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Um dia de cada vez: Autoconfiança

“Um dia de cada vez” é uma editoria escrita por pessoas que contam histórias em sua jornada de autoconhecimento, convivência ou recuperação de transtornos mentais. Os relatos são anônimos e enviados por leitores do blog. Hoje, leremos um relato de autoconfiança, que oscila entre dias bons e ruins.

Acho engraçado como minha mente funciona às vezes. A gente fala tanto de autossabotagem, fica ciente que estamos nos sabotando e mesmo assim, em alguns dias, a autoconfiança simplesmente sai pra passear e não volta. Tem semanas que quero me afastar de tudo que criei e venho criando pra mim. Mesmo sendo aquilo que eu sempre quis.

A gente tenta não colocar tanta pressão assim. Entender que está tudo bem dar uma pausa de vez em quando. Mas a gente quer criar, quer começar outras coisas, quer ir além. Dá pra entender uma mente assim? Eu quero me dedicar a muitas coisas, mas ao mesmo tempo, não quero me dedicar tanto a alguma coisa específica porque e se não der certo? O que eu vou fazer se fracassar, Deus?

Talvez eu não nutra essa autoconfiança por conta da minha autossabotagem. Eu me saboto, pra não ter que percorrer o caminho até dar certo. Eu não sei dar certo. Eu tento, tento, tento e me contento com dar errado porque sei que hora ou outra eu vou desistir de tudo e acolher esse triste destino que já estou acostumado.

Por que não tentar mais um pouco? Por que tentar de novo? Por que seguir tentando? O que eu quero preencher com todas essas tentativas? O que eu quero nutrir com todas essas falhas?

Eu quero falhar e depois me culpar alguns dias. Outros dias, só quero focar naquilo que sei fazer bem e que quero fazer. Por que eu fico querendo focar em outras coisas e ignorar as coisas que quero fazer e faço bem?

Será que eu enjoo rápido das coisas? Será que eu me coloco muita pressão?

Será que eu só quero me sabotar? Onde está minha autoconfiança daqueles dias que acordo cedo e limpo a casa inteira? Que saio dançando pela sala?

Eu sei, está tudo bem.

Um dia de cada vez.

Um dia de cada vez.

Tem um relato da sua jornada e quer compartilhar com outras pessoas aqui no “Um dia de cada vez”? Envie para [email protected]. *Os relatos são publicados de forma anônima.

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Um dia de cada vez: Autossabotagem

“Um dia de cada vez” é uma editoria escrita por pessoas que contam histórias em sua jornada de autoconhecimento, convivência ou recuperação de transtornos mentais. Os relatos são anônimos e enviados por leitores do blog. Hoje, leremos um relato de autossabotagem, que é consciente apesar do inconsciente ser confiante.

Por que a gente se cobra tanto? A gente precisa aceitar e entender que existe mais de um caminho para se chegar no mesmo destino. Eu, às vezes, acho que ele é único. Que não tenho para onde correr senão aquele caminho tortuoso. E eu fico me cobrando de percorrer por ele.

Eu tenho muita vontade de fazer as coisas. Eu faço as coisas, e sei que tudo o que vou me propor a fazer, vou dar conta e vou fazer bem. Sei que vai dar certo. Mas a que preço? O preço sou eu, minha saúde mental e meu bem-estar. Eu dou conta das coisas mas não dou conta de mim mesmo.

Parece que a autossabotagem não vem tão de dentro assim. Lá dentro, nas profundezas tenho a vontade e a certeza de que vai dar certo. Quando se torna real, quando vem pra fora de mim, o problema está armado: eu quero sabotar e terminar tudo. Eu sinto vontade de encerrar as coisas quando elas começam a acontecer.

Sou apaixonado pelos inícios, mas também pelos finais. Eu gosto de começar, de ver acontecer. Mas também gosto de terminar tudo. Vira e mexe sinto vontade de por fim em tudo e começar outra coisa. Sempre quero ter alguma coisa em mente para começar.

Quero, mas não quero. Sempre tenho algo em mente ou crio algo em mente pra começar. Mas eu quero ter um pouco da paz que me resta e quero levar algo pra frente de verdade. Quero entregar pro mundo de verdade essa mensagem. Não quero sentir vontade de terminar as coisas, de jogar tudo pro alto. Eu vou até o fim. Eu consigo finalizar. Mas por que eu quero finalizar do nada coisas que sequer começaram?

É o bichinho da autossabotagem que fica falando na minha orelha como se fosse um diabinho. Não era pra ser diferente? Eu já fiz tudo o que precisava fazer, todos os desafios para por em prática. Por que desistir quando já deu certo? Por que cancelar algo que coloquei tanto empenho para acontecer?

Foram tantas as coisas que eu já fiz e só agora entendo porque fiquei pulando de galho em galho. Porque eu nunca quis ter a responsabilidade de ver algo dando certo. Eu sei o que acontece quando dá errado: a gente vai pra próxima coisa. Mas e quando dá certo? O que a gente faz depois?

Eu antecipo o meu dar errado sem efetivamente dar errado. Simplesmente porque sei lidar e sei o que acontece. Mas será que eu preciso de uma coisa nova para dar certo? Será que não estou somente em outro caminho? Existem tantos para chegar na linha de chegada….

Aliás, existem vários caminhos para várias linhas de chegada diferentes. E a autossabotagem é aquela pessoa que fica ali, nas margens, dizendo que você nunca vai encontrar qual é o caminho certo e precisa urgentemente trocar de caminho. Você troca, troca, troca e só se atrasa para encontrar sua linha. Você nunca se deixa chegar no seu objetivo porque fica trocando de caminho várias vezes no meio do percurso.

Por que trocar tanto? Por que não ignorar essa vozinha e ir mesmo assim? Seguir em frente? A autossabotagem vai estar ali, de qualquer forma. Vale a pena dar voz ou ignorar o que ela diz?

Tem um relato da sua jornada e quer compartilhar com outras pessoas aqui no “Um dia de cada vez”? Envie para [email protected]. *Os relatos são publicados de forma anônima.

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Um dia de cada vez: Autocrítica

“Um dia de cada vez” é uma editoria escrita por pessoas que contam histórias em sua jornada de autoconhecimento, convivência ou recuperação de transtornos mentais. Os relatos são anônimos e enviados por leitores do Beco. Hoje, leremos um relato de autocrítica, advindas de uma cobrança extrema consigo mesmo.

Crescemos acreditando que precisamos ter certezas sobre uma vida que nunca nos deu nenhuma certeza, além claro, da certeira morte, partida física ou descanso.

Somos pressionados e, dolorosamente, nos autocriticamos por algo que ainda não vivenciamos ou alcançamos. Sempre nos comparando com o próximo.

A nossa maior força e fraqueza, com certeza, é a nossa autocrítica. Podemos usar dessa autoanálise para nos fortalecermos ou nos afundarmos ainda mais.

Junto com a autocrítica, temos um aliado importantíssimo que são pessoas especiais (outras não, fuck) que nos conhecem bem e conseguem enxergar uma luz em nós que não somos capazes de sentir por focarmos sempre no pior, na ausência.

Até hoje me julgo muito (maldita, excessiva autocrítica) por não conseguir me encaixar e ter a vida dos sonhos aos meus (extensos) 24 anos. No decorrer dessas decisões, mantive pessoas ao meu lado que me criticaram e reforçaram em mim esse sentimento de insuficiência e inutilidade que já pré-existiam.

A gente pode escolher quais lutas enfrentar e por quem devemos lutar. Mas o que a gente aprende, com as porradas da vida e algumas infelizes pessoas, é que você precisa se manter orgulhoso de si mesmo e buscar constantemente a consciência de você mesmo.

Há pessoas pobres de espíritos que possuem valores muito distorcidos e que não são compatíveis com os seus. Você precisa ter a paciência e disciplina de dar tempo ao tempo (o famoso um dia de cada vez) e batalhar por você!

Tem um relato da sua jornada e quer compartilhar com outras pessoas aqui no “Um dia de cada vez”? Envie para [email protected]. *Os relatos são publicados de forma anônima.