Previsto no plano preliminar, o modelo de ocupação de Curitiba foi elaborado pelo arquiteto Jorge Wilheim em 1965 e desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Implantada pelo arquiteto Jaime Lerner a partir da década de 1970, toda a malha urbana da cidade, poderá ser vista por meio de plotagens que cobrem todo o chão da sala de vidro do vão livre do Museu Oscar Niemeyer, a partir de 22 de fevereiro. A exposição Baggio Schiavon 40 + 40 levará o expectador à uma imersão na cidade dentro um cenário totalmente digital e interativo.
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A preocupação e o cuidado com o pedestre, a preservação do patrimônio histórico, conduzir o adensamento na malha urbana das cidades existentes integrando as funções de moradia e trabalho e lazer com o sistema viário e o transporte coletivo, sempre pautaram os projetos a serem implementados na cidade como explica Flávio Schiavon, sócio do escritório Baggio & Schiavon que assina mais de mil edifícios curitibanos, quarenta dos quais compõem a mostra. “Hoje, após termos alcançado a marca de 1.000 obras — outras tantas não se concretizaram –, sentimo-nos realizados: nossas obras compõem a paisagem de muitas regiões de nossa cidade, projetadas em harmonia às suas premissas urbanísticas e apostando na sua capacidade de revitalizar vizinhanças.” Baggio & Schiavon acompanhou a verticalização da cidade e a consolidação de Curitiba como metrópole de um Estado economicamente importante.
Com projeto de Consuelo Cornelsen, a exposição traduz anos de trabalho e, mais que isso, o cuidado com uma cidade que é exemplo de que é possível, com um urbanismo pensado, oferecer bem-estar e, consequentemente, melhor qualidade de vida a seus moradores. Em suas palavras: “nos últimos 40 anos a forte presença na paisagem curitibana dos projetos dos arquitetos Manuel Baggio e do Flávio Schiavon, nos levaram a esta exposição, ao perceber que desde 1981 eles trabalham para descobrir o que é arquitetura e urbanismo, e de que modo estas duas disciplinas podem contribuir para a vida cotidiana do cidadão em sua cidade.”
Distribuídos nos 700m², um dos destaques é a linha do tempo que retrata o crescimento da cidade desde 1965, a partir do projeto de Jorge Wilheim, até os dias atuais. Além disso, haverá doze totens de LED com cinco faces cada nos quais se reproduzirão os edifícios mais emblemáticos da capital paranaense. Imersão. Essa é a palavra que resume toda a experiência. A intenção é correlacionar a produção arquitetônica da Baggio & Schiavon, e projetos de outros arquitetos como Luiz Forte Netto, José Sanchotene, entre tantos outros, ao planejamento e desenvolvimento urbano de Curitiba, focando em obras que dialogam permanentemente com a cidade, seja pela fruição que oferecem, seja pela construção de uma paisagem contemporânea e humana. Os totens trarão animações com efeitos de construção e desconstrução sincronizadas pela trilha sonora Souvenir of China de Jean Michel Jarre. O objetivo da composição de áudio é transmitir a sensação de espacialidade sonora através das caixas de som dispostas no ambiente dentro dos totens.