidas, primeiro salvou a minha, depois a sua e por fim, a nossa. Três pessoas na conjugação, uma na conexão. Nossa relação provou que é possível transformar frio no quente, tempestade em calmaria e pretensiosamente, até logo em quer ficar por toda a vida? .

E aqueles sentimentos antes organizados de forma confusa surgiram recolocados em caixinhas, em um leve balanço tudo se encaixou. Foi calmo, foi suave. Sem forçar a entrada e muito menos a permanência, você quis ficar e ainda ser diferença por onde muitas cópias fizeram uma infeliz estádia.

O motivo pela sua permanência tem nome e sobrenome, é o amor. Como disse ele nos salvou, primeiro o amor por nós mesmos porque não se pode dar algo que não se tem; e depois, o amor um pelo outro porque não se pode amar alguém que não esteja na mesma sintonia que a sua. O amor tem disso de equivaler as sintonias, os corpos, as almas. Foi ele que te fez chegar sereno e ter moradia fixa e própria no meu coração.

Quando te contei minha vida, por onde e quem foi andarilho, você não me julgou. Pois o amor não julga, cura. Não podia ver algo na vitrine de uma loja qualquer, que levava porque me lembrava você, mesmo que não houvesse nenhuma data em especial. Às vezes vejo seu rosto por aí e isso não chega nem perto dos delírios que sentiria se não estivesse ao meu lado. Doses de amor nunca são demais.

No amor se sonha e se acorda acompanhado. Há quem diga que o amor é muito mais sobre como a gente se enxerga ou tem guardado em um potinho no coração, descrito como o sentimento mais precioso que se pode ter. Essa preciosidade precisa ser moldada e bem cuidada. Tesouro em mãos erradas vira frangalhos. Mas amor também é afrouxar o laço e deixar ir mesmo que a vontade de ter por perto seja maior. No fim, amor é mais contradição que qualquer outra coisa.

Frases, Livros

As melhores frases de “Singular”

Singular é um conto emocionante sobre a vida. Confesso que fiquei muito emocionada, difícil não ficar. Poucas páginas que te faz refletir sobre a maneira como levar a vida e em utilizar seu tempo naquilo que realmente compensa para você. Um livro sobre escolhas, vontades, realizações e sonhos. Sobre quanto tempo se tem até ser tarde demais e viver não for mais possível.

Teddy narra a história que viveu com sua melhor amiga Ayleen, garota que tem um câncer em estado avançado e está desenganada. A relação genuína dos dois faz com que Teddy ajude Ayleen na lista de 37 coisas para fazer antes de morrer. E é assim que a narrativa é construída.

Sinopse: Essa é a história de como Ayleen Pumpkin morreu e, com isso, me ensinou a viver.

FRASES DE “SINGULAR”

“Uma das teorias dela era que em vinte segundos de impulsividade, a qual ela chamava de coragem, você poderia fazer qualquer coisa.”

“O que importa é que agora você está aqui. O que importa é o agora.”

“– É assim que eu gostaria que o mundo fosse por algumas horas, já pensou que incrível seria se tudo aqui fizesse silêncio? As cigarras, os grilos, as pessoas. Todo o mundo em silêncio para ouvir o universo.”

“Nós só cuidamos para que a fundação seja decente e o castelo dure muitos anos.”

“Havia uma tempestade dentro do meu peito e eu não percebi, triste seria a hora em que a represa não suportasse mais segurar tanta água.”

“Mas hoje, a coisa que eu mais me arrependo é de não ter aproveitado o meu tempo com as pessoas que eu amei. Então se você quer algo para fazer por mim, que seja isso. Aproveite seus pais, seus amigos, faça e fale tudo o que quiser.”

“A noite não precisava de estrela nenhuma quando o sorriso de Ayleen conseguiria iluminar todos os cantos do universo.”

“O pôr do sol já havia começado e o céu estava daquele jeito que ela tanto gostava, cheio de cores que não se definem nunca, mesmo que você consiga dizer todos os adjetivos possíveis e cabíveis.”

Resenhas

Resenha: Tudo nela brilha e queima, Ryane Leão

Sinopse: Estreia em livro de Ryane Leão, criadora da página onde jazz meu coração, com mais de 150 mil seguidores nas redes Livro de estreia de Ryane Leão, mulher negra, poeta e professora, criadora do projeto onde jazz meu coração, com mais de 150 mil seguidores nas redes. ‘a poesia é minha chance de ser eu mesma diante de um mundo que tanto me silencia. é minha vez de ser crua. minha arma de combate. nossa voz ecoada. nossa dor transformada. nela eu falo sobre amor, desapego, rotina, as cidades que nos atravessam, os socos no estômago que a vida dá, o coração desenfreado, a pulsação que guia as estradas, os recomeços, os dias, as noites, as madrugadas, os fins, os jeitos que a gente dá, as transições, os discos, os tropeços, as partidas, as contrapartidas, os pés firmes que insistem em voar, e tudo isso que é maluco e lindo e nos faz ser quem somos.’

Tudo nela brilha e queima retrata por meio de poemas temas sobre o universo feminino, ressaltando os amores, sabores, encontros, desencontros e relações abusivas. Um livro de empoderamento, cada verso toca de maneira intensa e você não sairá ileso a nenhum deles, isso torna a leitura um pouco pesada, mas necessária.

“só há revolução
quando há amor
por nós mesmas”

Apesar disso, o livro é sem complexidade de entendimento, são frases e pequenos textos que você devora em poucas horas. Quando começa, dificilmente conseguirá parar!

Estava para lê-lo há tempos. Primeiro porque amo poemas, inclusive foi através desse gênero que me apaixonei pelo universo literário. Segundo porque sou fã da escritora, Ryane Leão, uma mulher forte e admirável que escreve para fortalecer e empoderar outras mulheres. Além da questão da representatividade negra, alguns dos seus escritos abordam a força da mulher negra.

“você até sugeriu que eu usasse
um prendedor de roupas no rosto
ou que eu guardasse dinheiro pras plásticas que apagariam todos os meus traços de mulher negra
uma lembrança tão agressiva
que me apavora

e tem gente que me pergunta se foi fácil romper silêncios”

É um livro incrível, de uma escritora incrível. Eu super recomendo para aqueles que gostam e aos que não se aventuraram ainda com o gênero. Para aqueles que não tem muita afinidade, convido a começar por Tudo nela brilha e queima , se encantar e querer mais.

Vou terminar com um dos meus poemas favoritos, mostra a força feminina. Ser forte nunca foi uma opção, nascemos assim e vamos descobrindo a intensidade ao longo da nossa jornada.

“olhe todas as que vieram
antes de nós
não há segredo
a potência de ser mulher
atravessa suas veias

somos fortalezas”

Encontre em: Amazon.

Frases, Livros

As melhores frases de “Deu match”

Deu match faz alusão a ferramenta de um dos aplicativos mais famosos de relacionamento, o Tinder, a história da personagem principal acontece por meio dele. Um livro de menos de 100 páginas com linguagem envolvente e divertida.

A narrativa conta a história de Lia, uma mulher bissexual de 31 anos. Após pouco mais de quatro anos de um relacionamento, Lia se sente desacreditada no amor, situação que a fez ficar mais de um ano sem se envolver com ninguém. Mas um belo dia Lia acorda decidida a mudar a forma em se relacionar, ou seja, buscar mais razão que seguir o coração. Para tanto, baixa o Tinder e ao conversar com sua melhor amiga Wanessa, combinam uma aposta: Lia teria que se relacionar casualmente com alguém em menos de um mês.

Sinopse: Lia é uma mulher de 31 anos, bissexual e desiludida com o amor. Apesar da romântica que sempre foi, decide se tornar uma mulher mais desprendida da vida sentimental para agarrar-se com a carnal. Uma aposta com sua melhor amiga surge, fazendo-a resolver a se aventurar em um famoso aplicativo de encontros, a forma mais fácil para conseguir adentrar no mundo do sexo casual. Porém, após dar match com Júlia, Lia perceberá que, às vezes, pegar uma direção oposta nem sempre te leva para longe do que se quer fugir.

FRASES DE “DEU MATCH”

“Passei tanto tempo sem saber se eu amava ou odiava, se eu acreditava ou fingia acreditar, se eu queria ser pra sempre ou que tudo simplesmente tivesse um fim. É como se eu estivesse fazendo “um limpa” na minha casa e finalmente tivesse notado o quanto ela está cheia.”

“Então, coração, faça o que de melhor você sabe e me mantenha viva, porque a partir de agora, essa será sua única serventia. Melhor parar de falar. Não vou mais te dar ouvidos.”

“Quando queremos seguir em frente, precisamos deixar algumas coisas para trás.”

“É como se nos conhecêssemos há anos e não um dia.”

“Acho que me transformei em alguém medroso demais, depois de cair de cara no chão tantas vezes, ao me jogar sem pensar no meu mar de sentimentos e, percebendo tardiamente que ele estava seco, pela ausência dos sentimentos da outra parte envolvida.”

“— É que prefiro sentir, a racionalizar as coisas. Sempre vou seguir o que sinto, mesmo que seja dor, é melhor do que o oco, o indiferente, insosso.”

“Nem todas as pessoas são iguais. Não direcione à mim os medos causados por outras pessoas, não é justo comigo.”

“Então, eu só te faço um pedido: por favor, seja honesta comigo, okay? Me conte a verdade sempre, não importa quão feia ela seja ou o quanto ela vá me magoar.”

Resenha: O menino do dedo verde, Maurice Druon
Beco Literário
Livros, Resenhas

Resenha: O menino do dedo verde, Maurice Druon

O livro O menino do dedo verde, escrito por Maurice Druon, é um clássico da literatura infanto juvenil. Mas aconselho para todas as idades. Uma leitura leve e rápida com simbolismos e situações reflexivas que nos ensina a ver o mundo com mais esperança e ver situações alternativas.

+ Resenha: Dom Casmurro, Machado de Assis

O menino do dedo verde é Tistu, um menino que mora na cidade de Mirapólvara com os seus pais: Sr. Papai e Dona Mamãe. E cujo pai é dono de uma fábrica de canhões e consequentemente Tistu herdaria a direção da fábrica quando crescesse.

Canhão não é como guarda-chuva, que ninguém quer comprar quando faz sol. Ou como chapéu de palha, que fica na vitrina quando chove. Canhão sempre se vende, seja qual for o tempo!

Aos oito anos, Tistu foi mandado para a escola, porém não conseguia se concentrar e dormia todas as vezes durante a aula, devido isso foi expulso da escola.

“Prezado Senhor, o seu filho não é como todo mundo. Não é possível conservá-lo na escola.”

A partir disso, Tistu foi posto em um novo sistema de educação. A primeira lição foi no jardim com o jardineiro Bigode, ali descobriu o polegar verde.

O polegar verde é invisível. A coisa se passa por dentro da pele: é o que se chama um talento oculto.

A segunda lição foi de ordem com o Sr. Trovões por meio de uma visita a cadeia da cidade. Dessa vez, O menino do dedo verde notou que os prisioneiros pareciam infelizes e teve uma ideia:

E se a gente fizesse nascer flores para eles? A ordem ficaria menos feia e os prisioneiros talvez se tornassem mais comportados. Bem que eu podia usar meu polegar verde!

Depois teve lições na favela, no hospital e também na fábrica de canhões do Sr. Papai quando houve um conflito entre os Voulás e Vaitimboras. E adivinhem quem deu um jeito de usar o dedo verde e deixar as situações melhores? Tistu. No final há uma descoberta sobre Tistu que quase me fez chorar.

As histórias nunca param onde a gente imagina.

Li esse livro pela primeira vez há anos atrás e confesso que sem esperar muito, acabei me surpreendendo. Motivo que me fez relê-lo porque é um livro que vale muito a pena.

Sinopse de O Menino do Dedo Verde: Tistou não é uma criança como as outras. Ele os empurra seus polegares verdes para dentro da terra e coisas mágicas acontecem! Encantador e sensível como O pequeno principeO menino do dedo verde é um clássico da literatura francesa para crianças grandes e pequenas. 

Era uma vez Tistu…Um menino diferente de todo mundo. Com uma vidinha inteiramente sua, o pequeno de olhos azuis e cabelos loiros, deixava impressões digitais que suscitavam o reverdecimento e a alegria. As proezas de seu dedo verde eram originais e um segredo entre ele e o velho jardineiro, Bigode, para quem seu polegar era invisível e seu talento, oculto, um dom do céu.

O menino do dedo verde encanta gerações de leitores no Brasil e no mundo, há pelo menos cinco décadas, com a mensagem de esperança do menino que transforma tudo o que toca. A mágica história de Tistu, garoto com raro poder de semear o bem por onde passa, é uma aventura fantástica com final singelo e extraordinário.

Resenhas

Resenha: O vermelho mais vibrante, Mithiele Rodrigues

Sinopse: Red não é uma garota normal, já passou por muita coisa nessa vida e simplesmente não lhe restou ninguém. Hian é um irlandês que conseguiu ganhar status e fama, mas tudo lhe parece falso, até encontrar Red, mas a mulher não quer toda atenção do mundo para si. Será que o amor é capaz de vencer todas as barreiras ou seria isso apenas uma fantasia da ficção?

A temporada de romances clichês está aberta e o romance da vez é O vermelho mais vibrante da escritora Mithiele Rodrigues.

O vermelho mais vibrante começa com uma reflexão a respeito dos amores dos contos de fadas, será se eles realmente podem se encaixar na vida real? É tão fácil assim encontrar uma pessoa na sua vida que te faça crer que aquela é a pessoa certa? Como saber pelo simples encontro que são perfeitos um para o outro?

“Na vida real há os empecilhos, e as pessoas que são muito ruins. Não do tipo de bruxas das histórias, mas algo pior. Pessoas que fazem de tudo para acabar com o romance dos protagonistas. Mas será que na vida real eles ficam juntos?”

E é justamente isso que acontece na história de Redherine Backer e Hian Foley, um encontro por acaso foi o bastante para o romance deles começar e ainda a certeza de que não importa os acontecimentos, o destino sempre os uniria novamente.

“Se eu já acreditava em destino, agora passo a amá-lo.”

Redherine divide seu tempo numa rotina cansativa como médica em um hospital que seus pais trabalhavam antes de falecerem ainda quando Red era criança, sempre foi muito próxima da avó e carrega as marcas de um abuso cometido pelo tio. Inclusive esse fantasma do passado volta para assombrar a vida de Red e quase que tudo acaba em tragédia.

“Certos hábitos nunca mudam, certas vontades nunca passam.”

Já Hian estrela as telas da TV como ator, convivendo com muitas pessoas que agem por interesse e benefício próprio, como se não existisse de fato um mundo real, fosse somente encenação.

Paralelas a história principal de Red e Hian, a narrativa realça as relações humanas como um todo, amorosas e também de amizade, a falta de empatia diante das diferenças, o preconceito que os casais homossexuais passam, o abuso infantil, as questões de confiança.

“Cada pessoa tem o direito da escolha. Em vez de criticar essas pessoas, as conheça. Seja amigo de uma pessoa homo, são apenas pessoas, uma escolha não muda a essência de ninguém.”

Fiquei com medo de terminar o livro e não ser o final que eu imaginei para os dois, porque um casal que enfrenta meses separados e voltam com o mesmo amor do passado merece o melhor.