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Resenha: “Nerve”, Jeanne Ryan

“Nerve”, da estreante americana Jeanne Ryan, conta a história de Vee, uma garota tímida que trabalha em uma loja de roupas e ajuda nos bastidores das peças de teatro da escola. Comum, ela é totalmente diferente de sua melhor amiga Sydney, a loira alta e linda, protagonista de todas as peças e acostumada a ser o centro das atenções.

Cansada de viver nas sombras, Vee decide fazer um dos desafios preliminares do jogo NERVE. O jogo, que é transmitido ao vivo pela Internet 24 horas, consiste em vários desafios em que, ao ponto que os competidores vão realizando, ganham vários prêmios e muitos fãs. Os desafios variam em grau de dificuldade e devem ser cumpridos no mundo real, transmitidos ao vivo no site do NERVE e ninguém pode saber que aquilo era um desafio do jogo. Depois que você é selecionado nas etapas preliminares, pode ir para uma grande rodada ao vivo e ganhar muito dinheiro.

Na cabeça de Vee, ela só irá cumprir um desafio considerado fácil e bobo, provar que não é uma menina sem graça e ir para casa. Só que não. Vee conquista uma legião de fãs que imploram por mais desafios e, tentada pelos prêmios e por passar mais tempo com seu parceiro de jogo, começa a entrar cada vez mais no mundo de NERVE. A cada rodada, os desafios ficam mais difíceis na mesma proporção em que os prêmios ficam mais atraentes, e começam a envolver questões pessoais mal resolvidas e até seus amigos. Observadores (como são chamados os expectadores do jogo que acompanham os desafios ao vivo ou pela Internet) a seguem por todos os lugares e Vee começa a ver que as coisas não eram tão simples assim.

As questões presentes nesse livro são: Quem criou o jogo? Na história, ninguém sabe se é um criador, vários ou até uma empresa. Será que os prêmios são mesmo reais? Se são, de onde eles tiram tanto dinheiro? E por que se escondem? Não vou entrar em detalhes sobre os desafios, mas alguns são bem perturbadores e a falta de privacidade é intensa, parece um Big Brother. Chegou um momento que até eu tive a sensação de estar sendo observada.

Além dessas questões pertinentes à história, somos levados a pensar na ganância humana, já que os desafios são baseados nos maiores medos e relacionamentos dos jogadores em troca de seus maiores desejos materiais. Até que ponto você iria para ter tudo o que sempre quis? Mentiria? Roubaria? Magoaria sua família? Seus melhores amigos? Mataria? Mas é claro que são só perguntas hipotéticas, afinal, é só um jogo. Será?