A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) é conhecida por reunir escritores de renome de todo o mundo e, em 2023, não será diferente. O evento abre palco para um debate significativo na mesa 11, intitulada “Contra a mentalidade decadente”, que terá a presença do autor nigeriano transgênero não-binário, Akwaeke Emezi. Best-seller do New York Times e artista multifacetado, trará para o centro do debate da programação oficial a obra Você fez a morte de tola com sua beleza, lançamento da Alta Novel, selo do Grupo Alta Books.
A mesa 11 incluirá Carla Akotirene sob a mediação de Maria Carolina Casati, que junto com Emezi vão compartilhar perspectivas sobre a reelaboração da ancestralidade, as tradições afrodiaspóricas, o pertencimento e como recriam o passado, presente e futuro por meio de suas produções literárias. O escritor participa da Flip 2023 no dia 24 de novembro, às 17 horas. O evento acontece entre os dias 22 e 26 de novembro, e os ingressos começam a ser vendidos na terça-feira, 31 de outubro.
Você fez a morte de tola com sua beleza narra a jornada de Feyi Adekola, uma artista visual nigeriana que, após perder o marido, busca redescobrir a vida. A obra aborda a superação da perda, diversidade cultural, representatividade negra e LGBTQIAPN+. Além do sucesso literário, a obra de Emezi será adaptada para o cinema. A Amazon Primeadquiriu os direitos de produção, a cargo do ator e produtor Michael B. Jordan.
SERVIÇO:
O quê: Festa Literária Internacional de Paraty Quando: 24 de novembro, 17h Mesa 11: Contra a mentalidade decadente Palestrantes: Akwaeke Emezi e Carla Akotirene Mediação: Maria Carolina Casati Endereço: Travessa Gravatá, 56 C/D, Centro Histórico – Paraty, RJ Ingressos:https://www.flip.org.br/
Nesta quinta-feira (3/11), às 22h30, entra no ar no Arte 1 a série Flip 20 Anos. Emquatro episódios produzidos pela equipe do canal em parceria com a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), os autores convidados desta 20ª edição, que será realizada em 2022, relembram as mesas e momentos que mais lhes marcaram ao longo dessas duas décadas de festival.
A série celebra o aniversário de 10 anos do canal Arte1 e os 20 anos da Festa Literária Internacional de Paraty.
No primeiro episódio, o escritor Bernardo Carvalho (foto) fala da primeira edição da Flip, em 2003, quando dividiu uma mesa com o norte-americano Daniel Mason. A poeta Cida Pedrosa conta como foi impactada pela mesa com Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves, na Flip de 2017. E o autor Joca ReinersTerron recorda como ficou paralisado diante do ídolo Paul Auster na segunda Flip, em 2004.
Série Flip 20 Anos
Estreia: Quinta-feira (3/11), às 22h30
Reprises: Sexta-feira (4/11), às 17h30; sábado (5/11), às 8h30; e terça-feira (8/11), às 11h30 e às 21h.
Hoje, dia 29, era o dia marcado para começar a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, mas devido a pandemia pela COVID-19, os planos tiveram que ser adiados. Visando acalmar um pouco o nosso coração apaixonado pela Flip, escrevi esse roteiro para você aproveitar Paraty em sua totalidade assim que as coisas se normalizarem.
Sem badalação noturna mas muito festiva, Paraty é dona de um dos meus belos conjuntos arquitetônicos do Brasil. Fundada em meados do século XVII (17), em torno da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, sua padroeira, preserva até hoje as construções das épocas do ouro e da cana de açúcar, tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Localizada no litoral sul do Rio de Janeiro e a 237 km da capital, tem como principais características a simpatia, o bom atendimento e a hospitalidade a todos os turistas que por lá passam. Historicamente falando, Paraty tem tudo para ser um destino LGBT-friendly: a cidade já teve um prefeito gay e vemos casais LGBTQ+ andando de mãos dadas livremente pelas ruas com direito a sorriso de aprovação dos moradores.
Visitei Paraty em duas épocas distintas do ano: em Julho, durante a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty -, e em Setembro, durante a festa de Nossa Senhora dos Remédios e nesse roteiro, você vai ver um pouquinho do melhor dos dois mundos e o que você precisa aproveitar na sua ida, não importa quando seja, afinal, tem festa o ano inteiro.
O que você precisa ver no Centro Histórico de Paraty (e próximo dele)
O Centro Histórico de Paraty é o meu lugar preferido. Tem muita coisa pra ver e você pode passar despercebido por várias se não ficar muito atento. Não se entra de carro, é protegido por correntes imensas e você precisa desbravar a pé.
Igreja da Matriz – Nossa Senhora dos Remédios
Localizada na Praça Monsenhor Hélio Pires, também conhecida como Praça da Matriz, o núcleo mais antigo da cidade. A Igreja da Matriz abre para visitação de segunda a sexta das 9h às 12h e das 13h às 17h30. Aos sábados, das 8h às 12h e de 13h às 16h. É cobrada uma taxa no valor de R$3,00 por pessoa. Não é permitida a entrada com trajes de banho, filmar e fotografar.
Museu de Arte Sacra de Paraty
Funciona na Igreja de Santa Rita e possui um acervo de peças de barro, madeira e metal desde o século XVII (17), todas encontradas em Paraty. Muitas das peças expostas no Museu podem ser vistas pelas ruas do Centro Histórico em festas como Semana Santa, Festa do Divino, Corpus Christi e outras. Aberto de terça a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h. É cobrada uma taxa de R$ 4,00 por pessoa, exceto às terças, que tem entrada gratuita.
Parte externa da Igreja da Matriz durante as datas comemorativas. Imagem: Beco Literário
Altar do museu de arte sacra. Imagem: Beco Literário
Casa da Cultura de Paraty
Localizada próxima à praça da Matriz, tem como objetivo preservar e valorizar o patrimônio cultural de Paraty. Tem exposições que se renovam periodicamente, visando fomentar à criação, produção e difusão de todas as manifestações artísticas da cidade. Aberta de terça a sábado, das 12h às 21h, e aos domingos das 16h às 20h. A entrada é gratuita.
Livraria de Paraty
Local aconchegante, misto de livraria com café, possui um grande acervo de livros sobre Paraty e a cultura brasileira, inclusive em outros idiomas. Funciona todos os dias das 9h às 21h na esquina da Rua Samuel Costa com a Rua Dona Geralda, no Centro Histórico.
Igreja de Nossa Senhora das Dores
Também conhecida como “Capelinha”, é localizada na Rua Fresca, também no Centro Histórico, rodeada por uma pequena praça, onde os adolescentes de Paraty costumam se reunir à noite. Em datas especiais, ganha iluminação diferenciada. Abre aos sábados das 13h30 às 18h e não tem taxa de visitação.
Museu Forte Defensor Perpétuo
Localizado no Pontal, próximo ao Centro Histórico, é o único Forte que ainda existe em Paraty. É possível chegar nele através de uma trilha super agradável, e no alto, consegue-se uma belíssima vista de Paraty e sua Baía. Funciona de terça a domingo, das 9h às 12h e depois das 13h às 17h. Não tem taxa de visitação.
Praias e escunas
Não sou muito fã de praias no geral, mas as de Paraty me deixaram surpreso. Bem conservadas e extremamente limpas, vão te encantar desde a primeira vista.
Cais de Paraty
É aqui que você escolhe e embarca para os passeios de escuna. Tem muitas opções, por isso é importante pesquisar todas antes de fazer sua escolha. Pechinchar e pedir um desconto também é uma ótima opção, principalmente se você estiver em grupo ou próximo ao horário de partida, que geralmente é por volta das 11h. Fui na escuna da Maninha, em setembro de 2018, e paguei R$ 50 para duas pessoas, em um domingo.
Cais de Paraty. Imagem: Beco Literário
Praia do Pontal
Uma das praias mais movimentadas da cidade, por estar praticamente ao lado do Centro Histórico. Tem um calçadão, bares, quiosques… É parada certa. Não é muito bom para entrar na água, mas é ótima para relaxar após o passeio de escuna. É também próxima ao Forte Defensor Perpétuo.
Praia de São Gonçalo
Localizada entre Paraty e Ubatuba, na rodovia Rio-Santos. Muito tranquila, limpa e perfeita para se passar o dia, no entanto, é um pouco longe do Centro Histórico e com acesso complicado sem carro. Há algumas linhas de ônibus específicas para o local e você também pode tentar a sorte pedindo um Uber. Para chegar à praia, é preciso atravessar um pequeno riacho. Se a maré estiver alta, a água chega à altura da cintura, senão fica à altura da canela. Mas alguns moradores oferecem a opção de travessia por canoa, cobrando um pequeno valor.
Ilha da Bexiga
A primeira parada do passeio de escuna. Seu nome vem do século XX (20), quando as vítimas de varíola (chamadas de “bexigas” na época) eram ali mantidas em quarentena. Hoje em dia, sedia o projeto Escola do Mar, do navegador Amyr Klink, que forma crianças carentes da região em velejadores. Por ser uma propriedade privada, não podemos desembarcar na ilha, mas se der sorte, vai poder ver a Paratii 2, embarcação de alumínio com mais de 28m de comprimento de Klink.
Praia de Jurumirim
Também de propriedade de Amyr Klink, foi a segunda parada da escuna, e nessa podemos desembarcar apenas em um pequeno pedaço da orla, já que além desta, tem uma mata densa e algumas ruínas, interditadas por uma cerca. Com águas extremamente limpas, foi dali que o navegador partiu para sua viagem à Antártica.
Praia Vermelha
Essa praia é LINDA! Tem uma vegetação fechada que impressiona tanto quanto suas areias vermelhas. Também foi uma das paradas da escuna, e oferece alguns bares com mesas e cadeiras à beira-mar. De um lado, há a infraestrutura e do outro, apenas natureza. Ideal para ver estrelas do mar e caranguejos. O acesso acontece apenas de barco, mas vale muito a pena.
Lagoa Azul e Ilha do Mantimento
Não é exatamente uma praia, mas é um ponto de parada bem popular entre as escunas de Paraty. O local, cercado por rochas e mata verde, é uma grande piscina natural, repleta de vida marinha. Podemos alimentar os peixes e vê-los bem próximos da superfície. Ainda é possível mergulhar e se der sorte, ver um mico leão-dourado na mata acenando para você.
Ilha do Mantimento, vista da escuna / Foto: Beco Literário
Para comer e beber bem
Conhecida por suas cachaçarias enormes, Paraty também oferece ótimas opções para quem não abre mão de uma boa comida (como eu).
Bar e Tabacaria Cana da Praça
Localizado bem ao lado da Igreja da Matriz, o Cana da Praça é passagem obrigatória se você gosta de uma boa caipirinha de cachaça. Com sua promoção de dois copos por R$ 15, você ainda consegue dividir com alguém, porque é bem forte, mas igualmente deliciosa.
Paraty 33
Esse é para você que não abre mão de uma boa balada durante a noite. Com música ao vivo, o Paraty 33 tem atrações para os mais variados públicos, dependendo do dia. Também é um restaurante, então há a garantia de se comer e beber bem.
Praça da Matriz. Imagem: Beco Literário
Pizzaria Manjerona
Localizada próxima ao Centro Histórico (dá pra ir a pé), a Pizzaria Manjerona tem um cardápio bem variado com pizzas acessíveis que servem até quatro pessoas tranquilamente. Vale a pena dar uma passada se você quer uma noite mais tranquila em Paraty.
Restaurante do Ditinho
Sediado na orla da Praia do Pontal, o Restaurante do Ditinho é uma boa pedida se você quer ficar sentado à beira-mar curtindo a vista enquanto come uma boa comida. Possui opções acessíveis em pratos individuais ou conjuntos.
Dicas extras para você ter uma experiência completa em Paraty
Para você ter uma experiência completa em Paraty, ainda há algumas dicas que você não pode deixar de seguir e que para mim, são de lei.
Flip – Festa Literária Internacional de Paraty
A Flip acontece anualmente em Paraty e é um dos maiores eventos culturais do Brasil. As casas do Centro Histórico se transformam em casas temáticas de editoras, autores e projetos literários e você fica louco querendo ir em todas. É uma época bastante movimentada em Paraty, por isso, é aconselhável se planejar bem antes. Também é possível encontrar várias pessoas famosas andando nas ruas, bem ao seu lado.
Paraty durante a Flip 2019
Imagens: Beco Literário
Caipifruta
Não importa a época do ano, não deixe de experimentar a tradicional Caipifruta de Paraty, que geralmente é vendida em bancas nas ruas, durante a noite. Você escolhe a fruta, a bebida e a mágica acontece. O valor é um pouco elevado, R$ 15 por um copo de 500 mL, mas o sabor vale cada centavo.
Gabriela e Jorge Amado
Antes de ir embora, visite uma cachaçaria e leve sua garrafa de Gabriela Cravo e Canela pra casa. A cachaça Paraitiana é símbolo da cidade e rende drinks ótimos, como o Jorge Amado, cuja receita você provavelmente receberá em um papelzinho junto com a sua garrafa.
Para quem gosta de apreciar cachaças, Paraty tem uma grande variedade. Imagem: Beco Literário
PARA ENTENDER:
– LGBT-Friendly: Termo usado para se referir a lugares ou instituições que criam um ambiente agradável para pessoas LGBTQ+.