Tags

mcu

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Vingadores: Ultimato (2019) COM SPOILERS

Finalmente, eu fui assistir o tão esperado, o tão desejado, o tão aguardado Vingadores: Ultimato! Porém, ao invés de fazer uma crítica como todas as outras, eu decidi comentar realmente o filme, então, esta crítica tem spoilers. Portanto, se você ainda não assistiu o filme e não quer saber de nenhum spoiler, fique longe! Depois, não diga que eu não avisei.

[SPOILER ALERT] Você foi avisado.

Vingadores: Ultimato chegou aos cinemas do Brasil dia 25/04. O filme já bateu recordes de bilheteria logo na pré-venda, com milhares de salas lotadas por todo o país e filas gigantescas para quem estava à procura dos últimos ingressos. São nada mais, nada menos do que 1,2 bilhões de dólares em seu final de semana de estreia. Fora isso, o filme já chegou quebrando vários recordes cinematográficos, entre eles: maior pré-venda da história, trailer mais visto do Youtube, maior lançamento no Brasil e maior bilheteria em um dia nos EUA. Mas a lista segue e, até o momento, foram o total de 16 recordes quebrados.

Já era esperado que esse seria o maior lançamento de todos os tempos, afinal, foram 10 anos e um total de 22 filmes para chegarmos a esse momento. Com mais de três horas de duração, Vingadores: Ultimato não intimidou o público. Eu conheço um blogueiro que, só entre a pré-estreia e o domingo, foi assistir o filme quatro vezes. Recomendo que você assista, pelo menos, duas vezes, pois, na primeira, ficamos emocionados demais para prestar atenção em todos os detalhes. Mas, para quem já assistiu e quer esquematizar melhor todos os acontecimentos, ou, para quem ainda não assistiu e gosta de saber de tudo antes, eu montei uma listinha com tudo que se deve saber sobre Vingadores: Ultimato.

Relembrando, o filme é a continuação do Guerra Infinita, quando Thanos consegue, finalmente, realizar o feito da sua vida e extermina metade da população viva do Universo. Detalhe: os animais também entram nessa conta. Em Vingadores: Ultimato, vamos ter um grupo de Vingadores consideravelmente pequeno, já que uma parte foi exterminada na conta dos 50%, e, a outra metade, está extremamente desmotivada e sem rumo, já que não há mais nada o que fazer além de viver com a derrota e a perda. Só isso já dá um ar mais sombrio para o filme, mesmo com algumas cenas cômicas para manter o padrão Marvel de ser. Talvez seja também a sensação de despedida, mas a vontade de chorar permanece do início ao fim.

[SPOILER ALERT] Essa é a sua última chance de voltar atrás sem maiores estragos. Continue por sua conta e risco.

Agora, vamos à listinha:

Família do Gavião Arqueiro

Vingadores: Ultimato começa com uma cena que podemos considerar como continuação do Vingadores: Guerra Infinita. Clint, o Gavião Arqueiro, está na fazenda com sua família no que parece ser um churrasco de domingo, quando, do nada, todos desaparecem, menos ele. Vemos as características partículas cinzas voando pelo ar e um Gavião totalmente perdido e desorientado, já que ele estava em prisão domiciliar e não sabia de nada do que estava acontecendo. Aí que vemos a importância da revelação da família de Clint em Vingadores: Era de Ultron, coisa que, até então, não foi visto com muita importância, mas serviu para criar uma das cenas mais emocionantes do MCU. Considerando que já levamos esse soco nos primeiros minutos de filme, fica claro que o que ainda está por vir não vai ser nada fácil.

Capitã Marvel

Eu li muitas críticas falando sobre a “pequena” participação da Capitã Marvel diante do tamanho da propaganda. Até cheguei a concordar, mas, quando paramos para refletir, entendemos que o foco não era ela. Seria extremamente injusto dar toda glória para alguém que chegou aos 45 minutos do segundo tempo. Foi preciso contê-la para que o foco fosse dado a quem já estava ali desde o início e eu falarei mais para a frente sobre isso. Carol Danvers salvou o Homem de Ferro de uma morte lenta e dolorosa por falta de comida e oxigênio vagando naquela nave sem rumo, e isso já é algo muito importante, pois, sem o Homem de Ferro, sem final feliz. Já dizia o Dr. Estranho: “Tony, era o único jeito.”

Morte do Thanos

Sim, o Thanos morre. Sua cabeça é gloriosamente cortada pelo Rompe Tormentas de Thor, mas isso não resolve o problema. As joias do infinito viraram pó e foram devolvidas ao Cosmos, e a única coisa encontrada naquela fazenda é um titã velho e doente, totalmente sem propósito, agora que o seu destino fora cumprido e sua filha estava morta. O problema é que, junto com ele, morre também toda a esperança dos Vingadores. Já que, sem as joias, sem jeito de desfazer tudo. Vendo o Thanos daquele jeito, quase conseguimos ver um pouco de humanidade nele. Quase.

Desesperança

Cinco anos se passam desde que a cabeça do Thanos rolou pelo chão de sua cabana suja. Capitão América se dedica a um grupo de apoio para pessoas que perderam alguém na tragédia. Tony Stark resolve viver uma vida normal e constitui família com a Pepper em uma casinha simples no interior, onde cria a sua filha, Morgan. Alguns Vingadores se dividem pelo mundo para ajudar os países a superar a crise, Capitã Marvel vai ajudar outros planetas a superar a crise (fica nítida a diferença, né?), Viúva Negra fica coordenando tudo do antigo QG dos Vingadores, Bruce Benner some e Gavião Arqueiro enlouquece. Nada muito glorioso, mas é compreensível.

Ao perder sua família, Clint resolve limpar o mundo de todos os bandidos que sobreviveram, ocupando o lugar de pessoas inocentes que mereciam viver. Ele incorpora realmente o título “Vingador” e se torna meio que o Batman da Marvel. Já o Thor… Bem, o Thor merece um tópico a parte.

Thor

O grande deus dos trovões, vivo há milhares de anos, aquele digno da magia do Mjolnir e portador do Rompe Tormentas, virou o alívio cômico do filme. Sim, você não leu errado. Depois que o Homem Formiga sai do universo quântico graças a um rato (longa história… Na verdade, não é. Um rato aperta um botão na van que salva o Homem Formiga, simples assim), ele procura os Vingadores com uma ideia de viagem no tempo através do universo quântico. Assim, eles vão atrás do Stark que nega ajuda, depois atrás do Hulk que virou o professor Hulk depois de conseguir juntar sua personalidade com a do grandão verde, e, finalmente, eles vão atrás do Thor.

Thor está vivendo em Nova Asgard, onde reside o que restou de seu povo, trancado em uma casa com dois amiguinhos que conheceu lá no Ragnarok, jogando vídeo-game e se enchendo de cerveja (aquela pança que o diga). Depois da reação de riso inicial, paramos para pensar em por que o Thor ficou desse jeito. Ah, mas ele perdeu o pai, a mãe, o irmão, o reino e, depois de todo aquele sacrifício para fazer o Rompe Tormentas, acertou o Thanos no lugar errado. Porém, eu esperava encontrar o Thor de outra forma. Não sei vocês, mas eu não consigo aceitar que um deus nórdico tão poderoso vai acabar preso em uma cabana brigando com meninos de 13 anos em uma call de um jogo qualquer, enquanto usa uma calça de pijama de flanela.

Achei que ele ficaria mais como o Clint ou que enlouqueceria atrás das joias do infinito, não aceitando a derrota. Não que viraria um barbudo barrigudo e bêbado sem nenhuma credibilidade e condição de fazer nada. Que só aceitou ajudar em troca de mais cerveja e que ameaça cair no choro cada vez que houve o nome do Thanos. Ou sobre a sua mãe. Ou sobre a Jane. Ou sobre qualquer coisa. Mas essa é só a minha opinião.

Capitão América

Finalmente, ele se tornou digno! Ao voltar no tempo para buscar a joia do poder que estava em forma líquida dentro da Jane, assim como vimos em Thor: Mundo Sombrio, Thor traz de volta o Mjolnir, que se mostra de extrema utilidade quando o Capitão América o impulsiona e salva o dia. Bom, não todo o dia, mas salva a vida do Thor. Olha que irônico. A partir daí, os dois revezam as duas armas na grande luta contra o Thanos.

Minha teoria é que o Capitão América só se tornou digno agora porque ele entendeu que não é um soldado, mas sim, um herói, e, diante de tudo o que ele passou, conseguiu evoluir e cumprir a sua verdadeira missão: usar o seu poder para ajudar as pessoas e salvar o mundo, não só obedecer ordens de pessoas que, na maioria das vezes, não se mostraram estar tanto do lado bom.

Aliás, só eu sabia que ele não ia voltar? Assim que o Capitão América pegou as joias para devolver cada uma para o seu tempo depois que tudo já estava ganho e resolvido, eu sabia que ele não voltaria. Foi um final digno para um herói arrancado de seu tempo e do amor da sua vida, voltar e viver a vida tão desejada ao lado da Peggy. Eu queria ter visto mais sobre a vida dele, se teve filhos, se ajudou na criação da Shield. Mas não tem como negar que ver o Steve Rogers velhinho depois de uma vida plena e feliz, e ainda mais entregando o escudo para o Sam continuar o seu legado, foi uma das coisas mais emocionantes que vimos nesses 10 anos.

Homem de Ferro

Muito especulou-se sobre quem morreria, mas já era esperado que o Homem de Ferro sairia da franquia, já que Robert Downey Jr. declarou que não iria mais interpretar o herói no cinema após o final dos Vingadores. Porém, seu final foi muito além do que era esperado. Um final digno para um grande herói que, em seus erros, só queria ajudar e proteger as pessoas. Os dois maiores vingadores tinham que terminar a saga com chave de ouro. Um vivendo a vida que lhe fora roubada, e o outro, dando a vida para salvar a de todos os outros.

“Eu sou o Homem de Ferro”, frase que começou e terminou sua jornada, ao criar sua própria manopla e eliminar Thanos e seu exército, salvando a todos e garantindo que ninguém mais seria exterminado novamente. O velório do Tony Stark foi uma viagem no tempo, uma retrospectiva por esses 10 anos e 22 filmes que marcaram uma geração. Não teria uma partida mais digna e mais heroica que aquela.

É difícil achar uma cena no filme que não mereça ser mencionada, comentada e ovacionada. A guerra final com todos os Vingadores nos faz querer gritar o grito de guerra de Wakanda. Vê-los explicando como o filme “De volta para o futuro” é só uma ficção nos coloca em um looping onde um filme de ficção zomba de outro filme de ficção como se este fosse a realidade e o outro, só uma história.

Eu ainda não entendi muito bem essa coisa da viagem no tempo, mas seria algo parecido como o Flash Point? Você sempre vai voltar para uma realidade alternativa. Ou seria algo mais como você não pode realmente mudar o que aconteceu, cada coisa está acontecendo em uma linha temporal distinta? Enfim, são só detalhes. Também não entendi por que as memórias da Nebulosa do futuro foram parar na cabeça da Nebulosa do passado, o que fez Thanos descobrir todo o plano, ir para o futuro e quase estragar tudo. Também ficou aquela dúvida se o Loki realmente sumiu ao pegar o Tesseract naquela missão fracassada do Homem de Ferro e do Homem Formiga, e se isso vai interferir em algo no futuro. Fica aí uma coisa para se pensar.

Momentos que eu chorei: morte da família do Clint logo no começo, morte da Viúva Negra, todos os Vingadores aparecendo para lutar contra o Thanos através de portais criados pelo Dr. Estranho, exército de Wakanda bradando seu grito de guerra, Homem de Ferro reencontrando o Homem Aranha e o velório do Tony Stark.

É impossível contar toda a história e comentar tudo, pois, além de ser um filme de três horas (coisa, aliás, que a gente nem sente), Vingadores: Ultimato reúne todos os finais de todos os pontos abertos até agora. Portanto, não se culpe ao não perceber tudo logo de primeira. Assista de novo, de novo e de novo. É um filme que vale a pena ser saboreado e degustado aos poucos. Cada referência, cada piada, cada volta ao passado que reviveu cenas épicas dos filmes anteriores merece nossa total atenção. Me pergunto se há algum motivo especial de a Viúva Negra ter sido a escolhida para morrer em troca da joia da alma. Não desmerecendo a personagem, mas foi algo totalmente inesperado.

Viu como há muitas coisas para se pensar? Vingadores: Ultimato segue em cartaz e, pelo o que tudo indica, continuará firme e forte por um bom tempo. Ah, e rompendo a tradição MCU, não tem cenas pós-crédito, o que denota que é mesmo o fim. 🙁

Atualizações, Filmes

Confira a ordem de filmes do Universo Marvel e se prepare para Vingadores: Ultimato

Já estamos na semana de estreia do filme Vingadores: Ultimato, que fechará mais um ciclo do Universo Cinematográfico Marvel. Iniciada em 2008 com Homem de Ferro, a saga conta com 22 filmes, todos sabiamente conectados.

Porém, para um melhor entendimento de todo este Universo Marvel, o correto não é assistir aos filmes pela ordem de lançamento. Abaixo, confira a ordem ATUALIZADA dos filmes para assistir – lembrando que nem todos estão disponíveis em plataforma de streaming, por enquanto:

 

1º – Capitão América (2008)

2º – Capitã Marvel (2019)

3º – Homem de Ferro (2008)

4º – Homem de Ferro (2010)

5º – O Incrível Hulk (2008)

6º – Thor (2011)

7º – Os Vingadores (2012)

8º – Homem de Ferro 3 (2013)

9º – Thor: O Mundo Sombrio (2013)

10º – Capitão América: O Soldado Invernal (2014)

11º – Guardiões da Galáxia (2014)

12º – Guardiões da Galáxia: Volume 2 (2017)

13º – Vingadores: a Era de Ultron (2014)

14º – Homem Formiga (2015)

15º – Capitão América: Guerra Civil (2016)

16º – Homem Aranha: De Volta Ao Lar (2017)

17º – Doutor Estranho (2016)

18º – Pantera Negra (2018)

19º – Thor: Ragnarok (2017)

20º – Vingadores: Guerra Infinita

21º – Homem Formiga e a Vespa (2018)

22º – Vingadores: Ultimato (2019)

 

Enquanto a plataforma de streaming da Disney não chega ao Brasil, infelizmente, os títulos do Universo Marvel estão distribuídos em diferentes plataformas de streaming, como Telecine Play, Now, Vivo Play e uma boa parte deles na Netflix. A empreitada para se colocar em dia com os filmes dura em média 60 horas. Importante reforçar que as cenas pós-créditos costumam trazer importantes informações adicionais, e foi pensando nas pessoas que sempre se esquecem dela que a própria Marvel divulgou em seu twitter um thread com todos as cenas que devem ser assistidas antes de Vingadores: Ultimato:

 

E aí, preparado?

 

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Capitã Marvel (2019)

Capitã Marvel chegou aos cinemas mundiais dia 07 deste mês e nós precisamos falar sobre isso. Com 152 milhões de dólares de orçamento, o filme já lucrou os impressionantes US$ 825 milhões ao redor do mundo, o que o faz quebrar o recorde da Mulher Maravilha, com US$ 821 milhões. Com esse número, o filme garantiu a 11ª melhor bilheteria entre os 21 filmes lançados pelo Universo Cinematográfico Marvel (MCU) –  deixando para trás produções como Homem-Formiga e a Vespa (623 milhões), Homem de Ferro 2 (624 milhões), Thor: O Mundo Sombrio (645 milhões) e Capitão América 2: O Soldado Invernal (714 milhões). Além disso tudo, Capitã Marvel foi a maior estreia da história de um filme protagonizado por uma mulher e a sexta melhor estreia de um filme de qualquer gênero em todos os tempos.

O primeiro filme do MCU protagonizado por uma mulher conta a história da piloto da aeronáutica americana Carol Danvers que, após a explosão de um motor alienígena, é contaminada com radiação e levada pelos Kree para o planeta deles. Lá, ela se torna uma guerreira Kree treinada e super forte e luta junto com seu esquadrão para manter a paz no universo. O detalhe é que Carol perdeu a memória durante a explosão, não lembra de onde veio nem nada sobre sua vida antes de chegar em Hala, e tudo o que sabe é o que os Kree a contaram. De acordo com eles, há uma raça chamada de Skrull que atua como uma praga no universo destruindo os planetas, e é obrigação dos Kree, como guerreiros heróis, detê-los e garantir a paz. No meio de uma missão que dá errado, Carol, que é chamada em sua nova vida de Vers, se separa do seu esquadrão e acaba na Terra rastreando um Skrull. Assim, ela encontra Nick Fury que, até este momento, não acreditava em extraterrestres e nem passava por sua cabeça que haveria seres superpoderosos por aí que um dia se denominariam “Vingadores”.

Visto como um filme de introdução da Capitã Marvel somente para que haja sentido no seu aparecimento em Vingadores: Ultimato, Capitã Marvel nos conta mais do que era esperado e esclarece várias questões que concordo não serem tão significativas, mas quem nunca quis saber como que o Fury perdeu o olho? Ou como o Tesseract veio parar na Terra? Ou ainda como nasceu a Iniciativa Vingadores? Podemos dizer que Carol Danvers é a “mãe” dos Vingadores, pois, sem ela, o agente Fury não teria descoberto a existência dos alienígenas, testemunhado uma guerra interestelar e visto a necessidade de que a Terra tivesse protetores a altura desse tipo de ameaça. Outra questão interessante neste filme é o nome Marvel, ou Mar-Vell. Não vou entrar em detalhes, pois a graça do filme está em identificar essas referências e ir respondendo as pequenas perguntas que ficaram soltas durante todos esses anos de MCU. Mas alerto sobre uma coisa: fiquem de olho no gato, ele não é o que parece ser!

Desde os quadrinhos do Capitão Marvel lá pelos anos 60 que, curiosamente, era um nome de um herói da DC que virou Shazam! após uma briga judicial, essa é uma das poucas vezes que o nome é dado a uma mulher e podemos ver como uma conquista essa versão ter ganhado os cinemas e integrado o mundo dos Vingadores. Durante as especulações antes do lançamento do filme, muito foi falado sobre a manobra arriscada da Marvel de “apostar no feminismo” para “lacrar”, tanto que uma manchete da época me chamou muito a atenção: Quem lacra, não lucra. Porém, de acordo com os números surpreendentes dessas 2 semanas, não foi isso que aconteceu, não é mesmo? O que podemos ver foi uma aceitação enorme de que uma mulher pode sim ser uma heroína forte e destemida, salvar o mundo, proteger seus amigos e não precisa ter nenhum romance no meio da história. Um filme sobre uma heroína não é um filme de mulher. Ou de homem, pois, para uma mulher salvar o mundo, ela também não precisa estar super sexualizada com uma roupa nada prática, nem fazer o uso da sedução para derrotar seus inimigos. Ela pode ser mais forte, mais rápida e mais esperta que um homem e as curvas do seu corpo não tem nada a ver com isso. Outra cena para ficar de olho: “eu não preciso provar nada para ninguém” – Carol Danvers.

O saldo geral é que Capitã Marvel é um filme excelente que não deixa nada a dever aos outros filmes do MCU. A história mantém o mesmo padrão fluído e cômico, a protagonista é forte, destemida e representa muito bem os heróis Marvel, muitas perguntas são respondidas, muitas referências são feitas e, mesmo sendo um daqueles filmes independentes que só existem para introduzir o herói ao grupo, contrariou todos os pessimistas e se mostrou extremamente necessário. Não podemos esquecer também do sentimento de representatividade que sentimos em Pantera Negra, pois já estava na hora de uma protagonista guerreira e herói que representasse a nós mulheres também no Universo Marvel, e Brie Larson, a ganhadora do Oscar por Quarto de Jack, soube dar vida a essa protagonista como ninguém.

Carol ou Vers não é fofa, gentil, delicada, ingênua, nem ostenta nenhum outro estereótipo atribuído às mulheres. Tanto que podem até dizer que ela é mal humorada por manter sempre sua expressão séria e focada. Não diriam isso se fosse um homem, fica a dica. Ela é uma guerreira, que antes fora uma militar, e se comporta como tal. Ouviu durante toda a sua vida que não deveria ter os sonhos que tem, nem estar nos lugar que está por ser mulher e isso serviu de combustível para sua determinação em subir cada vez mais alto, ser cada vez mais forte e seguir cada vez mais veloz. Alguma semelhança com o Capitão América? Ninguém mais havia resistido àquele experimento, assim como não é qualquer um que aguentaria uma carga radioativa do porte que Carol aguentou, absorveria essa carga e converteria em poder.

Claro que também não posso deixar de falar sobre a linda homenagem a Stan Lee logo na abertura do filme que, ao contrário dos outros, ao invés de mostrar aquela abertura com os quadrinhos da Marvel, mostra quadros das participações de Stan Lee durante todos esses anos, terminando com um “Obrigado, Stan”. Ele também aparece no meio do filme e especulasse que também aparecerá em Homem-aranha: longe de casa.

Capitã Marvel segue o padrão MCU também com as cenas pós-crédito. São duas, uma no começo e outra bem no final, mas bem no final mesmo. Podemos comparar com a cena que quase não apareceu de Homem de Ferro 3. O filme segue em cartaz em todo o país ainda com várias salas e não dá indício de queda de popularidade, o que mostra que sua bilheteria só tende a aumentar e talvez tenhamos mais alguns recordes quebrados. Vale a pena conferir tanto pelo próprio filme que é ótimo, quanto para se preparar para Vingadores: Ultimato que chega aos cinemas dia 26 de abril. Enquanto ficamos na espera, sigamos sempre alto, forte e veloz, baby.