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Livros, Resenhas

Resenha: Não Olhe!, FML Pepper

ATENÇÃO: Não Olhe! é o volume 2 da série Não Pare! de FML Pepper, então, se você ainda não leu o livro 1, CUIDADO! Esta resenha pode conter spoilers.

Após a disputa entre os quatro clãs no meio do deserto do Saara, Nina acorda do outro lado do portal e descobre que está em Zyrk. Cuidada por Richard, sua Morte/badboy/lindo/amor, ela é levada para o clã do resgatador, Thron, um lugar sombrio, frio e escondido no meio de um vulcão adormecido. Possuir a híbrida traz o poder ao clã e, junto com ele, glória eterna a Richard, o responsável por tal proeza. Isso, de certa forma, parte o coração de Nina que acredita ter sido usada o tempo todo como uma moeda de troca pelo trono de Thron.

Após alguns probleminhas básicos no lugar que mais parece o mundo inferior, Nina é transportada para o clã de Storm, onde é entregue aos cuidados de John. Tudo parecia resolvido já que o rei de Storm era o único interessado em manter a híbrida viva. Mas, como nem tudo são flores na vida de Nina, o rei começou a ficar meio esquisito, então, se aproveitando do interesse do resgatador John por sua pessoa, Nina o convence a levá-la para Windston, o clã de seu falecido pai e que, até onde sabe, é governado por seu avô. John trai seu pai e parte em uma missão suicida pelos lugares mais perigosos de Zyrk a fim de proteger Nina e, finalmente, levá-la para um lugar seguro.

Eles até chegam em Windstom, Nina reencontra o avô e tudo parece que vai ficar bem, maaas… o clã é muito fraco em questão de exército e, assim que a notícia de que a híbrida estava com eles se espalhou, os outros três clãs vieram atrás, principalmente Thron, o mais forte de todos. É nessa hora que Richard ressurge das cinzas para salvar Nina e poupar Windston de um massacre desleal e cruel, mas as feridas ainda não cicatrizaram e a híbrida ainda acredita que seu tão amado resgatador a entregou de mão beijada para o rei de Thron em troca do trono e uma porção de ouro.

A partir daí, John (de novo) e Nina enfrentam as paisagens mais hostis de Zyrk em direção a um portal para a segunda dimensão (Terra). Fugir de volta para casa é a única chance que Nina tem de se manter viva e salvar o clã de seu avô da destruição.

Existe vida após a morte? Bom, isso depende. Depende do que você considera ‘vida’. Depende do que a morte significa em sua vida. Para mim, dependia do fato quase incompreensível de que, para me sentir viva, tudo o que eu mais desejava era estar nos braços da minha morte. Uma morte personificada na figura de um rapaz cheio de cicatrizes, fulgurantes olhos azuis-turquesa e um rosto tão perfeito e atormentado quanto suas atitudes. Uma morte que poderia me tirar a vida com um simples sopro, porém, vil e inescrupulosa, resolveu fazer isso com requintes de crueldade, reduzindo meu coração em pedaços. – Nina.

Nesse segundo volume da série, Não Olhe! se passa dentro da terceira dimensão. Conhecemos mais sobre os perigos de Zyrk, bem como seus clãs e seus habitantes. Aos poucos, Nina vai se distanciando daquela menina ingênua que achava que seu maior problema era ter uma mãe super protetora e se conscientizando mais sobre o que significa ser uma híbrida e seu papel na história de Zyrk.

Já Richard, bem… Vamos do amor ao ódio por ele. Sentimos junto com Nina a decepção, mas, ao mesmo tempo, não queremos acreditar que ele é ruim. Bem, no fundo, sabemos que ele é um zirquiniano, mas não qualquer zirquiniano, e sim, o melhor representante da espécie. O resgatador principal de Thron, aclamado pelo seu povo, um guerreiro nato capaz de tudo para conseguir o que quer não usaria a híbrida para isso? Um zirquiniano pode se apaixonar? Ou tudo não passou de um jogo?

Junto com as cenas de aventuras pelo mundo de Zyrk e seus clãs, Não Olhe! vai bem mais fundo nas emoções humanas e zirquinianas, esse povo amaldiçoado a ser a Morte de todo um mundo e incapaz de amar.

Livros, Resenhas

Resenha: “Anna e o homem das andorinhas”, Gavriel Savit

“Anna e o homem das andorinhas” se passa na Polônia atacada pelos alemães durante a 2ª Guerra Mundial, em 1939. Anna tem 7 anos quando seu pai, um professor de Linguística e dominante de várias línguas, vai a uma reunião na universidade em que lecionava e não volta mais. O que Anna não sabia é que seu pai havia sido mandado para um campo de concentração e ela nunca mais voltaria a vê-lo.

Ela é deixada sozinha em frente à porta trancada de seu apartamento pelo dono da farmácia que tinha a incumbência de cuidar dela só por algumas horas e não há nenhuma expectativa de que tudo ficará bem. Cansada de esperar e já sem muita esperança de que seu pai voltaria, Anna volta até a porta da farmácia, encontrando um misterioso homem que lembra muito seu pai por falar em várias línguas, mas uma em especial: ele fala com pássaros.

Sem nada mais a fazer, Anna resolve segui-lo, sai dos limites da cidade e, juntos, começam a caminhar pelos vales e florestas da Polônia, evitando ser encontrados. O homem das andorinhas, como Anna começa a chamá-lo, pois, segundo ele, nomes são muito perigosos em dias de guerra, cuida dela, a ensina a sobreviver e, assim, eles passam anos fugindo da crueldade dos homens.

Comparada a “Menina que roubava livros”, a obra é intensa e emocionante ao mesmo tempo, pois trata dos terrores da guerra pelos olhos de uma criança que não entende muito bem o que está acontecendo. Não fica muito claro porque o pai de Anna foi levado, então não sabemos se ela é judia. Também não fica claro porque o Homem das andorinhas foge, ele é um personagem enigmático, cheio de segredos e perguntas proibidas, como o seu nome e a sua verdadeira língua.

O que a gente percebe é um cenário muito bem definido, pois todos já conhecem os terrores que Hitler cometeu na Europa, mas os personagens não são, ou seja, poderia ser qualquer um. A Anna representa todas aquelas crianças órfãs que perderam seus pais em campos de concentração ou mortos na guerra. Imagino o Homem das andorinhas como alguém que não queria estar ali, nem fazer parte de nada disso, mas não tinha forças para lutar contra. Tudo o que eles queriam era sobreviver a tudo aquilo e, durante anos, suas vidas se restringem a isso: sobreviver acima de tudo, mesmo que isso signifique a queda de outros.

Atualizações, Cultura

Editora Novo Conceito distribui livros de graça na CCXP 2016

Um dos eventos mais esperados do ano, a Comic Con Experience 2016 começou nessa quinta-feira (01/12) e vai até domingo (04/12). Sempre em busca de novidades, o evento não para de nos surpreender e, agora, vai ter até livro de graça! A Editora Novo Conceito vai distribuir 10 mil exemplares do spin-off da série Angus, de Orlando Paes Filho, com lançamento previsto para o ano que vem.

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“Angus: Origens” revela as origens do clã de Angus MacLachlan. Na obra, o conflito entre duas religiões (a pagã, do deus Cernunnos, e o cristianismo) desencadeia uma terrível batalha entre Bretanha e Irlanda. Em meio à guerra, o rei Oengus MacLachlan e seus ancestrais enfrentarão uma invasão cruel para proteger a cristandade na Bretanha. É uma degustação que prepara o leitor para o lançamento do primeiro volume da trilogia, Angus – O primeiro Guerreiro, em março de 2017.

Para adquirir o exemplar, o visitante deverá comparecer ao estande da Novo Conceito na Comic Con. Mas é bom correr, pois a distribuição é limitada.

Editora Novo Conceito na Comic Con
Data: 01 a 04 de Dezembro
Local: São Paulo Expo
Endereço: Rod. dos Imigrantes, Km 1,5 – Água Funda – São Paulo/SP
Horários:
02/12 (Sexta-feira): das 10 às 22 horas
03/12 (Sábado): das 10 às 22 horas
04/12 (Domingo): das 10 às 20 horas

Eventos no Sábado 03/12

Horário: 13h às 16h
Autógrafos com Bibi Tatto, autor do livro “Um Mundo Novo” 

Horário: 13h às 14h30
Autógrafos com Rolandinho e Bruno Bock, autores do livro “Pipocando”.

Colunas, Livros

04 dicas para quem quer começar a escrever

Há um tempo, depois de algumas mudanças na vida, redescobri em mim a necessidade de escrever. Como a faculdade  tinha terminado e todas as possibilidades estavam em aberto, resolvi tentar me dedicar um pouco a isso, à escrita. Comecei a procurar coisas que pudessem ajudar, não só com dicas, mas também com encorajamento, e agora divido algumas delas com vocês, leitores do Beco. Talvez essas referências ajudem a dar os primeiros passos na escrita; de qualquer forma, tenho certeza de que não vão atrapalhar.

1) AntiCast

A primeira dica é o AntiCast, um site que abriga vários podcasts interessantes. O primeiro que ouvi foi o “3 páginas”, onde os participantes lêem e comentam textos enviados pelos ouvintes. Além dele, você pode encontrar no site podcasts sobre filosofia, design, análise de filmes, entrevistas, discussões quanto aos acontecimentos no mundo da política e da arte, entre outros. Conhecer a técnica é importante, mas é preciso conhecer também os conteúdos, e lá você consegue um pouco dos dois.

2) Sobre a Escrita, de Stephen King

Esse livro é curto e muito interessante. A primeira parte é uma autobiografia, uma leitura bem tranquila que mostra a trajetória que levou King a se tornar um escritor. Ver um cara com uma carreira tão consolidada passando por dificuldades similares às de muitos de nós, é aquele tapinha nas costas que todos precisamos na hora do desespero. É como se ele dissesse “cara, não existe milagre. Se você precisa escrever, escreva! E chega de drama!”. A segunda parte dá algumas dicas quanto ao processo de escrita que vão desde a gramática até a fase de venda do seu trabalho. Apesar de o livro fazer mais sentido na realidade estadunidense dos anos 2000, ainda tem MUITO a oferecer.

3) Medium

Ah, que descoberta maravilhosa foi o Medium! Ele é uma plataforma na qual você pode criar um perfil que funciona como um blog, onde publica seus textos, fotos, HQ’s, entre outros; pode também “seguir” pessoas ou publicações, que são como revistas eletrônicas – lá tem várias ótimas em português. Mas o mais interessante do Medium, para mim, é a rede que ele proporciona. Tem muita coisa, de todo o tipo: crônicas, jornalismo, poesia, ficção… Dá para trocar informação com muita gente que está ou esteve em situação parecida em relação à escrita, além de ter acesso a mais fontes de informação, para além da mídia tradicional. Façam um perfil e dêem uma olhada, acho que vão gostar!

4) BecoClub

Uma das dicas que você verá em Sobre a Escrita é a importância de ler tudo que você puder, dos clássicos às novidades. Até mesmo um livro ruim, como coloca King, pode te ensinar muito do que não fazer, afinal, quando a gente lê bastante fica mais fácil identificar um diálogo meio forçado, uma descrição exagerada ou um personagem fraco demais e, assim, não cometer tais erros. O mesmo vale para não-ficção: ainda que seu desejo seja escrever na área do jornalismo, o ritmo de escrita e as formas de abordar um tema são essenciais. Por isso indico o BecoClub. É fácil encontrar dicas quanto aos livros clássicos, e é INDISPENSÁVEL lê-los. Mas quando se trata das novidades, que são muitas, fica mais difícil escolher, e é comum que, sem saber o que ler, acabemos por não ler nada. O BecoClub te envia mensalmente um livro, marcadores, revista e brindes, dando um empurrãozinho para que você não passe nem um mês sem ler um novo livro. Mas se a grana está curta, uma forma de conhecer esses livros é ler as resenhas que postamos aqui; assim você pode ter uma noção de seus conteúdos e escolher o que mais chamar a atenção.

Como bônus, dou um último conselho, que é algo que tenho dito constantemente a mim mesma: desligue a tv! Não digo isso em relação a filmes, documentários ou boas séries. Mas sabe aquele costume de ligar a tv aleatoriamente, só para esperar o tempo passar? Esse costume consome um tempo em que poderíamos estar lendo, vendo um filme interessante, ESCREVENDO ou mesmo “curtindo” um momento de solidão, desses que podem nos fazer repensar a vida ou, pelo menos, descansar o cérebro.

É isso. Boa caminhada para nós. Se quiser trocar uma ideia, comenta aqui e procura a gente nas redes sociais!

Livros, Resenhas

Resenha: O Ano que Te Conheci, Cecelia Ahern

 Bem-vindos ao mundo imperfeito de Jasmine e Matt. Vizinhos, eles não têm o menor interesse em tornarem-se amigos e nunca haviam se falado antes. Estavam sempre ocupados demais com suas carreiras para manter qualquer tipo de contato. Jasmine, mesmo sem nunca tê-lo encontrado, tem motivos para não suportar Matt. Ambos estão em uma licença forçada do trabalho e sofrendo com seus dramas familiares. Eles precisam de ajuda. Na véspera de Ano-Novo, os olhares de Jasmine e Matt se encontram de forma inusitada pela primeira vez. Eles têm muito tempo livre e precisam rever seus conceitos para poder seguir em frente. Conforme as estações do ano passam, uma amizade improvável lentamente começa a florescer. Uma história dramática, original e divertida como só Cecelia Ahern é capaz de escrever.

Desde que li “A vez da minha vida” fiquei fã da autora Cecelia Ahern. Me identifiquei muito com sua escrita e o desenvolvimento de suas histórias. Como ela aborda temas delicados de uma forma leve, emotiva e clara. “O Ano em que te conheci” não foi diferente, é um livro sobre a descoberta e a busca pelo autoconhecimento, por verdades que as vezes estamos ocupados demais com nossas vidas, para parar e analisar.

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O livro é narrado por Jasmine Butler, uma mulher bem sucedida, “workaholic” assumida, que não tem mais tempo para nada a não ser seu trabalho e sua irmã Heather. Após a morte da sua mãe, Jasmine virou super protetora e se sente responsável pela sua irmã que tem Síndrome de Down. Ao longo do livro percebemos o carinho, a rotina e como as pessoas envolvidas lidam com isso, achei de uma sensibilidade enorme a maneira pela qual a autora aborda o assunto.

Amo minha irmã, amo tudo sobre ela. Se eu pudesse, ficaria de olho nela sempre, mas ela não deixa. Depois de anos tentando ensiná-la de maneira que ela não poderia entender, o que finalmente aprendi com minha irmã é que Heather sempre foi e sempre será a professora, e eu sua aluna.

Jasmine se vê perdida, quando é demitida da empresa que ajudou a construir. Seu contrato a obriga ficar 1 ano de licença remunera antes que arrume outro emprego. Impedindo que seja contratada por empresas concorrentes, nem passe informações pertinentes. Agora tempo é o que ela teria de sobre, mas o que fazer com ele? Encontro com as amigas que não trabalham, visitas a maternidade, cafés a tarde. Tudo isso, depois de um tempo se torna monótono e cansativo, e cada vez mais Jasmine se sente fracassada e sem futuro.

Seu vizinho, Matt Marshall, tem um programa polêmico de rádio, também passa por problemas. Mesmo não gostando dele, ela começa a vigiá-lo. E fica submersa em sua vida começando aos poucos a se identificar com ele. O que era antes, uma relação de ódio, se transforma uma grande amizade. Além dele, ela começa a se interessar pela vida de seus vizinhos, o que nunca tinha passado por sua cabeça tão ocupada e submersa em trabalho. Um certo dia, depois de mais uma decepção, Jasmine decide cultivar um jardim e tudo começa a mudar depois disso.

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Milagres só crescem onde você os planta.

A historia se divide entre as quatro estações do ano. E 12 meses parece uma eternidade para ficar sem trabalho, em casa, fazendo absolutamente nada. Mas esse tempo se torna preciosos, e faz com que Jasmine reveja seus conceitos, transforme sua vida, mude seus hábitos.

O livro foca principalmente nos dilemas que temos na vida, família, trabalho, amizades, relacionamentos. Ele te leva a questionar suas prioridades, suas decisões e principalmente,  mostra que a amizade pode estar onde você nem imagina. Todo ele é focado na busca do autoconhecimento e amadurecimento dos personagens. Que são imperfeitos, cheios de inseguranças, medos. Que procurando seu lugar no mundo, fazem uma jornada em busca de si mesmos, para conseguir lidar com as dificuldade e adversidades, ao mesmo tempo que tentam ser corajosos, seguros e equilibrados.

Todos nós temos momentos marcantes em nossa vida, períodos que influenciaram mudanças pequenas ou profundas dentro de nós. Posso pensar em quatro momentos transformadores para mim: o ano em que nasci, o ano em que soube que ia morrer, o ano em que minha mãe morreu e agora tenho um novo, o ano em que te conheci.

A mensagem do livro é simples, mas que nos faz refletir: diminua o ritmo, respire, expire, explore, escute, admire, se solte, cobre-se menos e não se preocupe se a vida não saiu como o programado. Deixe que ela corra de maneira mais leve e livre, e busque encontrar o seu verdadeiro caminho.

Vale a pena a leitura e a reflexão. Super recomendo!

Livros, Resenhas

Resenha: A gata do Dalai Lama, David Michie

Alguns livros nos ensinam lições, outros são divertidos. Porém a A gata do Dalai Lama de David Michie consegue fazer ambos sem presunção. De modo leve e divertido ao mesmo tempo que passa ensinamentos budistas conta a historia de GSS, a gata adotada por Sua Santidade Dalai lama, e modo como ela vivencia o dia a dia do templo onde vive.

O livro – curiosamente – é narrado em primeira pessoa pela própria GSS, desde o momento em que é encontrado por Sua Santidade, e mostra o dia a dia e s reflexões da felina ao acompanhar as visitas e as viagens dele e de seus assessores mais próximos.

Ao participar do cotidiano do mosteiro GSS se vê envolvida tanto nas praticas budistas quanto no cotidiano comum, como da cozinheira ou do motorista. Essa relação de sobreposição entre o comum e o espiritual leva ao leitor pensar e sua própria rotina e como ambos aspectos de nossa vida estão conectados  diversas formas.

Devido a sua leitura fácil e bastante questionadora de diversos aspectos, A gata do Dalai lama, se trata de um livro que pode ser lido por diversas pessoas, independente de seu credo religioso, uma vez que o intuito do livro não é converter o leitor, mas sim demonstrar de forma sincera preceitos budistas aos leigos ou iniciados.

O propósito do budismo não é converter as pessoas. É dar a elas as ferramentas para que possa criar uma felicidade maior. Para que elas possam ser católicas mais felizes, ateus mais felizes, budistas mais felizes. É o maravilhoso paradoxo que a melhor maneira de alcançar a felicidade é dar a felicidade ao próximo.

Os ensinamentos budistas são difíceis de serem assimilados, porém com o passar da leitura talvez o livro consiga deixar pequenos ensinamentos que permaneçam conosco por muito tempo e nos traga mesmo que uma pequena dose de felicidade ao final.

Harry Potter
Harry Potter
Atualizações, Livros

Rocco divulga bastidores da produção do novo livro de Harry Potter

Aproveitando a abertura das pré-vendas de ‘Harry Potter e a Criança Amaldiçoada’, a editora Rocco decidiu mostrar para seus leitores como está sendo o processo de produção da nova obra de J.K. Rowling.

A oitava história do bruxinho que conquistou o mundo, originalmente foi feita para o teatro, por isso não se trata propriamente de um romance, e sim do roteiro da peça ‘Harry Potter and The Cursed Child’, que atualmente está sendo exibida em Londres.

A versão nacional irá contar com duas opções de acabamento. Brochura e Capa Dura. A pré-venda já foi iniciada através do site das livrarias Saraiva. O lançamento oficial ocorre dia 31 de Outubro em todo o Brasil.

Livros, Resenhas

Resenha: A mais pura verdade, Dan Gemeinhart

Esperança – ou a falta dela – é o ponto principal desse livro instigante do Dan Gemeinhart. A mais pura verdade nos conta a história de Mark e seu cão Beau, que partem de casa em busca de escalar a montanha Rainier, onde Mark pretende morrer.

No decorrer do livro somos apresentados a cativante história de Mark e sua luta, diagnosticado desde muito novo com a câncer, tendo a esperança lhe sendo dada e tomada a cada nova etapa do tratamento, e no decorrer do tratamento como esse todos podemos nos sentir sozinhos e desamparados.

Mas muito além desse tema denso, A mais pura verdade é um livro divertido e cativante, e por se tratar de um livro narrado em primeira pessoa, sabemos tudo o que se passa com Mark. De várias maneiras Mark é um personagem divertido, sarcástico e espirituoso, e mesmo nos seus momentos mais tenebrosos ele pode contar com Beau para lhe acalmar.

Os capítulos de Mark são intercalados com os capítulos narrados pela sua melhor amiga Jessie, o que é um contraponto interessante as aventuras de Mark, pois mostra como as coisas estão em sua casa e como todos estão reagindo e em busca de encontra-lo.

Com relação a narrativa, é um livre bem simples, sem grandes técnicas, porém coerente com seus personagens. Acaba sendo um livro leve, cativante e com uma interessante mensagem. Amor, esperança redenção e amizade são temas tocados nesse livro e no fim você acaba percebendo que Mark, com todos os seus problemas, nada mais é que uma criança normal.

Livros, Resenhas

Resenha: Bonsai, Alejandro Zambra

“NO FINAL ELA MORRE E ELE FICA SOZINHO”. É desta forma que Bonsai de Alejandro Zambra se inicia, e marca uma das mais interessantes características desse livro, a intensidade de sua narrativa.

Alejandro Zambra é um poeta e escritor chileno, nascido em 1975 e Bonsai, seu primeiro romance, foi traduzido na França, Itália, Holanda, China, Israel, entre outros. Zambra também foi eleito pela revista Granta como um dos vinte e dois melhores jovens escritores hispano-americanos. Curiosamente Zambra em seu tempo livre cultiva bonsais.

O Livro narra fins e começos, histórias paralelas e intercaladas sobre dois amantes, Júlio e Emília. Essa narrativa se faz através de um narrador onisciente que entende seus personagens e desde o início já sabe o destino de todos. O amor, o sexo, as amizades e os caminhos que vida nos leva a tomar são marcas nesse livro que nos faz a cada momento pensar se não nos encontramos em alguma daquelas etapas da vida.

Apesar de ser uma narrativa bastante direta – trata-se de um livro curto –, ela de modo algum é parca de personalidade ou repleta de clichês, muito pelo contrário o narrador se mostra bastante sarcástico e repleto de referências a outros autores, contemporâneos ou clássicos. Não obstante talvez esse seja o maior trunfo de Bonsai, ele se desenrola como se a história nos fosse contada em uma mesa de bar, a história de algum conhecido nosso de juventude que por acaso se torna o assunto da mesa.

Ao fim, chegamos à conclusão de que Júlio e Emília partilham as nossas histórias pessoais bem como a de nossos amigos, personagens ordinários e cotidianos e no fim talvez todos sejamos algum personagem secundário ou principal da história de alguém.

Livros, Resenhas

Resenha: A garota no trem, Paula Hawkins

Um thriller psicológico que vai mudar para sempre a maneira como você observa a vida das pessoas ao seu redor.

Todas as manhãs Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes – a quem chama de Jess e Janson –, Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess – na verdade Megan – está desaparecida. Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos.

Uma narrativa extremamente inteligente e repleta de reviravoltas. A garota no trem é um thriller digno de Hitchcock a ser compulsivamente devorado.

Na linha de thrillers psicológicos, a história criada por Paula Hawkins é uma daquelas que você não consegue desgrudar um minuto. Original, viciante e surpreendente.

A narrativa gira em torno do ponto de vista das personagens principais, em primeira pessoa, Rachel, Anna e Megan mostram aos poucos a trama. Por serem mulheres diferentes, a princípio não entendemos como suas histórias se conectam, mas a medida que os fatos se desenrolam, você consegue identificar o que as une. Tudo parece um quebra cabeça que só será esclarecido no final.

De vazio, eu entendo. Começo a achar que não há nada a se fazer para preenchê-lo. Foi o que percebi com as sessões de terapia: os buracos na sua vida são permanentes. É preciso crescer ao redor deles, como raízes de árvore ao redor do concreto; você se molda a partir das lacunas.

Rachel, a protagonista, está passando por um momento difícil da sua vida. Após uma traição, seguida de um divórcio, ela fica perdida e sua vida sai do eixo. Sem emprego, alcoólatra e morando na casa de uma amiga, ela vive entre as lembranças do passado, sua autodepreciação e seu vício.

Todo dia ela faz o mesmo caminho, pega o trem das 8h04 e, na volta, pega o trem das 17h56. No caminho, ela fantasia sobre a vida de uma casal que vive em uma das casas na margem da linha férrea. Porém, um dia enquanto ela observava a casa, ela vê algo diferente, algo que pode explicar os fatos que sucederam. O sumiço de Megan, a mulher que morava naquela casa, a mulher que ela observava. Envolvida emocionalmente, Rachel decide investigar o desaparecimento. E é a partir desse exato ponto, que a história se desenvolve.

Eles formam um par, uma dupla. São felizes, está na cara. São o que eu era. São como Tom e eu éramos, há cinco anos. São o que eu perdi, são tudo o que eu quero ser.

A narrativa é forte, o que se tornou claro na escrita de Hawkins, a capacidade de impactar e nos envolver com os personagens me surpreendeu. O jeito que ela usa para ultrapassar o tempo, achei bem singular e deu um “ar’ bem diferente a trama. As personagens femininas principalmente, enfrentam  situações complicadas e conflitos a todo momento.

Então, se você gosta de um bom thriller como eu, super recomendo A Garota no Trem. E pra melhorar, o filme irá ser lançado em Setembro, da uma conferida no trailer por aqui.