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Atualizações, Cultura, Livros

Feira Intergaláctica Aleph traz títulos com até 70% de desconto

No próximo sábado (11), a Editora Aleph promove a IV Feira Intergaláctica Aleph, com descontos de 30% a 70% em todos os livros, incluindo lançamentos.

Alguns dos principais nomes da literatura mundial de ficção-científica estão no catálogo da editora, como William Gibson, Philip K. Dick, Isaac Asimov entre outros. E pra quem é fã de Star Wars, a Aleph conta com um bom número publicações sobre a saga, que completou 40 anos em 2017.

Entre as novidades que estarão disponíveis na feira, destaque para a belíssima edição de 50 anos do clássico Andróides Sonham Com Ovelhas Elétricas?, de Philip K. Dick. O livro que inspirou o filme Blade Runner foi relançado em edição de luxo, com capa dura, ilustrações e textos inéditos.

Outro destaque entre os lançamentos é Star Wars: Thrawn, de Timothy Zahn. Talvez o mais famoso personagem do Universo Expandido Star Wars, o grão-almirante Thrawn entrou definitivamente para o cânone da saga, aparecendo na série animada Star Wars Rebels. E ninguém melhor que Timothy Zahn (autor da Trilogia Thrawn, que imortalizou o personagem) para contar as origens do vilão.

Durante o evento vão rolar dois bate-papos. O primeiro deles, com o tema “Personagens Femininas no Universo Star Wars”, terá a participação de Fabiola Forchin, presidente do Conselho Jedi de São Paulo, e Gabi Colicigno, jornalista, pesquisadora e editora do canal literário Who’s Geek, com mediação de Bárbara Prince, editora da Aleph.

Em seguida rola uma conversa sobre “Utopias e distopias: ficção científica e pensamento crítico”, com Nathan Fernandes, editor da revista Galileu, e Kim Dória, coordenador de comunicação da editora Boitempo, mediada por Stéphanie Laís, coordenadora do clube de leitura da Blooks.

Também haverá a palestra “Isso é Muito Black Mirror: Uma Introdução à Ficção Científica”, com Cláudia Fusco, jornalista e mestre em Science Fiction Studies pela Universidade de Liverpool, Inglaterra. A convidada já ministrou aulas na USP, Casa do Saber, YouPix e Museu da Imagem e do Som (MIS).

A IV Feira Intergaláctica da Aleph ficará aberta das 11h às 19h, na sede da editora, em São Paulo. Fica na Rua Henrique Monteiro, 121, em Pinheiros, próximo a estação Faria Lima do Metrô.

Livros, Resenhas

Resenha: Centelha, Amy Kathleen Ryan

Com as garotas de volta, parece que tudo ficará mais fácil. Bem, deveria ser assim, mas as coisas não são tão simples como parecem. Em Centelha, segundo volume da série Em busca de um novo mundo, Amy Kathleen Ryan nos traz um outro lado da história. Um garoto de 16 anos é capaz de se tornar o capitão de uma nave que tem uma missão tão importante? É capaz de ponderar suas ações e reconhecer seus erros? É interessante como vemos a complexidade do personagem Kieran e todas as facetas do ser humano, ainda mais, quando está em uma situação de risco, e sua maior luta é pela sobrevivência.

Bem, nesta continuação, Seth virou o indesejável número 1, Waverly não aceita a vocação de messias de Kieran e a noção de certo e errado dentro da nave fica meio distorcida. Para piorar tudo, ataques misteriosos começam a acontecer dentro da nave e Seth é o maior suspeito, já que conseguiu fugir da prisão de forma misteriosa. A história passa a ser narrada em vários cenários, já que os personagens passam a maior parte do tempo separados e temos várias visões diferentes da mesma história. Kieran e sua convicção de estar fazendo a coisa certa obrigando os serviços religiosos para manter todos unidos, Seth e sua busca pelo verdadeiro culpado, e Waverly e sua luta de instaurar a democracia e destituir o poder absoluto de Kieran.

Para piorar tudo ainda mais, os adultos sobreviventes da Empyrean continuam aprisionados na New Horizon, e um tratado de paz começa a ser discutido, o que é a única chance de verem seus pais de novo, de ter um pouco de normalidade restaurada novamente. O livro é intenso, não dá vontade de parar nem um minuto. Os conflitos nos deixam angustiados e a reviravolta na história é surpreendente. Depois de passar por várias distopias e livros de ficção, fiquei surpreendida com essa série tão pouco conhecida e de tanta qualidade.

Críticas de Cinema, Filmes

Crítica de Cinema: “Passageiros” (2017)

ATENÇÃO: Contém alguns Spoilers que achei necessários para expressar minha opinião sobre o filme!

Passageiros (Passangers) estreou no Brasil nesse dia 05 e chegou carregado de expectativas já que tem em seu elenco ninguém mais ninguém menos do que a queridinha de Hollywood Jennifer Lawrence e o galã Chris Pratt. Dirigido pelo norueguês Morten Tyldum, o filme se passa no futuro, onde a Terra é o centro da civilização com vários planetas colônias. Há uma empresa especializada em viagens interplanetárias que transporta as pessoas para as colônias, que vão em busca de mais espaço, mais qualidade de vida, um recomeço.

A história começa quando 5 mil pessoas estão indo para um planeta colônia e devem ficar em estado de hibernação durante 120 anos. Uma chuva de meteoros causa uma pane na nave e faz um passageiro acordar 90 anos antes da hora, Jim Preston (Chris Pratt). Ele passa 1 ano tentando voltar a dormir: estuda todo o funcionamento das cabines de hibernação, tenta falar com alguém da Terra e até tenta acordar alguém da tripulação, mas nada funciona. Enlouquecido e embriagado, depois de pensar em se soltar no espaço e morrer, Jim esbarra na cabine de Aurora Lane (Jennifer Lawrence), que vira sua obsessão.

Aurora é uma escritora que, para escrever a maior história de todas, se aventura nessa viagem para passar 1 ano na colônia e voltar para a Terra e conquistar muitos leitores. Preston pesquisa tudo sobre ela, assiste seus vídeos diariamente, lê todos os seus livros e se convence que está apaixonado por ela. Aí entra o dilema do filme: ele deve acordá-la ou não? Depois de muito deliberar consigo mesmo e com o robô barman, sua única companhia na nave, Jim decide por acordá-la, mas é claro que ele não conta para ela, deixando que acredite que seu despertar antes da hora foi um erro como o dele.

Passageiros tenta juntar vários gêneros em um só filme: romance, suspense, ação, ficção científica e até um pouquinho de terror, pois, quando ela descobre a verdade, se vê presa em uma nave até sua morte com seu próprio assassino. O problema é que, com tantos gêneros juntos, nenhum lado da história se mostra forte o bastante para prender a atenção e convencer o expectador.

Depois que Aurora descobre a verdade e se afasta de Jim, eles descobrem que a nave está com problemas mais sérios do que pensavam e se juntam para consertar as coisas e salvar a vida dos outros passageiros que, ao contrário deles, ainda têm chance de chegar até a colônia e realizar seus sonhos de uma nova vida. Como mágica, isso faz com que eles se aproximem novamente até o ponto em que, mesmo podendo voltar a dormir depois que tudo foi resolvido, Aurora escolhe ficar com Jim porque o ama.

Nessa parte, eu cheguei a um impasse muito grande: ele tinha direito de acordar Aurora e condená-la ao mesmo destino que o dele? E, assim sendo, é verossímil que ela o perdoe e abra mão de uma vida toda de realizações tão sonhadas? Alguns vão defendê-lo e dizer que ele estava desesperado e que qualquer um faria a mesma coisa e eu não sou ninguém para julgar o desespero do outro, mas o jeito que foi colocado no filme ficou muito superficial e não convenceu. A própria Aurora diz que ele é um assassino, que tirou a vida dela sem consentimento e, no fim, declara amor eterno.

Li várias críticas que dizem que o filme traz em sua essência a “cultura do estupro”, onde coloca a mulher como o ser inferior que deve aceitar a vontade do homem e sempre perdoá-lo, pois ele é homem e é assim mesmo. Eu não levaria a esse extremo, mas Passageiros tenta nos fazer engolir um romance água com açúcar onde a mocinha vê no homem seu cavaleiro no cavalo branco que tem todas as atitudes justificadas, salva o dia e se redime no final.

Da mesma forma, as cenas de ação tiveram muitos efeitos especiais, mas poucas coisas para serem feitas. A ficção científica que poderia ter sido mais explorada terminou só como um pano de fundo e ficou claro que o romance era o foco das atenções, mas, para um filme com a tão aclamada Jennifer Lawrence, Passageiros merece, no máximo, um horário na Tela Quente da Globo.