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Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Creed – Nascido para lutar (2015)

Creed: Nascido para lutar pode ser visto como a continuação de Rocky com um ator mais novo. Assim como vimos acontecer em Karatê Kid com Jack Chan, vemos mais um herói virar o mentor do próximo que continuará a franquia. Em Creed, Rocky Balboa é procurado pelo filho de Apollo Creed, um antigo campeão mundial de boxe já morto, para que seja seu treinador e o ajude a seguir os passos do pai.

Adonis Johnson escolhe não carregar o sobrenome do pai para que não seja comparado com ele, mas seu maior desafio não será nos ringues, mas sim, em provar para Rocky que ele tem a determinação e paixão necessárias para ser um verdadeiro lutador. Paralelo com isso, temos a luta do próprio Rocky que foi diagnosticado com câncer e escolhe não fazer o tratamento.

Como o sétimo filme da série Rocky, Creed não deve em nada nas cenas de treinamento e superação e todo aquele drama característico do estilo “não é o quanto você bate, mas o quanto você aguenta apanhar e permanecer de pé”. Aos poucos, Rocky e Adonis se entendem e se ajudam, levando o filme até a também característica luta final, onde culmina no clímax da história.

Para quem curte filmes sobre o mundo do boxe e, principalmente, os filmes da série Rocky, não vai se decepcionar. Porém, para quem esperava uma novidade, sinto informar de que só há mais do mesmo. O mentor com seu pupilo, tentando ensinar tudo o que aprendeu em seus anos e anos de lutador, tentando até transferir um pouco a relação que gostaria de ter tido com o próprio filho. Várias cenas de desentendimentos que terminam em aprendizado e pérolas de sabedoria que só o Rocky tem. Muito sangue e suor em pró da vitória no dia da grande luta, da qual depende a carreira de Adonis.

Michael B. Jordam e Sylvester Stallone estão excelentes como sempre, a trilha sonora é vibrante e inspiradora e vemos algumas cenas que homenageiam os outros filmes da franquia, como a tradicional corrida da escadaria, já que o filme também se passa na tradicional cidade da Filadélfia, mas, claro, vemos um Rocky debilitado e cansado que, depois de tanto lutar e amparar, agora precisa ser amparado. Eles desenvolvem uma relação quase de pai e filho e, apesar do final clichê e já esperado, a emoção é inevitável.

Creed: Nascido para lutar chegou aos cinemas em 2015 e teve sua continuação em Creed II em 2018, dando continuidade a lendária série Rocky que iniciou em 1976.

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica de Cinema: Pantera Negra (2018)

Uma década inteira se passou desde a estreia de Homem de Ferro (2008), que deu início ao Universo Cinematográfico Marvel – hoje, a maior franquia cinematográfica da história. E, para começar esse ano especial em grande estilo, chega aos cinemas Pantera Negra (Black Panther, 2018).

A história segue os eventos narrados em Capitão América: Guerra Civil (2016). Após perder seu pai num atentado, T’Challa (Chadwick Boseman) retorna ao reino de Wakanda para assumir seu posto como rei. E como primeiro desafio do seu reinado, o Pantera Negra precisa combater uma ameaça que pode comprometer o futuro da sua nação e do mundo.

Divulgação/Marvel Studios

O filme dirigido por Ryan Coogler (Creed: Nascido Para Lutar, 2015) se destaca entre as produções do gênero em muitos aspectos. É a primeira superprodução escrita, dirigida e estrelada por uma equipe formada predominantemente por negros. É também uma das mais maduras e responsáveis. Sem abrir mão do escapismo e de todos os ingredientes que um filme de herói precisa ter, Pantera Negra consegue abordar temas relevantes. O roteiro faz uma crítica interessante e genuína ao momento político e social que estamos vivendo mundialmente.

A história de Wakanda é contada de maneira verossímil e bem detalhada. Uma nação africana, próspera e muito evoluída tecnologicamente, graças ao vibranium abundante em suas terras.  Sua política é isolacionista, escondendo do resto do mundo seus recursos e deixando que acreditem ser apenas um país subdesenvolvido.

O filme desenvolve muito bem os seus personagens, e o elenco é impecável. O T’Challa de Chadwick Boseman é um herói carismático, que entende sua responsabilidade como líder de uma nação, mas que não é livre de medos e incertezas. Em contrapartida, o antagonista Erik Killmonger, interpretado por Michael B. Jordan, traz consigo uma motivação autêntica e um discurso social realista e poderoso, entregando o melhor vilão da Marvel até o momento.

Divulgação/Marvel Studios

Divulgação/Marvel Studios

O elenco feminino é outro ponto forte em Pantera Negra. Okoye (Danai Gurira) é a personificação da força, da lealdade. A princesa Shuri (Letitia Wright) representa a inteligência, dando todo o suporte tecnológico ao irmão T’Challa. Naki (Lupita Nyong’o) transmite generosidade, demonstrando preocupação com os mais carentes. Mesmo estando sob comando do rei de Wakanda, a relação é sempre de respeito e nunca de submissão. E na hora que o bicho pega é que elas mostram realmente o significado de girl power.

A construção de Wakanda impressiona. Figurinos, cenários, maquiagem, adereços e a belíssima trilha sonora celebram a cultura africana com louvor. Há espaço aqui para observar uma nação que, mesmo fictícia, tem sua sociedade, suas tradições, sua crença e seus valores. Tudo muito bem delineado. Pantera Negra faz por Wakanda em apenas um filme o que Thor não conseguiu fazer por Asgard em três.

Abordando política, igualdade de gênero e opressão, entre outros temas, Pantera Negra comprova que é possível fazer um filme de herói ser divertido e relevante ao mesmo tempo.