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Selo Poseidon lança primeira HQ de romance LGBT+
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Atualizações

Selo Poseidon lança primeira HQ de romance LGBT+

A Faro Editorial lança este mês pelo selo Poseidon uma das HQs mais premiadas de 2023, “Delícia” de Jarrett Melendez e Danica Brine. Elogiada pela crítica internacional, e considerado um novo Heatstopper, esta Graphic novel já recebeu os prêmios Alex 2023, YALSA Grande Graphic Novel para Adolescentes, Melhor livro do New York Public Library 2022, e a indicação ao Prêmio GLAAD 2023.

+ Resenha: O príncipe cruel, Holly Black

Ben Cook estava naquela fase que quase todo jovem recém-formado na faculdade vivencia: sair com um diploma novo em folha, porém sem nenhuma experiência para o mercado de trabalho e só receber nãos em entrevistas de emprego. Desiludido, ele decide que vai arrumar qualquer trabalho só para se manter, enquanto segue a busca do sonho de trabalhar como escritor. E é quando um anúncio de “Temos vagas, não é necessário experiência” na porta de um restaurante surge para mudar o destino de Ben.

Ben sempre sonhou em ser escritor, em trabalhar em uma editora, mas a vida real parece querer aniquilar seu futuro. Cansado de receber respostas negativas ao tentar conseguir um emprego na área editorial, Ben decide tentar um plano B: uma vaga para cozinhar num restaurante vegetariano chamado Le Cochon Doré. Não é como se ele estive se desviando do seu futuro, mas era uma pausa para recalcular a rota fazendo uma coisa que ele também ama: cozinhar.

E claro que tudo isso fica ainda mais atraente ao conhecer Liam, o sous chef gato do restaurante que vai ajudar Ben a lidar com o dono do restaurante e seu porco degustador. Porém, Bem não contou a verdade de seu novo emprego aos pais, e ele pode estar se metendo numa confusão pior que uma panela de pressão prestes a explodir!!!

“Atual, divertida e romântica. Esta história de amadurecimento sobre amizade, encontrar a si mesmo e seguir seus sonhos vai derreter seu coração e ensinar você a fazer uma torta de pera incrível!” – Kami Garcia, autora de Jovens Titãs: Ravena, Imaculadas e da série Beautiful Creatures

“Tive o prazer de ver Delícia se desenvolver da criação até a execução. A paixão de Jarrett e Danica pelo projeto resplandece neste livro… O texto de Jarrett é doce, cativante e uma voz necessária nos quadrinhos. A arte de Danica é linda, vibrante, e está na cara o quanto ela se divertiu ao desenhar o livro.” – Katie Cook, criadora de Nothing Special no Webtoon

“Delícia é um pouco comédia romântica, um pouco anime sensual e um pouco livro de receitas didático. Talvez não haja outro livro no momento que atenda a tantas das minhas necessidades de entretenimento. Ben e Liam me ensinaram o que significa ‘shippar’.” – Sohla El-Waylly, criadora culinária, escritora, defensora da comunidade e apresentadora da websérie Ancient Recipes with Sohla (History) e do canal do YouTube Mystery Menu, do New York Times Cooking

Livros, Resenhas

Resenha: Star Wars – Skywalker Ataca (Marvel)

Escrita por Jason Aaron (Thor: God of Thunder, 2013) e com a arte de John Cassaday (The Planetary Omnibus, 2014), “Skywalker Ataca” é o primeiro arco da série da Marvel Comics, que se iniciou em 2015 nos Estados Unidos, Star Wars.

O quadrinho acompanha Luke, Han, Leia, R2D2 e C-3PO, e ocorre entre os episódios IV e V. No Brasil, foi publicado pela Panini Comics, e compila os capítulos 1 ao 6 de Star Wars.

Após a destruição da Estrela da Morte, o grupo de Rebeldes ganha grande força e vantagem sob o Império. A historia se inicia com uma tentativa de ataque do grupo de Leia ao Império, tendo como alvo uma grande fábrica de armas (situada na Cymoon 1).

Após a infiltração de Han, Leia, Luke e R2D2 na fábrica, a mesma é posta em estado de alerta, enquanto Darth Vader chega ao local.

No arco, acontece o confronto entre Vader e Luke (por ser um cânone entre os episódios IV e V, Luke ainda não tem conhecimento de sua peculiar paternidade), e Vader, após a fuga de Luke da Cymoon 1, põe-se a caçar e descobrir quem é o garoto que o extinto Jedi Kenobi deixou como legado (e essa fica como uma das três partes do arco).

Como uma, por assim dizer, segunda parte, temos um mulher misteriosa (e muito hábil, devo destacar) revirando a galáxia buscando Han Solo.

E, por último, acompanhamos também durante esse arco, Han e Leia, estudando possibilidades de movimentações estratégicas dos Rebeldes, e a necessidade de uma nova base para que os Rebeldes possam ter condições de enfrentar o Império.

Ao meu ver, é um ótimo início de uma saga cânonica, com personagens carismáticos e que já conhecemos muito bem. Como primeiro arco, não poderia ser melhor!

Com a genial ideia de mostrar a série de incidentes que nos levam ao Episódio V após a destruição da Estrela da Morte, e o ponto de vista de todos os personagens do grupo, “Skywalker ataca” é mais uma bem-sucedida expansão do Universo Star Wars.

Atualizações, Filmes

“Novos Deuses”: Ava Duvernay irá dirigir o novo filme da DC

Ava Duvernay, diretora de Selma: Uma Luta pela Igualdadee atualmente quebrando recordes de bilheteria com Uma Dobra no Tempo , irá dirigir o novo filme da DC/Warner: Novos Deuses.

Imagem: O Capacitor

Novos Deuses é uma HQ criada por Jack Kirby, no início da década de 1970, pouco após o quadrinista deixar a Marvel. A saga, que possui três quadrinhos, é conhecida por ter introduzido o grande vilão Darkseid, além de novos heróis como Órion, Grande Barda (que é inclusive a heroína favorita da Ava) e Senhor Milagre.

Com esse filme, e com o fato de que o vilão do filme da Liga da Justiça tenha sido o Lobo da Estepe, pode ser um indicativo de que a Liga poderá enfrentar Darkseid em alguma continuação (isso se a Warner não resolver mudar os seus planos completamente, o que deve depender da bilheteria e das críticas de Aquaman).

Ava Duvernay com Uma Dobra no Tempo provou que sabe criar um universo onírico e cósmico, assim como Jack Kirby criou para o seu Quarto Mundo; por isso estamos ansiosos para ver o resultado.

Ainda não há previsão de estreia ou detalhes adicionais sobre o filme de Novos Deuses.

 

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Atualizações

Hit Girl vai ganhar uma nova série de HQs solo e terá roteiro de Kevin Smith no segundo arco

Hit Girl a pequena justiceira sanguinária de Kickass  (e vivido nos cinemas por Chloe Grace Moretz) terá uma nova série de quadrinhos solo!

Mark Millar anunciou a série de HQs solo, que se focará na Hit Girl promovendo justiça e vingança em vários países ao redor do mundo, onde sua justiça e habilidades com armas, serão necessárias. Confiram a imagem da capa da primeira edição:

Imagem: Comicbook

Cada arco contará com grandes nomes dos quadrinhos: o próprio Millar escreverá o primeiro arco, que passará na Colômbia, e terá a arte de Ricardo Lopez Ortiz (Guerra Civil II); o segundo arco terá o roteiro de Kevin Smith, voltando aos quadrinhos depois de um tempo afastado, e se passará em Los Angeles; e o terceiro arco terá o roteiro do brasileiro Rafael Scavone e arte do também brasileiro Rafael Albuquerque.

Imagem: Judão

“Outros criadores na fila são Frank Quitely, Rafael Albuquerque, Pete Milligan, Eduardo Risso, Daniel Way. Tem um artista asiático por quem eu estou apaixonado, chamado Kim Jung Gi, e ele está fazendo um arco grande. É bem alta classe. Estamos gastando muita grana e contratando pessoas pelas quais eu sou obcecado”  Mark Millar disse ao Comicbook.

O primeiro arco, Hit Girl ajudará uma mãe que procura vingança por conta da morte de sua criança, e a convoca para encontrá-los e matá-los. Porém, a pequena sanguinária tem planos maiores ao redor do mundo.

A nova HQ de Hit Girl tem o lançamento previsto para 2018.

 

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Atualizações, Filmes

“Danger Girl”: HQ dos anos 90 vai virar filme e série de TV

A HQ dos anos 90 da WildStorm, Danger Girl, vai se adaptado para o cinema e para a TV.

Segundo a Deadline o filme de Danger Girl já estava sendo conversado desde o ano passado, e finalmente vai acontecer, assim como a série, pelas mãos da Constantin Film. Os criadores da HQ, J. Scott Campbell e Andy Hartnell, serão os produtores executivos de ambas as adaptações, juntamente com Martin Moszkowicz (Constantin Film), Jeremy Bolt (Bolt Pictures) Adrian Askarieh (Prime Universe Films).

Jeremy Bolt e Adrian Askarieh comentaram sobre as adaptações:

Danger Girl é a oportunidade perfeita para criar uma equipe de jovens personagens femininas confiáveis ​​e perigosas, mas com humor e ação”.

Fui fã de Danger Girl por mais de 20 anos e a ideia de fazer parte da equipe para finalmente trazer a criação emblemática de Scott e Andy para a tela é incrivelmente excitante“.

 

Danger Girl mostra Abbey Chase e suas agentes secretas lutando contra o Sindicato Hammer, um grupo que busca a dominação do mundo. Na adaptação para o cinema, aparentemente as atrizes escolhidas para viver as espiãs foram: Milla JovovichKate Beckinsale e Sofia Vergara.

Imagem :ComicsAlliance

 

Todd Lincoln (A Aparição) teria sido o escolhido para dirigir o filme, mas não está mais envolvido no projeto. Não há mais detalhes sobre o filme ou a série de TV.

Danger Girl foi publicada aqui no Brasil pela Denvir em 2006.

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Atualizações, Filmes

Ellen Page fará parte do elenco de “The Umbrella Academy” da Netflix

Ellen Page foi a primeira atriz escalada para integrar o elenco de The Umbrella Academy, nova série original da Netflix. The Umbrella Academy é baseada na HQ homônima escrita por Gerard Way (vocalista do My Chemical Romance) com arte do brasileiro Gabriel Bá (Daytripper); e foi vencedora do Prêmio Eisner de Melhor Minissérie em 2008.

Imagem: Divulgação

 

Na HQ, sete crianças superpoderosas nascem em mulheres que não estavam grávidas. Então, Sir Reginald Hargreeves, um extraterrestre disfarçado de empreendedor, resgata os garotos e passa a treiná-los para salvarem o mundo de ameaças inimagináveis — juntos, eles formam a Umbrella Academy. Eles então formam uma família disfuncional de super-heróis: Luther, Diego, Allison, Vanya, Klaus e Number Five. Os jovens terão que trabalhar juntos para desvendar a misteriosa morte do pai.

Ellen Page interpretará Vanya, que é considerada a ovelha negra da família, pois é a única que não tem poderes. Steven Blackman (Fargo) será o showrunner e produtor executivo da atração, com a Bluegrass Television, e com Mike Richardson e Keith Goldberg da Dark Horse Entertainment. Gerard Way também estará envolvido como produtor.

The Umbrella Academy terá 10 episódios e sua estreia está prevista para 2018 na Netflix.

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Livros, Resenhas

Resenha: Projeto Manhattan vol. 1, Hickmam e Pitarra

Vocês provavelmente já ouviram falar do Projeto Manhattan. Ele aconteceu nos Estados Unidos, tendo como objetivo o desenvolvimento da bomba atômica. O projeto teve início em 1942 e durou até 1947, tendo apoio de outros países como Canadá e Reino Unido e chegando a ter 130 mil funcionários envolvidos.

No livro Projeto Manhattan Vol. 1, assinado por Hickman e Pitarra e publicado no Brasil em dezembro de 2013 pela editora Devir, a História, com H maiúsculo, é o pano de fundo. O que Hickman faz é contá-la do ponto de vista dos que participaram do Projeto, acrescentando elementos da ficção científica aos dados e podendo, dessa forma, explorar a aura de mistério e desconfiança que sempre o envolveu.

Jonathan Hickman desenvolve histórias em quadrinhos para a Image Comics, por meio da qual lançou Projeto Manhattan e outros trabalhos, e para a Marvel, onde contribuiu com Avengers, The New Avengers e outros. Nick Pitarra, por sua vez, é um desenhista estadunidense que já contribuiu em trabalhos como S.H.I.E.L.D., Teenage Mutant Ninja Turtles e Red Wing. As cores do volume 1 ficaram por conta da brasileira Cris Peter, que tem ganhado cada vez mais espaço no universo das histórias em quadrinhos; ela já desenvolveu trabalhos com a Marvel e com a DC, além de concorrer ao prêmio Eisner em 2012.

O título original da HQ, que é Manhattan Projects, dá a entender que o projeto estadunidense não se limitou a criar armas nucleares. O que a narrativa de Hickman propõe é que as tecnologias desenvolvidas e/ou trancafiadas nos laboratório do projeto seriam tão incríveis, assustadoras e questionáveis que a produção de bombas atômicas funcionou como um disfarce perfeito, algo impressionante o suficiente para que ninguém questionasse se havia algo a mais por trás daquilo.

No começo, duas histórias paralelas são contadas. Primeiro vemos General Leslie Groves entrevistando o Dr. Robert Oppenheimer, candidato a integrar o Projeto Manhattan. Nessa primeira cena já descobrimos que o Dr. tem um irmão, dando a deixa para a história paralela, na qual Joseph Oppenheimer nos é apresentado. A relação entre os irmãos é esclarecida aos poucos, por meio de páginas destoantes que interrompem a narrativa aparentemente central. No decorrer da história percebemos que essa relação é um dos mais interessantes elementos do volume. Tais flashbacks são responsáveis por nos mostrar mais profundamente alguns dos personagem, e em uma leitura mais atenta percebemos que todas as cenas do passado destacadas representam momentos essenciais de suas vidas, que reverberam de forma direta em suas atitudes e posicionamentos no momento atual, 1942. Além disso, esses momentos destacam o trabalho da colorista Cris Peter, que ao delimitar um padrão específico e fixo de cores para flashbacks nos ajuda a diferenciar esses momentos e cria mais um elemento bem bonito.

Outro aspecto que também nos ajuda a compreender a história são os trechos da Clavis Aurea, presentes entre os capítulos. Ela seria um diário do cientista Richard Feynman, um físico essencial ao Projeto. No site gringo CBR foi colocado que Projeto Manhattan “‘É um livro de conjunto. Ele apresenta o General Leslie Groves, Oppenheimer, Enrico Fermi, Wernher Von Braun, Einstein, FDR, Truman, Yuri Gagarin’, disse Hickman. ‘Se houver um personagem central, seria Feynman porque toda a coisa é contada a partir de sua perspectiva – de seus diários, Clavis Aurea – The Collected Feynman’”.

 

Personagens de Projeto Manhattan Vol. 1

 

Quase todos os personagens são figuras reais e estiveram envolvidos no desenvolvimento da bomba atômica, tecnologia responsável pela destruição das cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki. Suas personalidades são bem exploradas pelo autor, que os coloca em situações que beiram o absurdo. É o caso de quando nos apresenta um portal chamado de Torii Vermelho, alimentado pela energia de monges budistas da morte; através dele saem centenas de soldados-máquina japoneses conhecidos como Máquina Mortífera Kamikaze, criados por Soichiro Honda (o mesmo que fundou a Honda Motor Company, e que chegou a produzir hélices para a Força Aérea Japonesa durante a Guerra). Além disso, o autor explora teorias da conspiração, como quando trata da relação entre humanos e criaturas extraterrestres, deixando claro que tal contato acontece há décadas.

O trabalho dos três, Hickman, Pitarra e Peter, é bem integrado, resultando em um livro de qualidade. Os traços de Pitarra dão mais sinceridade à obra, reforçam características como rugas, marcas de expressão, descuidos com a aparência… elementos que enriquecem a construção dos personagens. Nesse sentido, os trabalhos se conversam, se misturam.

Outro aspecto positivo é que o fato de ser baseado na História mexe com a curiosidade. Enquanto lia, pesquisava todos os nomes que apareciam querendo separar o real do ficcional, e percebi que em Projeto Manhattan Hickman utiliza aqueles elementos que permeiam o imaginário popular, como a relação com os alienígenas, o envolvimento entre americanos e alemães nazistas e tecnologias devastadoras sendo controladas por generais ignorantes, para construir uma ficção que, ainda que absurda, não pareça tão distante de nós e indiretamente nos apresente novos detalhes da própria História. Ele brinca com os limites entre real e fantástico.

Por tudo que mencionei, a leitura de Projeto Manhattan Vol. 1 é indicadíssima. O volume 2 foi lançado há menos de dois meses pela Devir, e já pode ser encontrado em várias livrarias. Em breve publicaremos uma resenha sobre ele. Até lá, leiam! Vale a pena.

Livros, Resenhas

Resenha: The Wicked + The Divine, Gillen e McKelvie

“A cada 90 anos, aproximadamente, doze deuses reencarnam no corpo de jovens adultos. Eles são carismáticos, perspicazes e atraem grandes multidões. São capazes de levar qualquer um ao êxtase. Há rumores de que podem realizar milagres. Eles salvam vidas, seja metafórica ou concretamente. Eles são amados. Eles são odiados. Eles são incríveis. E em menos de dois anos estarão todos mortos. Isso já aconteceu uma vez. E vai acontecer de novo…”

A primeira edição de The Wicked + The Divine foi lançada oficialmente no Brasil graças à Geektopia, selo de quadrinhos da Editora Novo Século. A edição conta com os 5 primeiros capítulos lançados pela Image Comics nos Estados Unidos em 2014; foram publicados lá, até agora, mais de 20 volumes. A HQ, que ganhou o British Comic Awards como Melhor História em Quadrinhos, além de ter sido indicada ao Eisner Awards 2015 nas categorias Melhor Série Inédita, Melhor Artista e Melhor Colorista, foi anunciada como próxima estreia do selo durante a última Comic Con Expierence, que ocorreu em São Paulo no início de dezembro de 2016. A edição é linda, ainda que seja bem curta. E apesar de ser recente o lançamento nacional, alguns sites já disponibilizam a HQ online. Nessa resenha apenas os capítulos recentemente publicados no Brasil serão tratados, mas em breve teremos mais textos dedicados aos outros volumes da saga. Então vamos lá.

A HQ escrita por Kieron Gillen e ilustrada por Jamie McKelvie, que já haviam trabalhado juntos em Young Avengers e em Phonogram, une em seus personagens elementos aparentemente opostos: a juventude contemporânea de uma grande cidade, e deuses mitológicos das mais diversas origens.

O livro retrata, basicamente, a história de 12 deuses que ressurgem a cada 90 anos, assumindo os corpos de jovens com cerca de 17 anos que vivem naquele período; no caso do ressurgimento de 2014, sobre o qual lemos no quadrinho, esses deuses se tornam ídolos pop. Eles vivem 2 anos de fama e luxúria, até que morrem para ressurgir 90 anos depois. Temas como vida e morte e o caráter efêmero da fama perpassam a história, que cria uma metáfora interessante ao dizer que se os deuses voltassem em 2014, eles voltariam como ídolos da indústria musical. Além disso, é inteligente fazer com que a existência mundana desses deuses dure apenas dois anos, ainda que em essência sejam imortais. Vejamos um pouco mais da narrativa.     

A história se passa em Londres, na Inglaterra, e nos é contada por Laura, uma garota de 17 anos que se mostra logo nas primeiras páginas como uma fangirl. Após a primeira parte do livro, que funciona como uma introdução mostrando o momento em que os deuses do panteão encerram sua jornada, em 31 de dezembro de 1923, voltamos à 2014 para encontrar Laura no banheiro de uma boate, se preparando para ir a um show. Tudo parece bem usual, até percebermos que as emoções e sensações provocadas pelo show de Amaterasu, uma das deusas do Panteão, não são exatamente as mais comuns ou esperadas. A partir daí, e até o fim do volume, temos uma sequência frenética de acontecimentos, com direito a tiroteio, incêndios e cabeças explodindo, tudo sempre envolvido por um ar de sensualidade. Tudo isso é desencadeado após o show já mencionado, quando Laura conhece uma jovem deusa andrógina e arrogante que se apresenta como Lúci. Por estar presente no que se tornou uma cena de crime envolvendo deuses e pessoas comuns, e pelo laço quase imediatamente estabelecido com Lúci, Laura se vê do outro lado, conhecendo e convivendo com os seres que idolatra e com os quais se identifica, intensificando o seu desejo de se tornar um deles.

Em uma de suas primeiras falas, ao ser questionada quanto a tranquilidade que aparenta ter mesmo sabendo que por se tornar uma Deusa seu corpo morrerá antes de completar 20 anos, Amaterasu coloca que “você passa a vida desejando ser especial. E um dia você descobre que é. Mas tudo tem um preço” (p. 27). Em outro momento, podemos acompanhar os pensamentos de Laura, que deixam claro o seu desejo e a sua profunda identificação com os jovens do Panteão: “pra quê perder tempo planejando meu futuro quando não quero um? Meu futuro é futuro nenhum. Meu futuro é este ou meu futuro é nada” (pág. 50). Nesses dois momentos a metáfora fica especialmente clara. Gillen evidencia aqui, sendo esse seu desejo ou não, os princípios que marcam  a juventude contemporânea. Não se pode generalizar, é claro, mas os valores mais facilmente observáveis nessa geração nascida na segunda metade da década de noventa ou no começo dos anos 2000 são a supervalorização da aparência, a intensificação do consumo de produtos culturais, a necessidade de atenção e a impaciência. O “ser especial” e a própria felicidade aparecem ligados as ideias de intensidade, efemeridade, prazer a qualquer custo, que se opõem à perenidade, à tradição, à valorização da própria vida e das relações humanas. Não há um fundo de caretice nisso, por mais que possa parecer. Essa valorização da vida vai no sentido de simplesmente respeitar a si mesmo e aos outros indivíduos.

O primeiro volume da história lançado no Brasil não nos permite dizer o que Gillen fará dessa metáfora. Ainda assim, parece bastante pertinente ao que o autor trabalha na história a reflexão quanto ao estilo de vida predominante atualmente, formado a partir daqueles valores já citados e que não é exclusivo da juventude, ainda que nela fique mais intenso e evidente. É possível, portanto, ler The Wicked + The Divine e ver ali apenas uma narrativa interessante e atual, de leitura fluida e grande qualidade gráfica. Para além desses elementos, no entanto, podemos refletir sobre nossa forma de vida e sobre como gastaremos nosso tempo aqui.

Atualizações, Filmes

”Capitã Marvel” em breve terá protagonista

Em entrevista ao io9, o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, garantiu aos fãs que em breve saberemos o nome da diretora(ou diretor) e logo após, da protagonista de Capitã Marvel. Ele diz que o anúncio deve ser feito durante o verão americano, entre junho e julho: “Talvez antes disso, talvez depois. O nome do diretor será anunciado primeiro”, disse Feige.

Vale a pena lembrar que, pelo comentário acima, podemos então ter alguma revelação sobre o filme da personagem durante a San Diego Comic-Con, que acontecerá entre 21 e 24 de julho.

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Criada em 1968 por Roy Thomas e Gene Colan, a Capitã Carol Danvers é uma piloto da Força Aérea dos Estados Unidos que ganhou seus poderes após absorver a radiação da explosão de um maquinário kree. Isso fez com que seu DNA se fundisse com o do Capitão Mar-Vell, um guerreiro alienígena da raça Kree que veio à Terra para analisar a raça humana. O acidente deu a Carol super-força, agilidade, alta resistência, absorção de energia, projeção de tiros energéticos e capacidade de voo.

O roteiro está sendo escrito Nicole Perlman (Guardiões da Galáxia) e Meg LeFauve (Divertida Mente). Capitã Marvel estreia em 8 de março de 2019.