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Críticas de Cinema, Filmes

Crítica De Cinema: “Fallen” (2016)

“Fallen” estreiou ontem (08) nos cinemas e o Beco foi conferir. O filme conta a história de Lucinda Price (Addison Timlin) que, após se envolver no misterioso assassinato de seu namorado, é mandada para um reformatório. Lá, ela conhece o bad boy Cam (Harrison Gilbertson) e o enigmático Daniel (Jeremy Irvine), por quem ela sente uma forte atração imediatamente. O que ela não sabe é que os dois e mais alguns jovens daquele reformatório são anjos caídos que vivem na Terra há milênios, e que sua atração por Daniel Grigori já aconteceu antes, muitas e muitas vezes.

Como toda adaptação de livro, é normal haver algumas diferenças na história, seja pela falta de tempo ou de orçamento, então, tentei ao máximo aproveitar o filme e esquecer um pouco o livro. É difícil fazer isso, eu sei, ainda mais para uma maníaca por apontamentos de diferenças entre filme e livro como eu, mas eu me esforcei, me esforcei muito e, mesmo assim, teve algumas coisas que não deu para ignorar:

Fallen x Crepúsculo

Não me entendam mal, sou muito fã das duas séries, mas achei gritante e inconveniente a semelhança das adaptações cinematográficas das duas. O filme deixou o Cam muito mais romantizado do que o livro, então o triângulo amoroso ficou bem evidente e, praticamente, virou o foco do filme. O Daniel é o Edward no papel de um anjo, com a mesma expressão sofrida, voz gutural e até o mesmo tipo de casaco! Com 10 minutos de filme, alguém comentou na fileira acima da minha: “Essa atriz fez workshop com a Kristen Stewart?” Parece que sim. A mesma expressão vazia de quem não entendeu o fim da piada.

Falta de cor

Tudo é cinza: os cenários, as paisagens, as roupas dos personagens, a cor da pele dos personagens… Todos os tipos de tons de cinza que vocês podem imaginar e nenhuma cor. Acredito que o motivo foi para dar mais dramaticidade à história, mas a impressão que eu tive é que todos usavam as mesmas roupas o tempo todo, além de nunca ter Sol. Isso deixou o filme mais pesado do que dramático e dá uma sensação de tristeza do início ao fim, me senti em um filme do Batman.

Cenários

Ao contrário do livro, a história se passa somente dentro do reformatório, com exceção de pouquíssimas cenas. Os cenários são bem limitados, apesar de bem detalhados, como a biblioteca e a piscina, mas senti muita falta do lago no bosque em que Luce e Daniel nadam juntos pela primeira vez. O filme ficou monótono com tudo acontecendo nos mesmos lugares e as cenas ficaram cansativas. Em uma tentativa, acho, de deixarem as coisas mais dinâmicas, há cortes aleatórios de um lugar para o outro que não faz sentido nenhum. Não dá nem para ter uma noção de tempo. Quantos dias se passaram? Ou seriam semanas? Meses? Com tudo tão cinza, não dá nem para saber se é de dia ou de noite.

As asas dos anjos, no caso, Daniel e Cam, pois são os únicos que se revelam de verdade, ficaram muito estranhas, como se fossem feitas de energia, não físicas. Algumas cenas foram muito superficiais, tanto que, quem não conhece a história, vai ficar meio sem entender um pouco o sentido de tudo aquilo. Nenhuma cena de ação e personagens deprimidos deram ao filme um ritmo muito parado e o final, apesar de sabermos que, como o primeiro filme de uma série, não tem um final definido, ficou indefinido demais. Os créditos sobem e você fica alguns minutos tentando aceitar que, realmente, acabou.

Como fã da série que leu todos os livros (inclusive os extras) e, como todos os outros fãs, esperava o filme ansiosamente, fiquei decepcionada. Para não dizer que tudo foi ruim, o roteiro até que manteve a fidelidade da história, o que já é uma vitória se compararmos com algumas adaptações por aí, mas não consegui sentir de jeito nenhum que aqueles eram os personagens do livro, eu tinha imaginado completamente diferente. É meio difícil imaginar um sucesso de bilheteria e só espero que façam a continuação um pouco melhor e não deixem a série morrer, como aconteceu com “Percy Jackson” e “Divergente”.