Tags

reflexões

Eu saí primeiro porque eu podia
syarifahbrit / Freepik
Autorais, Histórias

Eu saí primeiro porque eu podia

É isso mesmo. Eu saí primeiro do castelo porque eu tinha essa opção. Eu podia sair primeiro. Você não poderia e nós dois sabíamos disso. Então, eu fui, mas não pense que foi do nada. Primeiro, eu conversei com ele e ele me incentivou. Disse que eu precisava seguir o meu caminho, os meus sonhos, sem pensar nas circunstâncias que ficariam. Se ele me deu o aval, por que você acha que eu ficaria para ver tudo isso ruir como você ficou?

+ A solidão de quem ficou no castelo

A nossa história caiu. O castelo ruiu em milhares de rachaduras que eu não quis ficar para ver. Você ficou. Era seu dever e a sua obrigação ficar e por isso, você perdeu muito quando eu estava ganhando o mundo. Eu vivi novas possibilidades que se criaram a partir da hora que eu saí, você, não. Você viveu o que poderia ter vivido com os restos do que deixei.

Eu não queria isso para você, é claro. Mas eu queria menos ainda para mim. A gente se salva primeiro e, se der, salva quem ficou depois. Não deu para te salvar e eu não sinto muito por isso. Alguém precisava ter pagado o pato pela minha saída. Você foi o meu bode expiatório.

O mundo que a gente vive é assim, não adianta se ressentir dizendo que gostaria de ter tido escolha também. Você queria, mas não teve. Eu tive e fiz a minha escolha, segui o meu caminho. Ou você esperava que eu ficasse para testemunhar a saída de todo mundo do castelo até que um ficasse olhando na cara do outro eternamente? Isso pode ser para você mas nunca foi para mim. Nunca será.

Eu entendo que você sofre e sofreu mas, antes você do que eu, né? Eu podia. Podia vem de poder e era isso que eu exercia sobre você, por isso você chorou tanto na noite que anunciei minha saída. Você não tinha o poder que eu tinha, você não podia. Nem poderia. Nem aquela hora, nem agora, nem nunca.

Desculpa mas, eu não me sinto culpado nem sinto muito por você. Sinto pelos outros que ficaram e que foram obrigados a tomar outras decisões, mas, você? Você soube que nunca houve outra escolha para você. Essa é a sua vida, esse foi o seu karma, o seu destino, sei lá… Eu nunca tive escolha, você pode dizer e eu não acho que esteja de todo errado. Meu poder de lábia te levou. Como eu te disse, eu podia. Alguém tinha que não poder para que eu pudesse poder.

E esse alguém foi você. Aproveite o castelo antes que ele vire ruínas.

Às vezes a gente fica ressentido, né?
Freepik
Autorais, Histórias

Às vezes a gente fica ressentido, né?

Resolvi perguntar pro Chat GPT, um robô com inteligência artificial o que significava se sentir ressentido. Ou, como eu gosto de falar, ressentindo. Ele me respondeu que significa ficar magoado, irritado ou guardar sentimentos em relação a uma situação passada, geralmente envolvendo alguma mágoa. Ele acrescentou que quando alguém fica ressentido, isso implica que a pessoa mantém esses sentimentos ao longo do tempo, não conseguindo superar ou perdoar completamente o evento que causou a emoção. Então sim, a pessoa fica re-sentindo. Sentindo de novo, e de novo, e de novo…

+ Autoria: Tesouro em mãos erradas vira frangalhos

Sabe, eu falei pra minha terapeuta que às vezes eu me sentia assim, ressentido. De vez em quando, eu quero tanto conquistar alguma coisa mas eu não vou atrás porque eu me saboto. Para mim, vale mais a certeza de não conseguir que a incerteza do sim ou do não. E isso me deixa puto – eu vejo pessoas conquistando exatamente o que eu queria conquistar e fico com inveja, com raiva. Mas elas tentaram o sim, né? Eu preferi a certeza do não. E eu fico sentindo isso como se fosse uma vaca mascando grama. Sentindo, sentindo, sentindo, ressentindo…

Que saco, sabe. Por que algumas pessoas simplesmente vivem sem sabotagem? Eu não vim com esse dispositivo de fábrica, nem com aquele que controla a ansiedade e teria que, teoricamente, não me deixar imaginar os piores cenários possíveis até que eu desistisse do que eu queria. Eu só queria ir lá e fazer. E não ficar ressentido quando alguém vai e faz quando eu não fiz.

Eu tô assistindo Big Brother e tem um participante lá que me deu um estalo exatamente sobre isso. Não posso citar o nome dele por motivos de processo, mas todas as vezes em que o vi, ressentido em um show de um artista que chegou lá, eu senti uma pontada no coração. Ele sempre fala que é maior, que é melhor, mas por que ele não tá lá? Simplesmente porque o outro foi lá e tentou o sim e desafiou o não até conseguir. E ele, talvez tenha ficado como eu, ressentido, sentado, bicudo no fundo da festa.

A minha terapeuta fala que a gente precisa ter paciência com a gente porque a gente só aprende a viver, vivendo. Concordo com ela. Mas seria tão mais fácil não ter tido que enfrentar algumas coisas para sobreviver no começo da vida e só começar a viver agora, no final dos 20, viu? É tão lindo ver pessoas que vivem desde cedo. Eu sobrevivi até uns 24, 25. Hoje, com 28 que eu comecei a viver de verdade mesmo, ou seja, 8 anos que eu sobrevivi para agora eu começar a viver. Soa como tempo perdido para mim. Soa injusto. Me deixa ressentido de novo.

Vivo me questionando o porquê. Vivo me comparando com os outros, às vezes até de forma hipócrita mesmo, dizendo que cada um tem seu tempo quando na verdade eu queria o tempo do outro e não o meu. Da mesma forma que algumas pessoas enxergam sem óculos e eu preciso pagar para enxergar, por que algumas pessoas simplesmente nascem vivendo e eu tive que nascer sobrevivendo?

Essa é a pergunta de milhão, né. Eu nunca vou saber. Minha terapeuta disse que também não. Até lá, eu tento só interromper esse fluxo e esse refluxo das coisas que eu sinto. Tipo um coelho que come, faz cocô e volta lá pra comer o cocô e digerir de novo. Eu me sinto um coelho de sentimentos. Só que preciso parar de ir lá e ficar eternamente comendo a minha bosta.

As melhores frases de "Daisy Jones & The Six"
Frases, Livros

As melhores frases de “Daisy Jones & The Six”

Daisy Jones & The Six é uma construção diferente. Ele se passa nos dias de hoje, quando a banda que fora apaixonante nos anos 70 resolve contar todos os seus segredos para o público. Com direito a todos os podres de todos os participantes, familiares, amigos e empresários. Mas não é somente sobre a banda. O livro começa com a história de Daisy Jones, uma garota que precisa ser uma estrela do rock. Ela não tinha mais nenhum outro plano e estava disposta a fazer qualquer coisa para conseguir. E é nesse contexto, que, enquanto isso, a banda que conhecemos como The Six, tenta manter a sua relevância em uma turnê após outra, para não cair no esquecimento.”

+ Resenha: Daisy Jones & The Six, Taylor Jenkins Reid

As melhores frases de Daisy Jones & The Six

“Ela não passava de uma menina desesperada para criar vínculos com as pessoas.”

“Eu te amo tanto e não sei porque você não me ama também.”

“Eu te amo tanto quanto me permito amar alguém.”

“Acho que a gente precisa mostrar que tem fé nas pessoas mesmo quando elas não merecem. Caso contrário não seria fé, certo?”

“Mick Riva apareceu.”

“Por que eu fazia tão mal para mim mesma? Não sei explicar. Gostaria de saber. Eu detestava isso em mim. Eu detestava isso, mas continuava fazendo, o que me deixava ainda mais com raiva de mim mesma.”

“Ficou bem claro, pelo clima que se estabeleceu no estúdio que ninguém, nem mesmo Billy e Daisy, ia mencionar que aquela música é sobre a Daisy.”

“Eu não tinha absolutamente nenhum interesse em ser a musa de outra pessoa. Eu não sou uma musa. Eu sou uma pessoa. Fim da porra da história.”

“Se ela soubesse com que frequência estou pensando nela, não se sentiria sozinha.”

“História é o que você fez, não o que quase fez, não o que você pensou em fazer. E eu estava orgulhoso do que fiz.”

Autorais, Livros

Eu queria te pedir desculpas

Oi, eu do passado. Eu queria te pedir desculpas. Você tinha só 16 nessa foto e a gente se sentia horrível. A gente se sentia feio, indigno de ser amado, sem o direito de desejar e ser desejado. Tinha que aceitar o que vinha, de bom grado.

+ Resenha: O lado feio do amor, Colleen Hoover

Eu queria te pedir desculpas por não entender que você podia escolher. Você podia ter sido mais gentil consigo mesmo. Se te consola, aqui nos 25 – quase 26 – a gente tá aprendendo a colocar limites. Algumas vezes, a gente estrapola. A gente grita, perde o eixo, mas estamos tentando…

Eu queria te pedir desculpas também por achar que isso é culpa sua. Não é. Hoje, a gente entende tudo o que aconteceu, a gente tenta se entender e evoluir. A gente tá na análise há 2 anos e somos psicanalistas. Quem diria, né? Ah, a gente também se formou em Jornalismo conforme era o plano.

Eu queria te pedir desculpas por não deixar que você acreditasse no amor. Queria te punir, não sabemos ainda o motivo. Ainda temos alguns sintomas que não entendemos mas, aqui nos 25, você encontrou o amor. Não foi tranquilo logo de cara, não foi um conto de fadas mas foi real. Ainda é. Você conseguiu sua casa do jeito que você queria também.

Você aprendeu a ler tarô, publicou três livros, muitas coisas mudaram mas ainda escrevemos esse texto pelos mesmos meios. O Beco Literário continua e continuará aqui pela gente. Pra nos ouvir e nos ver crescer. Ah, você também abriu uma empresa e vive dela. Seu namorado é seu sócio. Você pode se dar ao luxo de acordar a hora que quiser, apesar de constantemente querer acordar mais cedo. E é mais estressante que você pensava.

Eu queria te pedir desculpas por não deixar você ser você logo de cara. Por demorar. Queria te pedir desculpas por tantos descaminhos dos 16 aos quase-26, mas acho que estamos no caminho certo de nos encontrarmos de novo.

Eu queria te pedir desculpas mas, apesar dos pesares, você se sentiria orgulhoso da gente e não acreditaria se eu contasse.

Resenha: Caro Dr Freud, Gilson Iannini (Org.)
Livros, Resenhas

Resenha: Caro Dr Freud, Gilson Iannini (Org.)

Caro Dr Freud é um livro que me foi indicado por um perfil de psicanalistas que sigo nas redes sociais. Desde que terminei a formação, me interesso pela temática da sexualidade humana e esse livro, cai como uma luva de reflexões, ensinamentos e comentários sobre o assunto, todos baseados no que Freud disse em uma carta, escrita no século passado, mas que poderia facilmente ser dos dias de hoje.

+ Resenha: Além do princípio de prazer, Sigmund Freud

Vamos contextualizar: Sigmund Freud é o pai da psicanálise e certa vez, recebeu uma carta de uma mãe desesperada pelo filho ser homossexual. Ela gostaria de saber se a psicanálise poderia cura-lo. Freud, muito solícito, respondeu à mãe que a homossexualidade não era uma vantagem, mas também não era algo para se envergonhar, tampouco um vício ou uma degradação e que a psicanálise nada poderia fazer no sentido de “curar”, mas sim, no sentido de faze-lo viver uma vida mais plena.

Com isso, grandes psicanalistas da nossa atualidade, organizaram o Caro Dr Freud, um coletivo de cartas que respondem a essa carta de Freud. Alguns contam histórias pessoais, outros fingem ser a mãe, outros imaginam que na verdade, quem escreveu a carta foi o filho no lugar da mãe… Só para você ter uma ideia, os nomes do livro são ninguém mais, ninguém menos que: Acyr Maya, Adilson José Moreira, Antonio Quinet, Beatriz Santos, Berenice Bento, Carla Rodrigues, Christian Dunker, Ernâni Chaves, Fernanda Otoni Brisset, Gilson Iannini, Guacira Lopes Louro, Letícia Lanz, Lucas Charafeddine Bulamah, Marcelo Veras, Marcia Tiburi, Marco Antonio Coutinho Jorge, Marco Aurélio Máximo prado, Marcus André Vieira, Pedro Ambra, Richard Miskolci, Sarug Dagir, Serena Rodrigues, Tales Ab’Sáber e Thamy Ayouch. Nem preciso dizer que a leitura desse livro é quase uma pós-graduação, né?

Brincadeiras a parte, Caro Dr Freud nos traz histórias reais permeadas por teorias, descontentamentos, alegrias, tristezas e desejos. Mesmo para quem não é da área, vale muito a leitura, porque não é difícil. Tem passagens que são mais desafiadoras, partes que precisamos ler e reler, mas a essência de tudo o que é ensinado fica. Aprendemos teorias de como (possivelmente) a sexualidade surge, de acordo com a psicanálise, conhecemos e percebemos a luta que ainda está em alta nos dias de hoje e principalmente, as recentes alegrias da despatologização da homossexualidade e da transexualidade.

Tédio faz parte das relações saudáveis
Autorais, Livros

O tédio faz parte da relações saudáveis

O tédio faz parte das relações saudáveis. É ingenuidade dizer e acreditar que aquela paixão obsessiva de início de relacionamento vai sobreviver às rotinas de um relacionamento com altos e baixos. Preocupante seria se só existissem os altos.

+ Sou ruim no amor
+ Futuro ex-namorado

A rotina é tediosa, mas o amor, além de ser uma escolha, é uma construção. E ele se constrói no tédio das rotinas. Uma relação saudável tem euforia, alegria, tristeza, momentos bons, momentos ruins e ele, o tédio. Assim como a vida é uma montanha russa, com altos e baixos.

São nos relacionamentos que temos que entramos em contato com o nosso melhor e o nosso pior. Dizem que todos nós precisamos fazer terapia e sim, é verdade, mas um relacionamento é uma espécie de laboratório que vai colocar todos os seus aprendizados e suas capacidades em prova. É nele que você vai se deparar com suas luzes e suas sombras, enquanto precisa lidar com as luzes e sombras da pessoa que está ao seu lado.

Além de tudo, ainda é preciso aprender a linguagem de amor da pessoa que com quem se escolhe (ou se precisa) relacionar. É necessário saber como consolar sua criança interior e lidar com a criança interior do outro. Sim, é um tédio. Nem sempre os dias serão ensolarados, cheios de euforia e de vontade de incendiar o mundo. A maioria deles serão mornos, amenos e muitos deles serão cinzas, azuis, tristes.

É imprescindível entender que fantasias e expectativas acontecem dentro do nosso coração. E aqui dentro, tudo parece mais bonito, mais animado. E a vida… bom, a vida é ordinária e acontece na normalidade. Nem no oito, nem no oitenta. A vida acontece ali, no cinquenta. Na mediocridade. No tédio.

É papo furado de coach dizer que devemos fugir da média, que devemos buscar sempre além da mediocridade. O que precisamos mesmo, é aprender a conviver com ela e saber que essa é a normalidade de uma vida humana. Extremos nunca são bons.

A vida acontece no tédio e por isso, o tédio faz parte das relações saudáveis.

os esforços falharam, afinal
Autorais, Livros

Autoria: Os esforços não falharam, afinal

Esse texto fazia parte da coletânea do meu primeiro livro, O garoto que usava coroa. Na época, eu resolvi excluir porque achava pessoal demais. Hoje sequer lembro porque foi escrito. Todos os meus esforços pra manter esse texto não publicado vão falhar também.

Tem algo mais bonito que o som do seu nome? Só de dizê-lo faz meu coração tocar como um sino. Coisa estranha de se imaginar… Tá, não vou começar assim. Só queria escrever um início legal, pra te surpreender depois com uma carta que você não enjoe de ler, espero que goste, de verdade.

Você se lembra de como nos conhecemos? Que coisa louca. Rende uma história, e vou conta-la do meu ponto de vista. Vamos voltar para o final de 2013…

05 de dezembro de 2013, 11:03 AM, para ser mais exato. Graças ao Zezé de Camargo, que não cantava mais nada, no Encontro da Fátima Bernardes. Se isso não é começar uma amizade improvável, não sei o que é.

Bom, eu não sei como as coisas foram muito depois disso, eu poderia baixar nossa conversa do WhatsApp, mas ela é interminável. Só sei que, – essa parte vai ficar muito melosa, sério, mas é necessária –, você com seu jeito único, conseguiu me deixar apegado a você em pouquíssimo tempo, como você deve ter percebido. Eu sou meio complexado, então sempre achava que você estava brava comigo por alguma coisa, ou algo assim, mas eu sei que não. (Pelo menos espero que não).

Lembro-me de um dia em que você estava triste e eu fiquei praticamente toda a madrugada conversando com você pelo Whatsapp. Para mim, foi um dos melhores dias, não pela parte da tristeza, mas pela parte de que pela primeira vez, eu parecia ser um “amigo útil” para você. Pode parecer besteira minha, mas não é, te juro. Claro que, nesse dia fiquei bastante preocupado, não parecia ser possível como alguém poderia ter te machucado de tal maneira. Não parecia lógico, real. Como eu já disse uma vez, você é o tipo de pessoa que nos faz te querer sempre por perto, e ter aquela vontade de afastar tudo de ruim que possa vir a te acontecer. Não que você precise da proteção de ninguém, sua força é invejável, mas é como um imã. Ou como a terceira lei de Newton. Ação e Reação.

Foi difícil escolher algo pra te dar. Primeiro pensei em um CD do OneRepublic, porque foi essa a primeira banda que você me indicou. Sempre que ouço o Native, me lembro de você. Algumas musicas em especial. Counting Stars, porque foi a primeira. What You Wanted, porque apareceu no trailer de A Culpa É das Estrelas, e eu sempre relacionei esse filme/livro a você, também, por algum motivo. I would kill for you, that’s right, if that’s what you wanted… É um trecho que explica bem o que eu disse alguns parágrafos atrás. I Lived é minha música preferida de todos os tempos. Tem também Burning Bridges, que é a sua preferida, Preacher… Mas acho que Something I Need é a mais original que eu relaciono a você. Não é porque é a primeira, porque apareceu em um filme, ou porque é a sua ou a minha preferida. É porque simplesmente foi você a primeira pessoa que veio na minha cabeça quando ouvi ela pela primeira vez.

Bom, voltando aos presentes. Pensei em outras várias opções, mas eu não sabia se você já tinha ou não. Então resolvi dar o meu livro preferido e iniciar essa carta igual o Will. Não que eu goste dele, mas tenho que admitir que ele é criativo.

Eu poderia citar agora, inúmeras ocasiões em que você me fez rir nos momentos em que eu estava na pior, mesmo sem você saber disso. Obrigado, sério, mas essa não é uma carta sobre mim, então vou só comentar.

Você se lembra de quando você falou “Não ficou um lixo porque você que escreveu. E você escreve com o coração.” Ou quando você disse que eu tinha potencial para ser um best-seller? Você foi, e ainda é, uma das únicas que realmente acreditou em mim de tal maneira, e eu não sei como agradecer isso. Enquanto todo mundo me olhava torto porque eu estava escrevendo um livro, ou sonhava em ser escritor, você dizia isso. E isso valia e ainda vale tudo valer a pena, tudo.

Teve uma época, durante esse ano, em que nós não nos falamos muito, estávamos bem ocupados. Primeiro, pensei que nunca mais teríamos tudo aquilo de volta. Mas depois, percebi que nada havia mudado, senão para melhor. I’m on a rollercoaster that only goes up my friend.

Tem uma música que explica bem como eu me sinto, sobre isso e sobre algumas outras coisas que eu já havia comentado. Você vai entender quando ouvir. Você provavelmente já ouviu I wanna be the rain, do RBD. É essa. E nenhuma descreve melhor, sério.

E para finalizar este livreto que escrevi, saiba que nunca, NUNCA, te quero ver longe de mim. E aqui cito John Green diretamente, mais uma vez, “You realize that trying to keep your distance from me will not lessen my affection for you. All efforts to save me from you will fail”. (Tenha em mente que tentar manter distância de mim, de forma alguma, diminui o que eu sinto por você. Todos os esforços para me salvarem de você irão falhar.)

All efforts to save me from you will fail.
Todos os esforços para me salvarem de você irão falhar.

Do seu amigo, Gustav Albuquerque.