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Especial Dia Nacional do Livro: 5 livros nacionais para entrar no clima

O Dia Nacional do Livro é celebrado, em todo o Brasil, em 29 de outubro. A data é uma homenagem à fundação da Biblioteca Nacional do Brasil em 1810. A Biblioteca fica na cidade do Rio de Janeiro e é considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e também a maior biblioteca da América Latina.

O núcleo original de seu poderoso acervo, calculado hoje em cerca de 9 milhões de itens, é a antiga livraria de D. José, organizada sob a inspiração de Diogo Barbosa Machado, Abade de Santo Adrião de Sever, para substituir a Livraria Real, cuja origem remontava às coleções de livros de D. João I e de seu filho D. Duarte, e que foi consumida pelo incêndio que se seguiu ao terremoto de Lisboa de 1º de novembro de 1755.

Para comemorar a data, o Beco traz algumas dicas de leituras para você entrar no clima e prestigiar a nossa literatura nacional:

1 – Dom Casmurro, Machado de Assis

Dom Casmurro é um romance escrito por Machado de Assis, publicado em 1899 pela Livraria Garnier. Escrito para publicação em livro, o que ocorreu em 1900, é considerado o terceiro romance da “trilogia realista” de Machado de Assis. Seu personagem principal é Bento Santiago, o narrador da história que, contada em primeira pessoa, pretende “atar as duas pontas da vida”, ou seja, unir relatos desde sua mocidade até os dias em que está escrevendo o livro. Entre esses dois momentos Bento escreve sobre suas reminiscências da juventude, sua vida no seminário, seu caso com Capitu e o ciúme que advém desse relacionamento, que se torna o enredo central da trama. Ambientado no Rio de Janeiro do Segundo Império, se inicia com um episódio que seria recente em que o narrador recebe a alcunha de “Dom Casmurro”, daí o título do romance. Machado de Assis o escreveu utilizando ferramentas literárias como a ironia e uma intertextualidade que alcança Schopenhauer e, sobretudo, a peça Otelo de Shakespeare.

2 – Senhora, José de Alencar

Senhora é um romance urbano do escritor brasileiro José Martiniano de Alencar, publicado em 1874, na forma de folhetim. É um dos últimos romances de Alencar, publicado dois anos antes da morte do escritor. Da mesma forma que IracemaSenhora é, juntamente com Lucíola, um dos pontos altos da sua ficção citadina e de atualidade. O final feliz é a ultima parte do desenvolvimento do romance – agora em clave de maior densidade psicológica – do motivo do conflito entre o amor e o interesse, presente desde os primeiros livros.

Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira e órfã de pai,depois de perder seu irmão apaixonou-se por Fernando Seixas – homem ambicioso – a quem namorou. Este, porém, desfaz a relação, movido pela vontade de se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral, e pelo dote ao qual teria direito de receber.

Passado algum tempo, Aurélia, já órfã de mãe também, recebe uma grande herança do avô e ascende socialmente.Passa, pois, a ser figura de destaque nos eventos da sociedade da época. Dividida entre o amor e o orgulho ferido, ela encarrega seu tutor e tio, Lemos, de negociar seu casamento com Fernando por um dote de cem contos de réis. O acordo realizado inclui, como uma de suas cláusulas, o desconhecimento da identidade da noiva por parte do contratado até as vésperas do casamento. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando fica muito feliz, pois, na verdade, nunca deixou de amá-la. A jovem, porém, na noite de núpcias, deixa claro: “comprou-o” para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter.

3 – O Alquimista, Paulo Coelho

O Alquimista é um best-seller do escritor brasileiro Paulo Coelho, publicado originalmente em 1988, em português. O livro foi traduzido para mais de 56 línguas, tendo vendido mais de 65 milhões de cópias em todo o mundo. Um romance alegórico, O Alquimista segue um jovem pastor andaluz em sua viagem ao Egito, depois de ter um sonho recorrente de encontrar tesouro lá. O livro é um best-seller internacional. Segundo a AFP, já vendeu mais de 150 milhões de cópias em 70 idiomas diferentes, tornando-se um dos livros mais vendidos da história e estabelecendo o Guinness World Record para a maioria dos livros traduzidos por um autor vivo.

Acreditando em um sonho recorrente de ser profético, Santiago decide viajar para uma adivinha Romani em uma cidade próxima para descobrir seu significado. A mulher interpreta o sonho como uma profecia dizendo ao menino que há um tesouro nas pirâmides no Egito. No início de sua jornada, ele encontra um velho rei, cujo nome era Melquisedeque, que lhe diz para vender suas ovelhas para viajar para o Egito e introduz a ideia de uma Lenda Pessoal. Sua Lenda Pessoal é o que você sempre quis realizar. Todos, quando são jovens, sabem o que é a sua “Lenda Pessoal”. Ele acrescenta que “quando você quer algo, todo o universo conspira para ajudá-lo a alcançá-lo”. Este é o tema central do livro.

4 – Capitães da Areia, Jorge Amado

Capitães da Areia é um drama de autoria de Jorge Amado, escrito em 1937. O livro retrata a vida de um grupo de menores abandonados, que crescem nas ruas da cidade de Salvador ,vivendo em um trapiche, roubando para sobreviver e chamados de “Capitães da Areia”. O livro forma parte do movimento da Romance de 30, marcando uma mudança do modernismo da década anterior, passando de experimentação literária para um engajamento com questões sociais.

Neste livro, Jorge Amado retrata a vida nas ruas de Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, naquela época, afetada por uma epidemia de bexiga (varíola); o aparato policial destinava-se à perseguição pura e simples dos menores infratores, encontrando mesmo prazer na tortura, sem qualquer senso de justiça. Diante do ambiente hostil em que vivem, o grupo de meninos abandonados reage de forma também agressiva, mas de forma a encontrar nas ruas uma certa liberdade; tem por refúgio um velho trapiche (espécie de armazém) abandonado numa das praias da capital baiana – de onde vem o nome do grupo.

5 – A Hora da Estrela, Clarice Lispector

O romance narra a história da datilógrafa alagoana Macabéa que migra para o Rio de Janeiro, tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M. É, talvez, o seu romance mais famoso por trazer uma narrativa diferenciada da que costuma apresentar em suas obras, muitas vezes considerada hermética e intimista ao extremo. A Hora da Estrela ainda traz consigo as questões filosóficas e existenciais que dão o tom característico da autora no romance. Foi adaptada para o cinema com o mesmo título por Suzana Amaral em 1985.

Macabéa leva uma vida simples e sem grandes emoções. Começa a namorar Olímpico de Jesus, que não vê nela chances de ascensão social de qualquer tipo. Assim sendo, abandona-a para ficar com Glória (colega de trabalho de Macabéa), cujo pai era açougueiro, o que sugeria ao ambicioso nordestino a possibilidade de melhora financeira. Sentindo dores constantes, Macabéa vai ao médico e recebe um diagnóstico de princípio de tuberculose, mas não conta a ninguém. Glória percebe a tristeza da colega e a aconselha a buscar consolo numa cartomante. Madame Carlota prevê um futuro feliz, no qual ela conheceria um estrangeiro, homem louro com quem casaria. De certa forma, é o que acontece: ao sair da casa da cartomante, Macabéa é atropelada por uma Mercedes amarela guiada por um homem louro e cai no asfalto, onde morre.

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4 romances de Alencar que vocês devem ler

Me apaixonei por José de Alencar no Ensino Fundamental, quando fui obrigada a ler 5 minutos e A Viuvinha, e desde então foi amor a cada nova obra conhecida. A obra Alencariana começou a fazer parte do meu dia a dia, e quando vi já era íntima de Zezé – como costumo chama-lo. Devido a este amor e a vontade de apresentar o meu grande escritor para o mundo todo, separei 4 romances que vocês devem ler deste grande romancista brasileiro.

    • A Viuvinha   

”Carolina, que defendera por mais quatro anos a memória de seu marido, que resistira a todas seduções do mundo, sucumbiu à força poderosa desse amor puro e desinteressado. Carolina amou. Amava uma sombra morta. começou a amar uma sombra viva.”

Em A Viuvinha conhecemos Jorge, um jovem que após a morte de seu pai, herda toda sua herança. Com muito dinheiro no bolso e milhares de sonhos, assim digamos, ele sai por aí em busca de algo a mais e acaba gastando sua herança com tudo o que pode – e o que não pode. Até que um dia, cansado desta vida, resolve ir a Igreja em busca de uma resposta para seus tormentos, e conhece Carolina.

Acontece aquele clássico e clichê amor a primeira vista, e logo, nossos mocinhos estão noivos. Com o casamento marcado, Jorge descobre que seu saldo chegou no zero e que ele está falido. Nosso protagonista acaba se casando, mas logo após o casamento forja sua morte e vai para os EUA, tentar crescer na vida, juntar o que for preciso e depois, voltar para sua doce e amada Carolina.

 

    • O Guarani

“Os lábios vermelhos e úmidos pareciam uma flor de gardênia dos nossos campos, orvalhada pelo sereno da noite, o hálito doce e ligeiro exalava-se formando um sorriso. Sua tez alva e pura como um froco de algodão, tingia-se nas faces de um longe cor-de-rosa, que iam, desmaiando, morrer no colo de linhas suaves e delicadas”

Em O Guarani conhecemos Peri, um índio Aimoré que deixa sua tribo para viver junto de Ceci, moça branca, após seu pedido que acontecera quando nosso índio a salvou de ser acertada por uma pedra. O irmão de Ceci, D. Diogo, mata uma índia Aimoré e isso gera um ódio na tribo para com a família de D. Antônio(pai de Ceci e D. Diogo), ainda mais depois da tentativa da tribo em matar Ceci, que é interceptada por Peri.

Além dessa guerra contra os Aimorés, a família de D. Antônio ainda tem que tomar cuidado com um dos empregados, Loredano, que quer explodir a casa para ter acesso a uma mina de prata que se encontra abaixo dos aposentos, e ainda levaria consigo a jovem e adorável Ceci. Em meio a esses acontecimentos, acompanhamos o nascer do romance entre Peri e Ceci, e no final, um desfecho trágico e lindo.

 

    • Iracema

“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu.”

Em Iracema vivenciamos o nascer do romance entre Iracema e Martin. Nosso casal se conhece quando Iracema está repousando em sua sesta e é assustada por um guerreiro. Assustada, lança uma flecha que o atinge. Ele não tem nenhuma reação ao ataque de Iracema e, que ao ver ele não possui nenhum tipo de má intenção, parte para acudi-lo. Nosso mocinho é levado para a tribo dos Tabajaras – a tribo de Iracema -, onde é acolhido pelo Pajé e como de costume, é recebido pelas índias mais donzelas da tribo. Ele as recusa e resolve partir, mas volta por pedido da morena dos ardentes amores, Iracema.  noite, passeiam pelo bosque e ficam muito próximos. Um guerreiro tabajara avista a proximidade dos dois. Ele tenta ferir Iracema e acaba ferindo Martim.

De volta para cabana, Martin avisa que irá partir e leva consigo uma rede que fora presente de Iracema, e ainda ganha um beijo da nossa índia, que mesmos sabendo que não pode ficar junto do jovem guerreiro, se arrisca a perder sua vida, sua inocência e sua pureza, por amor.

 

    • Senhora

”Aurélia concentra- se de todo dentro de si; ninguém ao ver essa gentil menina, na aparência tão calma e tranquila, acreditaria que nesse momento ela agita e resolve o problema de sua existência; e prepara- se para sacrificar irremediavelmente todo o seu futuro.”

Em Senhora conhecemos Aurélia Camargo, uma jovem simples e de bom coração, que se apaixona por Fernando Seixas quando mais jovem, mas vê seu ”felizes para sempre” ir por água abaixo quando o mesmo a troca por Adelaide, por dinheiro. Logo após este acontecimento, nossa mocinha vê sua vida transformada, quando o seu avô paterno vem a falecer e ela recebe toda sua herança.

Com um ódio gratuito guardado em seu coração especialmente para Seixas, ela o compra, sim, do verbo comprar mesmo. E se decepciona mais ainda, quando ele aceita casar-se sem saber com quem seria, apenas por dinheiro. Com isso, podemos dizer que o ”inferno astral” do nosso mocinho, começa, afinal Aurélia faz questão de fazer da sua vida um inferno durante o casamento de fachada que eles vivem. Até quando Seixas não aguenta mais, se arrepende e paga todas suas dívidas com Aurélia.

Estes são uns dos meus queridinhos dentre a obra Alencariana. Deixem nos comentários a opinião de vocês sobre estas obras e se possível, mais títulos de clássicos brasileiros que vocês já leram!