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Vendas e lançamentos de livros cresce no Brasil em 2021
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Vendas e lançamentos de livros cresce no Brasil em 2021

A pandemia impactou diversos setores da economia, e o mercado editorial foi um dos nichos mais atingidos pela crise, mas, mesmo assim, o setor se mostrou resiliente e apresentou crescimento positivo. De janeiro a junho de 2020, por exemplo, as vendas chegaram a R$ 729 milhões, enquanto, neste ano, atingiram R$ 998,5 milhões.

“Todo o projeto de lançar o livro foi afetado de alguma maneira pela pandemia – desde o processo criativo da escrita, até o momento de vender e divulgar uma obra”, conta Uranio Bonoldi, que também faz parte desse cenário: o autor lançou em dezembro, o livro “A Contrapartida – Livro 2: O Contra-ataque”, segundo volume da série. “Após a primeira publicação alcançar o ranking dos mais vendidos da Amazon, o segundo se mostrou um desafio bastante diferente, – tive que me adaptar às mudanças de comportamento e aos novos hábitos dos leitores”.

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Apesar de o segmento ter sentido o choque da pandemia, muitos brasileiros retomaram o hábito de leitura o que indica os bons números apresentados ao longo do ano. “Como autor, preciso estar inteirado em relação às tendências do mercado para conseguir alcançar meus objetivos. Da mesma forma que em muitos outros segmentos, foi possível observar um aumento significativo nas vendas online, além disso, as pequenas livrarias de bairro ganharam espaço pelo atendimento personalizado que oferecem ao consumidor”, pontua Uranio.

Perspectivas de vendas para 2022

No próximo ano é esperada uma retomada mais expressiva do setor, com crescimento das vendas, já que várias editoras pretendem lançar mais títulos, assim como existem boas chances das feiras e eventos literários presenciais serem retomados. “As pessoas estão buscando melhorar sua habilidade de escrita e participar de atividades culturais. Não nos esqueçamos de que voltaremos a ter a Bienal do Livro em São Paulo que será em julho. Também, as diversas opções de consumo de livro como o Kindle ou audiobook estimulam novos e antigos leitores a consumirem este conteúdo”, finaliza o autor.

Livrarias lançam a campanha #VemPraLivraria
Atualizações

Livreiros criam o Movimento #VemPraLivraria para resgatar público perdido

A Associação Nacional de Livrarias (ANL), junto das livrarias Leitura, Cultura, da Vila, Curitiba e Saraiva se uniram e criaram o Movimento #VemPraLivraria. O objetivo é trazer para os estabelecimentos os clientes que deixaram de frequentar os ambientes e se focaram apenas em realizar a compra de livros no ambiente online.

Através da hashtag, o público fica convidado a contar suas histórias favoritas e os seus cantos favoritos para poder ler. Além disso, serão instalados painéis nas livrarias parceiras, onde o público leitor irá poder declarar o seu amor pelos seus autores favoritos.

Crise no mercado

Existentes em muitos shoppings e grandes centros comerciais, as livrarias Cultura e Saraiva enfrentam um momento crítico em suas respectivas histórias. A primeira, após assumir as operações da Fnac no Brasil em 2017, não teve outra opção além de fechar todas as unidades da empresa recém adquirida e entrou com pedido de recuperação de judicial, com uma dívida de R$ 285 milhões. Já a centenária Saraiva, com uma dívida estimada em R$675 milhões, recorreu ao pedido judicial justamente no dia de realização da Black Friday, dia em que o comércio brasileiro costuma atrair inúmeros consumidores em busca de descontos e promoções.

Na realização da 25ª Edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, o público estranhou a falta do estande da Saraiva, que costumava ser o maior espaço do evento. A livraria, já em crise, não estava pagando naquele momento, as editoras pelos livros vendidos. Tal fato foi exposto no evento, em um painel que o público podia colar “post-its” e diversos deles explanavam o acontecido.

Preço online x offline

Um dos principais motivos apontados por leitores que deixaram de frequentar as livrarias está a discrepância nos valores online versus valores na prateleira. Leitora assídua, a jornalista Beatriz Anderson conta que ainda visita os estabelecimentos, mas raramente sai com algo nas mãos: “Gosto de ir para ver o que está em destaque e buscar novos títulos. Mas apenas anoto, muitas vezes mentalmente, os que me chamam a atenção e compro online, pois o preço às vezes é 75% menor. Já aconteceu de fazer a compra online pelo celular enquanto estava na livraria”, conta.

Para evitar tais acontecidos, a Livraria Cultura já abatia essa diferença de valores diretamente nos caixas; ao mostrar o título e o valor ofertado no site, a empresa ofertava um desconto para que o cliente saísse da loja com o livro desejado em mãos. A Saraiva passou a trabalhar dessa mesma forma na última semana, ao menos nas duas unidades visitadas: Shopping Pátio Paulista e CenterVale Shopping.

 

Apesar das crises no varejo, o mercado de livros fechou o primeiro semestre de 2018 com 9,97% de alta no faturamento em comparação ao ano anterior. O volume de vendas registrou um aumento de 5,24%, segundo dados Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Tais números só representam que o mercado consumidor existe e está em crescimento – é necessário se reinventar para conquistar tais compradores.

Por fim, um movimento interessante que deve ser observado é a aproximação do leitor com as editoras de seus livros favoritos. Além de estarem criando um relacionamento online, por meio de interações em lives, promoções e afins, é cada vez mais comum essas editoras realizarem a venda diretamente aos leitores, com preços mais competitivos que os ofertados por lojas de comércio online.