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10 motivos para ler "O Jogador Nº 1"
10 motivos para ler “O Jogador Nº 1”
Colunas, Livros

10 motivos para ler “O Jogador Nº 1”

O que falar do livro O Jogador Nº 1? Eu poderia dizer que faz duas semanas que o li e que impressionantemente nesse tempo a história ainda ecoa na minha mente como uma música chiclete das boas. Ou então, poderia dizer que estou superanimada com a possibilidade do filme que lançarão ano que vem e que com toda certeza será um tremendo sucesso.

Mas prefiro elencar nessas breves linhas 10 motivos para você, caríssimo leitor, ler essa obra de Ernest Cline. Então vamos lá:

1. Se você gosta de games, esse é o seu novo almanaque ou como alguns dizem, sua nova bíblia. (Francamente Carolina, se o título do livro tem a palavra Jogador, é claro que a história fala de games.) Sim, a história é recheada de citações ou como dizem easter eggs de jogos famosíssimos, como  PAC-MAN, Super Mario e entre outros. Portanto, se games são a sua praia; você cairá de cabeça nesse universo gigantesco dos video-games.

2. Se você nasceu nos anos 80, ou cresceu nesse período, ou até mesmo é fã dessa década, acredite, você precisa ler esse livro. Os anos 80 foram sem dúvida uma grande inspiração para a moda, cultura, música, enfim, em todos os aspectos da vida humana e até nos tempos atuais existem grandes influências na nossa cultura ocidental que advenho da revolução dos anos 80. E em O jogador nº 1 existe uma verdadeira enxurrada de citações, easter eggs, referências, tudo que se lembre e se aproxime dos anos 80. Por isso se você é fã, leia, pois se sentirá em casa.

3. Ficção Científica, se essa categoria te agrada tanto quanto a mim, esse é o livro pra você. Particularmente eu adoro a categoria Ficção Científica, pois nada mais é do que imaginar um universo totalmente novo, cheio de possibilidades e caminhos que a nossa mais avançada tecnologia não é capaz de reproduzir. Eis o grande poder da Ficção Científica e em O jogador nº 1, você será jogado em um universo tão magnífico que será difícil voltar a vida real.

4. Se você se preocupa com o lixo, e as suas consequências para o futuro, esse é um ponto que verá na obra de Ernest Cline. Como assim, o lixo? Sim! Todos sabemos que vivemos em um mundo que produz muito mais do que consegue recuperar, que desperdícios são comuns em países como o Brasil e que a maioria das nações do mundo não tem condições de reciclar tudo o que produz. Sendo assim, tal ponto será abordado no livro e as consequências para a nossa total imprudência em resolver os problemas.

5. A miséria humana te incomoda? Então se prepare para vê-la escancarada nesse livro! Sim, o autor conseguiu juntar os problemas sociais como miséria e uma das nossas alegrias como nerds, que são os games; em uma só obra. É impressionante como a miséria humana é retratada na história e tal como é hoje, as pessoas não se dão conta ou não se preocupam em ajudar ou resolver. Pelo contrário, se preocupam mais em si mesmas e no nosso próximo tópico, o dinheiro.

6. No futuro pós-apocalíptico de O jogador nº 1, ainda existe o dinheiro, e ainda as pessoas matam e morrem por ele! A odisséia da personagem principal começa pelo simples interesse monetário. Interesse esse que ainda movem diversas pessoas pelo mundo, se não dizer, todas elas. Para nós, no nosso tempo, o dinheiro é muito importante. E não é diferente para as personagens do livro que batalham, vivem, matam e morrem pelo dinheiro. E como na vida real ou na ficção, tais batalhas são interessantes de se ver.

7. Se há miséria, há fome. Mas as duas são tão diferentes entre si como podem ser. E sendo assim, tal aspecto também é desenvolvido na obra. Surgem situações em que as personagens sofrem com a fome. Fome de comida. Fome de água. E também outros tipos de fome. Como fome por calor humano, fome por carinho, fome por atenção. Tais personagens vivem em uma situação de tal solidão que não sabem desenvolver aspectos sociais que a façam conviver em sociedade. E de uma forma sutil, porém convicta, o autor deixa claro as consequências de tal fome.

8. A ignorância também é retratada na obra. Ignorância que se mostra atualmente com guerras, desrespeito, falta de amor, compreensão; e que no mundo da história trouxe resultados bem mais devastadores. A ignorância é o fator de não saber sobre determinado assunto ou coisa. E ela ocorre por falta de estudo ou prática. Em um mundo onde sabemos que nem todas as crianças vão para a escola e aprendem algo útil; o tempo que a história passa, é visível que a maioria da população não teve acesso a educação básica, não sabe fazer cálculos simples e sem esse conhecimento o que lhes resta são atividades nada aprazíveis e simpáticas. E o resultado disso está bem implícito no livro.

9. O racismo, uma das maiores doenças sociais que o ser humano inventou para si mesmo, também é retratado no livro. Se você é como eu, e não acredita na situação absurda de um ser humano ser prejudicado das mais diversas formas e meio pelo simples fato de ter uma cor de pele diferente da de outro ser humano, esse livro será interessante para você. O racismo é tratado de uma forma única do início ao fim do livro, nos mostrando o que seria se em um caso hipotético, vivêssemos como as personagens da história.

10. A luta pela esperança é algo bem interessante na história. Vemos a personagem principal lutar do início ao fim para conseguir algo que sem dúvida mudará sua vida para sempre. E no decorrer da narrativa, vemos suas lutas, seus ganhos e suas perdas e também sua luta para continuar com a esperança. Esperança que muitos já perderam, e que mais outros nunca tiveram. Esperança por uma melhoria de vida, esperança por um planeta melhor. E que o autor, com sua forma única, anima os corações das personagens e os nossos também a nunca desistir dos nossos sonhos.

Eis os 10 motivos! Se algum deles o convenceu, leia o livro, se embrenhe na história e se perca junto com as personagens nesse mundo novo e desconhecido. O que mais posso dizer? Boa leitura!

Livros, Resenhas

Resenha: As Cores do Amor, Camila Moreira

O que define uma pessoa? O dinheiro? O sobrenome? A cor da pele? Filho único de um barão da soja, Henrique Montolvani foi criado para assumir o lugar do pai e se tornar um dos homens mais poderosos da região. No entanto, o jovem se tornou um cafajeste aos olhos das mulheres, um cara egocêntrico segundo os amigos e um projeto que deu errado na concepção do pai. Quando o destino coloca Sílvia em seu caminho, uma jovem decidida e cheia de personalidade, Henrique reavaliará todas as suas escolhas. O amor que ele sente por Sílvia o fará enfrentar o pai e transformará sua vida de uma maneira que ele nunca pensou que fosse possível. Um sentimento capaz de provar que nada pode definir uma pessoa, a não ser o que ela traz no coração.

A história de “As Cores do Amor” de Camila Moreira é um spin-off do livro “8 segundos” que contou a história de Pietra e Lucas e teve a participação dos personagens secundários Henrique e Sílvia, que estrelam esse novo livro da autora, após serem apresentados como a amiga da faculdade de Pietra e o garoto que ajudou Pietra na “operação segura peão”.

Pode ficar tranquilo(a), o livro não é uma continuação de “8 segundos” e pode ser lido tranquilamente sem mal conhecer o enredo da primeira obra. Irão aparecer alguns pequenos spoilers que só vão te servir para ter curiosidade de ler “8 segundos”, após acabar “As Cores do Amor”.

Nesse novo livro, a autora, aborda temas importantes a serem discutidos, entre eles, racismo e relacionamento familiar abusivo. De prontidão fiquei interessado pelo tema e posso dizer que fiquei saciado moderadamente com todos os conflitos que a história construiu, principalmente os que tangem a esfera romântica, pois é um recorte temático que me interessa em todos os livros que leio.

A história é pouco complexa, mas apresenta vários personagens, detalhes e enredos. Para te ambientar melhor, é necessário saber que iremos acompanhar a narrativa de Henrique e Sílvia.

Ele pertence a rica família Montolvani, proprietária de uma famosa fazenda que produz soja e cria animais, seu pai Enzo é um asqueroso barão da soja que tinha como mais profundo desejo que Henrique despertasse amor pela fazenda, mas seu filho estabeleceu repudio a tudo que seu pai fazia, após várias negligências e traumas sofridos durante sua vida.

Sílvia é uma jovem negra, sozinha desde o fim da sua adolescência com sua irmã mais nova, muito batalhadora que almeja ter uma melhor condição de vida, todavia, enfrenta muito preconceito e humilhações, chegando a não conseguir aguentar mais tantas afrontas.

Em uma viagem ao interior, para o casamento de sua amiga Pietra (8 segundos), sua vida tomou novos rumos, ela percebeu que Henrique estava interessado nela e não demorou muito para se encontrarem e darem um grande primeiro beijo. Um reencontro perfeito? Não! No dia seguinte, Henrique acompanhado de seu pai, encontrou Sílvia e fingiu que não a conhecia, mas o olhar preconceituoso de seu pai já anunciou o tamanho de seu julgamento. O garoto a procura para pedir desculpas e aos poucos inicia um caloroso e apimentado romance com Silvia, afinal, Henrique já tinha uma larga experiência com mulheres e Silvia é uma mulher muito sensual. Acredito que seja bom deixar avisado que o livro tem cenas de sexo com uma descrição que pode incomodar algumas pessoas que preferem ler esses momentos com mais poesia e sutileza.

Com capítulos intercalados entre os personagens principais e uma narrativa em primeira pessoa bem construída, iremos embarcar na montanha-russa de sentimentos do casal e os acontecimentos que os afligem e dão a história seu toque de emoção essencial. Não espere um final imprevisível, pois trata-se na maioria do tempo de um enredo clichê e acontecimentos previsíveis que valem a pena ser lidos, afinal, preconceito não é um assunto do passado e os problemas familiares apresentados são constantes na história de milhões de pessoas.

Gourmet: Os melhores hambúrgueres de São José dos Campos e região
Gourmet: Os melhores hambúrgueres de São José dos Campos e região
Atualizações

Gourmet: Os melhores hambúrgueres de São José dos Campos e região

Na semana passada, aconteceu aqui em São José dos Campos, o primeiro festival de hambúrgeres da cidade, em um local com quinze food trucks reunidos com o melhor de seus cardápios. Sonho, né? Como se não bastasse, teve uma competição entre os trucks, para eleger o melhor hamburger do ano e eu fui jurado, ao lado de um especialista na construção de burger e de uma especialista em pães. E eu? Bom, representando nós que gostamos de comer.

Festival de Burger - Jurados (Foto: Divulgação)

Festival de Burger – Jurados (Foto: Divulgação)

Provei as quinze especialidades, uma de cada hamburgueria e resolvi separar as anotações que fiz, na hora de julgar o top 3 e o top 1 nesse roteiro para você, que quer fugir um pouco da mesmice e descobrir novos locais.

1. Fred & Leo
Os grandes vencedores da competição! Lanche maravilhoso (mesmo!), estão fazendo presença em vários eventos da cidade, e logo estarão com food truck por aí.

2. L’Gusta Food Service
O segundo lugar não sai muito atrás não, porque a decisão foi difícil! Prove o sanduba de cupim deles, que tem um sabor divino com uma combinação de ingredientes maravilhosa.

3. Mad Meat
O outro componente do top 3 apresentou um lanche com uma carne desfiada que eu quase morri de tão boa! Eles são de Taubaté, e a loucura no sabor não é só no nome…

4. Rasta Burger
Que lanche de cheddar maravilhoso, meus amigos! Super bem apresentado e me lembrou bastante o lanche do McDonald’s (que eu amo) só que com mais sabor.

5. The Hit’s Burger
O pessoal do The Hit’s também deu um show na preparação do lanche, que não era tão grande mas era super bem recheado, o que me chamou bastante a atenção, além do sabor. Foi difícil jugar, gente!

6. F4H – Food 4 Hero
Essa era a opção vegetariana do festival! O lanche era maravilhoso, mas no meio eu encontrei um ovo, que eu não gosto muito, então não consegui curtir o sabor do lanche. Mas vou voltar lá, ainda mais nessa saga de vida fitness que estou tentando levar ultimamente.

7. The Burger
O lanche deles me surpreendeu com um picles em cima, e fiquei EPA! Mas depois da primeira mordida, que senti aquele gostinho maravilhoso do picles combinado com uma cebola frita (parecia batata palha) eu me rendi. Se você gosta de cebola, só vai.

8. Burger House
Esse me lembrou bastante aqueles lanches artesanais que às vezes bate vontade de comer e você não sabe onde encontrar um sabor diferente, ao mesmo tempo que tradicional. Só experimentando para entender.

9. Dom Burger
Esse foi o preferido dos meus amigos! Todo mundo comeu lá e amou, super bem temperado e com um cheddar maravilhoso. Eu sou o louco do cheddar, então…

10. Trip Burger
O lanche estava maravilhoso também, apesar de um pouco frio em alguns pontos, mas sem perder no sabor. Pretendo voltar para experimentar de novo também! Aceito convites, migos. Só vamos.

11. Smoked Burger
Delicioso! Só não curti a salada no meio do lanche, porque é um gosto pessoal, mesmo. Mas estava saboroso e eu quero voltar lá. (Assim como em todos, né? SOS!)

12. Urbano Food Truck
Gente, que combinação de queijos que eles fazem? Que bruxaria? É simplesmente dos deuses e do tamanho certo para pessoas que nem eu, que não comem aquele lanche enorme mas também não ficam satisfeitas com aqueles minúsculos.

13. American Burgers Food Truck
Quando o lanche chegou no pão preto, me senti a pessoa mais gótica do mundo. Sério, foi uma das minhas escolhas para finalista, o lanche é crocante e tem uma maionese de ervas que é divina e combina perfeitamente com o burger.

14. Universe Burgers
O lanche era feito em pão francês e eu amei! A apresentação dele também era super fofa. Não encontrei o contato no Facebook, se alguém descobrir me fala que eu também incluí na minha lista de retorno.

15. HQ Hamburgueria
De todos, o da HQ era o único que eu já conhecia de antes! Lá não tem erro, os lanches são deliciosos, a apresentação incrível e o ambiente então, nem se fala. Recomendo muito!

Bom, na degustação a gente come só 1/4 do lanche (um pouco mais de uma mordida), então é claro que não dá para pegar sempre a melhor parte dele, por isso eu pretendo voltar (algumas eu já voltei, inclusive), mas todas valem muito a pena.

Acrescenta essas quinze opções na sua lista de possíveis lugares para comer, experimenta e volta aqui para me contar o que achou, beleza? Tem mais alguma indicação ou comentário sobre esses hambúrgeres? Vamos conversar!

Livros, Resenhas

Resenha: Branco como a neve, Salla Simukka

Recuperando-se do terror que vivenciou nas mãos da máfia, Lumikki tem a chance de deixar a Finlândia, se livrando das roupas pesadas, das lembranças sombrias… e do perigo. Ela só quer ser uma garota normal, misturar-se à multidão de turistas e aproveitar as férias. Quando Lumikki conhece Zelenka, uma jovem misteriosa que alega ter o mesmo sangue que ela, as coincidências são inquietantes. Rapidamente ela se vê envolvida no mundo triste daquela mulher, descobrindo peças de um mistério que irá conduzi-la a uma seita secreta e aos mais altos escalões do poder corporativo. Para escapar dessa trama asfixiante, Lumikki não poderá fazer tudo sozinha. Não desta vez.

O livro “Branco como a neve”, continuação do thriller homônimo de Salla Simukka, traz novamente ao cenário literário a história da personagem Lumikki, que ficou famosa em vários países com o primeiro livro da “saga”, chamado “Vermelho como o sangue”, onde conhecemos melhor essa garota aparentemente avessa a confiar em pessoas, que se envolve em situações nada agradáveis e geram grandes consequências.

Acredito que não seja necessário ler o primeiro livro para entender essa nova obra da autora, pois a maioria das pontas abertas no enredo são fechadas e ela apresentada um desfecho da história, que não abre precedentes para uma continuação do mesmo assunto, fato que também acontece em “Branco como a neve”. Vamos conhecer mais da história?

Lumikki, depois dos acontecimentos praticamente fatais do primeiro livro, retorna para a casa dos pais e resolve tirar férias na cidade de Praga, capital da República Checa, para esvaecer sua mente e superar os momentos que passou. Só que a garota não contava que nessa viagem encontraria uma suposta irmã por parte de pai que a conta uma história repleta de detalhes que aparentemente provam essa irmandade e confronta Lumikki em relação ao seu sentimento de não confiar nas pessoas.

A suposta irmã, chamada Zelenka, desperta mais essa desconfiança quando não para de olhar ao seu redor, esperando algo acontecer e diz que não deseja estar no mesmo lugar que se encontraram novamente.

A história se desenrola e em paralelo ao encontro de Zelenka iremos conhecer um repórter investigativo que está em busca de pistas sobre uma seita incomum, e como conhecemos Lumikki e sua aptidão para envolver nos casos, os dois juntos começam a procurar respostas sobre a seita e a suspeita história de Zelenka, porém as investigações acabam tomando um rumo que é um dos grandes pontos da história.

Com um livro curto, descrição satisfatória e uma escrita interessante, “Branco como a neve” é aquele livro que conseguimos ler em uma tarde, antes de tudo, por ter 240 páginas e expressar uma leitura de fácil entendimento e provocar reviravoltas não custosas de entender. Não é o meu gênero de livro favorito, mas acredito que toda leitura é válida e os personagens apresentados na obra tem o seu fascínio e a ambientação escolhida combina com a história e nos faz desejar conhecer mais do lugar.

 

Atualizações, Críticas de Cinema, Filmes

Crítica: Jogo Perigoso (Gerald’s Game, 2017)

Continuando o mini especial de Halloween, onde faço críticas de filmes de terror (ou similares) que assisti e assistirei durante o mês de Outubro; hoje farei a crítica de uma adaptação do mestre do terror Stephen King feita pela Netflix: Jogo Perigoso (Gerald’s Game).

Jogo Perigoso é dirigido por Mike Flanagan (Hush: A Morte Ouve), que também assina o roteiro juntamente com Jeff Howard (Ouija: A Origem do Mal) baseado no livro de mesmo nome, do autor Stephen King (é, esse está sendo o ano para as adaptações de King, não que eu esteja reclamando, inclusive façam mais!). A história segue um casal, Jessie Burlingame (Carla Gugino,  que está simplesmente fantástica) e Gerald Burlingame (Bruce Greenwood) que vão para uma casa de campo com a intenção de apimentar o casamento, em uma tentativa de uma segunda lua de mel.

Gerald , então,  propõe um joguinho sexual, Jessie topa e ele a algema (com algemas de verdade) na cama. Porém, o jogo dá absolutamente errado, e Jessie se vê sozinha, algemada na cama, sem poder se soltar, com ninguém para pedir ajuda. Os vizinhos mais próximos estão longe o suficiente para não ouvi-la gritar, e mesmo que pudessem ouvir não estão em casa. Não tem como alcançar o celular, e a chave das algemas está em cima da pia do banheiro. Sem comida, sem água. E para piorar a situação, um cachorro faminto entrou pela casa. A situação de Jessie é desesperadora, tanto que a mente da personagem começa a projetar figuras como uma forma de mecanismo de defesa. Jessie, começa a pensar em formas de como sobreviver e escapar, enquanto é atormentada por visões e lembranças traumáticas do passado, e por uma estranha figura na escuridão.

ATENÇÃO ALGUNS SPOILERS E CONTEÚDO SOBRE ABUSO SEXUAL INFANTIL E VIOLÊNCIA

Imagem: Netflix

Eu estava com altas expectativas para Jogo Perigoso, devido ao trailer e por ser uma adaptação de Stephen King, apesar de não ter lido o livro (algo, que após ter visto o filme, devo corrigir rapidamente). Apesar de nem todas as adaptações de King serem boas, as que são, geralmente entram para a minha lista de filmes de terror preferidos (alô Iluminado, Carrie), e Jogo Perigoso não foi uma exceção. Porém, foi um filme muito difícil de se assistir.

É um filme pesado. Principalmente para mulheres, pois aborda questões, de violências contra mulheres, que nós, de alguma forma já passamos, e infelizmente ainda passamos. Por isso, já deixo claro que o filme possui muitos gatilhos!

Imagem: Netflix

Jessie foi exposta desde muito cedo a misoginia e violência contra as mulheres. Aos 12 anos, ela foi abusada pelo pai, que a fez acreditar que a culpa era dela e que caso ela contasse para sua mãe, ela brigaria com Jessie e a culparia. Desde então, Jessie se silenciou sobre o assunto, mesmo que cada vez que ela olhasse para seu pai, alguém que deveria protegê-la de todo mal, a machucasse. Mesmo que estivesse com medo com a perspectiva de acontecer de novo, ou com sua irmãzinha. Jessie se calou pois aprendeu desde muito cedo que a culpa pela violência sofrida cairia nela, mesmo que ela fosse a vítima.

Anos se passaram, e Jessie já é adulta e casada com Gerald. Seu casamento não vai bem, e ela se culpa por isso, mesmo que não seja a culpada. Mas, afinal, a “culpa é sempre da esposa, caso o casamento vai mal”. É por isso que Jessie aceita fazer parte do jogo sexual arquitetado por Gerald, pois quem sabe era isso que estava faltando: apimentar um pouco a relação. Tudo ia bem, até que Gerald começa a ficar violento, pois o que excita ele é a violência, a submissão, e ela gritar por socorro. Jessie manda ele parar,mas ele insiste, ainda mais violento. Ela continua dizendo que não, e consegue empurrá-lo com os pés. Eles começam a discutir, ela manda soltá-la, mas ele diz que não e continua a discutir. Então,  Gerald tem um ataque cardíaco e morre, deixando-a ali sozinha e algemada na cama. Ela começa a gritar, mas não tem ninguém para ajudá-la, o celular está inalcançável, e a chave ainda mais distante.

Para piorar, um cachorro faminto entra pela porta que eles esqueceram aberta, e começa a comer o cadáver de Gerald, e ela sabe que será a próxima (aqui uma clara referência a Cujo, também de King). Jessie começa a ter um ataque de pânico, e sua mente como um mecanismo de defesa, projeta a figura de um Gerald vivo  — uma alusão ao seu desespero e estado de impotência, pois o tempo todo a figura de seu marido fica dizendo que ela não vai conseguir sair dali viva — e uma outra Jessie, que representa o seu instinto de sobrevivência, que fica lhe dando ideias de como sair daquela situação. Jessie fica o tempo todo conversando com essas figuras, pensando em modos de escapar, de conseguir água e tentando afugentar o cachorro que tenta o tempo todo mordê-la. E tendo lembranças. Nesse momento todas as lembranças ruins da infância voltam, além de outras ruins com o próprio Gerald, com Jessie percebendo um padrão misógino e violento que ela tinha decidido ignorar, pois a “culpa” seria, mais uma vez, dela.

Imagem: Netflix

Mike Flanagan — juntamente com a interpretação maravilhosa de Carla Gugino — conseguiu criar uma trama claustrofóbica e desesperadora, trazendo uma sensação de impotência para o expectador, da mesma forma que a personagem se sente. Em uma cena em que a personagem tenta pegar um copo de água, dá um frio na barriga, pois à todo momento você pensa que o copo vai cair de alguma forma. Além das próprias lembranças devastadoras de Jessie (destaco a atriz Chiara Aurelia, que a faz a Jessie com 12 anos, uma ótima atuação), que são um soco no estômago por si só.

O elemento terror é reforçado com a estranha figura que aparece no quarto a noite. Será mais uma alucinação? Ou será a morte? Devo dizer que a resolução do mistério me pegou totalmente de surpresa, me deixando com mais vontade de ler o livro de Stephen King. Outro destaque é a cena em que Jessie consegue escapar das algemas, uma cena muito agonizante de se assistir.

Jogo Perigoso  é um terror psicológico realmente desesperador e sufocante. Foi um filme pesado de se assistir, mas com certeza é mais uma boa adaptação de Stephen King. E espero que esse padrão se mantenha, nas próximas adaptações do mestre do terror. Porém, reitero que é um filme com muitos gatilhos, com discussões  mais que necessárias, mas ainda assim muito pesado.

Jogo Perigoso (Gerald’s Game) já está disponível na Netflix.

Primeira Crítica do Especial Halloween: Raw

Atualizações, Música

Confira como foi o show de retorno do Rouge

Ontem, 13 de outubro, aconteceu no Rio de Janeiro o tão esperado show de retorno da banda Rouge. As integrantes Aline, Fantine, Luciana, Lih Martins e Karin Hills realizaram um espetáculo de quase 2 horas de duração e levarão os fãs ao delírio ao cantar todos os hinos da girlband.

O show esgotado faz parte da festa Chá da Rouge, série de shows que irá ocorrer em todo o Brasil para celebrar os 15 anos do Rouge. A abertura com a música Popstar é semelhante às turnês anteriores, onde as garotas recebem o público com o tradicional: “Boa noite e bem vindos ao nosso show”.

 

A setlist foi a seguinte:

 

Popstar

Ces’t La Vie

Beijo Molhado

Quero Estar Com Você

Não Dá Pra Resistir

Me Faz Feliz

Um Anjo Veio Me Falar

Te Deixo Tocar

Fantasma

Vem Habib

Blá Blá Blá

Vem Dançar

Sem Você

Cidade Triste

Tudo Outra Vez

Nunca Deixe De Sonhar

Hoje Eu Sei

Olha Só

O Que O Amor Me Faz

Quando Chega A Noite

Vem Cair Na Zueira

Brilha La Luna

Ragatanga

Tudo É Rouge

 

Os fãs se emocionaram com as músicas Beijo Molhado, Me Faz Feliz e Cidade Triste, que apesar de não terem sido singles se tornaram clássicos das meninas. Além disso, os sucessos Não Dá Para Resistir, Um Anjo Veio Me Falar, Vem Habib, Brilha La Luna e Blá Blá Blá não ficaram de fora. O show terminou com o smash Ragatanga e contou com BIS, a cargo da música Tudo É Rouge, lançada em 2013.

Em coletiva de imprensa realizada um dia anterior ao show, as integrantes confirmaram o show em São Paulo no dia 25 de novembro e datas em outras cidades futuramente. Luciana deixou claro o desejo de levar o Chá da Rouge para Belo Horizonte.

Ainda no show, a integrante Aline não conseguiu conter a emoção em diversos momentos, precisando de ajuda dos fãs e das companheiras de grupo para conseguir cantar.

Confira abaixo alguns vídeos do show:

 

Review: Big Mouth (1ª temporada, 2017)
Review: Big Mouth (1ª temporada, 2017)
Atualizações, Filmes, Reviews de Séries

Review: Big Mouth (1ª temporada, 2017)

Desde a primeira vez em que vi um trailer de Big Mouth no Facebook, antes do lançamento, fiquei intrigado com o seriado. Era um vídeo com “linguagem explícita”, mas em forma de desenho animado. Logo achei que seria mais um daqueles desenhos de besteira e que não daria em nada. Pois bem, lançou e fui assistir. Acabei a primeira temporada em uma noite.

Comecei vendo dublado, com meus pais em casa, mas mudei para legendado depois de cinco minutos. A linguagem é explícita para alguém ouvindo de fora, então recomendo que você veja sozinho ou não tenha medo de passar uma vergonhazinha com o que as frases desconexas podem causar.

A série retrata o cotidiano do garoto Nick, junto com seus amigos Andrew, Jessi e Missi, que estudam juntos e estão na pré-adolescência, naquela fase em que a puberdade começa a chegar para uns e outros, mas não para todos. Puberdade esta que é retratada na série como um monstro (algo parecido com um dinossauro), que fica incentivando as crianças a fazerem coisas como se masturbarem, darem o primeiro beijo e lidarem com as mudanças dos seus corpos.

É um pouco assustador de início, mas a genialidade se sobrepõe a cada novo episódio, apresentando fatos como as mentes dos garotos explodindo ao saber que garotas também sentem desejo sexual, ou vomitando ao descobrir o que é uma menstruação… Tudo com muito humor e fora do politicamente correto que vemos assolar as histórias das redes sociais (alô, família tradicional, tentem processar a Netflix agora).

Eu arrisco dizer que é um seriado muito bom sobre educação sexual, já que mostra crianças descobrindo e lidando com as mudanças que podem acontecer tanto no corpo, quanto na convivência social, pais perdidos sobre como ensinar os filhos, diversidade sexual e descoberta da sexualidade – há personagens gays e há episódios em que os personagens principais ficam em dúvida quanto a sua orientação -, e ainda fala sobre as brigas causadas pela ebulição dos hormônios, do primeiro beijo (tanto hétero, quanto homossexual), e tudo com muita diversidade étnica e representatividade, que parece estar em falta na cabeça das pessoas atualmente.

O humor é um pouco ácido e irônico, o que não faz o assunto se tornar menos sério ou mais fútil e essa talvez tenha sido a maior sacada de todos os produtores: é possível falar sério arrancando risadas (contraditório mas, real).

Por fim, talvez Big Mouth seja um seriado para você assistir sozinho se tiver uma família conservadora e que não lida bem com linguagens explícitas (não tem nada demais, mas as frases se pegas desconexas podem te dar uma dorzinha de cabeça), ou em família se você estiver em uma casa liberal. Eu arriscaria em ver com um filho pré-adolescente, já que tudo retratado lá, você com certeza já passou ou já se perguntou em algum momento da sua vida e provavelmente não lembra.

O Gabriel de 13 anos se sentiu representado por quase, senão todos os personagens, e o de 21 sofreu com cada um deles, como se estivesse passando por isso mais uma vez.

“Puberdade é algo que as pessoas associam à estranheza. O que ela é mesmo, mas quando você pensa nela, há toda essa nostalgia estranha. E se você é uma criança passando por isso, ou acabou de passar por isso, nós pegamos um período bem estranhamente doloroso para você e o deixamos, espero, bem engraçado e catártico.”

O final foi surpreendente para mim, e um tanto quanto cômico, aberto para uma segunda temporada que eu realmente espero que seja confirmada em breve. E vocês, já assistiram? Comentem aí a opinião de vocês também!

Nubank: Banco aparece como opção para transferência de recursos
Nubank: Banco aparece como opção para transferência de recursos
Atualizações, Séries

Nubank: Banco aparece como opção para transferência de recursos

Conta corrente no Nubank? Sim, é o que dizem os rumores pela internet e os principais sites de tecnologia. Segundo informações, a empresa estaria trabalhando para lançar o serviço o mais rápido possível, e inclusive anunciou, através de suas páginas que está para lançar uma novidade, bombástica, em um vídeo ao vivo no Facebook. Olha só:

O site Tecnoblog, especializado em tecnologia, disse que a realidade pode estar mais próxima que imaginamos. Segundo apurações, o Nubank já estaria aparecendo como Nu Pagamentos S.A. em listas de transferências bancárias, em aplicativos de outros bancos, como o Itaú e o Bradesco, por exemplo. O código de compensação da empresa é 260.

O Nubank já anunciou publicamente que pretende ampliar seu portfólio de serviços, oferecendo conta corrente, empréstimos ou produtos de investimento. Em julho, a empresa contratou Gustavo Franco, economista e ex-presidente do Banco Central, para ajudar em “novas ideias e novos produtos”. Por sua vez, o pessoal de lá não confirmou nem negou explicitamente os planos de lançar um serviço de conta corrente. “Estamos constantemente trabalhando para melhorar nossos serviços, e a integração com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é mais uma das ações que tínhamos planejado com o objetivo de reduzir custos operacionais e, futuramente, facilitar no desenvolvimento de novos recursos”, diz a empresa.

Será que agora o Nubank acaba de vez com todos os outros bancos? Já quero!

Fonte

Playlist: Cheiro de infância
Playlist: Cheiro de infância
Atualizações, Música

Playlist: Cheiro de infância

O dia das crianças foi ontem, mas a nostalgia de infância da gente que nasceu nos anos 90 continua junto com aquele choque de realidade de que agora os boletos estão cada vez mais frequentes e não ganhamos mais presente… 🙁 A playlist de hoje é para nós, crianças dos anos 90 e 2000, que crescemos ao som de Xuxa (que lançava sua primeira edição do “Só para baixinhos”), Floribella, Quase Anjos, TV Cultura, etc. Vem ouvir e dar uma pausa no seu mundo de adulto por uma horinha.

Sério, tem até Palavra Cantada e Cocoricó (as primeiras versões, né):

O que achou? Deu para relembrar um pouquinho a infância? Tem mais alguma música pra indicar? Comenta aí e não esquece de seguir o Beco Literário no Spotify que agora vamos ter uma playlist por semana!

Livros, Resenhas

Resenha: Darkmouth – Os Caçadores de Lendas, Shane Hegarty

Elas estão chegando! As Lendas (ou melhor, monstros aterrorizantes que se alimentam de humanos) invadiram a cidade de “Darkmouth”. Elas querem dominar o mundo. Mas não entre em pânico! Finn, o último dos Caçadores de Lendas, vai nos proteger. Finn tem doze anos, adora animais, não leva muito jeito para lutar; mas é muito, muito esforçado. E todos nós sabemos que ser esforçado é a melhor arma contra um Minotauro faminto, né? Hum… Pensando bem, pode entrar em pânico. Entre em pânico agora! Corra!

Sabe aquelas séries que nos surpreendem? Os Caçadores de Lendas é uma delas, afinal, comecei a leitura despretensiosamente e me deparei com um início tímido e não muito envolvente que não demorou muito para se converter em um livro repleto de ação, humor, aventura e drama que nos faz passar rapidamente a tarde para querer desvendar o seu fim.

O livro conta a história de um garoto chamado Finn que faz parte da linhagem dos Caçadores de Lendas, que são pessoas designadas a proteger cidades onde o limite entre o nosso mundo e o mundo das lendas (monstros, minotauros, basiliscos, etc.) é mais sensível, o que acaba gerando a necessidade desses guerreiros transmitirem os seus deveres para as próximas gerações.

Porém, as aparições desses monstros estão ocorrendo cada vez menos, modificando as necessidades dessas cidades que acabam não necessitando mais desses guerreiros, que geralmente acabam se aposentando. Acontece que especificamente na cidade de Finn, Darkmouth, a situação é bem diferente e esses monstros estão a solta e para piorar as pessoas que moram na cidade sabem da linhagem de Finn.

Ele que não é um garoto de muitos amigos e que acabou entregando carinho carinho aos animais tem enormes desafios pela frente, pois não leva o menor jeito para luta e muito menos para manusear as armas usadas dos Caçadores, fato que é um grande problema, pois o menino já carrega consigo o fardo de seu pai ter sido um Caçador prodígio.

Durante a leitura, me deixei levar pela criação do mundo desenvolvido pelo autor irlandês Shane Hegarty e curti bastante a divisão de capítulos, acho que por serem curtos existe uma dinamicidade que é necessária em livros que desejam um envolvimento com a saga. Além disso, a história de Hegarty nos faz ter dúvidas sobre o futuro dos personagens que ele apresenta, dado que Finn não é o único que vai merecer nossa atenção durante a leitura, teremos a Emmie e muitos outros personagens secundários para acrescentar a obra.

Acredito que esse primeiro livro da série está servindo de teste para sabermos se “Os Caçadores de Lendas” irá impactar as crianças e jovens de nosso país, pois a história é uma grande aposta para virar uma sensação daquelas que ficamos ansiosos para saber quando lança o próximo livro. É repleta de aventura, tem toques de magia na leitura e o mais importante: é divertido.