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Experiência: A primeira SXSW a gente nunca esquece
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Experiência: A primeira SXSW a gente nunca esquece

Quero compartilhar com vocês minha primeira vez na SXSW – SOUTH BY SHOUTHWEST e trazer um pouco da experiência que tive nessa jornada em um universo conduzido por IA, chatGPT, web3 e prompts.

Logo na abertura do evento, a emoção tomou conta com a história de vida e lições de Simran Jeet Singht, Diretor Executivo do Programa de Religião e Sociedade do Aspen Institute.  Ele contou momentos da sua infância, como encarou o racismo e o preconceito, e trouxe um questionamento importante que quero propor para vocês refletirem: “Como achamos humanidade naqueles que não veem humanidade em nós?”.

O próximo destaque foi a palestra de Amy Webb, uma futurista respeitada e fundadora e CEO do Future Today Institute, que já começou anunciando que “A internet como conhecemos, acabou” e deixou 666 tendências de tecnologia e suas aplicações em dezenas de segmentos como serviços financeiros, marketing e saúde, entre outros. Um número um tanto assustar para qualquer pessoa e mais ainda para os pessimistas de plantão.

E, de forma inédita, ela disponibilizou o material para download e incentivou a todos que a assistiram, que o compartilhassem. E eu não fiz diferente!  No final desse texto, você pode baixar e usar de duas formas: se horrorizar e não fazer nada com isso ou planejar e tomar decisões e, se for em conjunto, melhor ainda. Você escolhe!

Ela ainda ressaltou que estamos entrando na era que apelidou de AIOSMOSES, ou seja, a IA está e estará em absolutamente tudo e todos. O futuro será de “computação auxiliar”, e dos “Assistive jobs” com redes de nuvens poderosas armazenando dados que fazem de tudo e operam, inclusive, como se fosse um humano.

E por falar em IA, em uma das palestras mais aguardadas, Greg Brockman, Presidente da Open AI, evitou qualquer direcionamento ao desespero com relação ao tema.  Ele ainda reforçou que a mesma “desbloqueará nossas ideias e nos dará sistemas que podem fazer tudo por nós, 24h por dia, 7 dias por semana”. Uma forma leve para falar de algo que impacta nossa vida, desde a sua existência.

Analisando friamente, a IA pode facilitar sim a nossa vida se olharmos por essa ótica de não precisar pensar e ganhar tempo, mas isso também pode ser o lado negativo e até destruidor da maior e melhor ferramenta humana, nosso cérebro. Se deixarmos, a IA vai atropelar os humanos e, isso sim, é aterrorizante. Foi o que pensei em alguns vários momentos.

Outra reflexão é lidar com a realidade de que a IA está ao alcance de grandes empresas e isso pode causar uma enorme diferença no mundo digital, além de muitas trocas de dados entre as grandes investidoras dessa tecnologia, fazendo valer todo esse investimento. Um dos riscos, e já tivemos casos como esses, é de criar informações fakes, discriminatórias e muito conteúdo impróprio. Inclusive o Presidente da Open IA assumiu, dizendo que não foram rápidos o suficiente para reconhecer essa falha. Primeiro se cria, depois se pede desculpas e basicamente termos que aprender a lidar com isso.

Ao longo das sessões de palestras percebi que quando o assunto era futuro do trabalho x IA, a linguagem era quase que unanime, que a IA pode ser um aliado, se souber fazer bom uso dessa tecnologia, como trabalhar em conjunto, por exemplo, e não achar ou esperar que ela o substitua. Existe quem defende que o ChatGPT pode ser uma espécie de estagiário inteligente para executar tarefas e a sua disposição 24h por dia.

Amy Webb ainda ressaltou o impacto da IA no futuro do mercado e disse acreditar em um grande abismo digital. Que os melhores postos de trabalho futuros podem ser ocupados por pessoas que sabem escrever bons prompts (olha essa palavra aqui de novo), para inteligências artificiais generalistas. “Se você é uma pessoa que aprende a usar a inteligência artificial agora é como ter uma vantagem imensa, basicamente como nascer rico e todo mundo vai ter que correr para te alcançar”, brincou ela. Pense bem nessa frase e use-a da melhor forma, principalmente os seus prompts.

Uma outra linha sobre o futuro do trabalho que achei interessante e já conseguimos ver isso na prática, segundo a ex CEO da IBM, Ginny Rometty, é que pela primeira vez na história as pessoas terão que reciclar completamente suas habilidades. “Isso parece assustador para muita gente, mas vai ser comum você recomeçar a carreira várias vezes ao longo da vida”. Achei super interessante, desafiador e que ótimo que isso será uma prática e sem culpa, principalmente.

E qual será o melhor formato de trabalho? Eu também fui para o SXSW atrás dessa resposta. Afinal, na era do Home office e híbrido as dúvidas continuam sobre qual é o melhor formato, se é que ele existe. Pois bem, senti que essa pergunta não teve resposta concreta e sim um “vamos descobrir na prática”. Alguns argumentaram sobre a importância de ter um equilíbrio entre o trabalho de casa e dentro das empresas. O contato humano e respirar o ambiente profissional é importante e necessário para gerar conexão e alinhamento. Nada respondido de fato, mas percebi um direcionamento para não abandonar o convívio no ambiente de trabalho.

O SXSW entrou na minha mente de todas as formas, da imensidão de palestras, com assuntos altamente complexos e relevantes para o nosso aqui e agora, porque o futuro já existe e estamos vivendo nele, até as mais variadas formas que a IA se apresenta. Ela está o tempo todo e em todos os lugares, na tela do computador do seu filho, por exemplo, enquanto assiste a uma ingênua aula pelo a IA está lá, trabalhando e captando tudo do seu filho, da sua casa, das pessoas que circulam, do seu gosto pessoal, das músicas que escuta, do que fala e até do seu cheiro. UAU! Foi assim que fiquei, com direito a boca aberta por alguns segundos quando entendi a relevância dessa sigla “IA”.

Ao sair com a cabeça borbulhando de tanta informação e muitos pontos de interrogação, o SXSW conseguiu arrancar brilho nos olhos por onde eu caminhava. As ruas ficam cheias, coloridas, com espaço para tudo e todos. Além de muitas ativações de marcas geniais, um convite a bons sorrisos e muita diversão. Sem contar os tantos bares e músicas em todos os cantos, do aeroporto até as esquinas do maior festival de inovação, tendência, tecnologia e arte.

Só quem vive o SXSW sabe o seu tamanho e o quanto ele transforma. Saí com a sensação que queria viver mais do mesmo. Não queria novas informações porque elas estavam bem abastecidas do novo, mas senti vontade de assistir tudo outra vez para não perder nada. Queria sentar no chão e anotar tudo o que vinha na cabeça, além do que anotava em tempo real durante o evento. É uma mistura de preciso dividir com alguém, com um não sei por onde começar. Mas a certeza que volto diferente de quando cheguei no SXSW e decidida a fazer a minha parte com bons prompts.

Por Michelle Castro